quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

12ª Estação – Monte Sinai – 6ª Subida (Mensagem 58)

Amados irmãos e irmãs este é o estudo da reunião de 3ª feira dia 01/12/2009

As 42 Jornadas no Deserto

12ª Estação – Monte Sinai – 6ª Subida (Mensagem 58)

Texto: Ex 25:1 a 30.11


Vamos dar continuidade ao estudo das 42 Jornadas. Nestas 42 estações, o Monte Sinai é a 12ª, na qual Moisés sobe 11 vezes ao Monte. Hoje vamos para a 6ª subida de Moisés.
A 6ª subida teve três partes:

ü 1ª Parte – Moisés já não podia subir sozinho. 70 dos anciãos de Israel, junto com Arão, seus dois filhos maiores, no total 74 pessoas, subiram até certo ponto. Sabemos que antes ninguém podia subir e nem mesmo tocar no Monte – até mesmo um animal, se tocasse no Monte Sinai, cairia morto. Somente Moisés subia diante de Deus, com todo temor, tremor e reverência. Nós sabemos que Deus impôs essa condição para que Moisés pudesse conhecer mais e mais do caráter de Deus. Esta 6ª subida se encontra em Ex 24:9. E aqui nós sabemos que Deus se manifesta e se revela a Moisés. Algo muito especial acontece aqui.

ü 2ª Parte – Neste ponto mais alto, Moisés toma Josué e sobe. A subida com Josué está em Ex 24:13-14, que diz:

“13 - Levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e, subindo Moisés ao monte de Deus, 14 - disse aos anciãos: Esperai-nos aqui até que voltemos a vós outros. Eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver alguma questão se chegará a eles.”

ü 3ª Parte – Quando Moisés subiu sozinho – nós lemos em Ex 24:18:

“E Moisés, entrando pelo meio da nuvem, subiu ao monte; e lá ele permaneceu quarenta dias e quarenta noites.”

Então, vemos que na primeira parte sobem Moisés e todos aqueles anciãos; na segunda parte, um pouco mais alto, sobem Moisés e Josué; e agora, nesta parte bem mais alta, nesta parte de glória, onde entra no meio da nuvem, Moisés sobe ao Monte e lá permanece com Deus por 40 dias e 40 noites.

Nesta 6ª subida Deus fala sete vezes a Moisés, fala de sete temas. É interessante que na 6ª subida, depois que já havia revelado o Decálogo, os Dez Mandamentos, Deus quer revelar mais alguns mistérios do Seu propósito, da Sua vontade. Deus quer aprofundar mais, quer adiantar mais acerca da tipologia dos assuntos espirituais que nós vamos conhecer no Novo Testamento. Então Deus fala sobre sete temas:
O primeiro tema que Deus fala vai desde Ex 25:1 até Ex 30:11. E ali, diz a Bíblia:

“Disse o SENHOR a Moisés (...).”

Vejam isso em Ex 25.1 até Ex 30:11. Sobre o que Deus falou desta vez? Qual era o tema de Deus aqui? Esse tema era:

ü a casa, o sacerdócio e os sacrifícios.

No Novo Testamento, I Pe 2:5, diz:

“também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”.

Aquilo que está estabelecido no Antigo Testamento, nós vemos como um princípio sendo manifestado e revelado no Novo Testamento. Deus não quer somente que eles O amem como Ele exigiu no Decálogo: “amarás a Deus sobre todas as coisas” e, também, “ao próximo (uns aos outros)”. Deus quer ir mais profundo para dentro deles. Então Ele começa a revelar, desde Ex 25:1, quando diz:

“tomareis uma oferta para mim.”

E também em Ex 25:8:

“e me farão um santuário para que eu possa habitar no meio deles.”

Deus começa a dizer sete coisas que tem que ser feitas. Esses sete itens, que correspondem a esse primeiro tema, são:

ü “a arca do testemunho, a mesa dos pães da proposição, o candeeiro, o tabernáculo, o altar de bronze, o átrio do tabernáculo e o azeite para as lâmpadas”.

Todas essas sete coisas são a síntese do mistério de Cristo quanto ao Corpo de Cristo e a Casa de Deus. No primeiro tema Deus trata desta questão da casa espiritual e do sacerdócio santo. A descrição que se faz de Ex 25 em diante, a respeito das coisas em que os filhos de Israel deveriam ocupar-se, pode dividir-se em duas partes. Ambas estão intimamente relacionadas:

ü uma é “a Casa de Deus”;
ü e a outra é o “sacerdócio espiritual”.

Isso pode ser considerado o resumo dos capítulos finais de Êxodo. Embora ambos os temas excedam os limites deste livro, temos aqui uma importante revelação desta primeira aproximação deste maravilhoso assunto. Nesse texto que lemos, onde Pedro, em sua Primeira Epístola, toca essa questão desses dois pontos, capítulo 2, versículos 4 e 5, ele se refere especificamente a “Casa de Deus”, quando diz:

“4 Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, 5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”

O conteúdo e ordem das coisas ditas no Antigo Testamento, temos que buscar também no Novo Testamento. Porque é aqui que se encontra a revelação de tudo isso. Porque essas verdades estão intimamente relacionadas. O Antigo Testamento apontava para o Novo e o Novo procura no Antigo as bases para a sua autenticação. A Casa de Deus está no Antigo Testamento, mas também está no Novo Testamento. No Antigo Testamento como figura e sombra das coisas celestiais, e no Novo Testamento como realidade, como coisas celestiais. No Novo Testamento nós temos a realidade da figura daquilo que o Antigo Testamento mostra para nós.

“As coisas que antes foram escritas, para o nosso ensino foram escritas” (Rm 15:4).

As coisas do Novo Testamento encontram maior beleza e sentido quando as buscamos no Antigo Testamento.
É curioso, amados irmãos e irmãs, mas aqui as sombras lançam luz sobre as coisas novas até fazê-las resplandecerem. Por isso, “o escriba sábio do Reino dos céus tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. Não é isso que está em Mt 13:52? Primeiro, então, nós temos a casa; em seguida, o sacerdócio. Primeiro vemos as cortinas e tábuas, os colchetes, os espevitadores... Talvez achemos que essas coisas do Tabernáculo teriam pouco sentido para nós. Mas, amados irmãos, o Espírito Santo escreveu e dispôs todas essas verdades. Então, quando olhamos para o Tabernáculo, vemos os colchetes, as cortinas, as tábuas... Tudo isso que encontramos em Ex 25 traz-nos verdades preciosas. São assuntos proveitosos da nossa edificação. Da mesma forma, também, concernente ao sacerdócio. Então, todas essas minúcias, todas essas particularidades, não somente a questão da arca, não somente a questão do altar do incenso, da mesa dos pães da proposição, do candelabro... Sabemos que esses assuntos são de um conteúdo riquíssimo, mas também essas outras coisas trazem para nós verdades profundas, porque Deus dispôs as coisas com muito rigor. Vejam que Deus proibiu Moisés de por a mão no desenho das coisas, porque tudo devia ser conforme ele tinha visto no Monte; porque tudo tinha um valor metafórico e figurativo, que teria de ocorrer segundo a perfeição da obra de Deus, de acordo com o caráter de Deus.
Sabemos que a casa é a igreja e o sacerdócio são todos os santos em Cristo Jesus. Essa é uma metáfora que traz para nós uma revelação maravilhosa. E podemos vê-la agora, com todo o seu esplendor, o qual os judeus não puderam ver. Vejam o que Hb 3:5 diz:

“E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a Sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar.”

Havia algo que ia ser dito. Depois Moisés pôs as bases simbólicas para aquilo. E foi assim conforme o mandamento do Senhor. Se Moisés faltasse, se não fizesse as coisas conforme o modelo, como poderia haver concordância com o que “se havia de anunciar”? É por isso que Pedro interpreta Moisés.
O Livro de Êxodo nos abre generosamente a revelação do significado espiritual da casa de Deus. O Evangelho de João usa no grego uma palavra muito interessante referente ao Senhor, que não foi devidamente traduzida para o português. Esta palavra está em Jo 1:14, que diz:

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”

Olhem aqui o termo “habitou”. O significado dessa palavra é “fixou o tabernáculo” ou “tabernaculou”. Por que João utiliza essa palavra tão estranha? Essa palavra é muito difícil de traduzir. De fato, nenhum tradutor a utilizou. A razão é muito simples: João nos está chamando a atenção para o Tabernáculo no deserto, pois o Senhor Jesus é o verdadeiro Tabernáculo de Deus com os homens. Ele deu cumprimento à figura do Tabernáculo levantado por Moisés, de maneira que, ao revisar os aspectos referentes àquele, temos que ter sempre em conta a quem aponta e de quem nos fala. Deus disse a Moisés em Ex 25:8:

“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.”

Da mesma maneira, Deus demandou Maria que oferecesse o ventre para que ali pudesse levantar um Tabernáculo para Si em Jesus Cristo. Por isso, quando o Senhor disse:

“Destruam este templo, e em três dias o levantarei” (JO 2:19),

Ele estava se referindo a esta construção feita pelo Espírito Santo no ventre de Maria, isto é, o templo do Seu corpo. A dupla natureza do Senhor Jesus Cristo, a divina e a humana, está muito bem representada no Tabernáculo. Vemos isso na cor das cortinas:

ü cortinas azuis – Sua divindade;
ü cortinas vermelhas – Sua humanidade;
ü púrpura – a síntese de Sua dupla natureza: divina e humana.

Do mesmo modo, grande parte do mobiliário que vemos no tabernáculo tem a dupla natureza implícita na madeira e no ouro:

ü a madeira de acácia revela a humanidade incorruptível do Senhor;
ü o ouro fala da divindade.

Todo o Tabernáculo é um anúncio, é uma proclamação, não só da natureza, mas também da Sua própria obra.
Da mesma maneira, amados irmãos e irmãs, como o Tabernáculo tinha três ambientes, Átrio, Lugar Santo e Lugar Santíssimo, assim também é a natureza do Senhor e de todo cristão:

ü é tripartida – corpo, alma e espírito.

O Senhor estava personificado no Tabernáculo, com todo seu simbolismo, realizando a revelação, a proclamação da perfeição da obra de Deus em Cristo Jesus.
Deus pediu a Moisés que Lhe levantasse um Tabernáculo, pois Ele quis habitar no meio do Seu povo. Deus desceu de Sua excelsa glória para estar próximo aos homens. Assim também, em Cristo, Deus estava salvando à maior distância, não só física, mas também moral, para vir habitar entre os homens. Por isso Ele é chamado de Emanuel – Deus Conosco. Deus se aproximou do homem; proveu um meio para que o homem pudesse se aproximar de Deus. Vejam que lá no Tabernáculo havia uma ampla porta para todo aquele que precisasse se aproximar de Deus. Quando o Tabernáculo esteve em pé, Deus falou ali a Moisés. Antes tinha falado no Monte; agora falava no meio do Tabernáculo. Vejam Lv 1:1:

“E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação (...)”

Agora, Deus está acessível. Vejam que Deus nunca poderia ter chegado tão perto do homem, como chegou em Cristo. Deus desceu em Cristo para nos tocar. Deus veio em Cristo para que nós pudéssemos experimentá-Lo. Por isso Jesus disse que Ele era a porta.
Mais adiante, vamos ver que o Tabernáculo também representa a igreja. Mas o ponto primário, principal, de que nos fala o Tabernáculo é do nosso Senhor Jesus Cristo. Em primeira instância é isso. Mas, sabemos que numa certa particularidade, no aspecto adicional da revelação do Tabernáculo, nós vemos também a igreja como a Casa de Deus. Então vemos que Moisés começa a descrevê-la nessas sete coisas.
Logo, revela algo relativo ao sacerdócio, aquilo que é pertencente ao sacerdócio, ou seja, Deus revela sete vestimentas. Também são sete itens para a casa. Tem outra coisa que tem que haver depois da casa e do sacerdócio, e Deus vai ensinar ao povo. Na casa tem o sacerdócio, ou seja, como devem os sacerdotes viver em relação com Deus e com o povo:

ü Em relação intima com Deus.

Deus está preparando um povo para conhecê-Lo, então Ele revela o sacerdócio e revela sete vestimentas. E quais são essas sete vestimentas? Ex 28:4 nos diz:

“Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode (estola sacerdotal), e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra, e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal (...)”

Ex 28:42:

“Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua (...)”

Ex 28:39:

“Também farás a túnica de linho fino (...)”

ü Essas sete vestimentas refletem o novo home em Cristo;
ü Vestidos de Cristo, como sacerdotes, vivendo uma vida santa diante de Deus;
ü Essas vestimentas refletem a cobertura de Cristo, como Cristo irá nos vestir e como Ele irá nos constituir.

Vejam que o capítulo 28 de Êxodo está absolutamente dedicado a descrever as vestimentas sacerdotais. E para que possamos entender espiritualmente, devemos ver que Deus assinala aqui aspectos importantes referentes não só ao sacerdócio levítico, mas também, fundamentalmente, ao sacerdócio de Cristo, que é Sumo Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque, e é de todos os santos. Amados irmãos e irmãs, em geral, todas essas vestimentas eram obras primorosas para honrar, para trazer formosura. Elas nos falam de Cristo, porque Ele é precioso e dEle nós estamos revestidos. Em Gl 3:27, lemos:

“porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”

Isso é tão lindo! Isso é tão precioso! Amados, os ofícios sacerdotais eram de alta significância do ponto de vista espiritual e deviam ter uma correspondência em seus trajes. Por isso, nós temos que compreender que todos os outros materiais do Tabernáculo eram feitos de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho torcido. Tudo isso revela para nós o caráter divino de Cristo – o caráter humano e perfeito de Cristo Jesus.
Vejam que primeiro estava o éfode, com suas ombreiras, com seu cinto (como podemos ver em Ap 1:13) e as duas pedras de ônix que os sacerdotes levavam gravadas com os nomes dos doze filhos de Israel em seus ombros, distribuídas em seis de cada lado. Esses mesmos nomes também foram gravados em doze pedras diferentes sobre o peitoral. Assim, o Senhor Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, leva os nossos nomes gravados sobre os Seus ombros.

ü Em Seu coração nos fala de uma obra de amor;
ü Em seus ombros, uma obra de força – aquilo que teve de suportar para poder nos salvar.

Isso revela que Ele levava em Seus ombros os nossos nomes. Ele levou sobre si as nossas vidas, mas também levou sobre si os nossos pecados, as nossas iniquidades. Ele levou cada um de nós em iniquidade sobre os Seus ombros. Mas, em Seu peito, fala de uma obra de amor. Isso é tão lindo! É por isso que Ele está diante do Pai para interceder por nós. O fato de Ele levar sobre os Seus ombros o nome das doze tribos, em seu correspondente ao sacerdócio no Novo Testamento, significa responsabilidade do Senhor Jesus, responsabilidade que Ele tem diante de nós. Isso mostra para nós a grandeza dessa tão grande e poderosa salvação.
Todas as vestimentas foram cobertas por um manto azul – isso fala da obra divina e celeste do Senhor Jesus. Adornado com romãs – fala de fecundidade, fertilidade, frutificação. Também havia as campainhas – revela-nos atividade sacerdotal em suas bordas.
O sacerdote levava também uma mitra em sua cabeça e nela a frase “Santidade ao Senhor”, a qual significava que os pensamentos do Sacerdote deviam ser puros.
Finalmente, vemos o quê? As ceroulas – que deviam cobrir a nudez dos calções de linho. Deviam ser de linho para que não produzissem suor, o que representa o que procede da carne no serviço a Deus.
Como vemos, tudo isso tem uma aplicação aos sacerdotes no Novo Testamento, isto é, ao sacerdócio de todos os santos. Por isso, amados irmãos e irmãs, em todos esses pequenos detalhes, temos a grande revelação da vida e da obra do Senhor Jesus, como também podemos ver a revelação dessas verdades no tocante ao caráter e à vida da igreja hoje.
Que o Senhor possa nos ajudar. Embora essas palavras sejam tão resumidas, elas contêm uma verdade que podem nos levar mais e mais à profundidade da revelação daquilo que tudo isso significa para nos transformar, para nos conduzir ao verdadeiro Evangelho, à verdadeira edificação; a perceber que nessas pequenas coisas, nessas minúcias, existem revelações profundas e grandiosas, por meio das quais Deus deseja nos edificar nesse tempo como igreja. O Senhor quer tirar-nos de uma vida cristã superficial para levar-nos a uma vida cristã profunda. Por isso Ele usa essas verdades, essa tipologia do Tabernáculo, para poder nos ensinar verdades grandiosas e profundas, para que sejamos edificados de uma maneira correta: edificados numa obra profunda que o Espírito Santo está realizando em mim e em você.
Que Deus, no poder do nome de Jesus, através do Seu Espírito Santo, lhe abençoe rica e poderosamente!

Por: Ir. Luiz Fontes

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