sábado, 30 de abril de 2011

IRMÃO DAVID WILKERSON ADORMECE EM CRISTO


Milhões de cristãos e amigos pelo mundo a fora lamentam a partida do Pastor David Wilkerson num trágico acidente de automóvel na quarta-feira passada, considerando-o um "homem de Deus", sempre fiel aos seus princípios. Além de fundador da organização de ajuda e recuperação de toxicómanos "Desafio Jovem", Wilkerson era também pastor senior da Times Square Church, no coração de Manhatan, Nova Iorque, que tivemos o privilégio de visitar por diversas vezes.
David Wilkerson era também um bom amigo e defensor de Israel, estando esta nação escolhida sempre no foco das orações da Times Square Church, na sua reunião semanal de oração, tal como tivemos o privilégio de assistir há alguns anos atrás.
No dia 27 passado, poucas horas antes do trágico acidente que levou Wilkerson a ser promovido à Glória e que deixou ainda sua esposa em estado grave - oremos por ela - o Pastor David Wilkerson tinha deixado no seu blog uma poderosa mensagem de ânimo e encorajamento que passo a transcrever:
"Acreditar quando todos os meios falham é extremamente agradável e aceitável para Deus. Jesus disse a Tomé: 'Creste porque viste, mas bem-aventurados os que crêm e que não viram' (João 20:29).
Bem-aventurados são os que crêm quando não há nenhuma evidência de uma resposta à oração - que confiam para além da esperança e quando todos os meios têm falhado.
Quando alguém chegou ao lugar do desespero - o fim da esperança - o fim de todos os meios. Um ente querido que está enfrentando a morte e os médicos não dão nenhuma esperança. Quando a morte parece inevitável. Quando a esperança partiu. Quando o milagre pelo qual se orou não acontece.
É então que as hordas satânicas vêm atacar a tua mente com o medo, a raiva e aquelas avassaladoras questões: 'Onde é que está agora o teu Deus? Oraste até não restarem mais lágrimas. Jejuaste. Permaneceste nas promessas. Confiaste'.
Pensamentos blasfemos serão injectados na tua mente: 'A oração falhou. A fé falhou. Não desistas de Deus - apenas não confies mais n'Ele. Não funciona!'
Até questionar a existência de Deus será injectado na tua mente. Estas são as estratégias de Satanás. Alguns dos homens e mulheres mais santos que já viveram estiveram debaixo de tais ataques demoníacos.
Àqueles que estão atravessando o vale da sombra da morte, escutai esta palavra: O choro permanecerá ao longo de algumas tenebrosas e terríveis noites - e nessa escuridão escutareis em breve o Pai a sussurrar: 'Eu estou contigo. Não te posso explicar agora os porquês, mas um dia tudo fará sentido. Verás que tudo isso fazia parte do meu plano. Não foi por acidente. Não foi por falha da tua parte. Mantém-te firme. Deixa-me que te abrace nesta hora de dor.'
Amados: Deus nunca falhou em agir na base da bondade e do amor. Quando todos os meios falham - o Seu amor prevalece. Agarra-te à tua fé. Mantém-te firme na Sua Palavra, Não há nenhuma outra esperança neste mundo."

Wilkerson era um sério amigo e apoiante de Israel. Numa entrevista a uma revista cristã em 2003, ele expressou esse apoio e o da Igreja que pastoreou nestas palavras extraídas da sua entrevista:

"...avisei o nosso presidente
(Bush) de que tudo gira à volta de Israel".
"Saddam (Hussein) planeou destruir Israel, com a ajuda de outras nações árabes. Saddam Hussein é uma pessoa teimosa, e estou grato que Deus deu ao nosso presidente esta forte convicção para salvar Israel."
"...é por isso que eu apelo aos cristãos...que orem contra o anti-semitismo que ainda existe na Igreja. Quando inicialmente estabeleci a Times Square Church, Deus avisou-me que devemos permanecer sempre fiéis a Israel. E assim tenho feito."
"Leio o Corão e estou certo que este livro é falso ensino. O Islão é uma religião de destruição. Acho tão estranho que haja pregadores do Evangelho que não compreendem que Deus não quebrou a Sua aliança com Israel. Deus deu a Terra a Israel, e toda a nação que quiser destruir Israel será punida."
Respondendo ao comentário feito pelo jornalista: "O sr. tem uma grande coragem em tomar uma tão forte posição pró-Israel...", David Wilkerson respondeu: "Sou muitas vezes criticado no mundo cristão por causa disto. Mas eu sinto as ricas bênçãos de Deus sobre isto, e isso é muito mais valioso para mim."
Wilkerson era uma verdadeiro profeta de Deus. Que muitas vezes incomodava. Mas incomodar é sinal de verdadeiro profeta. À pergunta que lhe foi colocada pelo jornalista: "Depois da guerra no Iraque, Israel está mais uma vez no topo da agenda mundial. Acha que o "roadmap" (acordo de paz proposto por George Bush) tem alguma chance de trazer a paz entre israelitas e palestinianos?", David Wilkerson respondeu profeticamente (note-se que estava-se em 2003, em pleno governo Bush e com o dólar forte):
"Não! Como é que pode o Bush, que conhece a Bíblia, não ter o temor de Deus e pressionar Israel a um compromisso territorial por amor ao "roadmap"? Deus irá puni-lo por isso. O dólar irá cair, o Bush vai cair em depressão..."
"Deus prometeu proteger o Seu povo. Ele fez uma aliança e deu-lhes a Terra Prometida. Ele estabeleceu as fronteiras da nação e irá protegê-las. Não vejo uma esperança realista para a paz (entre Israel e os árabes) porque não consigo imaginar Israel a ceder os aldeamentos judaicos, tal como os árabes exigem. Os árabes também dizem que não haverá paz a menos que Jerusalém oriental se torne a capital de um estado palestiniano. Mas isso é estritamente contra a vontade de Deus. Meu amigo: se o mundo forçar a que Jerusalém seja dividida, virá o caos. Por favor publique o meu aviso às nações que se colocam contra o povo de Deus e a Sua cidade de Jerusalém. Deus disse isto e vai cumpri-lo. Shalom e as bênçãos de Deus."

Obrigado, irmão Wilkerson!
Que este legado de fé, convicções e fidelidade que este homem de Deus nos deixou seja seguido por muitos!
Shalom, Israel!

Irmãos esse texto foi extraído do Blog SHALON ISRAEL, eu visito esse Blog diariamente pois sei que o relógio de DEUS para sabermos a que horas estamos nesses últimos dias é Israel.
O irmão David Wilkerson foi uma benção para a Igreja e certamente está em um lugar onde experimentará algo muito glorioso de acordo com as promessas do Senhor.
Quanto a nós devemos seguir o seu exemplo, servir ao Senhor com fidelidade e amor e sendo um canal pelo o qual DEUS possa se manifestar no nosso tempo.
Como o texto disse, a esposa do irmão se machucou bastante, vamos orar por ela para que o Senhor esteja lhe confortando e cuidadndo da sua saúde física e emocional.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

ESTUDO DA EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS

CAPÍTULO 15

Por: D.M. Lloyd Jones

“FUNDADOS EM AMOR”

"Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações. Afim de, estando arraigados e fundados em amor"Efésios 3:17

Continuando o nosso estudo da frase, “estando arraigados e fundados em amor", lembramo-nos de que a proposição fundamental é que todo o viver deve basear-se no amor; deve haurir sua vida, suas forças, seu poder, sua nutrição deste princípio cristão do amor. Se Cristo habita em nossos corações, o amor também tem que estar em nossos corações, no centro do nosso ser. Como já, vimos o apóstolo apresenta esta verdade na forma de duas figuras, a de uma árvore e também a de um edifício.

Vimos que há certas coisas comuns ás duas figuras e que cada uma delas acentua certas particularidades. Portanto, agora dirigimos a atenção àqueles aspectos deste assunto que são ilustrados pela figura de um edifício. Não somente devemos estar “arraigados” em amor, mas também devemos estar “fundados” em amor, precisamente como um grande edifício requer um alicerce profundo e sólido.

Vários princípios óbvios emergem desta figura particular. O primeiro é a importância de assegurar-nos de que o alicerce foi bem feito, e foi feito corretamente. O apóstolo fala de si próprio como “sábio arquiteto” – não apenas arquiteto “sábio”, em 1 Co 3:10, vejamos:

“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento

Não apenas arquiteto, porém um arquiteto “sábio”. O sinal de excelência de um sábio arquiteto é que ele dá muita atenção ao alicerce. Ele não se precipita ao levantar um edifício; quer um edifício estável e duradouro; um edifício sólido, no qual possa morar a vida toda. Assim, como sábio arquiteto, dará muita atenção ao alicerce, tomará tempo com ele, analisa o tipo de solo com que vai lidar e se há a possibilidade de uma inclinação ou deslizamento mais tarde. Num sentido, a qualidade do edifício vai depender disso, razão pela qual o alicerce deve ser bem feito, e corretamente.

Isto é particularmente verdadeiro se o projeto é de um edifício muito grande ou muito alto. Quanto maior e mais alto for o edifício, mais importância terá o alicerce. Se a intenção for construir um barracão de madeira não será necessário ser muito minucioso quanto ao alicerce. No entanto, se a intenção for erguer um edifício de grandes dimensões, um arranha-céu, então será absolutamente essencial um alicerce firme e sólido, e será preciso ter o máximo cuidado para habilitá-lo a resistir tensões e pressões às quais o edifício estará sujeito.

Dá-se grande proeminência a este princípio no Novo Testamento. O apóstolo está interessado em que os efésios alcancem grande altura na experiência, em que, de fato, sejam “cheios de toda a plenitude de Deus”. E ele sabe que, se isto se há de realizar, muito tempo terá que ser gasto no preparo de um alicerce adequado. Se você quer uma grande altura, precisa cavar, cavar muito. A altura acima da terra deve corresponder à profundidade debaixo da terra! De igual modo, é preciso que a altura e o peso de um edifício correspondam ao alicerce em que ele repousa.

Certamente é esse o princípio que o apóstolo está anunciando aqui. Ele está preparando o caminho para “a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Como essa deve ser a qualidade do edifício, diz ele, não se apresse no seu alicerce. Gaste tempo com isso, assegure-se de que ele será adequado. O nosso próprio Senhor disse isso perfeitamente, uma vez por todas, na parábola das duas casas, no final do Sermão do Monte (Mt 7:24). O que Ele salienta de maneira tão notável é a importância vital do alicerce. A mesma parábola temos em Lucas 6:47,48, que diz:

“Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.”

Lucas acrescenta a informação de que este homem particular “cavou, e abriu bem fundo” a fim de colocar o alicerce sobre a rocha. O contraste é com o homem que edificou a sua casa sobre a areia. Ele estava interessado só em casas, não em alicerces; construiu sobre a areia. Mas quando sobrevieram os temporais e provações, a sua pobre casa, que parecia tão maravilhosa, foi demolida. O ponto acentuado pelo nosso Senhor é que, se você realmente quiser viver uma vida correspondente às bem-aventuranças, ou se quiser ser Seu discípulo, terá que cavar fundo e lançar um sólido alicerce sobre a rocha.

Este é o princípio ao qual, o apóstolo dá ênfase aqui. Temos que compreender que não há atalhos na vida espiritual. Estas coisas levam tempo. O apóstolo não ora meramente por estas pessoas para que sejam cheias de toda a plenitude de Deus; ele sabe que isso não pode acontecer repentinamente e sem preparação. Precisamos ser fortalecidos com poder pelo Espírito no homem interior e pôr-nos a estabelecer um sólido alicerce. Temos que cavar fundo e depois, despejar o concreto para fazer um alicerce volumoso e sólido. Devemos ter sempre em mente o peso da superestrutura que está para ser erigida.

Ninguém pode passar precipitadamente por estas coisas e dizer: quero esta experiência aqui e agora. Sem o fortalecimento com poder pelo Espírito, sem a habitação de Cristo no coração, sem estarmos arraigados e fundados em amor, não tempos esperança de conhecer as mais altas experiências da vida cristã. Só se obtêm pelo método de Deus. Há regras para a construção da vida e experiência cristã: e esta é uma das mais vitais de todas elas.

Para nos dirigirmos aos pormenores: que significa este alicerce? Como deve ser construído? A primeira resposta é que todas as relações da vida cristã devem basear-se no amor. Tudo deve estar baseado, fundado no amor. Isto é verdade, primeiramente, quanto às suas relações com Deus. Jamais conhecerei o amor de Deus, a não ser que a minha relação com Ele seja uma relação de amor. Isto é deveras básico. Se a nossa atitude para com Deus for apenas “teórica e intelectual”, não temos nenhuma esperança de sermos “cheios de toda a plenitude de Deus”, ou de conhecer realmente a Seu amor e as “insondáveis riquezas de Cristo”. Diz-nos o nosso Senhor em Mc 12:30:

“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.”

A Bíblia nos exorta, não somente crer em Deus, mas também a amá-l0: ela exige de nós um relacionamento pessoal. Deus não é impessoal. Deus é uma pessoa e, portanto, se estamos na relação cristã com Deus, esta será uma relação de amor, inevitavelmente. Eu amo a Deus? O amor governa a minha maneira de pensar nEle e a minha relação com Ele?

Exatamente do mesmo modo, a minha atitude para com Deus não deve ser de receio ou medo. Naturalmente, sempre haverá um temor reverente; porém este não é “o temor que tem consigo pena”, pois “o perfeito amor lança fora o medo”. A relação do cristão com Deus deve ser a de um filho para com o seu Pai. Para os cristãos, Deus não é apenas algum grande poder distante nos céus; ele é nosso Pai. Veja o que Paulo nos diz em Ef 3:14,15:

Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra

Só oramos de verdade quando sabemos que estamos falando com o nosso Pai. Ele nos ama e nós O amamos porque Ele é o nosso Pai. Muito mais importante que fazer as nossas orações, é a nossa atitude para com Deus quando Lhe dirigimos as nossas orações. Às vezes inclinar-nos simplesmente e ficar em Sua presença sem dizer nada, mostra melhor a correta relação com Ele. “extasiar-me, e extasiar-me diante de Ti”, como expressa F.W. Faber. A contemplação de Deus, a adoração e o culto são as mais altas expressões do nosso amor a Deus. O que o apóstolo pede na oração por estes efésios é que toda a vida deles esteja baseada neste alicerce. Nós só passamos a amar a Deus quando compreendemos profundamente a verdade sobre Ele e o que Ele fez por nós em Seu Filho.

Todavia, não devemos deter-nos no amor a Deus; também devemos amar-nos uns aos outros, devemos “amar os irmãos”. O segundo grande mandamento que se segue a amar ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, alma e força é:

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Na verdade, o ensino do nosso Senhor vai além, e diz:

“... amai os vossos inimigos...”

Seja o que for que tenham falado de vocês falsamente, e por mais ofensivamente que os tenham injustiçado ou difamado, vocês devem “amar os vossos inimigos”. No Sermão do Monte, como vemos em Mateus 5: 43-48, Ele contrasta o Seu modo de pensar com todos os demais, diz Ele:

“43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”

Essa é a base da vida cristã. É o que nos diferencia do melhor não cristão. No próprio alicerce da vida cristã está esse amor aos nossos inimigos; e enquanto não estivermos firmados neste alicerce, estaremos perdendo tempo na busca de quaisquer experiências mais elevadas. Esse é o argumento desta oração que Paulo oferece em favor dos cristãos efésios.

O apóstolo dá uma nobre expressão a isto em sua Epístola aos Filipenses 2:4,5:

“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,”

Esse “sentimento”, como o apóstolo explica, levou nosso Senhor que estava no céu “em forma de Deus” e desfrutava essa posição desde a eternidade, a vir à terra e a humilhar-Se, porque não considerou essa posição como uma presa a que “agarrar-se” e que devesse “reter”. Ele abandonou os símbolos da Sua glória e veio a este mundo “na forma de homem”, na semelhança de carne pecaminosa. Ele Se fez servo, e humilhou-Se até à morte de cruz. Fez isso tudo por nós, não porque fôssemos bons e merecedores de amor aos Seus olhos, nem porque O amássemos. A situação era exatamente o oposto. Foi apesar de nós, apesar do fato de que éramos rebeldes e “cheios de ódio e odiando-nos uns aos outros”, e odiando ao Senhor. A que outro é o “sentimento” que deve existir em nós.

Estou tendo amor pelos meus inimigos? Devo considerar isto cuidadosamente, e não devo dar-me por satisfeito enquanto não puder dizer com sinceridade que os amo, que oro para que Deus tenha misericórdia deles e lhes abra os olhos, e os atraia a Si. Enquanto não fizer isso, de nada me valerá procurar uma experiência mais elevada. Quão importante é o alicerce!

Ademais, a nossa atitude para com os mandamentos e exigências da vida cristã deve ser também uma atitude de amor, se de fato queremos ver este grande edifício erigido. Por isso devemos interrogar-nos se amamos os mandamentos do Senhor. Recordem o que o salmista (Sl 119:97, 127), podia dizer sobre isto, apesar de estar sob a antiga dispensação. Cristo ainda não tinha vindo; o Espírito Santo “ainda não fora dado”. Mas ele podia dizer:

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!”

Se ele pôde amar a lei de Deus no tempo dele, estamos nós, como cristãos, amado a lei de Deus em nosso tempo? Veja o que o apóstolo João diz em sua primeira Epístola 5:3:

“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos,”

Se vocês desejam realmente conhecer o amor de Cristo “que excede todo o entendimento” e declarar que o seu maior desejo é serem “cheios de toda a plenitude de Deus”, devem enfrentar uma questão preliminar: vocês amam os mandamentos de Deus? Uma parte do alicerce de amor é que desejamos e amamos a lei de Deus. Philip Doddridge expressa isto perfeitamente quando diz:

Meu supremo deleite considero

Teus ditados ouvir e obedecer.

Nosso último princípio é que o alicerce sempre surge estabilidade. Portanto, eu o exponho como princípio, dando ênfase a que o nosso amor não seja variável. Deve ser estável e constante, como um alicerce que nunca se abala e nunca se move. Vocês sabem o que é ter ocasionais lampejos de amor a Deus. Como resultado de algo que nos sucede, ou em certas circunstâncias, sentimos que realmente amamos a Deus. Todavia a experiência logo se desvanece, e logo no dia seguinte pode parecer que jamais tenha ocorrido; nosso amor vai e vem. Isso não é um alicerce sólido, pois a nossa vida deve estar fundamentada, “fundada” no amor.

O perfeito amor de Deus é produzido por Ele mesmo; não depende de coisa alguma fora dEle. É por isso que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho unigênito. Foi o Seu próprio amor, nascido dEle mesmo e se derramando copiosamente. O nosso amor deve ser assim também. E o será quando a nossa vida estiver fundada no amor. O nosso amor deve ser tão firme, e deve esta tão fixamente firmado neste alicerce, que nada seja capaz de movê-lo, secudi-lo ou afetá-lo nem um pouco. Esta, devemos todos concordar, é a prova de um sólido alicerce.

O amor que se altera, varia e muda é o amor humano, “erótico”, é o amor natural. Não é o “ágape” do Novo Testamento, este amor de deus no coração. Este não muda; permanece o mesmo, apesar dos homens. Nada, senão um profundo amor a Deus, pode resistir às provações e ás pressões, aos riscos e às tensões da vida.

Quão vitalmente importante é que tomemos tempo com o alicerce e nos certifiquemos de que estamos “arraigados e fundados em amor”. É só quando as nossas vidas tiverem este alicerce, que realmente se aplicará a nós a petição do apóstolo:

“a fim de poderdes compreender, com todos os santos... o amor de Cristo, que excede todo entendimento

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Serviço ao Senhor



T. Austin–Sparks

Leituras: Êxodo 4:22-23; Romanos 1:9; 7:6; 12:1; Efésios 4:11-14, 16.

Em cada uma das passagens anteriores, de uma maneira ou de outra, a questão do serviço se refere a: «…que deixes ir a meu filho, para que sirva»; «…a quem sirvo em meu espírito»; «…que sirvamos debaixo do novo regime do Espírito»; «…que é o vosso serviço (culto) racional «; e por último, na porção de Efésios, embora a palavra não esteja explícita, é evidente que toda essa parte da carta se refere ao assunto do serviço.

Um princípio subjacente da criação

Seria uma coisa muito simples dizer que o serviço é um pensamento que rege a existência deste mundo e, de fato, deste universo. Tudo existe sobre o princípio de serviço. Tudo foi disposto para servir a um propósito, e aquilo que não serve está totalmente fora do pensamento divino. Quando você medita sobre isso, que livro de serviço é a Bíblia! O pensamento emerge com a criação e avança até o Apocalipse, onde aprendemos que «os seus servos lhe servirão», mesmo que as eras tenham passado, e chegue a eternidade. Todo o caminho através do pensamento e a lei de serviço estão em evidência.

O espírito de serviço é o espírito do Senhor Jesus; porque ele disse de si mesmo: «O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos». O Senhor não sabe nada acerca de uma classe trabalhadora e uma classe inativa. A palavra de Deus não considera uma parte da criação como fora de serviço, e não reconhece nada nem ninguém que não sirva. As mais altas posições que a palavra de Deus revela como nossas possibilidades de alcançar, inclusive em relação com o próprio Deus, são mostradas como posições de serviço.

Estamos familiarizados com o termo «filho», e em nosso uso de certas passagens da Escritura talvez temos feito uma falsa distinção entre os servos e os filhos. Mas a palavra de Deus é muito clara e muito insistente, de que um filho é um filho que serve; e inclusive chegar à posição de filiação em seu sentido mais amplo não é alguém chegar a estar em um lar que não faz nada e que tudo tem sido feito para ele, mas alguém que está ali com uma capacidade de servir. «Israel é meu filho, meu primogênito... Deixa ir a meu filho, para que me sirva» (Êx. 4:22:23). Portanto, diretamente, você verá que a filiação, a mais alta posição espiritual que podemos alcançar, é antes de tudo uma posição de serviço.

O serviço é algo do Espírito

Além disso, o serviço é um assunto do espírito. Paulo diz: «…a quem sirvo em meu espírito», e ao dizer isto, simplesmente se referia ao seu homem essencial. O homem real é o espírito e ele estava dizendo em outras palavras: «…a quem sirvo na realidade mais interna do meu ser». Na terceira passagem: «…que sirvamos no novo regime do Espírito», ele só está dizendo que a sua realidade mais interna, este homem real, é renovado por completo, e ele serve «em novidade de espírito». Antes servia no obsoleto dos seus interesses, sua esfera, suas energias. Era o velho homem tratando de servir.

O serviço real não é algo imposto. O serviço de Deus não é algo tomado do exterior. Não é uma questão forçada ou de obrigação. Não é algo que nos diga ou nos ordene fazer, nem que tenhamos que estar à altura daquilo e nos ver forçados a fazê-lo. O serviço é uma questão do espírito, nosso espírito, e nós somos provados quanto à realidade do nosso ser interior, em sua relação com Deus, pelo espírito de serviço que mostramos.

Isso nos leva a Romanos 12: 1. «Assim, irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional». Sei que as palavras que as cercam são diferentes. Chegaremos a isso em um momento, mas o significado é o mesmo. É ter nosso ser obstinado a Deus.

Isso é o serviço, e todo outro serviço emana deste. «…pelas misericórdias de Deus». E, é obvio, Paulo falou dessas misericórdias na maioria dos capítulos anteriores ao capítulo 12: as misericórdias do juízo passado, o julgamento assumido pelo Senhor Jesus; as misericórdias de justificação pela fé em Cristo; as misericórdias de comunhão com Deus. Todas essas maravilhosas misericórdias que nos mostram nos primeiros capítulos de Romanos, o apóstolo as põe como base do seu chamado. Assim que…, diz, com efeito, devido a estas misericórdias, o Senhor tem um mandamento para vocês, tem direito sobre vocês e eu lhes suplico que reconheçam os mandamentos de Deus por suas abundantes misericórdias; e, incluindo tudo, a apresentação dos seus corpos como sacrifício vivo é serviço.

O serviço não é, em primeiro lugar, algo feito. A palavra de Deus não fala nada a respeito disso. O serviço a Deus não é, em primeiro lugar, o que fazemos por Deus, mas, segundo a Sua palavra, é em primeiro lugar o que nós somos para Deus; quer dizer, que nós somos para Deus, totalmente do Senhor, e quando realmente chegamos a isso, todos os outros problemas ou questões sobre o serviço estarão resolvidos. Não nos pede decidir o que faremos, aonde iremos, como trabalharemos. Na realidade estas perguntas nunca são apresentadas pelo Senhor. A única pergunta que surge dele é: «Você é meu?». «Se for assim», diz ele, em efeito, «sem dúvida posso fazer exatamente o que me agrade contigo e posso obter exatamente o que quero de ti. Não contenderás comigo se te pedir que tome uma determinada linha, que siga certo curso, que vá em uma direção determinada ou que permaneça em certo lugar».

Tudo isso se encontra estabelecido no assunto inicial, amplo e extenso de «apresentar os vossos corpos em sacrifício vivo». Qualquer tipo de pergunta, argumento ou dificuldade com o Senhor, como por exemplo, a natureza, a forma ou direção do serviço, representam algumas duvidas básicas quanto a nossa absoluta sujeição ao Senhor, como também a pergunta de ser totalmente do nosso Senhor. Assim que, quando assimilamos de fazer dos nossos corpos um sacrifício vivo para o Senhor, quando assimilamos realmente o significado dessa transação, resolvemos de uma vez e para sempre todas as outras incógnitas que possam surgir.

A verdadeira concepção do serviço

Através da Bíblia, há um meio de ilustrar isto que é empregado com frequência, e está ali como uma lei que governa o serviço. É aquela lei e o propósito da relação. Do povo de Israel, não só disse o Senhor a Faraó: «É meu filho, meu primogênito», mas com frequência é representada no Antigo Testamento outra relação existente entre o Senhor e Israel, e Israel e o Senhor. Tomo um fragmento de um profeta: «Tenho me lembrado de ti, da fidelidade da tua juventude, do amor do teu desposamento, quando andava atrás de mim no deserto, em terra não semeada».

Veem a importância disto? Vejamos de novo a conhecida passagem em Jeremias 31: «Eis que vêm dias, diz Jehová, nos quais farei novo pacto com a casa do Israel e com a casa de Judá. Não como o pacto que fiz com os vossos pais no dia que tomei a sua mão para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram o meu pacto, embora fui eu um marido para eles, diz Jehová». «O amor do seu desposamento». «Eu fui um marido para eles». Agora, se você esquadrinhar cuidadosamente a lei hebraica sobre este assunto encontrará que a ideia global desse relacionamento era uma ideia de serviço.

Às vezes um livro inteiro da Bíblia é dado para anunciar um só princípio. Sabe-se que o livro de Ester, por exemplo, tem só um princípio ao redor do qual tudo gira. É assim também, uma vez mais, com o livro de Rute. Qual é o princípio neste caso? É a operação de uma das leis do ano do jubileu.

Uma das leis relativas a esse ano era que se deviam restaurar todas as propriedades alienadas. Mas devia haver um parente que estivesse em uma posição de capacidade e boa disposição, por um lado, para receber, para encarregar-se da herdade restaurada e, por outro lado, para assumir a responsabilidade por aqueles envolvidos na perda da herança. Agora, em poucas palavras, essa é uma lei do ano de jubileu. Quando chega ao livro de Rute, encontramos que, embora o ano do jubileu esteja à vista, tudo é uma questão da recuperação de uma herdade perdida. Noemi retorna e encontra que perdeu a herança, que caiu em outras mãos. Ela está na miséria. Rute está com ela e as duas estão conectadas com essa herança perdida, mas totalmente incapazes de fazer algo por sua redenção.

Boaz é um parente que está em posição de recuperar a herança: é um homem próspero, um homem estável, um homem de recursos. Ele é provado no assunto e não só se encontra capaz, como também disposto. Boaz se compromete por inteiro; e conhecemos a cena na porta da cidade onde ele desafia a outro parente que se mostra pouco disposto e então ele mesmo entra na negociação de redimir a herdade perdida. Tendo redimido a herança perdida, ele também se entregou a outra lei intimamente relacionada com a redenção, a qual é assumir a responsabilidade por aqueles que perderam a herdade.

Vou deixar isto aqui por agora, e passarei ao outro lado do pequeno romance. Ali está Rute e ela também conhece a lei sobre este ponto. Ela está necessitada e depende totalmente das misericórdias deste parente redentor para que a tire da sua destituição, para salvá-la da sua desgraça e trazê-la de volta para uma herança rica e plena. Mas uma coisa rege, ou seja, que assim como o parente redentor deve estar disposto a assumir a responsabilidade por aqueles a quem concerne a perda da herança, eles também devem estar dispostos a serem servos daquele parente redentor, um serviço para o resto da vida.

E, como deve ser esta relação? Porque esta é a lei, Oh, não de amo e servo, mas sim de marido e mulher! Isto explica por que Rute entra silenciosamente na tenda de Boaz quando ele foi descansar e toma o cobertor dos seus pés e o põe sobre si mesmo e sobre os pés dele. Ela está aos seus pés. Ela está de agora em diante absolutamente em submissão a ele, como sua propriedade, para o seu serviço. Pois bem, tudo o que era necessário agora é um reconhecimento formal de uma relação, e isso significa o seu matrimônio.

Mas você vê que é o princípio do serviço, e Paulo simplesmente está trabalhando nesse princípio quando diz: «…apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo... vosso serviço racional». As misericórdias de Deus lhe demandam isso. A lei das misericórdias de Deus é que você deve ser do Senhor e deve ser trazido para a relação mais íntima da igreja com ele, como a noiva para o noivo. A ideia global da igreja é a do serviço.

A questão do serviço ao Senhor se revela através da Palavra de Deus. Está no livro de Rute. A relação mais sagrada e honrosa conhecida no céu ou na terra é essa relação da qual o apóstolo fala em Efésios 5: «Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher, e os dois serão uma só carne. Grande é este mistério; mas eu digo isto com respeito a Cristo e a igreja» (vv. 31-32).

A relação mais santa e honrosa conhecida no céu ou na terra se expressa no serviço. Oh!, do ponto de vista do céu, o serviço não é servidão ou vassalagem. É a mais santa e a mais exaltada dignidade. O poder fazer algo pelo Senhor é o maior privilégio. Oh!, como podemos ser atraídos e cativados por Aquele a quem pertencemos, e não considerar o serviço ao Senhor, porque toma certas formas, como algo a ser rejeitado, a ser evitado ou esquivado.

A prova da nossa compreensão do Senhor

Agora, aí está o princípio, a lei do serviço. Depois de tudo, é uma questão de gratidão ao Senhor. Qualquer forma que tome, é esta. Mas, então, nós passamos à questão da forma, e aqui nos aproximamos das considerações práticas. O Senhor prova o nosso espírito, quer dizer, a realidade mais interna do nosso ser, através da linha de serviço. Não haveria nenhuma prova em nosso ser interior se o Senhor sempre nos pedisse fazer as coisas que são o maior prazer para a nossa carne.

Não há nada mais provador que o serviço ao Senhor, porque esse serviço nos leva inteiramente de um âmbito a outro. Sim, já sei que homens fora de Cristo servem; entregam-se a si mesmos. Não é minha intenção indagar quanto do serviço humano se faz por motivos ou interesses pessoais, por autossatisfação e autogratificação, porque fazer um bom trabalho traz muito frequentemente uma grande satisfação a quem o faz. Não me corresponde a procurar quanta ambição há por trás deste trabalho ou busca de fama, influência, êxito, prosperidade e assim sucessivamente; mas isto sei, que quando realmente chegamos às mãos do Senhor, a pergunta ou o assunto do serviço se converte para nós em Sua forma de encontrarmos a Ele.

Agora, voltando para Israel. «Deixa ir a meu filho, para que me sirva». Essa é a palavra que podemos dizer que foi escrita sobre a saída de Israel do Egito. Esse era o objetivo. Moisés foi desafiado completamente nessa questão todo o tempo. Israel também tinha compreendido algo do seu significado, e Faraó, por outro lado, foi reconhecendo a importância daquele serviço ao Senhor no deserto. A própria ideia de Israel de sair para servir ao Senhor no deserto era uma ideia muito romântica, e sem dúvida houve muito entusiasmo associado a este serviço.

Aquela ideia de servir ao Senhor era uma ideia atrativa, uma ideia cativante. Mas tinham que seguir, marchar no deserto e ver se, depois de tudo, a ideia demonstrava ser tão romântica como eles esperavam. Todo o entusiasmo deles morreu: todo elemento de romance desapareceu. O assunto tomou uma forma que requeria algo muito maior que todo o entusiasmo que eles eram capazes de demonstrar, e sua atitude se tornou em desilusão. Oh, isto não é o que esperávamos! Isto é algo completamente diferente! Pensamos isto e aquilo. Nunca pensamos que seria assim!

Mais cedo ou mais tarde, quando chegamos às mãos do Senhor, isso é o que acontece. Quaisquer que sejam as nossas expectativas, chegamos ao ponto em que descobrimos que o serviço ao Senhor nos prova na própria essência do nosso ser, e o ponto de apoio é, sobretudo, se estamos obtendo alguma gratificação, prazer ou satisfação pessoal nisto, ou se estamos tendo tal devoção ao Senhor que somos achados em Seu serviço e plenamente nisso, só porque é para Ele, para o Seu prazer, para a Sua satisfação, pelo que Ele é e por Suas misericórdias. Deus nos põe totalmente em aperto nesta questão.

Agora, isto funciona simplesmente em milhares de formas práticas, todos os dias. Se o Senhor apenas nos deixasse lhe servir nesta direção, quão encantador, quão satisfatório seria! Que felizes seríamos! O princípio de serviço é uma coisa; a forma do serviço é algo muito distinto, e ali somos provados. Não somos provamos em nada menos que em nossa devoção ao Senhor. A pergunta que se faz todo o tempo é: Pode isto de alguma forma servir aos interesses do Senhor, ser uma contribuição ao conjunto?

Não devemos perguntar como ou no que devemos servir com o nosso espírito. Você tem o espírito de serviço e não terá nenhuma dificuldade sobre a forma do serviço. São as pessoas que não tem o espírito de serviço que sempre se encontra em dificuldades sobre o como do serviço. Eles estão em espera de algo que coincida totalmente com a sua ideia de serviço. Eles têm as suas ideias sobre o que é o serviço ao Senhor e, até que as suas ideias tenham a possibilidade de realizar-se, o serviço não existe para eles. Oh não!

A voz do verdadeiro servidor se ouve nas palavras: «…a quem sirvo em meu espírito». Aí começa. O espírito de serviço resolve todas as outras interrogações. Não comece perguntando onde servirá ao Senhor, como servirá, o que vais fazer por ele, mas considera que o Senhor te possui total e absolutamente, que está enamorado por ele, que pode dizer que as suas misericórdias capturaram o seu coração. Eu sou do Senhor, tão verdadeiramente como Rute estava aos pés de Boaz, no lugar de entrega e sujeição absoluta a Ele, para sempre. Busque estar aos pés do teu Senhor, casado com Cristo, e todas as outras questões sobre o serviço deixarão de existir. O Senhor poderá fazer o que lhe agrada e você não terá questionamentos nem debates.

Então, a questão do serviço parece ser definitivamente do espírito. Isso é tratar muito ligeiramente o assunto.

O serviço tem três aspectos

Só quero mencionar uma coisa a mais, que o serviço tem três aspectos, tanto como posso ver, na palavra de Deus; três e só três. Acima de tudo e sobre tudo, o culto; porque, de fato, para isso Israel saiu para o deserto, e isso é o que Deus chama serviço: «…para que me sirva». Quando eles chegaram ao seu destino, era um assunto de culto. Não podiam fazer muito mais em um deserto, em uma terra que não foi semeada.

Escutemos o que o Senhor disse deles no momento da sua saída. «Lembrei-me de ti, da fidelidade da tua juventude, do amor do teu desposamento, quando andava atrás de mim no deserto, em terra não semeada» (Jer. 2: 2). Isso é culto, quando Deus pode nos ter em um lugar, estado e posição de devoção a ele, quando nós não podemos fazer nada mais, estando em um lugar estéril. Oh!, nós podemos dar ao Senhor muito do que chamamos culto quando estamos tendo um bom momento, quando está ocorrendo todo tipo de coisas interessantes no que chamamos o serviço do Senhor.

Mas quando nos encontramos em um deserto, em uma terra não semeada, quer dizer, quando nós estamos separados destas atividades auto gratificantes no serviço, isolados das coisas, e nos encontramos em silêncio diante do próprio Senhor e só temos ao Senhor e o coração está com ele, então tem o que Deus chama o serviço mais alto. Ele nos tem para si mesmo. Assim foi ali no deserto para com Israel, onde o Senhor pôde ter a Israel para Si mesmo e achar a Israel lhe respondendo e estando satisfeito com Ele. Isso é o que Deus chama o serviço mais alto, isso é o culto. Portanto a interpretação alternativa dessas palavras em Romanos 12: 1 é «vosso culto espiritual»: «vosso serviço racional».

Não vou falar destas três coisas, só vou mencioná-las, mas a forma mais alta de serviço a Deus é o culto; quer dizer, onde o Senhor é o único objeto da nossa devoção, não pelo que obtemos, não pela bênção que se acumula em nós, não por prazer ou satisfação do nosso próprio ser, mas apenas por Ele mesmo. Ele chama a isso serviço. É maravilhoso, creio, o serviço que se presta ao Senhor, além disso, é Sua própria satisfação. Quer dizer, se o Senhor tiver uma vida que é realmente de adoração, dedicada, dada a ele por Sua própria causa, há uma influência que emana daquela vida, há um poder nessa vida, há um testemunho naquela vida. Aí é onde começa o serviço, e é um serviço inconsciente; é um serviço de frutificação inconsciente, só para o Senhor.

Em seguida, há outras duas fases mais do serviço. Uma delas é o ministério aos santos, e a outra, é obvio, é o testemunho ao mundo. Três aspectos do serviço; culto, ministério aos santos, testemunho ao mundo. Quando você diz isto, pode transformá-lo em dois: primeiro, Deus operando diretamente, e em segundo e terceiro lugar o trabalho do homem, e Deus operando indiretamente. Como tenho dito, não falarei em detalhe sobre essas três coisas, mas quero dizer isto, que, na palavra de Deus, todo o povo do Senhor é considerado em todas e em cada uma destas fases do serviço; todas as pessoas do Senhor, do menor até o maior. Os adoradores não são uma classe por si mesmos. Suponho que vocês aceitarão a declaração de que todas as pessoas do Senhor são consideradas adoradores, totalmente para o Senhor. Bom, isso é o serviço; esse é o serviço do povo do Senhor para Ele.

Todo o povo do Senhor é também considerado participante no serviço aos santos. É um assunto que cada vez devemos enfrentar mais e mais e é justamente isto o que trata o capítulo 4 da carta aos Efésios. Certamente, o Senhor deu dons especiais à igreja; alguns apóstolos e alguns profetas, e evangelistas, pastores e mestres. Com que propósito estes foram dados? Para o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério. Creio que isso é o que Paulo queria dizer. A avaliação deve ser organizada de acordo com esse sentido. Foi para o aperfeiçoamento dos santos, para levar a todos os santos a uma posição onde eles possam cumprir com a obra do ministério.

O restante do capítulo o deixa claro. Vocês veem o que quer dizer: «de quem todo o corpo, bem consertado e unido entre si por todas as juntas que se ajudam mutuamente, segundo a própria atividade de cada membro, recebe o seu crescimento para ir edificando-se em amor» (Ef. 4:16). O corpo, com cada uma das suas partes trabalhando de acordo com a sua medida, se auto edifica. É o que chamamos ‘mutualidade’. O serviço do Senhor, em segunda instância, é o ministério mútuo dos santos, a mútua edificação do corpo de Cristo. Não é apenas uma pessoa ministrando aos santos, mas todos os santos se ministrando um ao outro na medida espiritual e cada um em sua medida. Isto tem um lugar muito importante na palavra de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

Então, por último, é o testemunho ao mundo. Parece-me que este terceiro aspecto de serviço tomou preeminência, como se os outros fossem secundários. O testemunho ao mundo –pode chamá-lo evangelização ou ganhar almas– se converteu no serviço ao Senhor. Isso é o que hoje as pessoas chamam «trabalhar para o Senhor»; muitas pessoas têm isto em mente. Não quero desprezar a importância deste aspecto do serviço, senão fortalecê-lo. Aqui, de novo, quero dizer que a palavra de Deus considera também a todo o povo do Senhor neste aspecto do ministério ou serviço. Todas as pessoas do Senhor são testemunhas. Pode não ser um evangelista no sentido específico, mas é uma testemunha, e isso é uma parte do serviço do Senhor em que todos nós devemos permanecer fiéis.

Aqui, então, estão os três aspectos do serviço, e todos nós fomos considerados como participantes neles; culto, ministério aos santos, testemunhas para o mundo. Sim, em cada um de nós, individualmente, recai este serviço triplo ao Senhor.

O serviço e a casa de Deus

Agora, amados, para finalizar, quero lhes recordar que o serviço sempre começa na Casa. Se buscares no Novo Testamento, encontrarás que a base de todo serviço é a assembleia local. A assembleia local tem em si todos os elementos de serviço necessários para servir. É ali que se expressa a forma mais alta de serviço, ou seja, o culto, e a assembleia local está constituída sobre a base do culto. Estamos pelo Senhor, para o Senhor; somos do Senhor. A assembleia local também está constituída sobre o princípio do ministério mútuo de uns aos outros; e, além disso, deveria estar expressando em sua vida e em todos os valores de uma assembleia local, os recursos e energias para testemunho ao mundo.

Agora, isto abre um grande assunto. A assembleia local é o lugar para a capacitação e treinamento para o serviço. Quando há uma verdadeira vida de assembleia, proporciona-se uma garantia contra toda uma série de riscos que estão conectados com o serviço; e isso significa mais um grande assunto. Mas quero que vocês cheguem a uma compreensão –sem detalhar– do que é o serviço e o que ele significa, e especialmente lhes deixar com esta urgência em seus corações, que a prova da nossa relação com o Senhor se encontra, primeiro, no espírito de culto e devoção a ele; e em segundo lugar, em quão envolvidos estamos na edificação do seu povo e no caminho desse ministério; e em seguida, o espírito de serviço é provado por nosso testemunho ao mundo, nossa preocupação pelos interesses do Senhor para os nãos convertidos. Esta é a tripla prova do espírito de serviço.

Que o Senhor nos encontre na companhia daquele servo dele que disse: «…a quem sirvo em meu espírito… que sirvamos sob o novo regime do espírito… que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo… vosso culto racional». E que em nenhum de nós haja nunca na presença do mundo uma vacilação para declarar nossa lealdade como aquele servo do Senhor nas palavras: «…de quem sou e a quem sirvo…».

Fonte: www.vida.emcristo.nom.br


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domingo, 24 de abril de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 103


Por: Luiz Fontes

Harada – 21ª Estação (parte 01)

TEXTOS: Números 33:24 e 18:1-7; Provérbios 9:10

Vamos prosseguir estudando mais uma dessas estações da peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Sabemos que nesta região da Montanha de Seir encontramos várias estações, como, por exemplo, Queelata, Monte Sefer (o monte Shaphar) e, também, Harada – jornada que vamos estudar agora. Números 33:24 diz:

“partiram do monte Sefer e acamparam-se em Harada.”

Tudo isso é muito significativo para nós, porque a visão que a Igreja tem tido acerca de liderança é uma visão bastante contextualizada pelos padrões do mundo, com os padrões que não estão relacionados com o caráter de Deus. Precisamos recuperar, na nossa experiência cristã, o verdadeiro sentido daquilo que é a liderança cristã, uma liderança de acordo com os padrões de Deus.

Muitas vezes ouvimos pessoas abordarem esse assunto, essa doutrina do governo de Deus, da liderança espiritual, sem analisar tudo o que ocorreu aqui nas montanhas de Seir. Se você quer estudar este assunto, aconselho, encorajo você, a fazê-lo. Mas faça-o dentro de um fundamento. Tudo aquilo que vamos estudar no Novo Testamento acerca desse assunto tem seu fundamento aqui, nestas estações. Isso é maravilhoso. Poder estudar considerando este princípio é muito importante para nós, porque Deus nos dá a oportunidade de conhecer aquilo que verdadeiramente é a Sua Palavra. E nós não vamos fugir do princípio no qual encontraremos o fundamento para esse assunto. Se você deseja conhecer o caráter da verdadeira liderança espiritual, você tem que estudar essas estações que ocorreram aqui nas montanhas de Seir. Espero que Deus, de uma forma poderosa, possa falar ao seu coração.

Hoje vamos falar de Harada, a 21ª estação da peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Quando estudamos essas jornadas, devemos compreender que não estamos lendo história, e sim vendo a realidade de cada uma dessas estações nas páginas do Novo Testamento (Romanos 15:4, 1 Coríntios 10). Quando você vê esses textos, pode nitidamente perceber como o Espírito Santo mostra para nós a realidade, mostra para nós este assunto de uma forma ampla, porque o que estamos vendo aqui não é apenas história. No Novo Testamento nós vemos o fundamento de tudo isso, a peregrinação de Israel pelo deserto ocorreu como exemplo para nós.

Na introdução dessa estação, Harada, para que tenhamos uma visão clara acerca dela, vamos ler Deuteronômio 2:1:

“Depois, viramo-nos, e seguimos para o deserto, caminho do mar Vermelho como o SENHOR me dissera, e muitos dias rodeamos a montanha de Seir.”

Observem esta frase: rodeamos a montanha de Seir”. Meus amados, sabemos que muitas destas estações ocorreram aqui nas montanhas de Seir: Queelata, Monte Sefer e também Harada. Você vai ver algo muito peculiar a todas essas estações, porque a expressão “rodeamos” compreende muitas estações. Essas estações estão interligadas. O assunto aqui é sobre o governo de Deus. É interessante notar que todas essas jornadas aqui no monte Seir estão relacionadas umas com as outras. Além disso, elas estão relacionadas a essa doutrina gloriosa acerca do encargo do ministério, da liderança cristã. Portanto, não percam de vista esses pontos, porque eles são importantes. Veja que em Queelata nós temos a questão da rebelião espiritual daqueles que foram chamados no encargo de servir no governo, no serviço e na obra; como satanás possuiu o coração deles numa rebeldia para se levantarem contra a autoridade de Deus delegada. De Queelata nós fomos para o monte Sefer, o monte Shaphar, onde vimos Deus dando testemunho da Sua autoridade sobre a vida de Arão. Queelata está em Números 16 e Monte Sefer em Números 17. E aqui nesse capítulo 17 de Números vimos a vara de Arão florescendo, o que mostra para nós o fundamento daquilo que é a autoridade legítima, a autoridade legitimada por Deus, o testemunho de Deus sobre a vida daqueles os quais Ele chama para servir no Seu Governo, para o serviço dos santos, para a edificação dos santos. Agora, aqui em Harada, temos que estudar Números 18:1-7, pois creio que o Senhor falará a todos nós. Vamos ler esse texto:

1 Disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao vosso sacerdócio. 2 Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a tenda do Testemunho. 3 Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar, para que não morram, nem eles, nem vós. 4 Ajuntar-se-ão a ti e farão todo o serviço da tenda da congregação; o estranho, porém, não se chegará a vós outros. 5 Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o do altar, para que não haja outra vez ira contra os filhos de Israel. 6 Eu, eis que tomei vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós outros para o SENHOR, para servir na tenda da congregação. 7 Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é vosso serviço; eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá.”

Antes de comentar esse texto, quero lembrar que os nomes de muitas dessas estações está relacionado com a experiência que eles tiveram. Esse termo, ou essa palavra, Harada, por exemplo, vem do hebraico, mas também é uma palavra semítica que tem suas raízes no aramaico. Esse nome significa “temor”, “reverência”. Essa palavra em seu contexto espiritual refere-se a um temor reverente a Deus, o temor que produz diligência. Depois de passarem por Queelata, prosseguindo ao monte Shaphar, temos que aprender sobre a sabedoria, pois “o temor a Deus é o princípio da sabedoria. Esse temor não se refere a um medo patológico; esse temor nos impede de agir com leviandade diante de Deus, nos impede de agir com leviandade na obra de Deus. Esse temor nos corrige quanto ao serviço cristão, impede que busquemos uma vida de preeminência. Quando você vê uma pessoa que busca preeminência na obra de Deus, pode ter certeza de que essa pessoa não tem reverência para com Deus, não tem temor a Deus. Essa pessoa está usando da posição que tem na vida cristã para se promover. Você vê que muitas pessoas não se sentem incomodadas de serem chamadas de reverendo. Isso é vilipendiar o ministério cristão, isso é afrontar o caráter espiritual daquilo que é o ministério cristão diante de Deus, como também diante do Seu povo. Assim, esse temor não se refere ao medo patológico. Ele nos impede de agir na nossa própria carne.

Provérbios 9:10 diz:

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo é prudência.”

Quando você estuda esses versículos de 1 a 7 de Números capítulo 18 você percebe que a palavra que melhor descreve essa estação é “responsabilidade”, pois a responsabilidade é uma das qualidades daqueles que temem a Deus. Uma pessoa temente a Deus é responsável, é comprometida. É responsável com o ministério, com o encargo, com o serviço a Deus; está comprometida com o caráter de Deus, está comprometida com o caráter da obra de Deus. Não é alguém que vive para si, mas é alguém que vive para servir, é alguém que vive para ministrar tanto a Deus como de Deus. Isso é importante porque o ministério cristão tem tomado uma forma muito diferente, muito descaracterizada daquilo que é o padrão bíblico. Como nós temos nos afastado do verdadeiro significado do ministério cristão!

Amados irmãos e irmãs, precisamos urgentemente, no nome de Cristo Jesus, recuperar o verdadeiro sentido daquilo que é o ministério cristão. O padrão do mundo não serve para nós. Buscar hoje um homem de sucesso na mídia, numa empresa, seja lá onde for, não serve para nós, porque o padrão daquilo que vemos nos profetas bíblicos, nos homens bíblicos, nos apóstolos, naqueles que serviam no ministério diante de Deus para ministrar ao povo de Deus, não se encaixa no perfil da nossa sociedade caída. Creio que esse tipo de piedade, esse tipo de devoção, esse tipo de ministério, confronta a nossa realidade contextual, confronta os nossos valores religiosos – se é que posso chamar assim. É uma afronta para os dias de hoje o padrão que você encontra em Jeremias, em Isaías, em Moisés, em Abraão; e, olhando para o Novo Testamento, o padrão em Pedro, em Tiago, em João. Amados irmãos e irmãs, nós precisamos pedir que o Espírito Santo restaure em nossa própria vida o verdadeiro significado do que é o ministério cristão. Não podemos ser pessoas preparadas com o único propósito de preencher o vazio de consumidores religiosos; nosso compromisso em primeira instância é com Deus, é com Sua Palavra, é com o Governo de Deus na Terra. Precisamos ter o coração comprometido com a vocação espiritual e cristã, nosso coração tem que estar comprometido com os valores espirituais. Não podemos estar comprometidos com uma denominação, nós temos que estar comprometidos com os assuntos referentes ao coração de Deus, àquilo que toca o Seu propósito, àquilo que está em conformidade com a Sua vontade para essa geração, para esse tempo. Nós temos que viver em sintonia com a vontade de Deus, temos que impedir que a nossa mente venha se tornar escrava de modismos, temos que impedir que a nossa mente venha ser escravizada pelo desejo das pessoas, por aquilo que as pessoas tanto querem, por aquilo que a sociedade impõe, por aquilo que a mídia exige. Seja lá o que for, essas coisas não podem reger o ministério cristão. Nós temos que ser governados pela direção do Espírito no nosso espírito; temos que impedir que o nosso coração venha ser tomado, governado, por essas coisas. Nosso compromisso tem que ser um compromisso espiritual.

Que Deus nos guarde. Que Deus possa tocar profundamente no seu coração para que haja reverência, para que haja temor, para que haja zelo, para que haja prudência, para que haja sabedoria, para que haja uma verdadeira rendição a Deus, a Sua Palavra, a Sua vontade; para que a sua vida como ministro de Deus seja uma vida frutífera, seja uma vida vivida na experiência de viver Cristo, uma vida que ministre tanto a Cristo como de Cristo, uma vida comprometida com os valores espirituais. Não uma vida comprometida com o anseio das pessoas, como aquilo que muitas vezes têm regido a vida de muitos líderes cristãos: consumo, crescimento, sucesso, aplauso... Toda essa apoteose compreende a esfera daquilo que nós chamamos de mundanismo. É isso que o anticristo vai reivindicar quando ele estiver governando este mundo. Nós temos que preparar as pessoas para encontrarem com Deus, nós temos que preparar as pessoas para a eternidade. E, pelo visto, a nossa mensagem tem preparado as pessoas para ficarem aqui. Nós temos pregado para as pessoas amarem este mundo, amarem as coisas deste mundo. Não é errado você ter uma casa, um carro, ter dinheiro, riqueza. Não estou pregando nada contra isso. Errado é essas coisas lhe dominarem; errado é o dinheiro ter você, e não você ter dinheiro. Vemos que a mensagem cristã hoje tem sido extremamente diluída. E, mais ainda quero lhe falar, os seminários cristãos, os institutos bíblicos, não têm por finalidade preparar homens para a liderança cristã; o que os seminário e institutos bíblicos fazem é ensinar você a estudar a Palavra de Deus. Você precisa compreender isso. Peça ao Espírito Santo para trazer luz, trazer revelação no seu coração, para você entender essa mensagem, experimentá-la em Cristo Jesus. Eu peço que Ele lhe abençoe e peço que Ele ganhe o seu coração com essa Palavra. olhando para o Novo Testamento o padros tipo de devoçe deus reverente a Deus