segunda-feira, 12 de outubro de 2020

1ª Estação - Ramessés - Parte 04

 

As 42 Jornadas no deserto


1ª Estação - Ramessés - Parte 04

TEXTO: Nm 33: 1-4

 

              No estudo passado, estive compartilhando ainda acerca de Ramessés. Precisamos prestar muita atenção aqui, porque nós, agora, temos que entender como o mundo, de uma forma sutil, de uma forma perversa, muitas e muitas vezes, tem nos seduzido. Quero ler uma passagem que, ontem, foi a nossa passagem texto, onde podemos nos deter um pouco e compartilhar algumas verdades, verdades estas que nos levam para dentro de Ramessés.

              Se você quer estudar sobre Ramessés, tem que estudar os capítulos 1 ao 12, do livro de Êxodo. Então verá que ali o povo de Israel estava debaixo do jugo de escravidão no Egito. Eles estavam construindo as cidades de Ramessés e Piton. A palavra “Piton”, fala de serpente, significa serpente. Ali eles estavam trabalhando para um império perverso. O mundo fala de tudo isso, o mundo fala da nossa escravidão, a escravidão da culpa, do pecado, dos pecados, a escravidão da lei da carne, e de todas essas coisas Cristo nos libertou. E é sobre isso que nós temos que dar a devida atenção, é aqui que temos que ser tão cuidadosos, para não entender a nossa libertação apenas do pecado, dos pecados, da culpa, da lei do pecado, mas a nossa libertação das sutilezas de Satanás em relação ao mundo. Apocalipse capítulo 9, versículos do 1 ao 4, João diz assim:

 

1- O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.

2 - Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.

3 - Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,

4 - e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte”.

 

Veja que em Apocalipse, capítulo 7, versículos do 1 ao 4, nós temos a “marca do povo de Deus”, como também no capítulo 14. Mas, no capítulo 13 de Apocalipse, temos a “marca do povo do Anticristo, a marca do mundo”, daqueles que aceitam e aceitará o governo do mundo, o poder do anticristo sobre suas vidas. Em relação a este texto, temos uma linguagem figurativa usada por João. A estrela caída do céu refere-se a Satanás. O abismo é o lugar da sua administração, do seu depósito, do seu governo. Vemos aqui, meus irmão e irmãs, que em muitas coisas Satanás tem nos aprisionado. A Bíblia, a Palavra de Deus, tem nos alertado concernente ao Reino de Deus e ao Reino das Trevas. E nisto precisamos ser cuidadosos. Porque aqui, vemos que a Bíblia dá uma ênfase especial a esse estado de coisas, que muitas vezes tem se tornado anormal nas nossas vidas.

              Em Mateus, capítulo 6, versículo 25, o Senhor diz para não “andarmos ansiosos pela nossa vida”. Em Filipensses, capítulo 4, versículo 6, Paulo diz para “não andarmos ansiosos por coisa alguma”.Então nossa vida precisa ser de total confiança e entrega a Deus. Mesmo aqui neste mundo, mesmo aqui onde temos que vestir comer, beber, viver, mesmo em tudo isso. Precisamos viver uma vida tranqüila e temos visto em muitos aspectos como o inimigo tem nos enganado, no nosso próprio viver, nas coisas cotidianas, como ele tem nos enganado. Veja quanto ao assunto do casamento, como temos tido tantos problemas nesta área. Talvez nunca tivemos tantos problemas nesta área como temos tido hoje. Há uma grande confusão, pois, os jovens têm rompido com as velhas tradições. Os jovens precisam de uma direção nova, de conceitos novos para substituir os antigos. Não é isso que tem acontecido? Este fato não pode ser considerado normal, irmãos e irmãs, isso é sobrenatural. Porque aquilo que a Palavra de Deus sempre tem dito, aquilo que a Palavra de Deus é, os jovens não querem mais, eles têm buscado agora o quê? Novos conceitos para substituir aquilo que a Palavra de Deus sempre disse. Isto é sobrenatural, não é normal!

Casar-se e dar-se em casamento é algo totalmente sadio e normal em qualquer época, mas hoje vemos que um elemento novo tem sido inserido com relação aos jovens no casamento. Nós vemos que há muita libertinagem. Vemos que de uma forma perversa o inimigo tem confundido a mente dos nossos jovens, dos nossos filhos.

              Veja a questão do plantar, do construir, aquilo que a Bíblia diz: vender, comprar, todas essas coisas podem ser perfeitamente legítimas e benéficas. Mas o poder que hoje está por detrás destas coisas, dos homens, levando-os a estarem desnorteados, perdendo o equilíbrio. Vemos que há uma força maligna que move o sistema do mundo e tem precipitado o homem de uma forma a viver em extremos. Podemos ver dois extremos: O primeiro é a total incapacidade de vivermos somente com o que ganhamos, o outro, a incomum capacidade de acumular riquezas. Por um lado muitos cristãos se encontram em dificuldades financeiras sem precedentes, por outro, muitos encontram a capacidade de enriquecer também sem precedentes. Ambas as condições são anormais.

              Entre em qualquer casa nos dias de hoje, veja como as pessoas estão conversando, veja os finais de culto das reuniões da Igreja, veja o que tem ocupado o coração dos cristãos, tem permeado os seus pensamentos, observe no edifício onde você mora, na sua vizinhança. Veja com as pessoas estão sempre falando naquilo que compraram ou naquilo que querem comprar. Irmãos e irmãs, essas coisas tem governado os homens, as pessoas. Se você não tomar cuidado, você vai perceber como os cristãos, hoje, estão de uma forma escandalosa, de uma forma perversa, misturados com os sentimentos do mundo. Nós precisamos ser cuidadosos quanto a isso, porque talvez aqui seja o ponto onde Satanás tem enganado muitos de nossos irmãos. Temos que ter certeza que estamos vivendo no final dos tempos, em uma época que um poder especial foi liberado e está atingindo e dirigindo os homens, quer queiram quer não.

              Então o problema hoje não esta tanto na questão da pecaminosidade, mas no mundanismo. Quem ousaria dizer a você que você está agindo errado, quanto à maneira de você se vestir como a maneira que você procura se alimentar. Quem, hoje, estaria seguro em dizer para você que a maneira como você tem procurado edificar seu casamento está errada, que a maneira como você está procurado um casamento ou com tem visto seu casamento, está errado. Quem questionaria seu direito de adquirir um bem ou de vendê-lo. Tais coisas não são erradas em si mesmas, meus irmãos e irmãs reiteram, mais uma vez, tais coisas não são erradas em si mesmas. Errada é a força espiritual que está por trás de cada uma destas coisas. São as forças espirituais que têm nos pressionado de uma forma implacável, a ponto de tudo isso, em nós, tornar-se uma obsessão controladora. Por isso medite nessa verdade. Que nós venhamos a nos despertar para o fato de que a pesar de tais coisas serem tão simples e comuns, estão sendo usadas por Satanás para nos atrair para a grande rede de sua organização, do seu sistema mundano.

              Olhe Lucas, capítulo 21, versículo 34, que diz “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.” Note o termo grego aqui para a palavra “vida”. No novo testamento, em grego, há três palavras que são comumente usadas para “vida”. A primeira palavra é “zoe”, que fala da vida espiritual, a segunda é “psique”, que fala da vida psicológica, e a terceira é “bios”, que fala da vida biológica. Esta última é a palavra aqui usada, aparecendo na sua forma adjetiva “bióticos”, que é dar vida.

              O Senhor está nos alertando para que não sejamos pressionados, excessivamente, com os cuidados desta vida, que pertence ao dia presente, ao dia em que estamos vivendo. Esses dias de ansiedade concernentes aos assuntos do nosso dia a dia, como comer, vestir, comprar, vender, coisas que pertencem a nossa presente existência na terra, amados irmãos e irmãs, foi por causa de uma coisa simples que Adão e Eva caíram, e será por causa de assuntos simples que alguns cristãos estarão negligenciando a sua vocação celestial, a sua vida cristã, o seu amor a Deus. A questão será sempre onde temos colocado o nosso coração. Somos exortados a não sobrecarregarmos o nosso coração ou oprimido com essas coisas, pois, nós mesmos estaremos perdendo Deus, perdendo a nossa comunhão com Deus, a comunhão com a sua palavra, a sua direção, ou seja, não é para nós carregarmos um fardo referente a esses assuntos, porque é pesado demais para suportarmos. Devemos ter um verdadeiro sentimento de desapego a todas essas coisas, mesmo que sejam bens nossos, mas que são coisas que estão neste mundo. Seja o que for não podemos colocar nisto o nosso coração.

              Portanto, meus irmãos e irmãs têm que perceber que somos a IGREJA, a luz do mundo brilhando no meio das trevas. Veja que ouve uma época em que a Igreja do Senhor Jesus rejeitava os costumes do mundo, agora, ela não apenas faz uso deles, mas abusa deles. É claro que todos nós precisamos usar o mundo, pois precisamos dele, porém, que não o queiramos e nem o desejemos. Porque estamos no mundo, temos que comer, comprar, vender, de fato, com certeza, mas o Senhor Jesus diz assim, em Lucas, capítulo 31, versículo 36: “vigiai, pois, em todo o tempo,orando para que sejais ávidos por dignos de evitar todas estas coisas, que hão de acontecer e estar de pé diante do Filho do Homem”.

              Irmãos, Deus está exortando-nos a vigiar, a orar, porque precisamos saber que há uma força espiritual contra nós, precisamos estar prevenidos na oração e na vigilância, não podemos ser descuidados, devemos estar, constantemente, alertas para que, de fato, em espírito, estejamos desembaraçados dos elementos deste mundo. Precisamos ser cuidadosos! Há coisas neste mundo que são essenciais à nossa existência, preocupar com estas coisas é algo legítimo, mas estar subjugados, sobrecarregados  por causa destas coisas é ilegítimo. E estas coisas têm impedido que venhamos a desfrutar o melhor de Deus para nós.

              Que Deus, no poder do seu Espírito Santo, de uma forma tão poderosa e gloriosa, venha falar ao seu coração, venham te conduzir a entender todas estas verdades quanto a sua vida, vida aqui neste mundo.

Que você seja guardado na Palavra de Deus. Somente Deus, no poder do seu Espírito, através desta Palavra, poderá te guardar e te abençoar.

Por: Luiz Fontes

 

             

 

1ª Estação – Ramessés - Parte 03

 

As 42 Jornadas no deserto


1ª Estação – Ramessés - Parte 03

TEXTO: Nm 33:1-4

 

                       Bem, amados irmãos e irmãs, retornando ao estudo acerca das 42 jornadas do deserto, estamos na primeira estação, que é Ramessés. E temos estudado até aqui, a condição em Ramessés, que é uma condição de verdadeira escravidão. Aqui, podemos ver a questão das nossas transgressões, dos nossos pecados, o que temos feito de errado, a questão do poder do pecado e do mal dentro de nós. O pecado se refere à natureza pecaminosa, escrava, a natureza que herdamos de Adão.

                        Vemos que, com exceção ao Senhor Jesus, todos nós herdamos a natureza pecaminosa. O pecado é algo muito grave em nós. Quando você olha para a questão do pecado, dos pecados, do pecador, à luz da Bíblia, vemos que este assunto é muito sério. De maneira que a saída de Ramessés, não é só sair da culpa, mas também sair daquilo que somos. Quando estudamos sobre a libertação do povo de Israel, de Ramessés, do Egito, isto fala não somente quanto a nossa saída da culpa, do pecado, mas também, daquilo que nós somos. Devemos ser libertos do que fizemos ser liberto daquilo que somos. A raiz do pecado, dos pecados, dos pecadores, deu origem há um sistema, há uma civilização que se chama “Mundo”. E agora, com o estudo da Palavra de Deus, vemos que a intenção de Deus é livrar-nos deste poder mundano. A Bíblia não só nos fala de sermos libertos dos pecados, mas também, do pecado e do velho homem, da carne, de nós mesmos e também do mundo.

                         Mas, irmãos e irmãs, o que resulta é que o mundo, quer dizer, o sistema mundano, tem príncipes, ele tem potestades, principado. Isto significa que nós precisamos ser libertos deste principado, do príncipe deste mundo, das potestades. O Egito está representando o mundo espiritual, isto é, o Mundo no aspecto maligno. Esta é a sua expressão natural aqui na terra. Podemos ver que o Mundo, através de Ramessés, está expressando também o modo de vida do homem natural, do homem caído, do homem vendido ao poder do pecado. Vemos, pois, que Ramessés é realmente uma situação muito complexa. Quando você quer estudar Ramessés na Bíblia, você tem que estudar do capítulo 1 ao capítulo 12, do livro de Êxodo.                     

                         Sair de Ramessés não é uma coisa tão simples, por isso necessita que Deus venha intervir com a sua mão poderosa. Se nós devemos sair do mundo, temos que sair pelo poder de Deus, pelo poder de sua mão. Meus irmãos e irmãs, esta é uma obra do Senhor em nós, libertar-nos do poder do mundo, do poder da culpa, do poder do pecado, do poder dos pecados. É por isso, que temos que estar saindo, saindo, saindo. Nós temos que sair! É lógico que nesta progressão cristã saímos de uma situação e entramos noutra, mas, a primeira situação em que nós temos que sair, para avançar, é sair do mundo. É não permitir que o mundo, enquanto poder, nos governe, nos controle.

                        Quando olhamos nas Escrituras alguns textos, podemos ver alguns aspectos interessantes quanto a isso, especialmente no livro de Romanos. Ali em Romanos, encontramos o aspecto dos pecados, que são as transgressões que nós cometemos. E destas transgressões precisamos ser perdoados pelo Sangue, depois nós vemos a questão do pecado e depois vemos a questão da Lei do pecado em nossa carne. Então, quando você estuda a epístola aos Romanos, nos primeiros versículos da carta aos Romanos, Paulo mostra a condição caída do homem.

                        No capítulo 3, ele trata do assunto da nossa transgressão. Veja que no capítulo 4, versículo 7, da epístola aos Romanos, Paulo diz assim: “Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos”. No capítulo 4, Paulo segue falando no plural, “de iniqüidades, transgressões, de pecados”. A princípio, fala dos pecados, isto é, as coisas más que nós cometemos. Então qual é o remédio para nós sermos livres, perdoados dos pecados? Você olha lá para Ramessés. Volte lá para Êxodo, você vai ver que lá em Ramessés, o Senhor preparou para o seu povo a Páscoa, preparou o derramamento do sangue do cordeiro, para que o sangue do cordeiro livrasse o povo da condição do Egito. Mas, não só havia de ter o sangue, havia de se fazer algo mais, eles tinham que comer o cordeiro, isto é, havia de constituir-se com o Cordeiro ou com aquilo que era o Cordeiro. Esse não é somente um aspecto judicial, jurídico, objetivo, mas também, um aspecto orgânico, experimental, subjetivo.

                        Objetivamente, diante de Deus, nossos pecados foram apagados pelo Senhor Jesus lá na Cruz, seu Sangue nos limpa do poder do pecado em nossa consciência. Isso, Ele realizou lá na Cruz, mas agora, esse Cordeiro que derramou seu Sangue, deve ser também partilhado por nós. Irmãos e irmãs, todos nós vivíamos no mundo, um mundo onde nós estávamos completamente ocupados. Ali, como também em Ramessés, o povo do Egito ou o povo de Israel, no Egito, estavam lá fazendo tumbas, pirâmides. Aquelas pirâmides eram tumbas.

                        Olhe para o livro de Gênesis, veja que Gênesis começa assim: “No princípio criou Deus os céus e a terra”, aqui, temos uma passagem linda, preciosa, porque tudo que nós estudarmos na Palavra de Deus concernente ao caráter, propósito, e a mente de Deus, está neste versículo: “No princípio criou Deus os céus”. No princípio, Deus. Agora, veja como termina o livro de Gênesis, olhe o capítulo 50, versículos 25 e 26, dizem:

 

25 - José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos daqui. 

26 - Morreu José da idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram num caixão no Egito.

 

                        Então, como termina o livro de Gênesis? Termina com os ossos mumificados de José, em ataúde, no Egito. Tudo começa maravilhosamente bem no capítulo 1, de Gênesis, versículo 1. Mas, voltemos agora, como vai começar o livro de Êxodo? Gênesis terminou com a morte, com os ossos de José, mas ele havia dito para os seus irmãos que não deixassem seus ossos no ataúde, no Egito. Ele pediu para os seus irmãos que levassem seus ossos de volta e os enterrassem na terra de seus pais, sabe por quê?  Porque José aguardava a ressurreição.

                        O início de Gênesis é lindo, o final de Gênesis é terrível. Ali nós temos ossos, múmias, ataúdes. O Egito é uma condição que representa o que nós temos feito, o que nós somos, e pra que servimos neste mundo e a quem nos submetemos, aos principados e potestades das trevas. É disso que Deus deseja nos libertar, na Obra da Salvação, em Cristo.

                        A Palavra do Senhor fala de sair de Ramessés, através da Páscoa. E quando você estuda isso, vai ver que são várias etapas. Primeiro, teriam que colocar-se debaixo do Sangue, segundo, teriam que comer o cordeiro com ervas amargas, com pressa, não poderiam deixar nada para amanhã. E logo após a saída, tinham que se despojar do Egito. Eles tinham que sair caminhar, cruzar o Mar Vermelho. São muitas coisas que nós vamos estudar, paulatinamente. Primeiro, eles tinham que ser tratados pelo Sangue.

                        A condição da nossa carne, da nossa vida no mundo, é algo muito, mas muito, sério à luz da Palavra de Deus. Nós precisamos ver como a Igreja é um espinho na carne de Satanás, como a Igreja tem causado a Satanás um grande desconforto, como a Igreja tem reduzido a liberdade de Satanás, aqui neste mundo. Mesmo estando no mundo, a Igreja, não apenas, deve recusar-se a cooperar com o desenvolvimento da obra de Satanás, mas também, precisa insistir em proclamar o Juízo de Deus sobre as obras das trevas, sobre o próprio Satanás. Por isso que a nossa vida, em relação às coisas do mundo, deve ser vista à luz da Palavra de Deus. A nossa condição em Ramessés precisa ser uma situação clara para todos nós que estamos debaixo do Sangue de Cristo Jesus.

                        Aqui iniciamos a compreender a relação da Igreja com o mundo. Temos que saber disso, que a Igreja é uma constante fonte de irritação para o mundo, de confronto. A Igreja está aqui como luz. Então do mesmo modo, o mundo é uma fonte constante de aflição para a Igreja do Senhor Jesus. Veja que o mundo está sempre desenvolvendo a sua capacidade de perseguir, de afligir a Igreja do Senhor Jesus. E a Igreja sempre deverá caminhar em expansão, progredindo nas suas jornadas espirituais. A Igreja tem que confrontar-se com as forças do mundo, hoje. A Igreja tem sido perseguida durante toda sua história. Embora, hoje, vejamos que nossa situação em relação ao mundo, e as obras das trevas, são situações diferentes daquilo que encontramos nos primórdios da história da Igreja, quando os filhos de Deus, a Igreja do Senhor Jesus, enfrentara uma perseguição aberta, na forma de ataque físico, exterior a eles mesmos.

                        Você pode ver isto em Atos dos Apóstolos, capítulo 12, e em II Coríntios, capítulo 11. Eles estavam sempre se confrontando com coisas materiais, coisas tangíveis, mas hoje, irmãos e irmãs, o problema principal que encontramos no mundo, é mais sutil. Aquilo que Paulo diz em Efésios, capítulo 6, sobre “as astutas ciladas”, a palavra “cilada”, no grego, é “methodeia”, fala da maneira sutil como o inimigo trabalha, como o inimigo tem procurado nos atingir. Hoje o problema principal que encontramos no mundo é mais sutil, é uma força intangível por trás das coisas materiais, que não é santa, mas, espiritualmente, perversa e maligna.

                        O impacto desta força espiritual, hoje, é ainda maior do que nos primórdios da história da Igreja. E não apenas é maior, mas há também um elemento presente, agora, que nós não encontramos nas primeiras perseguições enfrentadas pela Igreja do Senhor Jesus. Olhe o capítulo 9, de Apocalipse, versículos do 1 ao 4, ali lemos sobre um acontecimento que para o Apóstolo João era algo que estava no futuro, quando ele diz:

 

1 - O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 

2 - Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. 

3 - Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra, 

4 - e foi-lhes dito que não causassem dano a erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte.

 

Vocês se lembram, no capítulo 7, e Apocalipse, versículos do 1 ao 4, como também lá, no capítulo 14, “nós temos a marca do povo de Deus”. No capítulo 13, de Apocalipse, nós temos a “marca do povo do Anticristo”, de uma geração que será marcada por ele, para ser dominada por ele, para ser dominada pelo seu comércio.

                        Irmãos e irmãs, aqui nós temos uma figura de linguagem, vemos que a estrela caída do céu, de uma forma clara, sabe que se refere a Satanás. E sabemos que o abismo sem fim é o seu domínio. É o lugar do seu governo, o lugar da sua administração. Podemos dizer, claramente, apesar de esta figura aparecer no final dos tempos, que está marcada por uma especial liberação dos seus poderes, de suas forças. E os homens vão se encontrar lutando contra um poder espiritual, contra o qual jamais tiveram que lutar antes.

                        Embora isso esteja de acordo com a realidade dos nossos dias, apesar de ser verdade que a violência e o pecado serão cada vez maiores ao final desta era, está evidente na Palavra de Deus que não será, especialmente, contra estas coisas que a Igreja terá que lutar. Mas, muito mais com apelo espiritual, com as coisas do nosso dia-a-dia.

 

                        Lucas, capítulo 17, versículos do 26 ao 30,  nosso Senhor diz assim:

 

26 - Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem.

27 - comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.

28 - O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;

29 - mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos.

30 -  Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar.

 

                        Nesta passagem, podemos ver pontos importantes. Todas estas coisas, não são em si mesmas pecaminosas, são, simplesmente, coisas que estão no mundo. Você já tinha prestado atenção a tudo isso, você já tinha se dado conta de tudo isso? A boa vida quanto aos nossos dias, como estas coisas têm sido importantes para cada um de nós. A comida, o vestuário, estas coisas têm se tornado a preocupação de todos nós, hoje. O que comeremos? O que temos que beber? O que temos que vestir? Para muitos, esses assuntos são os que dominam as suas conversas, governam suas vidas.

                        Mas irmãos e irmãs olhem para a Palavra de Deus. Essas questões não podem nos dominar. Porque é o poder que faz com que você considere tais assuntos, tão importantes na sua vida, de modo que você se torna inquieto no seu espírito, por causa disso. Toda a sua existência clama para que você esteja preso a tudo isso. As Escrituras nos alertam para o fato de que “o Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça”. Romanos, capítulo 14, versículo 17, a Palavra de Deus, exorta-nos a buscar primeiro “o Reino de Deus e a sua justiça”. A Palavra de Deus nos assegura que “todas estas coisas nos serão acrescentadas”, isso está em Mateus, capítulo 6, versículo 33. Veja que a Palavra de Deus nos exorta, ainda, a “não andarmos ansiosos”. Veja o que o Senhor Jesus disse sobre isso em Mateus, capítulo 6, versículo 25: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” Ainda olhem o que Paulo diz para os irmãos em Filipensses, capítulo 4, versículo 6: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.”

                        Irmãos, irmãs, se Deus cuida das flores do campo, dos pássaros, do ar, muito mais Ele cuidará de nós, que somos sua propriedade. Aqui está uma questão que merece uma ênfase especial. Esse estado de coisas, às vezes, tem sido anormal na nossa própria conduta, na nossa própria vida. Essa excessiva atenção que nós temos dado a nossa vida quer seja nos extremos da subsistência ou do luxo, que muitas vezes tem caracterizado a vida de muitos cristãos em nossos dias. Está muito longe de ser normal, é sobrenatural. Não estamos tratando apenas de comer e beber aqui, estamos lidando com operações dos demônios de uma forma sutil. Satanás concebeu e agora controla a ordem do mundo e está preparando tudo isso para usar o poder demoníaco sobre as coisas do mundo, a fim de nos atrair para o mundo. Os fatos atuais não podem ser explicados fora desse contexto.

                         Por isso, eu peço a Deus que de uma forma gloriosa Ele esteja falando ao seu coração, nesta hora. Que o seu coração se abra para a Palavra de Deus e venha ser ajudado por ela, para que você possa compreender que nesta primeira estação que estamos estudando, essa saída de Ramessés, seja a nossa libertação do poder do mundo.

 

Que Deus fale a você, que a Palavra Dele lhe alcance e lhe abençoe, mais uma vez. Amém