sábado, 9 de novembro de 2013

1ªEstação – Ramessés- Parte 05



As 42 Jornadas no deserto
TEXTO: Nm 33: 1-4


Muito bem irmãos e irmãs, quando consideramos os doze primeiros capítulos do livro de Êxodo, nós nos deparamos com a primeira estação que é Ramessés. Aqui nós vemos uma situação de escravidão.
Lá você vê a história das crianças hebréias, estavam todas, especialmente os meninos decretados à morte. Se nascesse um menino, ele teria que ser jogado aos crocodilos, porque esses eram animais adorados pelos egípcios, lá no Nilo. Ali foi quando aquelas parteiras viram aquele menino bonito e o protegeram. E levou ao Faraó sua mãe e ele queria matá-la. O Senhor guardou aquele menino através da sua mãe e depois através da própria filha de Faraó. Aqui vemos como Deus começa a preparar Moisés dentro da corte de Faraó. Com as estratégias militares com que treinavam o seu grande exército, o seu capitão, os seus generais, lá no Sinai. Os grandes herdeiros e os grandes príncipes egípcios eram militares, eles tinham que treinar nesta parte do exército. De um lado do deserto do Sinai se treinava os príncipes, os militares do Egito, mas da outra parte do Sinai eram os Midianitas que treinavam ali. E justamente Deus manteve Moisés durante quarenta anos de um lado do Sinai. Aqui ele pode ser treinado para o trono do Egito, para ser “Faraó Moisés I”.
Lá no Egito, no Templo do Sol, foi onde ele aprendeu toda a Ciência do Egito. É incrível quando você estuda e vê que de um lado do Monte Sinai Deus preparou Moisés durante quarenta anos. Como também os levou para as terras de Midiã e também o trinou ali para que ele pudesse ser preparado para levar o povo para a terra de Canaã. Deus preparou Moisés de um lado do Sinai 40 anos e do outro lado do Sinai mais 40 anos. E ele cresceu e aprendeu toda a sabedoria do Egito, conhecia a maneira do governo de Faraó, conhecia o estilo militar, porque os príncipes tinham que ser treinados.
E logo que ele fugiu depois de haver matado o egípcio, o Senhor o levou para Midiã, que ficava justamente do outro lado da península do Monte Sinai, ali onde estava Edon e Midiã. Foi ali que ele conheceu Jetro, que depois se tornou o seu sogro, que era Sacerdote de Midiã.
Se você estudar a Bíblia você vai ver que os Midianitas procediam de Abraão. De maneira que Moisés herdou a tradição dos Midianitas, como também a tradição egípcia. E ele esteve ali, agora nas terras de Midiã pastoreando o gado, as ovelhas de seu sogro Jetro. Ele foi treinado 40 anos, pastoreando ovelhas. Deus fez coisas tremendas na vida de Moisés pastoreando ovelhas. Aqui nós temos a Faculdade de Deus onde ele prepara aqueles que ele chama para a sua obra.
Então nós vemos que depois aparece Deus e diz para Moisés que viu a opressão do seu Povo e que ele havia vindo para livrá-los. Aí Deus envia Moisés, mas Moisés não quer ir. Ele dizia que era pesado em língua. Antes, naqueles 40 anos no Egito, onde ele aprendeu toda a Ciência, nós vemos um Moisés voluntarioso, mas depois deste treinamento, agora que ele passara nas terras de Midiã, nós vemos o Senhor motivando ele, levando-o a compreender o seu Plano e a se submeter à sua agradável vontade. Depois nós vemos que ele se apresentou perante Faraó, com aquelas pragas. Aquelas pragas eram contra todos os deuses do Egito. Então o Senhor, ao enviar as pragas, Ele estava decretando, declarando para o próprio Faraó como também para todos os egípcios, que tudo aquilo era contra os seus deuses. Eles criam nas rãs, então Deus enviou rãs para eles. Ele ia mostrando o verdadeiro caráter dos seus deuses e fazendo juízo contra esses deuses. Faraó era para os egípcios também um deus e ao mesmo tempo nós vemos que o herdeiro de Faraó era visto também como um deus. Era normal que Faraó pusesse o filho à frente nos procedimentos e que fosse cedendo pouco a pouco o governo, até que por fim, o seu primogênito assumia o governo. Ele era adorado como deus, era tido como o filho do Sol. E isso é o que significa a palavra Ramessés. Então, meus irmãos e irmãs, o Senhor trouxe juízo através das palavras de Moisés.
Então nós vemos que o Egito é uma condição de escravidão terrível e a nossa vida pessoal e espiritual precisa ser libertada do mundo. É desse estado de caos, de idolatria, de pecado, de perversidade, de sutileza maligna é que o Senhor deseja nos libertar. Sair do Egito significa uma libertação completa.
A Palavra do Senhor, em Efésios, capítulo 2, versículo 3 diz que “nós éramos filhos da ira”. Uma coisa adquirida por natureza é mais grave do que uma coisa adquirida por casualidade. Alguém pode dizer até que não é tão pecador assim, alguém pode dizer que não se acha tão pecador assim. Irmãos e irmãs, nós precisamos ver o quanto estas questões acerca do pecado, do mundo em nós são coisas graves e sérias. Veja que em Mateus, capítulo 26, versículos 33 e 34, nós vemos Pedro respondendo ao Senhor Jesus assim:  

33 - Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim.
34 - Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.

Pedro não sabia o que era ser escravo de uma condição pecaminosa. O pecado é algo muito grave. É isso que representa a nossa vida em Ramessés, essa escravidão não somente no que fazemos, mas também naquilo que somos. Tão logo você decide seguir o Senhor, à medida que você for seguindo mais e mais, você vai perceber o quanto estava enganado quanto a você mesmo. Você vai ver o quanto é profundo e foi profundo na sua natureza a questão do pecado.
O problema do homem não é que de vez em quando ele comete pecado, faz coisas erradas, coisas más, mas o fato de que é mal todo o seu ser por natureza. O Senhor Jesus disse “como vós podeis fazer coisas boas sendo maus?”. O problema é que nascemos mal, em uma condição de maldade. O mal não está somente fora de nós, como disse João Jacó Russet “que o homem nasce bom e sociedade corrompe”. O estranho é como se corrompeu a sociedade com gente tão boa. Olhem, irmão e irmãs, o homem não nasce bom, o homem nasce mal. É por isso que a nossa sociedade, a sociedade humana é má, é injusta. Às vezes a constituição é bonita, mas cumpri-la é o que não fica bem.
Quem então está escravo em Ramessés? O que é sair de Ramessés? Irmãos e irmãs temos que entender primeiro o que Ramessés significa para nós. Saber que Ramessés fala desta escravidão, do pecado, da culpa, da escravidão do mundo, temos que entender tudo isso. Nós temos que olhar para tudo isso. Se nós não entendemos o que é estar escravo em Ramessés não saberemos o que significa sair de Ramessés. Temos que compreender a libertação que o Senhor operou em nós. O Senhor não só quer perdoar o que fizemos como também o Senhor quer livrar-nos daquilo que somos e nos fazer novas criaturas, porque a velha criatura não pode mais reinar em nós. Não podemos continuar a viver a vida cristã na esfera do velho Adão. O velho homem que temos em nós, na nossa constituição carnal, tem que ser crucificado. É a carne, e a carne não pode reinar em nós. Não podemos viver a vida cristã na esfera da carne.
Alguns pensam que tem que educar um pouco o seu homem natural. Irmãos e irmãs, nós não podemos fazer isso, é mentira do diabo, nós temos que nascer de novo, nós temos que morrer com Cristo, nós temos que ser restituídos com Ele na sua morte, na sua crucificação, na sua ressurreição e na sua ascensão.
A Bíblia diz “que pela desobediência de um, muitos foram feitos pecadores”. Nós fomos constituídos pecadores com Adão, somos pecadores por constituição, mas pela obediência de Cristo Deus nos fez novas criaturas.
O que nos faz justos é receber pela fé a Cristo, se alimentar do cordeiro, se alimentar Dele. Ele mesmo dissera lá em João no capítulo 6, versículo 57, “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá”.
Meus irmãos e irmãs, que nós venhamos compreender isso claramente. Precisamos compreender que essa é a obra de Cristo em nós. Sempre teremos que continuar lutando para que Cristo prevaleça em nós até que nós venhamos ser libertos, não só do que fizemos, mas também do que somos. Como também do sistema do mundo e não só do sistema visível, mas também do invisível, de todas essas coisas nós temos que ser libertos. Devemos ser libertos da culpa do pecado, precisamos ser libertos também do pecado.
Lá em Romanos nos fala da lei do pecado e da carne em nossos membros. Que quer dizer que nossos membros estão programados debaixo de uma lei, da natureza pecaminosa, para pecar e para morrer. Veja que Romanos capítulo 7 nos diz isso com muita clareza: “porque sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado”. É isso que diz amar a Deus sobre todas as coisas, é algo espiritual, mas Paulo diz: “mas eu”. Esse que é o problema: o “eu”. A lei é muito boa. A constituição pode ser magnífica, mas “eu”. Esse é que é o problema, é que “eu” sou pecador. Eu sou carnal, como diz Paulo, vendido ao pecado. Veja o versículo 15, do capítulo 7 de Romanos: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto”. Paulo diz que é o pecado que reside em nós, aqui pecado, no singular, é que nos faz pecar.
Você entende isso! Graças a Deus pela sinceridade de Paulo aqui, veja que Paulo sempre fala na primeira pessoa. Mas isto está relacionado a nós.
Aqui irmãos e irmãs, é que começa a se abrir diante de nós a pura verdade acerca de nossa libertação. Nós fomos libertos na morte de Cristo. O versículo 5, do capítulo 6 de Romanos diz que “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição”. Mas não somente fomos unidos com Ele, sabe o que aconteceu conosco também? A Bíblia diz que nós, eu e você, fomos sepultados com Ele. Olhe o versículo 4 de romanos 6.
Romanos capítulo 6, versículo 6, diz “que já fomos crucificados com Ele”. Se nós fomos crucificados com Ele, mortos com Ele, sepultados com Ele, ressuscitados com Ele, então nossa vida é numa esfera de completa oposição a realidade da vida do mundo. É isso que se requer de nós, essa tem que ser nossa vida, esse é o nosso viver, essa é a nossa libertação. Em Cristo nós fomos libertos.
Por isso quando você estuda os escritos de Paulo, pode ver que ele usa uma frase profunda, uma frese extremamente significativa na nossa experiência. A frase é “em Cristo”. Veja que no capítulo 7 de Romanos ele diz: “eu mesmo”. Ele sempre falou na primeira pessoa. Agora veja que Paulo aprofunda um pouco e revela para nós a completa libertação e essa libertação é mediante a crucificação, a morte, o sepultamento e a ascensão do Senhor Jesus. Esta é a nossa libertação. Aqui está o segredo da nossa vida liberta de Ramessés, liberta do mundo, liberta do pecado, liberta da culpa, liberta dos pecados. É nesta vida e por esta vida que nós temos que viver, devemos viver porque esta vida não é a nossa própria vida liberta. É muito mais do que isso, é vida de Cristo infundida dentro de nossa vida sendo nossa vida. Cristo é nossa vida, nosso viver é Ele. Ele agora está mesclado no nosso ser. Essa é a libertação verdadeira. É sobre isso que quero compartilhar um pouco com vocês, para que nós venhamos compreender a profundidade do significado do pecado, do poder do mundo, do poder da culpa.

Que Deus poderosamente fale ao seu coração.

Por: Luiz Fontes

sábado, 5 de outubro de 2013

As 42 Jornadas no Deserto Introdução - Parte 04









 Texto: Nm 33: 1-49

O Livro de Números é o quarto livro da Bíblia. Seu título provém da Vulgata que é uma tradução latina da Bíblia feita por Jerônimo que viveu entre os anos 340 a 420 d.C..  A Vulgata foi declarada a versão oficial do Catolicismo no Concílio de Trento. O título Vulgata em latim é Numere que por sua vez é uma tradução do título da Septuaginta Aritmoi. O Livro é assim designado porque nele há referência de dois recenseamentos do povo judeu.  O primeiro nos capítulos de um a três, e o segundo no capítulo vinte e seis.
Se você deseja compreender toda essa jornada de 40 anos pelo deserto, onde o povo de Israel peregrinou, é necessário que leia todo o capítulo 33 do Livro de Números. À primeira vista parece um pouco estranho para os que não estão acostumados a estudar a Bíblia de um modo sistemático, mas quero que prestem atenção em cada detalhe, pois tudo nesse capítulo foi inspirado pelo Espírito Santo de Deus. E cada assunto foi escrito para nos admoestar; para que nós tenhamos uma compreensão da jornada espiritual do povo de Israel e também da nossa jornada hoje, nesse mundo, até a consumação do plano de Deus em nós.
Todas essas jornadas significam diversas experiências que são indicadas pelos nomes dos respectivos acontecimentos. No total, foram 42 estações. Partiram, acamparam, partiram e acamparam. E assim sucessivamente, até completarem a última jornada, até entraram na terra de Canaã.
Vejamos o que o versículo 1 de Números 33 diz: “São estas as caminhadas dos filhos de Israel...” A palavra hebraica para caminhada é Maca que significa Jornadas. Outro detalhe que devemos notar nesse texto é que esta palavra está no plural (jornadas). Na Revista Corrigida, lemos: Jornadas. Deus usa o plural porque ao andar uma jornada estamos em processo, isto é, caminhamos de processo em processo. Chegamos a um determinado ponto, em outra situação, então avançamos mais um pouco, mas ainda não é o final.
Irmãos e irmãs! É assim, a vida cristã! É dessa maneira que estamos caminhando! É dessa maneira que Deus está nos conduzindo! Isso nos diz que cada jornada é uma saída de algo e uma entrada em uma nova etapa. Algo velho tem que ser deixado para trás e algo novo deve acontecer, deve vir. Ramissés era uma das cidades onde o povo de Israel estava escravizado, fazendo e carregando tijolos, oprimido por Faraó. E assim começaram as jornadas.
Desde a escravidão, aquelas pessoas passaram a prosseguir por etapas em direção à terra prometida, à bênção de Deus. Vejamos que durante essas 42 jornadas, sempre estavam mudando de acampamento. Qual o significado das mudanças de acampamento? Ora, se estudarmos essas 42 jornadas, veremos que aquele povo estava sempre levantando acampamento e mudando para outra estação, para outro lugar.
O objetivo de Deus é sempre nos levar à maturidade, que é um ponto especial no processo da nossa edificação. Na vida espiritual existe uma sucessão de experiências, uma mudança de circunstâncias, as quais se manifestam como jornadas, e estas são segundo as maturidades. À medida que amadurecemos, Deus nos leva a outra experiência. Quando já se tem aprendido algo, é necessário avançar, prosseguir. Por isso se fala no Pentateuco em mudar o acampamento de tempos em tempos. Quando o nosso Bendito Pai Celeste julga que uma lição já foi aprendida - se Ele ver que é a época para começar e aprender outra lição - com certeza Ele vai nos levar a uma nova experiência. Essas são as mudanças de acampamento em nossas vidas. Precisamos entender isto!
Há um texto que já foi citado, de Provérbios 4.18, onde diz que “... a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Avança-se um pouco, prossegue-se um pouco mais na vida cristã. Não podemos permanecer sempre na mesma dimensão. Oséias no capítulo 7, versículo 8 nos diz que “Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado”. Ou seja, de um lado ele está bem cozido, mas do outro ele está cru. Às vezes passamos anos na mesma experiência. Esse lado do pão já está cozido, mas há outro que ainda não está. Existem áreas em nossa vida que ainda não progrediram. Por isso precisamos perceber a necessidade de se virar o pão para que seja completamente assado; esteja completamente pronto, preparado, para que possa dar o verdadeiro sabor. É por isso que chega o ponto em que Deus decide virar o bolo, mudar a nossa vida para novas circunstâncias, ensinar-nos novas lições.
Jeremias, no capítulo 48, versículo 11, nos diz:“Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou.” Que texto incrível!
Irmãos e irmãs, olhem o quanto é significativo, esse texto!  Pessoas estão há muito tempo nas congregações, nos locais de reuniões da Igreja e continuam sendo crianças em Cristo. Não tem amadurecido! Por isso, Deus diz a Moabe que lhe enviará esvaziadores que romperão os seus odres e os esvaziarão. Somente assim poderá amadurecer! Somente assim eles poderão experimentar o verdadeiro mover de Deus. Somente assim, na verdade, Deus poderá se agradar de nós!
Os odres velhos não servem para o vinho novo. As velhas estruturas eclesiásticas, que têm amordaçado o Espírito Santo, não servem para agradar a Deus! Por isso o Senhor precisa romper os odres velhos para poder dar vinho novo ao seu povo e levá-los a experiências mais profundas. Talvez esta seja a hora para muitos de nós, cujos odres precisam romper. Precisamos mudar de acampamento. Sair das estações velhas e começar uma nova jornada, como um bolo virado, para não ficarmos crus nas muitas coisas que Deus ainda deseja alcançar em nós. Nosso Deus é o Deus das Jornadas! Ele faz assim com o Seu povo para levá-lo ao amadurecimento, para que ele possa verdadeiramente ter sabor, para que se exale o verdadeiro perfume de Cristo. Esse é o desejo de Deus para nós. Este é o desejo de Deus para a minha vida, para a sua vida.
Em Números, capítulo 4, versículo de 1-5, diz assim: “Disse o SENHOR a Moisés e a Arão: Levanta o censo dos filhos de Coate, do meio dos filhos de Levi, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais; da idade de trinta anos para cima até aos cinqüenta será todo aquele que entrar neste serviço, para exercer algum encargo na tenda da congregação. É este o serviço dos filhos de Coate na tenda da congregação, nas coisas santíssimas. Quando partir o arraial, Arão e seus filhos virão, e tirarão o véu de cobrir, e, com ele, cobrirão a arca do Testemunho;”
Irmãs e irmãs, prestem atenção! Aqui nesses textos parece haver uma ordem de prioridade na marcha, quando eles mudavam de acampamento. Vejam: “Quando partir o arraial, Arão e seus filhos virão, e tirarão o véu de cobrir, e, com ele, cobrirão a arca do Testemunho;”

Sabemos que nessas peregrinações o acampamento sempre estava de mudança, sempre eles estavam avançando. À medida que a nuvem guiava o acampamento, o Senhor começava a mover-Se em uma determinada direção. A palavra de Deus diz que quando a nuvem se levantava, o povo se levantava também.
Números, capítulo 9, versículo 15, diz: “No dia em que foi erigido o tabernáculo...”. Esta é uma expressão da Casa de Deus, o lugar da Habitação da Glória de Deus. O Corpo de Cristo. Esta é uma figura da Igreja. “... a nuvem o cobriu, a saber, a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã.” Aqui podemos contemplar o dia de Pentecostes. Aquela coluna de fogo se repartiu em línguas de fogo sobre o verdadeiro Tabernáculo que é a Igreja.
Números, capítulo 9, versículos 16 e 17, diz: “Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham em marcha; e, no lugar onde a nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam.”
Irmãos e irmãs! Deviam parar porque a nuvem guiava o povo por várias estações. Ficava um tempo em um lugar, enquanto estavam aprendendo uma determinada lição naquele lugar. E quando o Senhor julgava que era hora de dar um passo a diante, então, a nuvem os guiava a outra estação, a outro lugar. Então, por isso diz:

“Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham em marcha; e, no lugar onde a nuvem parava aí os filhos de Israel se acampavam. Segundo o mandado do SENHOR, os filhos de Israel partiam e, segundo o mandado do SENHOR, se acampavam; por todo o tempo em que a nuvem pairava sobre o Tabernáculo, permaneciam acampados. Quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o Tabernáculo, então, os filhos de Israel cumpriam a ordem do SENHOR e não partiam. Às vezes, a nuvem ficava poucos dias sobre o Tabernáculo; então, segundo o mandado do SENHOR, permaneciam e, segundo a ordem do SENHOR, partiam. Às vezes, a nuvem ficava desde a tarde até à manhã; quando, pela manhã, a nuvem se erguia, punham-se em marcha; quer de dia, quer de noite, erguendo-se a nuvem, partiam. Se a nuvem se detinha sobre o Tabernáculo por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os filhos de Israel permaneciam acampados e não se punham em marcha; mas, erguendo-se ela, partiam.” Nm 9.17-22
Esse é o caminhar do povo de Deus. Às vezes a nuvem se detinha por um período de tempo em uma estação, até que Deus julgava que o Seu povo já havia aprendido a lição. Quando o Senhor julgava que eles estavam amadurecidos, prontos, eles podiam partir, porque somente em Seu poder estão os tempos e a nossa maturidade. Quando Deus julga que é tempo de virar o bolo é porque já está assado de um lado e Ele tem que assar o outro, então a nuvem se levanta, se detém em outro lugar que Ele conhece. Nesse lugar começa um novo processo, porque o que estava cru em uma parte agora começa a assar. Às vezes tinham que partir de dia, às vezes de noite, às vezes no dia seguinte, às vezes era depois de um tempo, dois dias, um mês, um ano. Enquanto a nuvem se detinha no Tabernáculo sobre os filhos de Israel, eles continuavam acampados. Tinham que deixar o Senhor estar sobre essa situação, assim como a galinha fica sobre os seus pintinhos, e não se levanta antes do tempo, porque do contrário morrem os seus pintinhos que estão dentro dos seus ovinhos. E quem sabe quanto tempo tem que ficar ali sentada é a galinha. Quando chega a hora, os pintinhos começam a bicar e abrir os ovinhos e aí nascem os pintinhos. Só então a galinha se levanta e começa a andar com os seus pintinhos atrás dela. Assim, só o Senhor sabe quanto tempo deve estar sobre nós. Ele fez essa comparação.
Ele disse em Mateus 23.37: “... Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes...”
Oh, meus irmãos e irmãs! Quantas lições preciosas! Muitas vezes você encontra-se parado em uma estação onde o Senhor já partiu já se foi, e você ficou lá atrás. Quantas vezes o Senhor tem te levado a situações a fim de que você aprenda a lição e você não aprende! Será que nós não estamos perdidos com relação ao propósito de Deus? Será que nós não temos ficado muito para trás, dentro da direção de Deus na nossa vida? Será que nós não estamos vivendo uma vida cristã equivocada? Será que nós não estamos vivendo uma vida cristã sem direção? É por isso que muitos cristãos estão envolvidos com tanto ativismo, tantas coisas, que só tem servido como oportunidade para o diabo continuar a enganar-lhes numa roda de coisas e obsessões, de religiosidade. Nós precisamos entender a voz de Deus; precisamos compreender a maneira como Deus nos guia; precisamos compreender a maneira como o mover de Deus está sobre nossas vidas.
A minha oração é que Deus abra os seus olhos por meio da Sua Palavra. Que essa Palavra seja como um colírio para os seus olhos, trazendo a você discernimento espiritual, em relação a sua vida, em relação ao mover de Deus, em relação à vontade de Deus, ao plano de Deus.
Que Deus te abençoe.

Por: Luiz Fontes

As 42 Jornadas no Deserto Introdução - Parte 03




Texto: Nm 33: 1-49

Filipensses capítulo 1, versículo 6, diz: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”.
Graças ao Senhor por isso, porque Ele tem uma Palavra rica que se renova em nós a cada dia e a cada oportunidade em que podemos ouvi-Lo. Nós estamos estudados sobre alguns aspectos da vida cristã baseados na peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Uma das coisas que temos aprendido até aqui é que a vida cristã é vivida em estágios, é de estágio em estágio. Nós saímos de uma experiência e vamos para outra experiência.
2 Coríntios capítulo 3, versículo 18 diz assim: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Já vimos a primeira parte desta frase neste versículo “de glória”. Primeiro nós vimos a preposição “de”, “apo” na língua grega, que mostra a Salvação na esfera da eternidade. Agora nós estamos estudando a outra parte desta frase “em glória”, aqui a preposição é “eis”, até – a preposição aqui fala da conclusão. Enquanto que a preposição apo fala do ponto de partida, onde algo iniciou. Esta outra preposição fala da conclusão, fala durante o tempo em que Deus está trabalhando em nós. A vida cristã é assim! Eu e você temos que ter certeza que a vida cristã é assim.
Nesse texto de Filipensses capítulo 1, versículo 6, quero que você note algumas coisas preciosas. Veja que Paulo disse assim: “Estou plenamente certo “de que” “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”. Observe esses dois “quês”.

Primeiro – ele diz: “certo de que”. Vejam que o primeiro “que” é um pronome; no grego é “touto”. Agora ele diz: “que começou”, então ele diz “estou plenamente certo de que”, aqui nós temos o primeiro “que”.

Segundo – ele diz: “aquele que”. Esse “que” é uma conjunção; no grego é “hoti” que quer dizer “desde que”. Agora quero que prossiga no que Paulo diz: “começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”. A palavra “completá-la” no grego é “epiteleo” que significa “concluir”. Isso indica que desde que Cristo começou trabalhar Sua Vida em nós, Ele não vai parar no meio do caminho, Ele vai concluir.

Hebreus, capítulo 2, versículo 10, diz: “Porque convinha (isto é, era necessário, já havia sido planejado, por que Deus quis) que aquele, por cuja causa (Cristo) e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles”. Deus está fazendo isto por meio de Cristo, através do Seu Espírito.
Há outro texto que eu quero que você atente. Está em Efésios, capítulo 1, versículo 11: “nele, (isto é, em Cristo) digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz (olhe esta frase) todas as coisas conforme o conselho da sua vontade”. Esta expressão “faz” nos diz que Deus não é somente responsável pela iniciação do propósito, mas igualmente responsável pela execução.
              Em Filipensses capítulo 2, versículos 12 e 13, Paulo diz: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” Note aqui o vocábulo “querer” no grego é “velo” que significa “ter em mente, estar determinado, propor-se”. Deus propôs! Paulo está dizendo que aquilo que Deus propôs em si mesmo ele vai realizar.
               Nós temos que entender que nesta Jornada Espiritual Deus está trabalhando em nós. Que as nossas experiências cristãs, o que nós temos hoje e o que teremos amanhã, esses estágios que nós passamos na vida cristã é o trabalhar de Deus, é um operar de Deus. Nós temos que ter certeza que Deus está trabalhando em nós tendo em vista a consumação do Seu plano nas nossas vidas. A consumação do plano de Deus visa a mim e a você. Irmãos e irmãs, nós temos que crer nisso! Veja o que Paulo diz: “naquele que faz”; faz todas as coisas conforme determinou fazê-las no conselho da Sua vontade.
Quando estudamos o Novo Testamento, temos uma visão desta trajetória, desse trabalhar de Deus, da cruz até a Nova Jerusalém. Aqui somos conduzidos ao livro de Apocalipse. Quando estudamos o livro de Apocalipse, vemos que este é um livro de profecia. Encontramos as profecias de Deus para o Seu povo. Esse tem que ser um livro amado pela igreja e não desprezado.

 Veja que Apocalipse capitulo 1, versículo 3, diz assim: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo”.

Em Apocalipse capitulo 22, versículo 7, diz: “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”.

 Irmãos e irmãs, este livro de Apocalipse é tão rico. Somos exortados a ouvir, a ler, a guardar as palavras do Senhor no livro de Apocalipse. Uma coisa que todos os que estudam este livro com muita dedicação a de descobrir: que os verbos, os predicados, na sua grande maioria, estão no tempo passado. Isto indica que todos os acontecimentos já ocorreram. Estudando o livro de Apocalipse descobriremos que ele está revelando aquilo que já aconteceu na mente de Deus; isto é, dentro de Deus tudo já está consumado. De acordo com o propósito de Deus, na sua eternidade, tudo está terminado, tudo está acabado, está consumado, mesmo que aos nossos olhos todas estas coisas estejam acontecendo, aos olhos de Deus tudo já ocorreu.

Vamos olhar duas coisas, apenas duas coisas que já ocorreram no livro de Apocalipse:

Primeiro – Satanás, o inimigo de Deus, segundo o livro de Apocalipse, ele foi julgado, foi condenado. Olhe o capítulo 20, versículo 10, onde diz assim: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”. Veja isso, que coisa mais impressionante! Segundo o livro de Apocalipse, Satanás já está condenado, já foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre. É isso que nós vemos. Agora hoje, nós olhamos e vemos que ele tem um governo, tem um reino neste mundo, um reino de principados e potestades. Mas nós podemos levantar a Palavra de Deus e proclamar que segundo o seu propósito, “o propósito eterno de Deus, segundo a profecia de Apocalipse, Satanás já está julgado, condenado e lançado para dentro do lago de fogo e enxofre.
 Segundo - Podemos ver que há algo muito impressionante quanto a nós no livro de Apocalipse, que segundo a profecia deste livro já está consumada - é que o testemunho de Jesus é a sua Igreja. Nos capítulos 21 e 22 podemos ver a Nova Jerusalém. João viu que esta cidade é a composição máxima dos filhos de Deus. A Nova Jerusalém é o testemunho do Senhor Jesus. Nesta cidade está o cumprimento do eterno propósito de Deus em Seu Filho, para a Sua eterna Glória. Nós precisamos nos dar conta disso!
Se nós estudarmos o capítulo 21 de Apocalipse, veremos claramente que a Nova Jerusalém descerá como Noiva para Cristo. Indicando que a Nova Jerusalém não é uma cidade no aspecto físico, ela nos fala de uma ordem corporativa. Há duas coisas que nós temos que ver aqui: quando lemos este capítulo, vemos que para Cristo, a Nova Jerusalém será a Noiva para a Sua satisfação, mas para Deus, será o Tabernáculo para Sua habitação, onde Deus o nosso bendito Pai Celeste expressará a si mesmo. Então o que é a Nova Jerusalém? É a consumação, é a completação máxima da Obra da edificação de Deus no decorrer dos séculos. É a composição de todos os santos redimidos em Cristo Jesus.
Estudando Apocalipse capítulo 21, veremos as medidas da Nova Jerusalém, e perceberemos algo muito especial. E é interessante, amados irmãos e irmãs, vermos que existem dois temas fundamentais para a compreensão do propósito eterno de Deus. O primeiro tema que vemos é a criação de Deus. E o segundo é a edificação de Deus. Uma coisa muito importante que temos que entender é que na criação os materiais usados para a edificação de Deus foram produzidos. Quando lemos os capítulos 1 e 2, de Gênesis, veremos a criação de Deus. E do capítulo 3, de Gênesis até o capítulo 22 de Apocalipse, nós temos a edificação de Deus. Em Gênesis 2, temos o jardim, mas em Apocalipse 21, temos uma cidade. O jardim foi algo que Deus criou naturalmente, mas a cidade, a Nova Jerusalém, foi edificada. Veja que no Novo Testamento há uma progressão espiritual. E esta progressão espiritual está de acordo com o propósito eterno de Deus. Primeiro temos o Corpo de Cristo, depois a Noiva de Cristo e por fim a Esposa do Cordeiro, a Nova Jerusalém. É isso que nós vemos! É isso que Deus está falando! Aqui nós temos a Esposa, e a Esposa é para satisfação de Deus em amor.
Portanto amados irmãos e irmãs, nós temos que ver tudo isso a luz do grande Supremo propósito de Deus. Que nesta jornada espiritual Deus está nos edificando para isso. Deus está se revelando em nós tendo em vista isso. Deus está trabalhando em cada um de nós porque Ele tem este alvo, este foco; e aquilo que Ele determinou fazer, Ele cumprirá. Não há nada e ninguém que poderá impedir Deus de alcançar Seu propósito em nós. Não há nada que poderá impedir Seu trabalhar. Então escute! A nossa vida cristã é vivida de estágios em estágios.
Que Deus possa nos mostrar isso e abençoar o nosso coração, a nossa vida através da Sua Santa Palavra.

Por: Luiz Fontes