Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12
segunda-feira, 7 de março de 2011
AS 42 JORNADAS NO DESERTO
Irmãos em Cristo, continuaremos nessa semana o estudo sobre a 19ª estação "Queelata", quantas riquezas espirituais recebemos até aqui por meio da Palavra, precisamos tomar posse dessas riquezas pela fé, que o Senhor nos ganhe cada vez mais, irmão prossigamos em conhecer o Senhor para fazermos a Sua vontade!
CAPÍTULO 96
19ª Estação – Queelata (parte 06)
TEXTO: Números 16:12-18
Vamos dar prosseguimento ao estudo sobre Queelata. Essa que é a 19ª estação na qual aprendemos alguns princípios tão importantes acerca da autoridade espiritual.
Sabemos que Coré, Datã e Abirão, três levitas, aqueles que eram da ordem dos coatitas, tinham o encargo de carregar os utensílios sagrados do tabernáculo e, motivados por ambição, soberba e orgulho, aspiravam ao sacerdócio. E por causa disso muitas pessoas, cerca de 200 pessoas, foram incitadas contra a autoridade de Deus na vida de Moisés e Arão.
Em Números 16, texto relativo a essa estação, os versículos 12 a 18 dizem assim:
“12 Mandou Moisés chamar a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe; porém eles disseram: Não subiremos; 13 porventura, é coisa de somenos que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para fazer-nos morrer neste deserto (...)”.
Observem que eles estão dizendo que a terra que mana leite e mel é o Egito, e não a terra de Canaã. Aqui eles estão culpando Moisés de tê-los tirado da terra que mana leite e mel para levá-los para morrer no deserto. Vejam o quanto essa raiz do orgulho que motiva a rebelião carrega em si motivações, pretensões, erradas. Como as pessoas distorcem a verdade; como a visão das pessoas é curta; como as pessoas perdem a visão por causa de motivações erradas no serviço da obra de Deus. Essas pessoas aqui foram separadas para poderem servir na obra de Deus. Será que ainda não tinham aprendido por meio das várias experiências pelas quais Deus havia levado este povo a passar! Em cada uma delas Deus trouxe tratamento e, nesses tratamentos, lições. Como eles não aprenderam! É incrível como as pessoas esquecem depressa os tratamentos de Deus, as lições provenientes das experiências espirituais.
Agora vejam como eles têm uma visão distorcida do Egito em relação ao propósito de Deus com Canaã. A terra que mana leite e mel é o Egito. Então eles dizem:
“(...) é coisa de somenos que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para fazer-nos morrer neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?(...)”.
Eles estão agora culpando Moisés de ter realizado esta tremenda conspiração, tirar o povo de Israel do Egito, onde viviam debaixo do jugo de Faraó, trabalhando como escravos, para levá-los ao deserto e, ainda, de querer ser príncipe sobre eles. Prosseguindo, dizem:
“(...)14 Nem tampouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança (...)”.
Que herança eles tinham no Egito? Que herança tinha um escravo lá no Egito? Vejam o que a falta de visão espiritual pode provocar na vida de uma pessoa. Como a verdade é distorcida, como as pessoas perdem o foco e ficam presas a uma teia maligna e não percebem que estão tocando na autoridade de Deus. Não percebem que estão afrontando a Deus. Nós sabemos que o nosso inimigo é astuto e age deliberadamente quando as pessoas não têm um alvo definido concernente à vontade de Deus, quando vivem emaranhadas em confusões. Precisamos ser cuidadosos. Vamos dar continuidade:
“(...) pensas que lançarás pó aos olhos destes homens? Pois não subiremos. 15 Então, Moisés irou-se muito e disse ao SENHOR: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento levei deles e a nenhum deles fiz mal. 16 Disse mais Moisés a Corá: Tu e todo o teu grupo, ponde-vos perante o SENHOR, tu, e eles, e Arão, amanhã. 17 Tomai cada um o seu incensário e neles ponde incenso; trazei-o, cada um o seu, perante o SENHOR, duzentos e cinqüenta incensários; também tu e Arão, cada qual o seu. 18 Tomaram, pois, cada qual o seu incensário, neles puseram fogo, sobre eles deitaram incenso e se puseram perante a porta da tenda da congregação com Moisés e Arão.
Vejam que cenário! A queixa desses homens era porque eles haviam sido reprovados por Deus. Você que está estudando essas jornadas sabe disso. Desde Ritma, quando recusaram entrar na terra, por causa da incredulidade, por causa daqueles dez espias, eles foram reprovados por Deus. E agora não mais iriam entrar na terra. No final da história, como sabemos, eles iriam caminhar por trinta e oito anos a mais, iriam cair mortos e uma nova geração iria possuir a terra. E foi assim que aconteceu, pois eles foram reprovados, Deus os rejeitou. Mas sabemos que esse povo não conhecia os princípios da disciplina de Deus, não conhecia o caráter de Deus. Em toda essa revolta, que aparentemente era contra Moisés e Arão, na verdade, eles estavam protestando contra o próprio Deus. Toda a rebelião deles tinha um foco: Deus.
Um grave problema que vemos nesse povo não era somente a questão da murmuração, porque isso nós temos visto. Em várias dessas estações vemos esse povo murmurando. Estudando essas jornadas vamos ver justamente isso. Quando não murmuravam por causa da água, murmuravam por causa da comida; estavam sempre a murmurar. Mas esse não era o grave problema, havia outro muito pior: um coração que nunca se arrependia. Eles não conheciam o verdadeiro quebrantamento, a verdadeira rendição. De todos os pecados que cometeram contra o próprio Deus, nunca se viu nesse povo um sinal de quebrantamento, de arrependimento. Ao contrário, sempre exigiam mais, sempre queriam mais. Não havia uma entrega a Deus, não havia confissões de pecados, sempre queixosos.
Isso caracteriza, dentro do nosso próprio contexto, esse tipo de cristianismo onde Deus é sempre um negócio vantajoso para as pessoas, onde as pessoas procuram viver a vida cristã tendo um único alvo em Deus: elas mesmas. Sempre a satisfação das pessoas está acima da satisfação de Deus; querem relacionar-se com Deus tendo sempre em vista o seu próprio bem. Não que seja errado nos relacionarmos com Deus para o nosso bem. A questão é que temos que ter sempre em vista Deus em primeira instância e não nós. O nosso bem só pode ser alcançado quando Deus, em primeiro lugar, é exaltado, é magnificado, é glorificado. Quando Ele está satisfeito, nós estamos bem. Não é o nosso bem em si; o nosso bem sempre tem que estar debaixo da glória de Deus. E a glória de Deus sempre estará exaltada quando Ele tiver toda satisfação em nós.
Você tem que compreender que o arrependimento é um caminho contínuo na vida do cristão. Porque não temos que nos arrepender apenas do que fazemos, mas temos que nos arrepender, sobretudo, de quem somos. O arrependimento, quando é verdadeiro, atinge a raiz da iniquidade e livra o nosso coração do pecado. Esse povo não tinha experimentado isso em essência. Como precisamos conhecer o caminho do arrependimento, do quebrantamento. Porque o arrependimento é a mudança da mente, enquanto a regeneração é a mudança do homem. Nós temos que experimentar isso em nossa vida cristã. O irmão Moody diz que o arrependimento é a lágrima nos olhos da fé. Eu e você precisamos entender isso, pois é justamente aqui, nesse ponto, que temos que parar, refletir. Esse povo não arrependia. Deus tratava, disciplinava, não com o propósito de reprová-los, mas com o propósito de ganhá-los.
Estudando todo o capítulo 14 de Números, começamos com a 15ª estação, Ritma. Em Ritma, vemos que eles recusaram entrar na terra. Logo em seguida, temos Rimom-Perez, onde tentaram ir pelas próprias forças, mesmo tendo Moisés dito que não fossem, pois Deus não iria com eles. Depois temos outra estação, Libna, no capítulo 15 de Números. Nesse capítulo nós vamos ver que Deus coloca diante deles o meio pelo qual pudessem entrar – somente através do sacrifício. No Novo Testamento, na linguagem do Novo Testamento, isso nos revela a cruz de Cristo. Por nós mesmos, pela nossa própria força, nós não vamos entrar. Aqui está o recomeço.
Se fizermos uma trajetória dessas estações, iremos descobrir que Queelata é a primeira estação quando Deus manda que retornem, para poder tratar com eles. E qual é o primeiro sinal que eles dão diante de Deus em relação à Palavra de Deus, ao caminho que Deus coloca diante deles? Rebelião! O que caracteriza um coração que nunca se arrependeu. Nós temos que olhar para isso porque é muito sério. Eles deveriam ter se arrependido, porque o arrependimento é uma transformação completa do coração natural do homem com respeito ao pecado. Aqui se vê o orgulho. Nosso orgulho sente desgosto por nossas falhas e muitas vezes confundimos esse desgosto com o verdadeiro arrependimento. E é nisso que o coração fracassa. O irmão Jhon Owen, que foi um grande puritano do passado, disse: “O pecado deve ser ocasião para a grande tristeza, quando não há tristeza em pecar”. O cristão que parou de arrepender-se, parou de crescer. Nós não podemos esquecer que o arrependimento é o único caminho pelo qual o Evangelho é recebido. É aqui que o Evangelho entra. Nós temos que entender a grande conexão entre arrependimento e santidade. Deus poderia muito bem, através desse caminho de arrependimento, conduzi-los de volta para Canaã. Mas o que eles preferiram? Ao invés de se arrependerem e reconhecerem que ali Deus estava tratando com eles, preferiram se revoltar contra Deus. Nós sabemos qual é o final dessa história; podemos olhar para tudo isso e aprender estas lições em cada uma destas estações, porque o Espírito Santo colocou isso para nós. Deus colocou para eles, lá no capítulo 15 de Números, o meio para eles poderem entrar na terra de Canaã, mas eles não quiseram. Quando vão para a primeira estação, após esse tratamento disciplinar de Deus, eles demonstram o quê? Rebelião.
O arrependimento é o abandono do pecado, devido à convicção de que o pecado ofende a Deus. Então veremos aqui que o arrependimento não é uma idéia, é uma ação. Na verdade, nunca se arrepender do pecado é àquele cujo coração ainda não se voltou contra todo pecado, em toda a sua essência, em toda a sua força. Por isso que o arrependimento tem que começar na humilhação do coração. Nós temos que ver assim, porque é assim que a Palavra de Deus nos diz. E esse é o caminho pelo qual Deus deseja nos conduzir. Nós precisamos compreender que o verdadeiro arrependimento consiste em ter o coração quebrantado, por causa do pecado, e também o desejo incessante de romper com o pecado. E não querer persistir nele, que é o que nós vemos aqui entre Corá, Datã e Abirão. Eles não se arrependeram! Vejam quantos pecados foram cometidos. Pecados que ofendiam a glória de Deus, a autoridade de Deus, a santidade de Deus. Se pegarmos todos os pecados que eles cometeram desde que saíram do Egito, veremos que sempre o pecado deles afrontava a glória de Deus, a santidade de Deus, o poder de Deus. Isso é muito sério! E eles nunca se arrependeram disso. Nós temos que entender que a fé que recebe a Cristo precisa ser acompanhada com o arrependimento que rejeita o pecado. A ideia de que Deus perdoará o rebelde que não desistiu de sua rebelião é contrária tanto a Escritura como ao bom senso. Deus trata duramente contra a rebelião. A Bíblia chega a dizer que a rebelião é como o pecado de feitiçaria.
Então irmãos, que nós venhamos olhar para tudo isso e refletir sobre nós mesmos. Como nós precisamos aprender o verdadeiro caminho do arrependimento, para que Deus possa nos levar por Seu caminho, Sua vontade, Sua verdade, para nos livrar das consequências dos nossos próprios pecados. Porque na história de Corá, Datã e Abirão nós podemos ver a nossa própria vida diante de Deus e diante do nosso próprio coração. Como nós precisamos que o sangue de Cristo Jesus nos limpe da corrupção do pecado, do poder do pecado e da culpa do pecado. Nós não podemos permanecer ignorantes quanto a tudo isso. Não temos o direito de ser ignorantes concernente a este assunto. Vejam que por falta de arrependimento, em cada oportunidade em que Deus tratou com o pecado, com as práticas pecaminosas deste povo, ele deu para eles oportunidades para o arrependimento. Mas aqui nós vemos três homens de projeção proeminente entre o povo, com o encargo da Obra, se levantarem e manifestarem um coração cheio de pretensões perversas e creio que tudo isso sintetiza numa única palavra: "arrependimento”. Isto é, nunca houve arrependimento nesses corações. Eles nunca se quebrantaram diante de Deus em cada situação onde Deus permitiu que eles passassem, onde Deus permitiu que eles até mesmo pecassem e, mesmo assim, nunca demonstraram arrependimento diante de Deus. Aqui nós vemos uma afronta direta a Deus. No estudo sobre este assunto e esta estação nós ainda veremos o duro juízo de Deus contra o pecado de rebelião, contra esta rebelião que tem como propósito afrontar a autoridade de Deus. Isso é muito sério!!!!!
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