domingo, 3 de outubro de 2010

AS 42 JORNADAS NO DESERTO


Continuação do estudo das Jornadas. Estamos na sexta mensagem sobre a estação de RITMA. Que possamos receber as verdades espirituais contidas nestes estudos.

Aproveito para lembrar aos irmãos que estamos transmitindo as mensagens em áudio do estudo das jornadas aos domingos a partir das 20:00 horas na Rosário FM 104,9 (Itaberaba) e pela internet www.rosariofm.com.br

Deus abençoe a todos e tenham uma ótima semana debaixo da graça e da proteção do nosso poderoso SENHOR.


CAPÍTULO 77

15ª Estação – RITMA (parte 06)

TEXTOS: Ex 33:18; Nm 12:16 a 14:39; Dt 1:19-40; e Hb 12:1-3

Hebreus 12:1-3:

1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. 3 Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.


Amados irmãos e irmãs em Cristo Jesus, gostaria de compartilhar nesse tempo, nessa Jornada, em Ritma, acerca de como ela nos mostra a realidade da nossa vida cristã; dessa vida que é comparada aqui nesses versículos como uma carreira cristã que temos que correr.
Ao estudarmos a vida do apóstolo Paulo, vemos que ele sempre usou essa expressão – correr a carreira cristã –, como se ele fosse um atleta. Em 1Co 9:24-29, Fp 1:30, 1Tm 6:12 e 2Tm 4:7, temos a corrida cristã enquanto realidade espiritual que temos que viver. Vivemos em uma vida cristã que é como uma maratona, não uma corrida de curta distância, e sabemos que outros já estiveram na pista antes de nós. Todos os heróis da maravilhosa galeria que vemos em Hebreus 11 terminaram a sua parte na corrida e, num sistema de revezamento, passaram o bastão para nós. Esses “heróis da fé” são considerados expectadores, “uma nuvem de testemunhas”, enquanto nós cristãos, hoje, estamos na arena, correndo a carreira cristã. Podemos imaginar a seriedade de tudo isso?
Nesse sentido, analisemos algumas palavras nesse texto de Hebreus 12:1-3:

• “portanto” – conjunção inferencial tríplice, usada para dar uma conclusão enfática a um assunto. Seu uso faz desses versículos de Hebreus o clímax de todo o argumento sobre as melhores promessas que o escritor nos revela nos últimos versículos do capítulo 11.

• “desembaraçando-nos” – no grego, “apotithemi”. Ocorre oito vezes em todo o Novo Testamento e significa colocar de lado, tirar do caminho, remover.

• “peso” (“desembaraçando-nos de todo peso”) – do grego “ogkos”, que fala de tudo o que é proeminente; protuberância, tamanho; aquilo que está atrapalhando. Ocorre apenas no Novo Testamento e refere-se a tudo o que temos dado proeminência e não é Cristo. O sentido claro aqui é excesso de peso. O cristão tem que remover tudo o que possa impedi-lo de correr a carreira cristã; deve estar preparado para a corrida da fé. Há muitas coisas que temos que colocar de lado, se queremos realizar plenamente a vontade de Deus e alcançar Seu propósito.

• “tenazmente” – no grego, “euperistatos”. Também ocorre somente no Novo Testamento e, no original, refere-se a algo que envolve habilmente, que cerca e incomoda continuadamente.

• “a carreira cristã que está proposta” – a palavra “proposta”, no grego, é “prokeimai”. Significa que a nossa carreira cristã já estava programada. No plano de Deus, havíamos sido escolhidos para esta carreira.

• “Olhando” –

Para entendermos esse capítulo 12 de Hebreus precisamos compreender seu contexto, que vai do capítulo 1 até o capítulo 10, versículo 18. Todos esses capítulos tratam de doutrina. Hebreus 12 é a parte do Novo Testamento onde a relação entre a visão de Cristo e a vitória na batalha é apresentada com maior clareza. Então, a partir do capítulo 10 vemos essa outra seção desta Epístola. Assim, em Hb 12:2 o escritor utiliza a expressão “olhando”. Essa palavra envolve dois aspectos:

 remover o olhar de todas as outras coisas, colocando os olhos longe daquilo que habitualmente nos cativa; e
 direcionar nossos olhos a quem queremos nos concentrar.

Somente vivendo uma vida de comunhão com Cristo é que podemos fixar nossos olhos nEle.

• “Jesus” – temos em Cristo o nosso maior exemplo, pois Ele viveu uma vida digna diante de Deus na terra; Ele viveu uma vida celestial na terra. Ele é o nosso alvo, o motivo pelo qual temos que correr a carreira Cristã. Ele venceu como homem e hoje nos comunica Sua vida vitoriosa. Ali na obra da Cruz está o fundamento da nossa salvação.

• “o Autor e Consumador da fé” – a fé se originou em Jesus Cristo, naquela completa entrega em dependência para com o Pai. Ele originou o princípio da fé em Deus; aperfeiçoou e desenvolveu a fé ao renunciar a Sua glória original, fazer-se homem, morrer na cruz e crer que somente o Pai poderia ressuscita-lo. Então, a fé tem seu grande desenvolvimento e aperfeiçoamento nEle. Ele é o nosso autor e consumador da fé.

Assim, se queremos correr a carreira cristã, avançar, prosseguir – e não retroceder, não voltar para o Egito, não fazer como aqueles espias que quiseram voltar e eleger um novo capitão para que pudessem voltar para o Egito –, temos aqui alguns aspectos fundamentais.
Estudando a vida de Paulo vemos que ele disse “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11:1). Ele também correu a carreira cristã. Creio que Paulo serve para nós como um grande exemplo – não no sentido de que ele mesmo seja o exemplo, pois O exemplo é Cristo e Paulo tomou Cristo como O exemplo. E se ele conseguiu, sabemos que nós também podemos conseguir. Talvez você diga: “Cristo conseguiu porque era Cristo”. Mas Paulo conseguiu.
Ele foi chamado a correr a carreira cristã em Damasco. Em Atos 9 ele começa a correr a carreira cristã. Em Atos 20:24 vemos que ele vivia para essa carreira:

“Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho”.

O apóstolo Paulo sempre olhava para a obra de Deus do ponto de vista de um corredor. Em Gl 2:2 ele diz:

“2 Subi em obediência a uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pareciam de maior influência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão.”

Fp 2:16 diz a mesma coisa:

“preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.”

Sabemos então que Paulo completou a carreira com fidelidade. Em 2Tm 4:6-8 ele diz:

“6 Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. 7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 8 Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”

Ele “completou a carreira” (v. 7). Temos aqui três coisas fundamentais sobre a vida de Paulo que precisamos aprender: a consciência da carreira cumprida; o combate combatido; a fé sustentada.
Irmãos, nossa vida tem que ser vivida assim. Esse é o modelo. Temos que entender que Deus tem um propósito eterno e esse propósito inclui Cristo e Sua Igreja. Cristo em nós, no aspecto individual, e Cristo na Igreja como expressão em Sua plenitude. Estamos correndo para isso. Nesse sentido, precisamos fazer algumas perguntas: “Estamos correndo a carreira certa?” “Estamos correndo para o alvo?” “Estamos sustentando nossa fé íntegra, viva e ativa?” 1Co 9:24-27 vai nos mostrar essa questão da corrida. Essa corrida relaciona-se com o propósito de Deus: correr para alcança-lo. Mas, também, vemos a luta, que se relaciona com a oposição do inimigo. Temos aqui um outro quadro fiel daquela situação em Ritma. Eles tinham que avançar, prosseguir, marchar, correr, mas também tinham que lutar. E nós também temos, pois há muitos gigantes para vencermos. Mas esses gigantes que temos que vencer não são tanto os que estão fora de nós, mas os que estão dentro de nós, como: a covardia, o medo, a busca pelo poder, a ganância pelo dinheiro, pela fortuna, o desejo de sermos fortes em nós mesmos, nossa alma, o espírito de crítica. Tudo isso são significados dos nomes daqueles espias que acovardaram, que tiveram medo dos gigantes e das cidades fortificadas; que foram incrédulos, duvidaram da palavra de Deus. Por que duvidamos da palavra de Deus? Porque somos centrados em nós mesmos. Temos que entender que nossa vida tem que estar oculta em Cristo Jesus.
Irmãos, se lermos Fp 3:12-14, veremos Cristo como nosso alvo, como nossa meta. Ter Cristo como nosso alvo e desfruta-lO na experiência mais elevada da vida cristã é o que nós temos que buscar hoje. Paulo corria uma carreira, tinha uma meta, e essa meta era alcançar o mais elevado desfrute da vida de Cristo. Vejam o que ele disse em Filipenses:

“12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

Precisamos ter uma visão da realidade contextual desse capítulo. Paulo exorta os irmãos em Filipos a se regozijarem no Senhor, por que isso era uma proteção para eles. A alegria do Senhor na vida deles era uma segurança contra os cães, os maus obreiros, a falsa circuncisão. Vejam que há uma conjunção na frase do versículo 2 desse capítulo 3:

2 Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão!

Algo muito claro aqui, pois essa conjunção revela que a frase refere-se a uma só classe de pessoas. Vejam também que nesse versículo Paulo expõe os falsos mestres, o que nos revela o caráter do ministério que impede o avanço, o progresso espiritual. Há coisas na Igreja que tem impedido nosso crescimento para dentro da vida de Cristo. Portanto, em Filipenses 3:2 ele os chama de “cães” (seu caráter impuro), “judaizantes” (seu comportamento pernicioso e religioso), “falsa circuncisão” (perniciosidade espiritual). Irmãos, precisamos ser cuidadosos com relação a tudo isso, pois vemos que o Senhor está nos chamando a viver uma vida profunda na pessoa de Cristo.
Então, quando Paulo fala aqui em Filipenses 3 acerca dessa questão de correr a carreira cristã, ele mostra o sentido de que precisamos “deixar tudo”. Como é dito no v. 7, ele considerou “tudo” como esterco – “tudo” indica todas as coisas. Se desejamos ter nossa vida cristã, esta carreira cristã, sendo vivida com excelência, precisamos conhecer a Cristo. Temos, assim, algo muito maravilhoso: tanto o conhecimento de Cristo, como a experiência de Cristo.
No v. 9 Paulo diz:

“...e ser achado nEle, não tendo justiça própria...”

Depois, no v. 10:

“...para o Conhecer, e o poder da Sua ressurreição...”

E no v. 12 ele diz:

“Não que eu já tenha recebido ou tenha obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o qual também fui conquistado em Cristo Jesus”.

Isso tudo tem que nortear, permear nossa mente, nossa visão espiritual; tem que nortear nossa direção. Não podemos andar a ermo. Em cada aspecto, de todos os ângulos, somente Cristo poderia ser visto na vida de Paulo. E assim também tem que ser na nossa vida. “Ser achado em Cristo”, significa que Ele é a nossa única expressão. A inspiração de Paulo era que Cristo fosse sua única expressão. Assim, o capítulo 3 da Epístola aos Filipenses vem nos revelar isso. Primeiro esse lado negativo: os cães, os judaizantes, a falsa circuncisão. Coisas que querem impedir a corrida cristã. Mas temos que olhar também o lado altamente positivo, quando ele diz que temos que ser conformados à morte de Cristo, porque essa é a própria base da nossa experiência em Cristo. Vejam que, lendo a partir do versículo 7, na sequência, ele diz que temos que deixar tudo, todas as coisas, tudo o que ele considerou como refugo, o lixo do lixo, por causa de Cristo. E lendo os versículos 8 a 10, vemos que a sequência é conhecer a Cristo, conhecer o poder da Sua ressurreição, conhecer a comunhão dos Seus sofrimentos, ser conformado com o Senhor Jesus na Sua morte.
Tudo isso é-nos dado pelo Espírito Santo na vida de Paulo nesses escritos santos para podermos experimentar Cristo ao máximo, para que venhamos desfruta-lO profundamente e avançar na vida cristã e nunca decair da graça. Quanto mais conhecemos o poder da Sua ressurreição, mais participamos dos Seus sofrimentos. Isso é o que significa participar dos Seus sofrimentos. Se experimentamos a comunhão dos Seus sofrimentos, seremos conformados com Ele na Sua morte; enquanto somos conformados com Ele na Sua morte, somos introduzidos no poder da Sua ressurreição. É nesse poder da Sua ressurreição que O conhecemos e que O experimentamos. Assim, não vamos fracassar, não vamos olhar para trás. Vamos avançar e nada poderá nos deter.
Não podemos viver uma vida cristã amarrada, enclausurada; não podemos viver uma vida presa pelo pecado, pelas coisas que tenazmente nos assediam. Temos que avançar e retirar do nosso caminho tudo aquilo que não é Cristo, para que tenhamos uma vida cristã ascensional, para que não venhamos parar no meio do caminho, porque isso será condenação para nós, será perder a boa terra. Deus não quer isso para você. Deus tem muito para você. Ele quer encher você de Cristo, quer investir Cristo de forma poderosa na Sua vida.
Que Deus lhe abençoe, que Ele alcance Seu propósito na sua vida.

Por: Ir. Luiz Fontes

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