quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A ESPERANÇA DA SUA VOCAÇÃO


Postamos o texto do estudo desta quinta feira dia 31/12, estudaremos o versículo 18 de Efésios capítulo 1. Que o Senhor fale aos nossos corações.


CAPÍTULO 31

"A ESPERANÇA DA SUA VOCAÇÃO"


"Tendo iluminado os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação." – Ef 1:18



v As particularidades na petição de Paulo:

Havendo Considerado o que descrevemos como a petição geral e totalmente inclusiva que o apóstolo faz pelos efésios, passemos agora às particularidades. Este é, invariavelmente, o método do apóstolo: primeiro a exposição do todo, depois se passa às partes.
Vemos que ele está interessado em que eles entendam três coisas em parti­cular. Cada uma delas é introduzida pela palavra "qual" ("quais"). Ele ora rogando que eles venham a conhecer:

· "qual seja a esperança da sua vocação";
· "quais as riquezas da glória da sua herança nos santos";
· e "qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos".


Ü Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento (Ef 1:18):

Mas o apóstolo não pode começar a tratar destas particularida­des sem de novo fazer-nos lembrar um princípio vital. Ele ora (Ef 1:18):

"Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais" essas três coisas.

À primeira vista, podemos achar que ele já disse tudo isso quando disse que necessitamos do:

"Espírito de sabedoria e de revelação" (Ef 1:17).

Contudo, este não é um caso de tautologia; o após­tolo não está se repetindo. Ele lhes está dizendo, efetivamente:

· eu lhes disse que o que é supremo, central, é conhecer a Deus;
· mas eu quero que vocês conheçam estas verdades subsidiárias também, estas particularidades;
· e, no entanto, devo dizer-lhes de novo e lembrar­-lhes que vocês só poderão recebê-las na medida em que o seu entendimento seja iluminado pelo Espírito Santo.

A Versão Autori­zada (como ARC) emprega a palavra “entendimento” neste ponto, porém algumas outras versões (como ARA) dizem: "iluminados os olhos do vosso coração". A variação depende de quais manuscritos originais o tradutor adota como sendo os melhores. Mas, de qual­quer forma, não há contradição:

· Na Bíblia, muitas vezes o "entendi­mento" e o "coração" são considerados idênticos.

De acordo com o uso bíblico:

· o termo coração não significa somente emoções; signi­fica também o centro da personalidade, a fonte do nosso ser e da nossa atividade.

Portanto:

· O apóstolo está orando para que, num sentido total - não meramente de maneira intelectual, ou acadêmi­ca, ou teórica - venhamos a conhecer estas coisas;
· Ele está orando no sentido de que, com a totalidade do nosso ser, venhamos a conhecer estas verdades e reagir bem a elas.

A melhor maneira de entender esta oração é compreender mais uma vez que o apóstolo está contrastando a condição do homem natural com a do homem espiritual. Mais adiante, no capítulo 4, ele mostrará o que todos nós somos por natureza, e demonstrará a necessidade de termos iluminados os olhos do nosso entendimento. Diz ele:

"E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza." (Ef 4:17-19)

· A frase operativa aqui é, "Entenebrecidos no entendimento", sendo a conseqüência que eles estão "separados da vida de Deus", na "ignorância" e "andam... na vaidade do seu sentido" (VA: "... da sua mente").

Significa que:

· O de que todos nós necessitamos não é de uma nova faculdade, pois todos nós temos a faculdade da mente e do entendimento, no sentido natural;
· O que há de trágico quanto ao homem não é tanto que ele tenha perdido uma faculdade, mas que, em conseqüência do pecado e da Queda, ele não pode usar e exer­citar apropriadamente as suas faculdades;
· Falando sobre os pagãos, sobre os gentios incrédulos, Paulo afirma que o entendimento deles está "entenebrecido". Eles têm entendimento, porém está obscure­cido.

Vejamos uma ilustração simples. Há certas pessoas que ficaram cegas, que não conseguem ver nem a luz. Seu problema não é que perderam os olhos; ainda os têm. O problema pode ser que há algo errado com o cristalino dos seus olhos. Mas isso não significa que o cristalino desapareceu, e sim, que cresceu uma película sobre ele, uma opacidade que leva o nome de catarata. O cristalino está lá como quando essas pessoas enxergavam normalmente, mas, por­que se desenvolveu essa opacidade, elas não conseguem ver. Os olhos se tornaram "entenebrecidos", obscurecidos; um véu os cobriu, e assim já não podem receber a luz que vem de fora. O estado da mente do homem como ele é por natureza e "em pecado", é comparável a olhos defeituosos. A pessoa cega não precisa de novos olhos; precisa é que a opacidade, o véu, a névoa que se desenvolveu em seu cristalino seja removida. No momento em que ocorrer isso, ela será capaz de apreciar a luz e de ver as coisas como antes. Ora, essa é a condição do homem em pecado; ele tem um entendimento natural, ele tem a faculdade, a capacidade, mas não pode usá-la em questões espirituais. Está cega, obscurecida, este véu veio sobre ela, vedou-se a lente; e embora a gloriosa luz da revelação de Deus esteja ali brilhando diante dele nas Escrituras, e de fato mesmo na natureza, ele não consegue enxergar. Portanto, é necessário que estes "olhos do entendimento" sejam iluminados, que a opacidade, o véu, seja tirado para que os olhos espirituais funcionem como funcionavam na criação original do homem.
A minha ilustração ajuda dentro dos seus limites. Todavia devemos acrescentar outra verdade ensinada nas Escrituras, a saber:

· Que o problema do homem não é só que o seu entendimento ficou entenebrecido, mas também, por causa disso, ele carece de poder.

É como se os olhos, por não estarem sendo utilizados, se atrofiassem; o próprio nervo ótico, por assim dizer, perdeu o seu poder. Assim o homem necessita de uma operação dual:

· Necessita da remoção da opacidade, e também da restauração da energia e da força do seu nervo ótico espiritual;
· O Espírito Santo atende a ambas estas necessidades, e somente Ele o faz.

Vimos que grandes homens do mundo, quando confron­tados pela verdade espiritual, não podem ver nada. Não há propósi­to nem sentido em levar um cego para ver um belo cenário; ele simplesmente não o pode ver. E ali está!

· "Os olhos do nosso enten­dimento" precisam ser iluminados para podermos apreciar verda­des espirituais.

Também devemos ter o cuidado de lembrar que esta é uma oração que Paulo faz em favor de cristãos. Ele está orando aqui por aqueles que já estão em "Cristo Jesus", que são co-herdeiros com os santos, e que já foram selados com o Espírito Santo. Deste fato deduzimos os seguintes princípios:

1) Enquanto estiver­mos nesta vida e neste mundo, sempre teremos necessidade da obra iluminadora do Espírito Santo:

Nunca estaremos numa situação em que não teremos mais essa necessidade. Enquanto estivermos aqui, e cercados de fraquezas, e num mundo pecaminoso, tendo na ver­dade um princípio do pecado que ainda resta em nós, necessitare­mos desta operação iluminadora do Espírito Santo. Certamente todos nós sabemos disso por experiência. Por mais que tenhamos aprendido, por maior que seja o nosso entendimento das Escrituras, se começarmos a desviar-nos em nosso viver diário, veremos que a Palavra não nos fala como falava. Esta é uma lei invariável. Jamais poderemos ter feriado espiritual. Nunca poderemos viver de uma reserva que tenhamos acumulado. Como foi com o maná no deser­to, assim o entendimento espiritual tem que ser coletado novamente cada dia:

· Se não nos dermos conta da nossa dependência do Espíri­to Santo, a Palavra não nos falará;
· Se lermos a Palavra de Deus sem orar pedindo iluminação, provavelmente colheremos bem pouco dela;
· Jamais devemos apartar-nos da consciência desta dependên­cia do poder e da iluminação do Espírito;
· A "unção do Santo", de que fala o apóstolo João, é necessária sempre e crescentemente (1 Jo 2:20,27).

2) O segundo princípio que deduzimos é, obviamente, que esse conhecimento espiritual é progressivo:

Paulo agradece a Deus que os efésios já conheciam muito; e, contudo, ele deseja que eles cres­çam no conhecimento; de fato ele fica repetindo as suas petições. Na grande oração registrada no capítulo 3 desta Epístola ele ora praticamente pela mesma coisa. Somos apenas pequenas crianças chapinhando na praia do grande e poderoso oceano da verdade; e não há nada que seja tão trágico quanto o tipo de cristão que dá a impressão de que "já chegou". Isso geralmente resulta de se pensar na vida cristã unicamente em termos da experiência do perdão, da santificação, etc. Isso faz a pessoa pensar que já "chegou", que terminou, que já tem tudo! Mas essa idéia é inteiramente contrária ao ensino do Novo Testamento, onde a descrição é mais a de um crescimento e desenvolvimento progressivo, e de um entendimento sempre crescente.
Dizem-nos as Escrituras que começamos como crianças em Cristo. Depois começamos a crescer e a armazenar conhecimento; e isto prossegue e continua crescendo. Às vezes podemos pensar tolamente que conhecemos tudo, e então, subitamente, algo inteira­mente novo se abre diante da contemplação extasiada. Continua­mos a aprender; vamos "de glória em glória" (2 Co 3:18), "esquecendo-nos das coisas que atrás ficam" (Fp 3:13), prosseguimos avante como fez Paulo, sempre desejosos de aprender mais e conhecer mais. Tal é a vida cristã normal.
Portanto, isso constitui o que me parece uma boa prova de toda a nossa posição cristã. O nosso conhecimento espiritual seria maior hoje do que há um ano? Olhando para, digamos, os passados dez anos de vida cristã, você pode dizer que o seu conhecimento espi­ritual é maior do que era? Não estou perguntando se você tem maior conhecimento da letra das Escrituras, como você pode ter crescente conhecimento de Shakespeare; não estou perguntando se você memorizou um grande número de versículos bíblicos. Estou perguntando se o seu conhecimento e entendimento espiritual cres­ceram. A sua compreensão da verdade é mais profunda? Você realmente sente que está sempre sendo levado para a frente, como que de aposento em aposento numa grande mansão, e descobrindo novos tesouros de sabedoria e conhecimento? Essa é a prova. Paulo orou no sentido de que os efésios tivessem cada vez maior conheci­mento e entendimento da verdade.

3) O terceiro princípio que deduzimos é que devemos estar oran­do por esta iluminação dos olhos do nosso entendimento:

Isso também pode ser exposto na forma de pergunta. Porventura oramos dia após dia a Deus, ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, rogando que ilumine os olhos do nosso entendimento? Essa deve ser a nossa oração constante e diária. Sempre devemos prefa­ciar a nossa leitura da Palavra, orando pela nossa iluminação. O constante desejo das nossas vidas deve ser que "cresçamos na gra­ça e no conhecimento do Senhor" (2 Pe 3:18). O problema com muitos de nós é que nunca nos despertamos para esta compreensão. Parece que pensamos que já "chegamos", que já "sabemos". Sabemos mais do que os teólogos liberais, do que os modernistas, do que os não cristãos; assim, parece que pensamos que abarcamos todo o conhe­cimento cristão. O fato é que não passamos de principiantes, de crianças, estamos meramente no começo. Devemos empenhar-nos em ir adiante rumo à perfeição. Estaríamos interessados na doutrina cristã? Vemos realmente a sua importância, ou a achamos coisa aborrecível e insípida? Estaríamos sempre em busca de algo que nos agite e nos entretenha? Nós nos damos conta de que, tendo sido salvos, chamados e colocados em Cristo, o que Deus deseja é que cresçamos em nosso entendimento da verdade e da doutrina, que devemos ocupar-nos mais disso do que de qualquer outra coisa, que os "olhos do nosso entendimento", a nossa compreensão, sejam iluminados com esse fim?
Tendo isso em mente - e quão vitalmente importante é isso! ­passamos à primeira das três coisas que o apóstolo queria que estes efésios soubessem, a saber, "qual seja a esperança da sua vocação" (Ef 1:18).

Ü A esperança da Sua vocação (Ef 1:18):


◘ “Esperança”:

Tem havido considerável disputa quanto ao sentido da palavra "esperança" nesta declaração. Alguns dizem que significa as coisas pelas quais esperamos. Mas não pode estar certo, pois é dessas coisas que Paulo trata na segunda petição, concernente ao conheci­mento das "riqueza da glória da sua herança nos santos". Às vezes "esperança" significa isso nas Escrituras, mas aqui não. Certamente o apóstolo está se referindo:

· À nossa esperança propriamente dita;
· À nossa percepção de que fomos chamados para estas coisas e por estas coisas;
· Noutras palavras, mais uma vez a referên­cia é à certeza da salvação.

◘ “Vocação”:

A próxima palavra que se nos depara é "vocação" – "para que saibais qual seja a esperança da sua vocação". Esta palavra nos apre­senta de imediato uma grande questão teológica, um grande princí­pio teológico, uma importante matéria de doutrina. Submetamo-nos a uma prova, mais uma vez. Tenho acentuado que não há nada mais importante do que os olhos do nosso entendimento ficarem ilumi­nados. Os seus "olhos" foram tão iluminados que, como cristão, digamos, já há um bom número de anos, você entende este termo "vocação"? A intenção é que o entendamos. Mas, que é esta "voca­ção" a que o apóstolo se refere? Provavelmente você já leu esta Epístola aos Efésios muitas vezes, mas você sabe o significado deste termo? Temos ai um grande termo do Novo Testamento, um termo que infelizmente ouvimos muito poucas vezes nos tempos atuais, porém um termo que antes era considerado importante, especialmente entre os evangélicos.
Nossos pais costumavam ensinar, acertadamente, que há dois chamados ou duas "vocações" nas Escrituras. Há um chamado geral, e um particular. Lemos, por exemplo, no capítulo 17 do livro de Atos, que o apóstolo, pregando aos atenienses disse:

"Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo lugar, que se arrependam".

· Aí o chamado é geral.

O evangelho de Jesus Cristo lança um chamamento geral a toda a humanidade, para que todos se arrependam e creiam no evan­gelho. O evangelho deve ser pregado a todas as criaturas em todos os lugares, no mundo inteiro; e elas devem ser "chamadas" para se arrependerem e crerem. Obviamente, o apóstolo não pode estar se referindo a esse uso neste ponto, porque esta não é uma carta geral dirigida ao mundo, e sim uma carta especial escrita para cristãos. Ele está elevando esta oração especial em favor daqueles que já criam no Senhor Jesus Cristo. Portanto, esta é uma referência a outro tipo de chamado que se acha nas Escrituras.
Há um chamado especial, ou, para usar o termo que de fato os nossos pais usavam:

· Há uma "vocação" ou "chamada eficaz".

O cha­mado geral de Deus nem sempre é eficaz. Muitos que ouviram o chamado geral finalmente se verão no inferno. Há os que estão vivendo em pecado e se gabam disso, e que podem dizer-lhes exatamente o que significa o evangelho. Eles têm um conhecimento intelectual e geral dele. Ouviram o chamado geral, mas não lhe res­ponderam como deviam; não foi "eficaz" no caso deles. Contudo, há um tipo de chamado ou vocação que é eficaz. É o que o apóstolo expõe com tanta clareza no capítulo 8 da Epístola aos Romanos, com estas palavras:

"Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (ou "segundo o seu propósito", VA e ARA).

· Os "chamados" neste caso não podem relacionar-se com o chamado geral, porque os que ouviram e não o atenderam não "amam a Deus" e portanto não foram "chamados segundo o seu propósi­to".

Os "chamados" aos quais o apóstolo se refere nessa passagem e aos quais unicamente se aplica a grande promessa, ele define mais adiante quando prossegue, dizendo:

"Porque os que dantes conhe­ceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorifi­cou." (Rm 8:28-31)

· Isso se refere a uma vocação eficaz;
· As pessoas chamadas neste sentido foram justificadas e, além disso, foram glorificadas; mas isso não se aplica ao homem do mundo que recebeu o chamado geral para arrepender-se e crer;
· Portanto, o que temos em Efésios 1:18 não é um chamado geral, é o chamado eficaz ou especial.

Podemos expor o ponto da seguinte maneira:

· Deus, mediante o evangelho e pelo Espírito Santo, envia este chamado geral ao mundo todo, mas chama algu­mas pessoas em particular, e nenhum homem é cristão, a menos que tenha sido chamado neste sentido especial;
· Os "chamados" são os cristão; os cristãos são os "chamados". São aqueles em quem a Pala­vra foi tornada eficaz; ela chegou a eles com poder, e veio como uma ordem que lhes foi irresistível, e prontamente responderam a ela com todo o seu ser.

A petição do apóstolo é que eles conheçam a esperança desta vocação. "Fostes chamados", diz ele noutro lugar, "com uma vocação celeste". Noutro lugar ele diz que os cris­tãos foram chamados com "uma santa vocação" (cf. 2 Tm 1:9 e Hb 3:1). O que ele deseja que conheçamos é a esperança desta vocação, a segurança, a certeza dela. Você tem certeza da sua salvação? Para empregar as palavras de Pedro, você tem feito "cada vez mais firme a sua vocação e eleição" (2 Pe 1:10)? Esse é o segredo de uma vida cristã feliz. O inimigo está aí, o diabo ataca sugerindo dúvidas e incertezas; o pecado nos perturba e nos faz pensar que talvez nunca tenhamos sido cristãos. Você está seguro da esperança da sua vocação?
Isso é da própria essência da posição protestante e evangélica. Os católicos romanos não gostam da doutrina da certeza da salva­ção e a denunciam. Eles não querem que tenhamos certeza pessoal; a nossa certeza deve estar na igreja com a qual nos compromete­mos. Não só isso, mas temos que passar pelo purgatório, dizem eles, antes de chegarmos ao repouso prometido. Tudo é incerto; e tudo depende da igreja, e das orações da igreja, de acender velas, do pagamento de dinheiro pelas indulgências, e da obra de supererrogação dos santos. Toda a posição romana é incerta e pre­cária. Todavia a essência do protestantismo, como Martinho Lutero descobriu para sua grande e eterna alegria, é que:

· O cristão individu­al pode conhecer a sua salvação como certa e segura;
· Ele pode desafiar todos os demônios, o inferno e o próprio satanás;
· O cristão conhece o Cristo em quem ele crê; sua esperança é segura; sua vocação e eleição são seguras;
· Segurança e certeza devem ser a possessão de todos os cris­tãos.

A negação disso não se limita aos católicos romanos. Certas escolas modernas também o rejeitam. A escola bartiana de pen­samento que, em sua rejeição do velho liberalismo, parece asse­melhar-se à posição evangélica, é, não obstante, radicalmente diferente, e particularmente por esta razão: ela não gosta de segu­rança. Ela ensina que o cristão nunca pode ter certeza. Mas, con­forme a oração do apóstolo:

· O cristão deve conhecer a esperança da sua vocação, deve estar absolutamente seguro dela;
· E o primeiro passo para chegarmos a esta segurança, é que os olhos do nosso entendimento sejam iluminados.

Também vimos que uma parte da resposta acha-se na doutrina completa da selagem do Espírito, cujo propósito, como vimos quando estudamos o versículo 13, é levar-nos a esta segurança. Entretanto, isso não é tudo. De outro modo o apóstolo não estaria orando desta maneira pelos cren­tes efésios. Ele simplesmente diria: graças a Deus que vocês têm segurança; vocês foram selados com o Espírito, e não precisam de mais nada. Mas o que ele diz é, com efeito:

· Eu sei que vocês foram selados com o Espírito, porém ainda oro para que os olhos do seu entendimento sejam iluminados, e para que conheçam qual é a esperança da sua vocação – a vocação pela qual Deus os chama.

A distinção parece que é como segue: a selagem com o Espíri­to, como vimos, é mormente subjetiva, é algo que sucede na esfera da experiência e que, em certo sentido, não pode ser exposto com palavras; que é o Espírito dando testemunho com o meu espírito diretamente, que eu sou o filho de Deus. Mas, graças a Deus, esta não é a única base da segurança, pois, se formos depender da nossa consciência, poderemos ver-nos um dia num estado de grande dúvida. Você pode ter tido a selagem com o Espírito e, todavia, em conseqüência de alguma queda em pecado, ou em razão das cir­cunstâncias, doença ou alguma fraqueza da carne, o diabo pode bombardeá-lo tanto, a ponto de abalar a sua confiança. Ele é como um leão a rugir, como nos lembra o apóstolo Pedro, e ele pode vir atacar-nos com tal poder que todo o seu universo fica abalado, e você pode ser tentado a dizer: "O que eu tive deve ter sido uma experiência falsa, e eu devo estar me iludindo". Se você confiar só no subjetivo, poderá ver-se em condições miseráveis. Por isso o apóstolo está grandemente interessado em que conheçamos outras bases da segurança e tenhamos outra base mais para toda a nossa posição:

· Ele está se referindo agora a algo objetivo, e os olhos do nosso entendimento precisam ser iluminados para o recebermos.

É algo que vem pela mente e depois age em todo o nosso ser. Não é teórico, mas começa pela mente; é essencialmente uma questão de entendimento. Nosso entendimento já não está obscurecido, tornamo-nos despertos para a verdade espiritual; e a nossa seguran­ça e certeza baseiam-se nesse entendimento.

Ü Fatores essenciais da nossa esperança (ou da nossa segurança):

1) O primeiro ingrediente, o primeiro fator essencial dessa segu­rança, dessa esperança é que cheguemos a um maior e mais profundo conhecimento do Deus que nos chamou:

Notem que o apóstolo tem todo o cuidado de dizer:

"Para que saibais qual seja a esperança da sua vocação." (Ef 1:18)

Para termos uma segura esperança, para termos uma profunda certeza, precisamos buscar o conhecimento mais profundo do Deus que nos chamou. Nada pode dar-me maior esperança e segurança do que o meu conhecimento do caráter de Deus. "Não ouso confiar na mais suave disposição", como nos lembra o hino, porque as disposições são mutáveis, mas em Deus eu posso confiar sempre:

· Deus é eterno, Deus é imutável, Deus é sempiterno;
· Deus nunca muda o Seu propósito.

Não há maior conforto ou consolo do que este:

· Deus nunca inicia uma obra sem terminá-la.

Sobre mim e você pesa a culpa de fazermos isso constantemente. Ficamos cheios de emoção, entusiasmo e animação com certos projetos, e os outros, vendo-nos, ficam espantados com o nosso entusiasmo, com a nossa energia e com os nossos esforços, e acabam se sentindo como não tendo feito nada. No entanto, com muita freqüência, no prazo de seis meses o quadro é inteiramente outro. Perdemos o entusiasmo e o interesse, e voltamos a ser cris­tãos frouxos e formais. Mas com Deus nunca acontece isso. Deus é eternamente o mesmo, é:

"o Pai das luzes, em quem não há mudan­ça nem sombra de variação" (Tg 1:17).

Não há maior conforto ou base de segurança. Pois bem, foi este Deus eterno e imutável que me chamou; e com outro hino nos lembra:

Coisas futuras e coisas de agora,
Nada que há embaixo, nada que há em cima, Podem levá-lO a evadir Seu propósito
Ou minha alma cortar do Seu amor.

2) Depois também devemos compreender que toda a nossa posi­ção repousa na aliança de Deus:

Os olhos do nosso entendimento terão que ser iluminados para podermos conhecer algo da aliança de Deus. Deus fez uma aliança - aliança da redenção, aliança da salvação - com Seu Filho antes da fundação do mundo. E visto que é Sua aliança, é uma aliança eterna. Deus é Jeová, o Deus que cumpre a aliança; Aquele que diz:

"Eu sou o que sou" (Ex 3:14).

Deus deu a Seu Filho um povo que Ele deve redimir. O Filho entrou na aliança prometendo fazê-lo. O Senhor Jesus Cristo é a Cabeça de uma nova humanidade, é o nosso representante, Ele é o nosso Chefe Federal, e somos representados por Ele. A aliança entre o Pai e o Filho é uma aliança eterna. Esta aliança foi revelada aos homens e foi repetida. Esta promessa de redenção foi feita a Adão, a Abraão, foi repetida também a Moisés, depois a Davi, e ensinada constantemente nos escritos dos profetas que Deus levantou e enviou aos filhos de Israel. Quanto mais entendermos a verdade sobre a aliança divina da redenção, maior será a nossa segurança. Temos ainda a grande verdade ensinada no capítulo 6 da Epístola aos Hebreus, nos versículos 13-20. Deus fez até juramento para ajudar-nos. Não precisava fazê-lo, mas o fez para Abraão. "Confirmou" a sua promessa com um juramento. Ele "jurou por si mesmo". Não havia ninguém maior por quem jurar, e assim Deus "jurou por si mesmo" que o Seu prOpósito não mudaria. Ele a subscreveu, garantiu-a, fê-la absoluta­mente segura e inviolável. O juramento de Deus! Você estudou isso na Palavra? Passou tempo meditando nisso? O autor da Epístola aos Hebreus sugere que os cristãos hebreus que tenham sido muito diligentes"servindo aos santos" em outras questões práticas, tinham sido negligentes neste aspecto, pelo que ele os exorta a mostrare:

"O mesmo cuidado até o fim, para a completa certeza da esperança" (Hb 6:11).

· Retornem à aliança, estudem o juramento de Deus, procurem compreender a sua relevância para vocês e sejam ilumi­nados acerca dessa matéria;
· Esta é a matéria de tornar segura a sua esperança.


3) A seguir, pensem no poder de Deus:

Apenas menciono isso no momento porque o apóstolo vai tratar disso em particular em sua terceira petição na passagem em foco. Mas podemos estar certos de que nada poderá impedir o propósito de Deus, nada poderá frustrar o plano de Deus. É absolutamente certo porque o poder do Deus Todo-poderoso está por trás dele.


4) Devemos compreender também que o "chamado" de Deus faz parte do Seu plano:

Embora contendo muitas partes, Deus vê esse plano como um todo, e, portanto, se estamos nesse plano, o fim conclusivo é absolutamente certo para nós. A lógica dessa afirma­ção é demonstrada por Paulo no capítulo 8 de Romanos, versículos 29-31:

"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem do seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou."

E em seguida ele pergun­ta:

"Que diremos pois a estas coisas?" (Rm 8:31)

E responde:

"Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31)

A lógica é inexorável; é a base da nossa certeza concernente a esta bendita esperança. Noutras pala­vras, se eu fui chamado eficazmente, estou certo de que chegarei ao fim glorioso. Se na mente de Deus eu sou chamado, já estou "glori­ficado", É tão certo assim! Quando Deus começa uma obra sempre a termina.

"Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo." (Fp 1:6)

Nada pode detê-la. A aliança é somente uma, o plano é somente um; se um elo estiver presente, todos os outros elos terão que seguir-se.

"Ninguém as arrebatará da minha mão", diz o nosso Senhor (Jo 10:28).

Isso está claro para você? Você vai freqüentemente ao capítulo 8 da Epís­tola aos Romanos, e o lê e ora e diz: "Acaso isso é verdadeiro a meu respeito; eu fui chamado logo estou justificado, logo já fui glorifica­do em Cristo"? Quando o diabo o ataca, você lhe responde citando estas Escrituras? Foi o que o nosso Senhor fez quando foi tentado pelo diabo. Ele tinha este entendimento, e respondeu ao diabo citando as Escrituras. Isso constitui uma parte do que significa termos os olhos do nosso entendimento iluminados.


5) Finalmente, precisamos entender a doutrina subjacente ao que já nos aconteceu:

Uma das maiores e mais práticas bases da segu­rança é a doutrina do novo nascimento ou da regeneração. Se nasci de Deus, do Espírito, não posso cair; é impossível. Isso de "cair da graça" não existe. É completamente inconcebível e impossível que o Deus eterno implante em nós a semente da vida eterna e depois permita que alguma coisa a destrua. A idéia de que um dia poder­mos nascer de novo, depois pecar e perder a nossa vida eterna, e depois nascer de novo, e assim oscilar entre as duas posições, baseia-se numa completa ignorância da doutrina da regeneração. Os que a subscrevem precisam ter iluminados os olhos do seu entendimento. Segundo o ensino bíblico, se simplesmente sou cris­tão, estou "em Cristo", estou unido a Cristo, estou ligado a Cristo. Eu estava "em Adão", e agora estou "em Cristo". Estou ligado a Ele por elos indissolúveis. No momento em que estendermos esta dou­trina, a nossa esperança será certa e segura. Você não pode estar em Cristo e fora de Cristo; você não pode estar "em Cristo" um dia, e fora de Cristo no dia seguinte; se você está "em Cristo" nunca mais poderá estar fora de Cristo outra vez. Ou você está em por toda a eternidade, ou fora por toda a eternidade. Devemos captar e conhe­cer esta doutrina da nossa bendita união, da nossa união mística com Cristo. Ele é a Cabeça, como Paulo vai desenvolver o ponto no fim deste capítulo, e nós somos o corpo; nós estamos "nele" e per­tencemos a Ele e estamos ligados a Ele.
Torno a perguntar: estas coisas significam tudo para você? Essa é a prova da nossa espiritualidade, a prova do nosso crescimento na graça.
Permitam-me aplicar a minha prova indagando se podemos di­zer com sinceridade e com confiança -

Minha esperança é construída em nada menos
Que o sangue de Jesus e Sua justiça;
Não ouso confiar na mais suave disposição
Mas de todo me apóio no nome de Jesus:
Em Cristo. a firme Rocha, é que me firmo,
Qualquer outro terreno é arreia movediça.

E pergunto se você pode continuar a recitar esse hino, mesmo quando as nuvens são negras e tudo parece ir contra você, e dizer -

Quando as trevas encobrem Sua amável face,
Eu repouso em Sua imutável graça;
Em todo o tempestuoso escarcel
Minha âncora se fixa dentro do véu.

Mas, acima de tudo, você pode juntar-se ao escritor do hino em sua estrofe final? –

Seu juramento, Sua aliança, e Seu sangue
Me firmam na torrente avassaladora:
Quando tudo o que me cerca desaparece,
Ele é então toda a minha esperança e o meu esteio.
Em Cristo, a firme Rocha, é que me firmo,
Qualquer outro terreno é areia movediça.

Você conhece "a esperança da sua vocação"? Você tornou "mais firme a sua vocação e eleição"? Você está repousando em "Seu juramento, Sua aliança, e Seu sangue", em Sua imutabilidade, quer você O veja quer não, quer você O sinta quer não? Você pode descansar na verdade concernente a Ele, a qual, em Sua graça, Ele nos revelou em Sua Palavra por meio do Espírito Santo, e que Ele nos capacita a captar e apreender pela iluminação dos olhos do nosso entendimento? Busque-a! Você foi destinado a regozijar-se, a ter uma firme esperança que nada pode abalar. Você pode tê-la dessa maneira.

Fonte: O supremo propósito de Deus - Exposição sobre Efésios (1: 1-23)

Por: D.M Lloyd Jones

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

12ª estação – Monte Sinai – final da 6ª subida e introdução à 7ª subida (Mensagem 59)


Esse é o texto que estudaremos na reunião da igreja do dia 29 de dezembro. Que o Senhor prossiga falando aos nosso corações.

As 42 Jornadas no Deserto

Textos: Ex 25:1 a Ex 30:11 e Ex 32:11-13


Vamos continuar estudando sobre a décima segunda estação da peregrinação do povo de Israel no deserto. Estamos no final da sexta subida de Moisés ao Monte Sinai.
Sabemos que agora, no final desta sexta subida, Moisés sobe muito contente, muito feliz, porque Deus lhe dera as tábuas da lei; Deus lhe dera a visão da Sua casa, uma visão pormenorizada, em detalhes, em riquezas espirituais. Moisés desce para poder compartilhar tudo isso com o povo e, ao descer, ele vê o povo adorando o bezerro de ouro.
Arão deixara o povo desenfreado. Quando Deus vê a maneira como aquele povo se comportava diante dEle, a tristeza de Deus toca profundamente o coração de Moisés. Moisés desce, quebra as tábuas e acontece aquele problema e Deus tem que aplicar o Seu juízo.
Então Moisés perguntou àquele povo por que eles estavam adorando a ídolos, estavam adorando a um bezerro de ouro, ao estilo dos egípcios, como se Deus jamais tivesse falado com eles, como se Deus jamais tivesse operado no meio deles com tanto poder, misericórdia e graça. Em seguida, o que Moisés faz? Moisés pergunta: “Quem está pelo Senhor? Quem é por Jeová?” E somente a tribo de Levi esteve ao lado de Moisés. Somente a tribo de Levi se posicionou de acordo com Deus, de maneira que ele disse: “Venham, ponham-se ao meu lado e ponham a espada exercendo o juízo de Deus.” E foi desde esse momento que os levitas foram consagrados para servir.

Ü O propósito de Deus era ter uma nação de sacerdotes:

O propósito de Deus era ter uma nação de sacerdotes, uma nação que ministrasse a Ele, e naquele episódio da adoração ao bezerro de ouro vemos que o povo não quis tal posição diante de Deus. O povo não quis viver uma vida de profundo relacionamento, de intimidade, com Deus. E quem se posicionou para estar diante de Deus? A tribo de Levi.
O desejo de Deus era ter toda uma nação de sacerdotes exercendo o sacerdócio diante dEle, mas, por causa da culpa daquele povo, Deus separou a tribo de Levi. O desejo de Deus é com todos, mas se todos não querem, Ele faz com aqueles que querem: somente a tribo de Levi.

Ü Moisés sobe para interceder pelo povo:

Então Moisés sobe pela sétima vez. Ele sobe para interceder. Ex 32:11-13 diz assim:

11 Porém Moisés suplicou ao SENHOR, seu Deus, e disse: Por que se acende, SENHOR, a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza e poderosa mão?
12 Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes e para consumi-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo.
13 Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas do céu, e toda esta terra de que tenho falado, dá-la-ei à vossa descendência, para que a possuam por herança eternamente.


Moisés ora as próprias palavras de Deus

Aqui vemos que Moisés toca o coração de Deus com essa intercessão. Amados irmãos, nós podemos pensar que Moisés está mudando a vontade de Deus, nós podemos achar que nessa oração Moisés está convencendo Deus de algo que Deus iria fazer. Na verdade, esse não é o propósito de Moisés. Deus é indomável, Deus não se deixa domar nem dominar e nem se convencer pelo homem de alguma coisa que queira fazer.
Na verdade, o conteúdo, a essência dessas palavras, são palavras espirituais, são palavras de um homem cujo coração está completamente compungido pelo coração de Deus. É como se o coração de Deus e o de Moisés batessem numa intensa sintonia. O que Moisés está fazendo aqui é orando as próprias palavras de Deus. Aqui nós temos o caráter da justiça de Deus em face ao pecado do povo. E Moisés ora de acordo com a própria Palavra de Deus, de acordo com o propósito de Deus. Ele não podia fazer uma outra oração, ele tinha que fazer esta oração em conformidade com o propósito de Deus. E foi isso que ele fez.
Por que Deus atendeu a Moisés? Foi porque Moisés tocou o foco da oração. Não foi porque Moisés entrou com um pensamento sublime ou mais elevado do que o propósito de Deus; Moisés orou dentro do propósito de Deus, dentro daquilo que DEUS houvera falado a Moisés. Moisés diz “Torna-te do furor da tua ira”. Deus precisava ouvir isso? Não. Era Moisés que precisava falar isso para que demonstrasse diante de Deus a palavra de Deus dentro dele. Moisés diz para Deus “Arrepende-te deste mal contra o teu povo”. O arrependimento de Deus é diferente do nosso próprio arrependimento. Uma coisa que temos que entender é que a expressão arrependimento, concernente ao caráter de Deus, é uma expressão teofânica, porque o arrependimento de Deus não é como o arrependimento do homem.
Vamos ler dois textos. O primeiro está em Nm 23:19:

Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?

O segundo texto está em I Sm 15:29:

Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.

Então vemos que quando a Bíblia fala desta questão do arrependimento de Deus aqui, quando Moisés diz para o Senhor “arrepende-te deste mal contra o teu povo”, Moisés não está querendo fazer Deus mudar de idéia. Moisés não está tentando convencer Deus de algo que Deus vai fazer. Moisés está aqui é concordando com a vontade de Deus sobre aquilo que Deus quer fazer. O coração de Deus e o de Moisés são um. A nossa oração não muda a Deus, a nossa oração muda a nós mesmos. Nós é que somos mudados quando oramos. Quem quebrou as tábuas da lei foi Moisés, quem estava irado era Moisés. Nós sabemos que a ira de Moisés, em face a tudo aquilo, refletia o próprio coração de Deus, a própria comunhão que Moisés tinha com Deus. No entanto, ele não estava convencendo, ordenando, que Deus não fizesse ou que fizesse algo; o que Moisés está orando aqui é concordando com Deus sobre aquilo que Deus vai fazer.
Moisés diz para Deus “Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência (...)”. Essas são as palavras de Deus. Moisés ora a Deus conforme a própria Palavra de Deus. Tem um texto que está em Isaías 43:26, quando Deus diz assim:

Desperta-me a memória; entremos juntos em juízo; apresenta as tuas razões, para que possas justificar-te.

Essa é a verdade, essa é a questão.

Ü O povo estava completamente envolvido por um estado de idolatria:

Amados irmãos e irmãs, há uma questão que nós temos que ver aqui. Vejam que aquele povo estava completamente envolvido por um estado de idolatria. Imaginem Ex 20:3-4 – Deus havia dito para aquele povo:

3 Não terás outros deuses diante de mim. 4 Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

Irmãos, sem nem ao menos considerar o texto, quando vamos para a Palavra de Deus, vemos algo muito sério! Como este povo estava virando as costas para Deus! Imaginem a seriedade, a gravidade de tudo isso! Imaginem que este povo experimentou a libertação de Deus. Como Deus os tirou do Egito, como Deus os sustentou, como Deus os guardou do calor do deserto, colocando sobre eles uma nuvem que os cobria durante o dia e que os aquecia durante a noite. Vejam que a idolatria é irracional.
Nesse contexto ainda muito mais podemos ver isso. Tudo o que Deus operara no meio deles, como eles puderam sequer cometer tal pecado, considerando tudo o que Deus fizera por eles. Todas as manifestações sobrenaturais de Deus – comida caindo do céu, águas amargas transformadas em águas potáveis e doces, roupas que resistiram ao tempo, sandálias que não se desgastavam nos pés, águas que saiam da Rocha, a lista imensa. Imaginem quantas coisas. Considerar a hipótese de adorar outros deuses diante de manifestações tão claras de autoridade, poder, graça e misericórdia como essas, seria simplesmente demonstrar uma completa incapacidade de reconhecer o que é o amor, o que é a graça, o que é a misericórdia, quem é Deus. Eles não viram Deus em nada daquilo que Deus fizera; eles não puderam ganhar de Deus. Ganharam as coisas de Deus, mas não puderam ganhar Deus. Por isso que a idolatria é algo extremamente irracional. A idolatria continua se revelando como um câncer na vida do homem.
Nós precisamos compreende o que é um ídolo. A primeira figura que surge em nossas mentes é de uma imagem (de barro, de metal, de pedra), diante da qual as pessoas se dobram para poder pedir alguma coisa. Mas o que está por detrás desta prática é o que constitui o problema.


Ü A idolatria se define basicamente por três características essenciais: utilitarismo, egocentrismo e manipulação.

1) Utilitarismo

Em primeiro lugar, a idolatria é uma relação utilitarista. Um ídolo é um produto das mãos do próprio homem construído a partir das suas paixões, dos seus desejos, das suas necessidades.
Uma coisa que nós temos que saber é que um ídolo não é um fim em si mesmo, e sim um meio para se atingir um fim. Um ídolo não é adorado pelo que é em si, mas por aquilo que ele pode dar. O deus do idólatra é um objeto de uso, uma espécie de trampolim para a realização de desejos pessoais. Sendo assim, os ídolos nascem onde nascem os nossos desejos. Os maiores postes-ídolos não são altares físicos, mas o nosso próprio coração. Onde houver um desejo a ser realizado, existirá a idolatria.
A idolatria não é um pecado exclusivo daqueles que se prostram diante de imagens. Faz parte de todo aquele que carrega, ainda que seja um apequena fagulha, a ardente natureza corrompida do homem que o leva à busca da satisfação pessoal a qualquer custo. Isso caracteriza a idolatria. A relação entre o desejo e o ídolo é uma relação dinâmica: de acordo com o desejo, o ídolo sofre mutações. Quando o desejo é dinheiro, o ídolo pode ser o trabalho; mas quando o desejo é luxo, o ídolo é o próprio dinheiro; quando o desejo é prazer, o sexo torna-se um deus; mas quando o desejo é sentir-se amado, o ídolo pode ser o próprio cônjuge ou os filhos; quando o desejo é a fama, o ídolo pode ser o conhecimento ou o talento; quando o desejo é poder, controle, cargo, ou qualquer outra coisa, ou até mesmo o púlpito, tudo isso pode se tornar um deus. O ídolo sempre alimenta o desejo e só é apreciado enquanto atende as necessidades.

2) Egocentrismo

Em segundo lugar, nós vemos o egocentrismo. A idolatria é egocêntrica. Se o que caracteriza a idolatria é o uso do deus, quem está no centro da espiritualidade não é o ídolo, e sim o próprio homem. Enquanto alimenta o seu ídolo, o homem está na verdade trabalhando em prol de si mesmo. De fato, todos os ídolos são representações diferenciadas da própria tendência de alta exaltação. Se olharmos nos olhos das imagens de esculturas de nossos corações, veremos fotos ampliadas de nós mesmos. Enquanto alimentamos o que nos proporciona o objeto de desejo, somos nós mesmos que estamos sendo adorados. A grande tentação humana é fazer do homem o seu próprio centro, o seu próprio deus. O maior desejo do homem, a maior compulsão que existe no coração caído, é ser Deus. O cerne da idolatria é que nós somos adoradores de nós mesmos.

3) A idolatria é manipuladora

Em terceiro lugar, a idolatria é manipuladora. É uma forma de definir fronteiras para o invisível. As imagens de escultura são representações concretas e visíveis da realidade tangível. A princípio pode ser uma tentativa de trazer para a realidade presente aquilo que se sente que está distante. Talvez fosse essa a intenção dos israelitas ao construir aquele bezerro de ouro: colocar uma forma e uma face naquele que os havia libertado do cativeiro. Vejam que quando eles estavam diante daquele bezerro, Arão disse: “Eis aí, Israel, o teu Deus que os tirou do Egito”. Vejam isso. Mas os desdobramentos dessa forma de pensar são extremamente enganosos em si mesmos. Uma vez que o invisível esteja aprisionado em uma forma, ele pode ser facilmente ignorado. O ídolo é manipulável, ele pode ser venerado, como também pode ser descartado com a mesma facilidade por quem está no controle (que na verdade é o homem).

Amados irmãos e irmãs, como isso é sério dentro do contexto do evangelho que nós estamos vivendo. Como nós precisamos ser libertos, ser ajudados. Como nós precisamos ter um coração como tiveram aqueles levitas: de nos posicionar do lado de Deus. Como nós precisamos ter um coração pelo Senhor. Como nós não podemos levantar nenhum altar diante de nós, porque aquilo que levantamos diante de nós é procedente daquilo que reside lá dentro do nosso próprio coração. Que Deus nos conquiste, que Deus nos liberte, que Deus nos leve pela Sua Palavra a fazer uma profunda reflexão: “se somos ou não somos adoradores; se, de fato, nós não somos adoradores de nós mesmos; se, de fato, nós não somos idólatras, corrompidos nos nossos desejos, nos nossos sentimentos”. Precisamos de ajuda, precisamos de libertação.

Que Deus, de uma forma grandiosa e poderosa, conquiste sua vida e te abençoe rica e poderosamente; leve você a fazer uma grande e profunda reflexão sobre essa questão da idolatria e a sua espiritualidade. Que Ele te abençoe pela Sua Palavra.

O Julgamento das Nações

O livro de Apocalipse nos mostram as 3 fases do julgamento das nações.
O que esses sete Selos, as Sete Trombetas e as sete Taças nos ensinam? Que a graça de DEUS não tem limite, mas a Ira Dele tem.
Nos capítulos 6 a 16 de Apocalipse, temos uma exposição desses julgamentos.
Precisamos ver como eles se inter-relacionam.

Vamos compreender dois pontos aqui

1º.A linha do tempo será definida de acordo com os sete Selos.
2º.O julgamento dos selos cobre um período de aproximadamente 21 meses, durante os quais o anticristo entrará em cena e conquistará o mundo por meio de diplomacia.
3º.Os Selos são secretos, mas as Trombetas são públicas.
4º.As sete trombetas são o conteúdo do sétimo Selo.

O Primeiro Selo - Ap 6.1,2

Cavalo Branco – A pregação do Evangelho

O Segundo selo - Ap 6.3,4

Cavalo Vermelho – A cor do cavalo indica o sangue e a morte.
O Terceiro Selo - Ap 6.5,6

Cavalo Preto – Nesse julgamento temos “uma balança na mão... uma mediada de trigo por um denário; três medidas de cevadas por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho”.
Isso indica uma fome severa que geralmente é seguida de conflitos militares (como mencionados nos dois selos anteriores).
A descrição monetária indica que o poder aquisitivo será reduzido a um oitavo de seu nível anterior.

O Quarto Selo - Ap 6.7,8

Cavalo Amarelo – O mais severo dos quatro: “Foi-lhe dada autoridade sobre a 4ª parte da terra para matar a espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra”.

O Quinto Selo - Ap 6.9–11

Vamos compreender alguns pontos aqui

1º - Nesse julgamento 25% da população mundial morrerá.
2º - Quando o 5º selo foi aberto, os mártires da Tribulação vão clamar a Deus para que tome vingança contra aqueles que os que o mataram.
Foi dito a eles que o tempo da vingança ainda não havia chegado, mas que chegaria.
A passagem menciona que mais pessoas seriam ainda martirizadas.
A oração deles é finalmente respondida em Ap 16.4-7, durante o julgamento da terceira taça.

O Sexto Selo - Ap 6.12-17

Seis coisas acontecem:
1º Um grande terremoto;
2º O sol tornar-se-á negro;
3º A lua tornará como sangue;
4º As estrelas cairão sobre a terra;
5º O céu recolherá como um pergaminho;
6º Todos os montes e ilhas moverão de seus lugares.

Estas coisas descrevem convulsões de grandes proporções que atingirão a atmosfera como também a crosta terrestre;
Catástrofes como já ocorreu na história da humanidade.

O Sétimo Selo - Ap 8.1

O sétimo selo introduz a próxima série de 7 julgamentos, conhecida como o julgamento das trombetas.
O sétimo selo introduz o julgamento das sete trombetas, que trará catástrofes maiores ainda, sobre a terra.

Aqui Entra o Período Sombrío da Grande tribulação

A sétima trombeta, como o sétimo selo, nada faz a não ser introduzir o julgamento das sete taças, que são os mais severos de todos os julgamentos.

O Julgamento das Trombetas - Os 7 julgamentos são:

A Primeira Trombeta - Ap 8.7

Saraiva e fogo misturado com sangue atirado sobre a terra, resultando que foi “queimada a 1/3 parte da terra, e das árvores e também toda erva verde”.
Uma catástrofe sem precedentes contra a natureza.

A Segunda Trombeta - Ap 8.8,9

Esse julgamento é descrito com “uma grande montanha ardendo em chamas” sendo atirada ao mar de modo que a 1/3 da vida marinha foi destruída.

A Terceira Trombeta - Ap 8.10,11

No toque dessa trombeta uma 1/3 parte dos rios e das fontes de água doce foram danificadas.
Muitos homens morreram por causa desse flagelo – (v.11).
O único continente onde concentra 1/3 das águas do mundo é a America do Sul
A Quarta Trombeta - Ap 8.12,13

A 1/3 parte do sol, da lua e das estrelas perderão sua luz.
Intensas Trevas cobrirão a terra.
Quando DEUS estava para tirar seu povo do Egito, houve uma praga semelhante – Êx 10.21-23: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar. Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas sobre toda a terra do Egito por três dias; não viram uns aos outros, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; porém todos os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações”.
Nesse tempo um mensageiro de DEUS advertirá todos os moradores da terra, sobre os três julgamentos da trombeta que ainda restarão.

A Quinta Trombeta - Ap 9.1-11

Outra estrela cai do céu na terra tendo a chave do Poço do Abismo, que aberto por ele, libertando uma multidão de gafanhotos demoníacos.
Essas criaturas especiais recebem permissão para torturar – mas não matar – as pessoas, por 5 meses.
Essa invasão de gafanhotos demoníacos também é citada em Jl 2.1-11. Será um tempo terrível para os descrentes.


A Sexta Trombeta - Ap 9.13-21

Esta Sexta Trombeta tem conexão com a Sexta Taça – 16.12-14.
4 anjos foram especialmente criados para esse momento na história.
Esses anjos comandavam uma hoste angelical de duzentos milhões de cavaleiros para matar a 3ª parte das pessoas sobre a terra.
Preste atenção em alguns detalhes desta profecia:
v. 14: “junto ao rio Eufrates” - Região do Iraque.
v.16: “O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número” – Um exército de 200 milhões de soldados.
v.18: “Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens” – Armas químicas, Nucleares e Biológicas.

A essa altura na história, pelo menos metade da população da terra terá morrido em apenas alguns anos.
Mesmo depois de todos esses acontecimentos, as Escrituras relatam que as pessoas “não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos”.




A Sétima Trombeta - Ap 11.15-19 – 7 Taças

Esse julgamento introduz os julgamentos das 7 Taças a seguir.

O Julgamento das Sete Taças - Ap. 15.5-8

1º.Estes julgamentos, quando comparado aos julgamentos dos selos e das trombetas, parecem ser mais intensos e mais severos.
2º.Estas taças têm colhido a Ira de Deus, digamos, por um longo tempo. Agora elas estão cheias até a borda e prontas para serem derramadas, o que vai preparar o caminho para a 2ª Vinda de Cristo.
3º.Os anjos que ministram esses julgamentos são retratados como derramando as Taças sobre a terra para assegurar que cada gota da Ira de Deus fosse derramada. Nada é retido.
4º.Cada Julgamento é especificamente dirigido a um objeto da Ira de Deus:

A Primeira Taça - Ap 16.1,2

Derramada “sobre a terra” e tem como alvo especificamente aqueles que têm a MARCA DA BESTA.
De alguma maneira, ela é o cumprimento de Ap 14.9-11.
O julgamento é uma aflição de Úlceras Malignas e Perniciosas sobre os seres humanos.

A Segunda Taça - Ap 16.3

Será lançada “no mar”, transformando a água em sangue, de maneira que cada ser vivente que havia escapado dos julgamentos anteriores morresse.
O mau cheiro e as doenças que resultarão desse julgamento são inimagináveis.

A Terceira Taça - Ap 16.4-7

Será derramada “nos rios e nas fontes das águas”, de maneira que toda água potável que restava também se transformou em sangue.
Esse julgamento é a resposta de Deus a oração dos mártires para que suas mortes fossem vingadas Ap 6.10.

A Quarta Taça - Ap 16.8,9

Será derramada “sobre o sol”, de modo que o calor se tornou intenso e queimou as pessoas com fogo.
A passagem nos diz como as pessoas na terra reagem: Elas “blasfemam o nome de Deus... e nem se arrependeram para lhe darem glória”.

A Quinta Taça - Ap 16.10 11

Será derramada “sobre o trono da besta”, de maneira que todo o seu reino se tornou em trevas.
Mais uma vez a resposta é blasfêmia “e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras”.

A Sexta Taça - Ap 16.12-15

Esta Sexta taça tem conexão com a A Sexta Trombeta - Ap 9.13-21.
Será derramada “sobre o grande Rio Eufrates”, de modo que suas águas secaram.
Isso prepara o caminho dos Reis do Oriente para vir as montanhas de Israel para a batalha do Armagedom.

A Sétima Taça - Ap 16.17-21

Será derramada “pelo ar”, de modo que “sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões” anunciando o maior terremoto da humanidade.
Esse julgamento aparentemente ocorre em conjunção com o Retorno de Cristo e também é relatado em
Vamos ler algumas passagens:
Jl 3.14-17; Zc 14.5,5; Mt 24.29,30

“NUNCA ESQUEÇAMOS - AGRAÇA VEM ANTES QUE JUÍZO”

Por: Ir. Luiz Fontes

sábado, 26 de dezembro de 2009

PROGRAMA COMPARTILHANDO A PALAVRA DE DEUS

Convidamos aos amados irmãos, irmãs e visitantes deste Blog, a ouvirem de 2ª a 6ª às 14:00 h na WEB RÁDIO DMD (www.radiodmd.com.br), o programa COMPARTILHANDO A PALAVRA DE DEUS.
A nossa programação é feita de louvores, reflexão do dia e estudo bíblico. No momento estamos estudando o livro de Filipenses.
Não perca o programa e encoraje a outros irmãos a acompanhar também.

O PEQUENO CHIFRE QUE SE ENGRANDEÇE

Irmãos e irmãs, já está disponível para baixar o vídeo do estudo do Ir. Gino Iafrancesco acerca da profecia do "Pequeno Chifre que se engrandeçe". Esse vídeo foi compartilhado pelos irmãos do Rio de Janeiro e é muito importante que todos nós possamos ver e ouvir com atenção porque a profecia bíblica está se cumprindo no nosso tempo.
Precisamos pedir ao Senhor que abra os nossos olhos para que possamos ver e pedir a ele que nos dê ouvidos para ouvir o que o Espírito Santo diz a Igreja.
Que o Senhor nos ajude a compreender a Sua Palavra.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Vida cristã equilibrada: dando fruto para Deus (parte 2) - Por: Ir Jodelson

Essa palavra foi ministrada a Igreja em Itaberaba no dia 20/12/2009.

Amados irmãos, temos compartilhado sobre estas duas categorias de verdade: objetiva e subjetiva:

Elas precisam andar juntas, equilibradas, para que possamos caminhar com segurança, sem vacilar, até alcançarmos a plenitude da nossa salvação em Cristo;
Considerar um aspecto e não o outro gera desequilíbrio;
Primeiro nós temos os fatos realizados de modo objetivo em Cristo;
Depois, temos as experiências correspondentes em nós de maneira subjetiva por meio da obra do Espírito Santo;
Tudo o que é verdade em Cristo – fato consumado – o Espírito Santo de Deus torna realidade, verdade, experiência dentro de nós;
Por isso, conforme vimos em Ef 1:18-20, o mesmo poder que operou em Cristo Jesus (fato objetivo), está agora a operar em nós, dentro de nós (fato subjetivo):

18 iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,


Agora salvos, em Cristo, o Senhor, pelo Seu poder, está operando a Sua vontade dentro de nós;
Sem a habitação do Espírito Santo em nós, a nossa disposição interior não seria alterada; seríamos apenas salvos, mas não seríamos mudados interiormente;
Se fôssemos libertos do pecado, libertos do mundo, salvos da condenação eterna, do inferno, mas, ainda assim, permanecêssemos escravos do ego, nós viveríamos vidas miseráveis;
Seríamos salvos, justificados, mas não teríamos o caráter de Cristo, não teríamos o fruto do Espírito;
O Espírito Santo veio habitar em nós para nos livrar do ego, esse maior tirano de todos;
O Espírito Santo veio aplicar em nós tudo o que Cristo é; Ele veio formar o caráter de Cristo em nós;
Irmãos, nosso ego não deve ser o centro do nosso viver:

nos prendendo em uma vida de derrota, oprimida, cheia de lamentações, de culpa;
e nem mesmo nos lançando em uma vida dissoluta, alheia ao operar da graça que nos conduz à Plenitude de Deus.

Assim, na última semana, estivemos compartilhando sobre quatro fatos realizados de modo objetivo em Cristo e as experiências correspondentes produzidas em nós de maneira subjetiva por meio da obra do Espírito Santo:

1) Cristo morreu na Cruz; fomos justificados nEle – subjetivamente, temos a paz do perdão; desfrutamos da alegria da salvação;
2) Nosso velho homem foi crucificado com Cristo – subjetivamente, pelo Espírito, mortificamos a nossa natureza terrena;
3) Ressuscitamos com Cristo – subjetivamente, cremos que aquele que começou a boa obra em nós irá completá-la; rendemo-nos ao poder da ressurreição que opera em nós; cooperamos com o Espírito Santo;
4) Cristo foi assunto aos Céus e, juntamente com Ele, nós também – subjetivamente, vivemos de modo digno dessa posição; buscamos as coisas do alto; pensamos nas coisas do alto.

Agora, gostaria de compartilhar sobre o quinto ponto, o resultado de uma vida equilibrada: dar fruto para Deus:

5) Dando Fruto:


No lado objetivo, Cristo realizou todas as coisas e, portanto, cremos nEle, confiamos nEle de todo o coração;
No lado subjetivo, o Espírito Santo fará a obra, e Ele deve ser obedecido por completo;
Todas as experiências espirituais começam quando cremos no que Cristo consumou e terminam quando obedecemos ao que o Espírito Santo nos ordena a fazer;
O que Cristo fez nos dá a posição (então recebemos); e o que o Espírito nos ordena faz com que experimentemos (assim, obedecemos);
Quando lemos Ef 1:18-20, vemos, no aspecto objetivo, a obra de Cristo: veio ao mundo; morreu; ressuscitou; foi assunto aos céus vitorioso; está assentado nos lugares celestiais, à destra de Deus; reina glorioso sobre todas as coisas; e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, foi dado à igreja, que é o Seu corpo;

Vejamos agora Jo 12:23-26:

23 Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.
24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.
25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.
26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.

No aspecto objetivo, Cristo, em sua obra, deu fruto;
Assim, o unigênito agora é o primogênito entre muitos irmãos:

Jo 1:14:

14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

Rm 8:29:

29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

Quando observamos Suas palavras, Suas ações, Suas orações, Seu ministério, fica evidente o propósito de Cristo: dar fruto para o Pai; a glória do Pai;
Em todos os aspectos, prevaleceu em Cristo a vontade do Pai, o caráter do Pai; o Pai nEle e Ele no Pai – fruto para Deus – glória de Deus (aspecto objetivo):

Jo 4:34:

34 Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.


“minha comida”: minha disposição interior, minha realidade de vida, minha experiência, minha vida;
“fazer a vontade do Pai”; “realizar a Sua obra”: obedecer ao Pai.

Do mesmo modo, no aspecto subjetivo, nós somos chamados a morrer, dia após dia; somos chamados à morte de cruz, à mortificação do nosso eu, do nosso ego, da nossa velha natureza, para que a excelência seja de Cristo, para que a excelência seja de Deus – Cristo em nós, a esperança da glória! (aspecto subjetivo):

Jo 12:25-26:

25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. 26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.

Mt 16:24:

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”

No aspecto objetivo, Cristo morreu; no aspecto subjetivo, negamos a nós mesmos, tomamos cada um a nossa cruz (mortificamos nosso eu, nosso ego) e O seguimos.

Quando Cristo, o grão de trigo, morre, qual é o fruto que se tem em vista?

A Igreja; Cristo em nós; Cristo tudo em todos.

Quando nós morremos, qual o fruto que se tem em vista?

Cristo; Cristo em nós; A Igreja conformada a Cristo.

Quando temos objetivo + subjetivo, uma vida equilibrada, o resultado é: fruto amadurecido;
O Primogênito e Seus muitos irmãos; Cristo e a Igreja; A videira e seus ramos;
Essa é a obra do Espírito Santo hoje na igreja!;
Vejamos o que o Senhor Jesus nos diz sobre esse assunto em Jo 15:1-10:


“1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
2 Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;
4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.
7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.
8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
9 Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.”
Nestes versículos o Senhor Jesus nos diz:

“todo ramo estando em mim”; “se permanecerdes em mim”; “permanecer na videira”; “permanecei no meu amor”: aspecto objetivo – nós nEle; em Cristo (pela fé, permanecer na posição na qual Ele nos inseriu; crer nEle);
“eu permanecerei em vós”; “Eu, nele”; “sem mim nada podeis fazer”; “as minhas palavras permanecerem em vós”; “se guardardes os meus mandamentos”: aspecto subjetivo – Ele em nós, dentro de nós; Suas palavras em nós, dentro de nós; Seus mandamentos em nós, dentro de nós – pelo Espírito Santo (obediência);
“permanecer”: denota fé e obediência;
“permanecer”: o mesmo que “andar no Espírito”; “cooperar com o Espírito Santo”; “sujeitar-se ao operar do Espírito Santo”;
A Obra do Espírito Santo, como vimos, tem em vista glorificar a Cristo (Jo 16:14)
v. 5: Permanecendo nEle e Ele em nós, gera: “fruto”;
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto”: o fruto tem em vista a glória do Pai – o fruto é Cristo.

Somente pelo Espírito é que permanecemos em Cristo e damos fruto que agrada a Deus, que glorifica a Deus – Cristo:

Rm 8:8-9:

8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.


Cl 1:27:

“27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;”

Agora temos Cristo em nós!;
Desde que o Espírito Santo veio habitar em nós, temos a certeza, a plena convicção de que “aquele que começou boa obra em nós irá completá-la” (Fp 1:6);


Vejamos agora Jo 15:2 e 6:

“2 Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.”

“6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.”

“Estar em Cristo e não dar fruto” e “não permanecer em Cristo” significa: Não andar no Espírito; não obedecer ao Espírito Santo;
“Não dar fruto”: não ser conformado a Cristo; não mortificar o eu, o ego, o caráter da velha vida, as obras da carne;
O fim é ser cortado, ser lançado fora, ser queimado: perder o Reino; sofrer o dano da segunda morte;
Mas, o que dá fruto Ele limpa para que dê mais fruto ainda: somos podados, conduzidos pelo caminho de cruz, limpos pela palavra que é mais cortante do que espada de dois gumes:

Mt 16:24:

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”

“Vir após mim”: primeiro o Senhor, depois nós, seguindo após Ele;
“Negar a nós mesmos”; “tome a sua cruz”: mortificar o eu; operar da cruz em nós.


Hb 4:11-14:

“11 Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência.
12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
14 Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão.”

v. 11: Há o risco de, sendo desobedientes, não permanecermos de modo digno da posição na qual Cristo nos inseriu;
v. 12: O aplicar da Palavra, pelo Espírito, nos conforma a Cristo, forja em nós o Seu caráter;
v. 14: No aspecto objetivo, temos Cristo Jesus, nosso grande sumo sacerdote. Assim, no aspecto subjetivo, conservemos firmes a nossa confissão;
“conservemos firmes a nossa confissão”: dizer o mesmo que Deus; permanecer nEle, em Sua vontade, sem vacilar;
Crer, obedecer, permanecer – somente pelo Espírito Santo

Então, irmãos, o propósito de permanecermos na videira, em Cristo; o propósito de andarmos no Espírito, é darmos fruto e mais fruto e mais fruto:

Gl 5:16-25:

“16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.
18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.
19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,
21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.”

v. 16 e 25: Andar no Espírito é uma reação ao que o Senhor nos concedeu – temos esta posição na qual podemos, agora, obedecer ao Senhor;
É andando no Espírito que não satisfazemos aos desejos da carne, ao nosso ego;
v. 18: Antes, debaixo da Lei, por mais que tentássemos, seria impossível – veríamos apenas a profundidade da nossa decadência em Adão;
Agora, tendo a lei do Espírito de vida habitando em nosso coração, podemos obedecer;
É interessante observarmos que, quanto à carne, a palavra é obras; mas, quanto ao Espírito, a palavra é fruto. Vejamos Ef 4:20-24:

20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus,
22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano,
23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento,
24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

De um lado, temos as obras da carne: o velho homem, a carne, a natureza do pecado e suas obras; nosso eu, nosso ego, nossas vontades, nossos desejos corrompidos que operam o que não agrada a Deus – uma vida que já não é (fato objetivo em Cristo), mas que, na experiência (fato subjetivo), está sendo mortificada;
Devemos nos despojar (por de lado, tirar do caminho, remover) do velho homem e suas obras;
Do outro lado, temos o fruto do Espírito: a vida de Cristo, o caráter do novo homem criado Segundo Deus e que está sendo gerado, forjado em nós, dentro de nós pela obra subjetiva do Espírito Santo;
Somos chamados a abrirmos mão do nosso EU, a nos renovarmos no espírito do nosso entendimento e mergulharmos em Cristo.

É Ele, o Espírito Santo que está a gerar o fruto em nós, dentro de nós – obra subjetiva;
Esse fruto é o caráter de Cristo; é a expressão do Seu caráter em nós;
Não podemos compreender que o Senhor está fora de nós e colocará em nós os Seus atributos;
Pelo contrário, Ele habita em nós, e está sendo gerado dentro de nós;
À medida que morremos e Cristo é magnificado, Seu caráter é expressão em nós, por meio de nossas vidas;
O Senhor é esse fruto, Sua Pessoa o é e, na medida em que temos comunhão com Ele, o caráter desse fruto vai sendo manifestado em nossas vidas:

Amor, alegria e paz: relação imediata com o próprio Deus:

À medida que esse fruto vai sendo amadurecido em nós, nossa relação com Deus vai sendo cada vez mais firme, constante, independente de qualquer situação.

Longanimidade (paciência, capacidade para suportar coisas que nos agridem), benignidade (disposição interior para a bondade), bondade (fazer o bem até para os que nos fazem mal): em relação aos outros:

Estamos sendo afligidos, sofrendo, mas somos longânimos, pacientes, suportamos, esperamos inteiramente no Senhor;
Fazemos o bem até para quem nos faz o mal; ainda que nos façam o mal, temos uma disposição interior para o bem, somos benignos, e praticamos o bem, somos bons.

Fidelidade ou fé, mansidão e domínio próprio: nós em relação a nós mesmos:

Fé ou fidelidade falam da nossa união, da relação pessoal com o Senhor;
Mansidão e domínio próprio: sob o controle do Espírito, descansamos; temos paz, descanso para nossas almas (Mt 11:29).


O Espírito Santo vai aplicar em nós tudo o que Cristo é; Ele vai formar o caráter de Cristo em nós;
Se fôssemos libertos do pecado, libertos do mundo, salvos da condenação eterna, mas ainda assim permanecêssemos escravos do ego, nós ainda viveríamos vidas miseráveis;
O Espírito Santo veio habitar em nós para nos livrar do ego, esse maior tirano de todos;
Que o Senhor nos ajude a cooperarmos com Ele, com o Seu Espírito Santo:

Gl 3:3:

“Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?”


Fp 3:16-4:1:


16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.
17 Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.

18 Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.
19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.
20 Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
1 ¶ Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.

Irmãos, vejamos os versículos 18 e 19:

Falam dos que são inimigos da cruz de Cristo, cujo deus é o próprio ventre (suas entranhas, seu ego) e cujo fim é a perdição;
Irmãos, o Espírito Santo nos chama a mortificarmos o nosso eu, o nosso ego.

Mas os versículo 20 e 21 dizem que:

Nossa pátria está no céu, de onde aguardamos o nosso Salvador;
Essa é a nossa realidade em Cristo: estamos nos lugares celestiais, nEle, e de lá aguardamos o Seu Dia;
Segundo a eficácia do Seu poder, seremos inteiramente conformados a Ele.

Irmãos, tendo começado no Espírito, não há como sermos aperfeiçoados na carne;
Somos inteiramente dependentes do Espírito Santo – andemos no Espírito;
Assim, “andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fp 3:16), “permaneçamos firmes no Senhor” (Fp 4:1), “se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:25), para que, como os ramos da videira, possamos dar o fruto que glorifica a Deus.


Que o Senhor nosso Deus nos ajude a termos uma vida que seja reação a quem Ele é e ao que Ele já fez e está fazendo em nós;
Que cada um de nós, todos os santos, no viver normal da igreja, possamos expressar não o fruto do nosso ego, do nosso eu, mas o caráter de Cristo.


“Que o Senhor nosso Deus nos ajude a termos os nossos olhos no Senhor Jesus Cristo e em Sua obra; a cooperarmos com o Seu Santo Espírito; a abrirmos mão de tudo o que não lhe apraz; e a avançarmos no pleno conhecimento dEle; para o louvor da Sua glória, louvor da glória da Sua graça.”

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS MILAGRES ERAM UMA CARACTERISTICA DO MINISTÉRIO NO NOVO TESTAMENTO - POR: IR LUIZ FONTES

Quando estudamos o Novo Testamento no Evangelho de Marcos, no capítulo 16 e os versiculos 15 a 20 que diz:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. De fato, o SENHOR JESUS, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de DEUS. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o SENHOR e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”.

Estes textos tem alguns principios que precisam ser analisados:
1º.A expressão “Ide” – é um imperativo divino; uma ordem divina para que sejamos seus arautos, pois o termo “pregai” no gergo é kerusso que fala daquele que proclama a mensagem.
2º. “quem crer e for batizado será salvo” – o termo que Marcos usou aqui foi o verbo sozo, que é encontrado 11 vezes no Novo Testamento e significa: segurança, libertação; “salvo” aqui neste texto significa “resgatar”. A palavra aqui dá idéia de “libertação”. Esta palavra revela a libertação do poder do pecado. Há uma outra palavra que é soteria, que ocorre 43 vezes em todo Novo Testamento. A. W Pink, define esta salvação em quatro aspectos: salvo da penalidade, poder, presença e, mais importante, do prazer de pecar.
3º. “sinais hão de acompanhar aqueles que crêem” - mais um termo muito importante para nós estudarmos. Veja o que ele diz: “acompanham”. Aqui temos o vocábulo grego parakoloutheo que significa: “seguir após”, “seguir alguém de modo a estar sempre do seu lado”, “seguir de perto”, “estar sempre presente”, “seguir alguém a qualquer parte que ele vá”. Aqui desejo fazer três proposições:

1ª proposição: Nossa vida em si mesma é um milagre de DEUS, pois em CRISTO, fomos escolhidos segundo a presciência de DEUS Pai, isto é, uma escolha baseada no Seu amor; Pedro em sua Primeira carta disse: “escolhidos, segundo a presciência de DEUS Pai” – (1 Pd 1.2). Este é um grande milagre!

2ª proposição: Nossa vida deve ser vivida para a glória de DEUS. A glória de DEUS deve ser nosso compromisso supremo. Em 1 Coríntios 10.31, Paulo disse: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de DEUS”. Pensem sobre isso. Em CRISTO agora, estamos vivendo num campo mais alto, sob uma lei mais alta. Não mais debaixo da escravidão, somos pessoas livres. Você pode cantar, se quiser. Você pode viver sua própria vida, se quiser. Você ainda pode viver da sua própria forma na vida social, se você quiser. Você pode fazer isso! Mas por outro lado você pode fazer diferente, você pode viver como DEUS quer que você viva! Você pode viver para a glória de DEUS. Para que tudo que você faça, você glorifique o SENHOR. Mesmo em sua vida privada, vida pessoal. Mesmo em seu lar, mesmo na sociedade, mesmo na vida da Igreja, você pode fazer todas as coisas para a glória de DEUS. As pessoas pensam que ser livre é fazer todas as coisas que você gosta de fazer, mas a liberdade real é você ser livre para fazer o que DEUS quer que você faça isso é liberdade. Nessa liberdade escolhemos o campo mais elevado, escolhemos fazer todas as coisas para a glória de DEUS.

3ª proposição – Precisamos ter consciência que somos uma bênção de DEUS. Em Gênesis 12.2,3, o SENHOR disse a Abraão: “Sê tu uma bênção... em ti serão benditas todas as famílias da terra”. A palavra hebraica para bênção neste texto é Barakah que significa uma “fonte de bênção”, “um dom”. Veja que na sequencia o SENHOR diz a ele: “em ti serão bendita todas as familias da terra”; note que as pessoas seria abençoadas nele, porque ele seria uma bênção. Será que temos sido uma dádiva de DEUS para as pessoas? O mundo precisa ver a expressão de CRISTO em nós! Será que temos consciência da nossa grande responsabilidade como povo de DEUS nessa terra hoje? Vejamos três características do ministério e da vida da Igreja Primitiva em Atos:
1º - Temor – Esse termo descreve nossa revererência a DEUS. Vejamos alguns textos:
At 2.43: “Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos”.
At 9.31: “A Igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do SENHOR, e, no conforto do ESPÍRITO SANTO, crescia em número”.
Este era o caminhar da Igreja Primitiva, em cada alma havia temor; eles caminhavam no temor do SENHOR. Toda a vida deles era caracterizada por essa reverência a DEUS.

2º - Ousadia no falar – quando lemos Atos 14.3, vemos que Lucas diz: “Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no SENHOR, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios”. Quero que voce preste atenção na palavra “ousadamente” porque ela define para nós esse tópico; no grego é parrhesiazomai que significa: “falar com firmeza”, “com segurança”, “falar com ousadia”. Temos recebido a liberdade e o ministério da Palavra. Todos temos a liberdade para pregar, e alguns tem o ministério da Palavra, o certo é que todos temos que ter “ousadia”, “firmeza” e “segurança”. A Ousadia no falar provém do temor ao SENHOR.

3º - O conteúdo da mensagem deles é CRISTO – Em Atos 5.42, nos diz: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar JESUS, o CRISTO”. Quando lemos neste sobre “ensinar” e “pregar” nós temos “vida” e “poder”. Estas palavras definem para nós o equilibrio do ministério da Palavra. O ensino produz crescimento em vida; e o pregação trasmite o poder para a conversão. Qual era o conteúdo da vida e do poder da Palavra? CRISTO! Todo conteúdo da mensagem deles era CRISTO, a mensagem viva, o Verbo de DEUS. O evangelho deles era CRISTO ressurreto.


ANÁLISE DOS MILAGRES NA IGREJA PRIMITIVA

O Milagre do coxo na Porta Formosa – At 3.1-26

Uma das características dos escritos de Lucas, é que ele narra sua história mediante pessoas e eventos que funcionam como exemplos ou padrões para nós.
Os acontecimentos deste capítulo ilustram aquilo que DEUS deseja nos ensinar acerca dos Seus milagres na vida prática da Igreja. Aqui vemos o minstério do ESPÍRITO mediante Pedro e João.
Quando analisamos o milagre realizado pelo ESPÍRITO SANTO através de Pedro, podemos aprender certos princípios que forma em nós o fundamento doutrinário dos milagres no Novo Testamento. Vamos estudar dentro de uma ordem lógica para compreendermos os princípios espirituais contidos nesse episódio:
1º. “Pedro e João estavam subindo ao templo” – Note que o verbo “subindo” está na forma do passado progressivom indicando que eles costumeiramente iam ao templo para orar. Oração era uma experiência continua na vida desses homens. Aqui temos um princípio: oração deve ser a prática da nossa vida devocional com CRISTO.
2º. A confiança de Pedro estava baseado na sua experiência ascensional no discipulado de CRISTO. Desde aquele dia que André levou Pedro a CRISTO, e o SENHOR olhou atentamente para ele – (Jo 1.42). Nesse dia o SENHOR começou seu discipulado na vida dele. Depois, vemos que ele passou a seguir o SENHOR de forma esporádica, ainda não havia um discipulado sistemático, mas Pedro, continuava sua vida, até que um dia ele está pescando – (Lc 5.1-10); nesse dia, ele descobre algo maravilhoso: ele não poderia mais viver para si mesmo. Aconteceu que o SENHOR usava o barco de Pedro para pregar a multidão, e após isso, deu ordem a eles para lançarem as redes, Pedro disse ao SENHOR: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes” – (v.5). O SENHOR pintou todo esse quadro para ser revelar a Pedro de maneira especial. Nesse dia o SENHOR disse a Pedro: “doravante serás pescador de homens” – (v.10). Cada experiência que Pedro teve com o SENHOR ele aprendreu que não deveria confiar em si mesmo. Em Mateus 14.26, o SENHOR vinha andando sobre as águas, e os discipulos ao verem o SENHOR Ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas JESUS imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” – (vv.26,27). Pedro disse ao SENHOR: “Se és tu, SENHOR, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com JESUS” – (vv.28,29). Que linda experiência Pedro teve. Precisamos lembrar que uma característica da vida de Pedro é o seu coração vacilante. Nesta experiência podemos ver com nitidez que mais uma vez isso foi evidente, veja: “Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, SENHOR!” – (v.30). Veja as palavras do SENHOR a ele: “JESUS, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?” – (v.31). Esse foi o seminário de Pedro, um seminário que forma caráter. É interessante, que o SENHOR age da mesma forma conosco; Ele trata assim consco. Nesse seminário, o SENHOR trabalha de forma ascensional. Outro exemplo está em Mateus 16, quando o SENHOR pergunta aos discipulos: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” – (v.13). Pedro enfaticamente disse: “Tu és o CRISTO, o Filho do DEUS vivo” - (v.16). Foi algo maravilhoso que fluiu de sua vida. O SENHOR JESUS dissera que isso viera de uma revelação do Pai nele – (v.17). Mas, não muito depois dessa revelação, o SENHOR revela aos seus discipulos sobre Sua morte. Porque o Mistério de CRISTO – (Ef 3.4), só poderia ser manifesto mediante Sua morte. Pedro, agora sem nenhum discernimento espiritual chama-O a parte e reprovando-O, diz: “Tem compaixão de ti, SENHOR; isso de modo algum te acontecerá” – (v.22). Veja agora, o que o SENHOR diz a ele: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de DEUS, e sim das dos homens. Então, disse JESUS a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Todo temor de Pedro em relação a morte do SENHOR, é porque ele não havia negado a si mesmo. Ainda, no capítulo 13 do Evangelho de João, quando o SENHOR estava com seus discípulos no cenáculo, e abertamente ele falava da Sua morte, da sua partida, quando pedro Lhe perguntou: “SENHOR, para onde vais? Respondeu JESUS: Para onde vou, não me podes seguir agora; mais tarde, porém, me seguirás. Replicou Pedro: SENHOR, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. Respondeu JESUS: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes” – (vv.33-38). Como Pedro procurava provar seu amor pelo seu mestre, mas nunca conseguia. Quantas vezes ele achava que poderia agradá-Lo, mas sempre era reprovado. Amados em CRISTO, em todas estas situações, o que vemos é a vida de um homem centrado em si mesmo. É isto que a vida de Pedro nos revela. Mas, por outro lado, vemos um Mestre amado que não desiste daqueles que fracassam em seguí-Lo. Quando lemos em Atos dos Apóstolos, capítulo 2, e o versículo 14, Lucas diz: “Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras”. Note o termo “advertiu-os”, porque ela é uma chave importante para compreendermos este texto. No grego é apophtheggomai, e significa: “falar alto e abertamente uma mensagem digna da mais alta consideração”. Este é um termo que só ocorre aqui em Atos em todo Novo Testamento. Olhar toda esta trajetória do discipulado de Pedro nós ajuda ver de maneira gloriosa, como sua confiança estava baseada na sua experiência ascensional no discipulado de CRISTO.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O FILHO DE DEUS NA TRINDADE – Gino Ianfrancesco

O FILHO DE DEUS NA TRINDADE – Gino Ianfrancesco

«Quem subiu ao céu, e desceu? Quem encerrou os ventos em seus punhos? Quem atou as águas em um pano? Quem firmou todos os termos da terra? Qual é o seu nome, e o nome de seu filho, se sabes?» (Prov. 30.4).
Estas são perguntas que o Espírito do Senhor conduz aos homens para fazê-las, olhando o que Deus tem feito, porque como está escrito em Romanos 1:20, «as coisas invisíveis dele, o seu eterno poder e divindade, fazem-se claramente visíveis... por meio das coisas criadas».
E essa pergunta, «Quem...?», é a mesma que, de um redemoinho, Deus também faz a Jó. A evidência das coisas criadas nos leva a perguntar não só: E como...? Mas o Quem inicial. Quem começou, e quem deu sentido às coisas.
Mas o que chama mais a atenção aqui é que o Espírito Santo fez compreender a este homem do Antigo Testamento que, este Quem, que planejou e fez todas as coisas, tem um nome e também tem um Filho, e esse Filho também tem um nome. E ele pergunta pelo nome deste Quem, mas não bastou por perguntar pelo Quem, mas também pelo Filho. Confessou, no Antigo Testamento, ao Filho, e o confessou em um contexto da criação das coisas.
Porque as vezes seria mais fácil confessar o Filho em relação ao Messias, em sua passagem pela terra. E nós hoje, os cristãos, confessamos o Filho na encarnação. Mas aqui o Espírito conduziu a Agur a perguntar pelo nome de Deus, por esse necessário Criador de todas as coisas, que tem um nome, mas que também tem um Filho.
Hoje em dia, a nós, na era do Novo Testamento e da igreja, depois da vinda do Senhor Jesus, é mais fácil perguntar pelo Filho. Perguntar pelo Filho no Antigo Testamento era muito mais complicado. A revelação do único Deus no Antigo Testamento incluía o Filho de Deus.

As palavras de Jesus
Notem naquelas palavras de Jesus no evangelho de João: «E esta é a vida eterna: que te conheçam a ti...». E poderíamos pôr um ponto final aí, mas como Agur filho de Jaque não pôs, Jesus também não pôs. «...que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e...». Nesse «e...», há muita revelação. Alguém diria: «...o único Deus verdadeiro».‘É mais que suficiente. Que mais queremos?’. Mas não. Diz: «...o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste».
«Qual é seu nome –pergunta Agur–, e o nome do seu filho?». Irmãos, no fato de que Deus tenha um Filho Unigênito, eterno com ele, revela-se a essência e a natureza de Deus de uma maneira mais clara do que de nenhuma outra maneira. E dessa revelação espiritual para a igreja, do único Deus e de seu Filho, no Espírito, a igreja aprende a ser igreja.
O Senhor Jesus Cristo disse uma frase muito importante: «...como tu, Oh Pai, em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós» (João 17:21). Essa é uma frase muito rica e profunda. Caso não fosse assim, se o próprio Deus não tivesse proposto nos incluir no seio de algo tão glorioso, nós ficaríamos nas trevas exteriores.
E por isso é que nos atrai com esta, sua luz, a luz do maior espetáculo que as criaturas podem e poderão conhecer. Nunca haverá nada igual, nada tão digno de nossa completa atenção, tão digno de nossa contemplação, como a relação do Pai, do Filho e do Espírito Santo no único Deus trino, na Trindade de Deus.
«...como tu, Oh Pai, em mim, e eu em ti...». Esse é o modelo para a igreja. «...como...». Aí é onde o Espírito Santo tem um grande trabalho conosco hoje: fazer-nos entender espiritualmente esse: «…como tu, Oh Pai, em mim, e eu em ti...». É o modelo estabelecido por Cristo. «...que também eles –a igreja– sejam um...». E em seguida diz, não apenas o modelo, mas onde já está a possibilidade, a realidade necessária para que isto aconteça. Então diz: «...em nós». O que queria sublinhar neste dia é esse nós da Trindade.

A mentira de Satanás
Satanás disse: «...sereis semelhante ao Altíssimo ... junto às estrelas de Deus, levantarei o meu trono» (Isaías 14:13-14). Tinha sido criado um grande querubim, um selo de perfeição; mas quis levantar-se mais. E, para poder tomar o lugar de Deus e conquistar a muitas criaturas com o seu engano, ele começou propondo em suas contratações das que nos fala Ezequiel –que Deus conhecia e se calava– de que, ao final das contas, tudo o que foi criado era a divindade.
Ele não tirou o nome de Deus. Ele deixou o nome de Deus, porque queria atribuir a si mesmo. Só que começou a lhe aplicar esse nome, como uma maneira de cativar e enganar os outros, a toda criatura, a substância, a totalidade, o tudo; isso é Deus. E em seguida, desse panteísmo, que é um ateísmo disfarçado, porque aplica o nome de Deus à criatura, deixa Deus sem lugar algum, daí não há senão um passo para o dualismo e o politeísmo.
O dualismo, de que o bem e o mal são coexistentes e são duas forças eternas, as duas iguais, que se necessitam e se complementam mutuamente. E assim, foi levando pouco a pouco o mal à categoria do bem.
Adora-se a plenitude de tudo. Se todas as coisas são parte de Deus, alguns irão adorar o milho, outros irão adorar as vacas, outros irão adorar o sol, porque tudo é parte dessa substância divina do que está feita a totalidade do universo. Essa é a mentira da serpente, querendo roubar a glória de Deus, conduzindo as coisas ao panteísmo, para conduzi-las ao politeísmo, ao dualismo e ao satanismo. Essas são as suas artimanhas, as suas contratações, os seus enganos.
Até então, o Senhor se calava, e os anjos eram provados. E dois terços foram aprovados. Mas um terço, inclusive não apenas o querubim, mas também altos principados e potestades e muitas hostes o seguiram. Começou o mal no universo. E Deus permitiu que isso acontecesse assim. Ele, como Deus Criador, não ia entrar em luta com a sua criatura, porque seria como um homem grande lutando com uma garotinha. Deus, melhor, decidiu fazer outra criatura, porque esta primeira pretendeu fazer-se semelhante a Deus. Então, Deus decidiu fazer o homem a Sua imagem e semelhança.
O destino do homem não está no que ele possa fazer por si mesmo, mas no que ele chegue a ser em união com Deus. Aparte dessa união com Deus, esse destino supremo e superior não faria que o homem fosse superior. Diz que, em poder, era menor que os anjos. E em seguida, o Filho, fez-se como um de nós e, como homem, e na carne, foi provado de verdade, assim como você e eu somos provados.
Porque Deus não ia lutar com uma criatura que ele mesmo fez; bastava-lhe um sopro, e desapareceria. Mas isso traria glória a Deus? Isso revelaria realmente a excelência de Deus? Ele, AP invés disso, quis dar a conhecer o Filho. «Ninguém conhece o filho, senão o Pai, ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mat. 11:27).

O Pai e o Filho nos revelam
Não há coisa mais preciosa que possa nos ser compartilhada, que o próprio coração de Deus. Pelo Espírito, o Filho nos mostrando o Pai e o Pai nos mostrando o Filho, e não só o mostrando de longe, mas de dentro de nós, para que o conheçamos e o desfrutemos, de maneira que o Pai, o Filho e o Espírito possam viver a nossa vida, e nós a vida divina – como «participantes da natureza divina».
Então, Deus quis mostrar o Filho. Ninguém conhecia quem era o Filho, senão o Pai. Mas depois que aquele querubim se rebelou, e a terça parte dos anjos e o homem caíram, agora o Filho se fez como um de nós. Assumiu a natureza humana, fez-se como inferior aos anjos; ainda que ele seja superior, mas se despojou, e em seu despojamento, ele veio honrar a seu Pai.
Deus o Pai já sabia tudo isto do seu Filho, da eternidade; ele não precisava provar a seu Filho, porque sempre, desde a eternidade, estiveram juntos, e se conhecem profundamente. Mas o presente que o Pai ia dar ao Filho era todas as coisas, e entre essas coisas ia haver pessoas – pessoas do âmbito celestial, anciões celestiais, serafins, querubins, principados, potestades, arcanjos e anjos, grandes e pequenos, maiores e menores, e depois uma quantidade inumerável de seres humanos. E o Pai ia dar a seu Filho todas as coisas.
Mas essas pessoas do universo visível e invisível não conheciam o Filho da mesma maneira que o Pai, nem saberiam por que o Filho lhe daria todas as coisas e por que o Filho seria o herdeiro de tudo. Mediante a encarnação e por meio das provações do Filho, Deus começou a nos mostrar o Filho e a ressaltar o significado que o Filho tem para o Pai, sobre o pano de fundo da rebelião de Satanás.
Satanás, não sendo, pretendeu fazer-se. «Serei...». E o Filho, sendo, humilhou-se. Que contraste! Ele, sendo em forma de Deus, igual a Deus, não estimou ser igual a Deus como coisa a que aferrar-se, mas despojou-se a si mesmo. E o outro, sendo uma criatura, disse: «Serei semelhante...». E aquele que era a semelhança da glória divina, despojou-se e se fez um homem, como se fosse inferior aos anjos, e se submeteu às provações humanas, provações de verdade, como homem e como criatura.
Deus, como Deus, não lutaria com Satanás. Mas permitiria que um homem fosse tentado em tudo conforme a nossa semelhança. Por todos os flancos, Satanás começou a tentá-lo já desde menino, porque ele cresceu em estatura. Como Deus, não teria que crescer; mas como homem, tinha que crescer e aprender. Como Deus, não tem que aprender; mas ele se despojou e se fez semelhante a nós. E foi provado de verdade. «E aprendeu a obediência por aquilo que sofreu».
E Deus começou a mostrar por que ele ama a seu Filho, por que ele é o herdeiro de todas as coisas, por que seu Filho está no centro do seu coração, por que Deus faz tudo com o Filho, no Filho, pelo Filho e para o Filho. A criação não sabia por quê. Mas, a partir de todas as coisas que Deus permitiu que acontecessem, sem obrigar a nenhuma criatura, algumas delas, com sua liberdade, permaneceram fiéis e outras se rebelaram.
Então, o Filho tinha que ser provado de verdade, para que ele fosse conhecido, e também para que o próprio Deus Pai fosse conhecido, porque o que conhece o Filho conhece o Pai, porque o Filho é como o Pai, igual ao Pai. Não conheceríamos a Deus, se ele não se revelasse pelo Filho.
No mistério de Deus, revelado em Cristo, estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus. Dessa relação íntima de Deus o Pai com o seu Filho no Espírito, brotam toda a existência do universo visível e do invisível; daí brota o destino das criaturas; daí brota a função e missão delegada a cada criatura.
Inclusive, umas plantinhas, podem produzir certos remédios. Deus poderia nos curar sem remédios; mas ele quer que existam as criaturas, e lhes delega uma função. Deus poderia cuidar de nós sem necessidade dos anjos; mas ele quer que os seus anjos representem o Seu cuidado por nós, e eles têm que cuidar de nós, representando o cuidado de Deus.

Revelando-se a Israel
Israel, como vínhamos dizendo, teve que crescer e formar-se no tempo quando Satanás já tinha escurecido essa revelação primitiva, que a humanidade em seus princípios tinha tido, e tinha afastado a noção do Pai supremo do coração dos homens. E os homens tinham chegado a confundir a natureza com Deus, dando honra e glória às criaturas e negando o Criador, como denúncia Paulo em Romanos 1, e aí começou a perversão e a destruição de tudo. Aí entrou, como dizíamos, o panteísmo, o dualismo, o politeísmo, a idolatria e todas as conseqüências de degeneração que isso traz.
Então, quando Deus começou a revelar-se a Israel, a primeira coisa que tinha que lhe revelar era a respeito de sua própria unidade, e Deus enfatizou para com Israel a unidade. «Deus é um». É o coração da confissão monoteísta. Enquanto outros povos eram politeístas, tinham sido enganados, e os demônios, anjos caídos, tinham pretendido fazerem-se os deuses das nações, e exigiam sacrifícios, e os aterrorizavam, Israel conheceu o único Deus.
E em Deuteronômio 6:4 está essa confissão que é o coração da fé de Israel, o monoteísmo: «Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é um». No entanto, no próprio coração da confissão do monoteísmo, o único Deus, de repente, fala no plural. Ainda que confesse claramente que é um só Deus, não tem nenhuma dificuldade em dizer : «nós». Por isso diz: «Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança». O Deus único começa a falar no plural, e até o próprio nome genérico da divindade, Deus Elohim, está no plural.
Se você fosse dizer deuses, com minúscula, teria que dizer elohim, porque assim se diz Deus e assim se diz deuses. Elohim é Deus; elohim, também significa deuses. E como saber se é Deus ou é deuses, se depender do contexto? Há um versículo onde diz: «Elohim está na reunião dos elohim». Ou seja, o Deus verdadeiro, com maiúscula; só que em hebreu não há maiúsculas nem minúsculas.
Na tradução, cabe-nos saber, pelo contexto, quando é com maiúscula e quando é com minúscula. Quando é o Deus verdadeiro, temos que dizer Elohim com maiúscula, se nos referimos ao único Deus; mas quando se refere aos falsos deuses ou aos que se chamam deuses sem sê-lo, temos que pô-lo com minúscula, mas na linguagem hebraica se diz da mesma maneira – elohim.
Então, Deus inspirou que a palavra esteja escrita como está escrita, e assim nos cabe recebê-la; e o que está escrito não é para confusão, mas para revelação. Então, por que Deus está usando para si um nome genérico de divindade, de Deus, no plural? Porque se ele houvesse dito simplesmente El, haveria dito Deus – como em alguns versículos diz El, com E maiúsculo. Mas a maneira mais comum de referir-se a Deus em hebreu, a palavra genérica de divindade, é elohim, que é no plural; a terminação him corresponde ao plural masculino.
E por que o único Deus utiliza o plural, como se dissesse deuses? Mas não diz: «Disseram os deuses». Não. «Disse Deus: Façamos...». Já disse Elohim, no plural, e agora diz: «Façamos o homem à nossa imagem...». Outra vez diz «nossa». Por que o único Deus, usa as vezes o seu nome no plural e fala no plural?
E quando diz «nossa imagem», diz «nossa» que é plural, mas diz «imagem», que é singular. Por que não diz «nossas imagens» e «nossas semelhanças»? Diz «nossa», mas diz «imagem»; diz «nossa», mas diz «semelhança». O que quer dizer isso? Que na Trindade de Deus só o Filho é a imagem.
E isso se revela no resto da Escritura, que o Filho, é a imagem do Deus invisível. O Deus invisível se refere ao Pai; mas a imagem do Deus invisível, em que o Deus invisível se reconhece a si mesmo e se revela, é o Filho. E por isso ele diz «nossa imagem». Ou seja, que o Pai se sente fielmente representado no Filho. Oh, quanto a igreja tem que aprender, vamos dizer, a antropologia eclesiástica, porque fala do homem-igreja. Porque é a igreja que vai cumprir a missão do homem.

O Pai e o Filho
Deus disse: «Façamos o homem...». Mas só a igreja chegará a ser esse homem. Porque, apenas haviam começado e já os primeiros pais foram se entortando, e todos os que nasceram depois, nasceram todos tortos, e esse homem se tornou um velho homem, torcido.
E teve que vir o Senhor Jesus, e fazer-se homem, como um segundo homem, vestir-se de nós, e nos desenredar, levar a nossa humanidade à máxima potencia, ao máximo das possibilidades da natureza humana, para estar em união com o seu Pai, porque, como recordamos no princípio, o homem não foi criado para bastar-se a si mesmo. Desde o começo, foi criado em função de Deus, para viver com Deus, para dar lugar a Deus, para expressar e para representar a Deus coletivamente.
Porque, quando disse: «Façamos...», aí está a Trindade. Aí está envolvido o Pai. O Pai faz sua parte, mas ele não quer fazer nada sozinho, e essa é outra coisa da qual temos que aprender. Quantas coisas fazemos sozinhos!
Mas o Pai, que é Deus, que é todo-poderoso, não faz nada sozinho. Ele diz: «Façamos...». E antes de fazer, planeja com o Filho. Aqui, quando você lê em Provérbios capítulo 8, a respeito da sabedoria divina, sobre o Filho de Deus, o Verbo de Deus, em castelhano não aparece a tradução tão clara como aparece no português. Por exemplo, uma versão em português, em Provérbios 8, diz que o Filho era o arquiteto que estava com o Pai. O arquiteto é o que planeja com outro.
Se um arquiteto for fazer uma casa para uma família, ele tem que notar o que diz o pai de família. E se o pai é um pai sério, não fará a casa sozinho, tudo à partir do seu ponto de vista; também vai incluir o ponto de vista da mãe, e também irá procurar se colocar no lugar dos filhos. Porque assim é Deus. Deus é soberano, mas não é arbitrário.
Deus não fez nada sozinho! «Sem ele, nada do que foi feito, se fez». Isso nos mostra como Deus não faz nada sozinho. Não planejou nada sozinho, não criou nada sozinho. Inclusive quando teve que redimir, redimiu usando o Filho. «Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo» (2ª Cor. 5:19). O Pai faz tudo com o Filho.

O Filho e o Pai
E o Filho é a mesma coisa. O Filho diz: «...nada faço por mim mesmo, mas conforme me ensinou o Pai, assim falo» (Jo. 8:28). E o Pai, porque ama o Filho, lhe mostra tudo o que o Filho faz. Ele não quer nos ter somente na qualidade de servos que não sabemos o que ele faz. Diz: «Já não vos chamarei servos... mas vos chamei amigos, porque todas as coisas que ouvi de meu Pai, vos tenho dado a conhecer». «Tudo o que o Pai me conta (e lhe conta tudo) eu vos tenho revelado. Por isso são meus amigos, não apenas servos».
O Senhor faz, dos servos, amigos. De onde ele aprendeu isso? De seu Pai, porque ele é a imagem de seu Pai, ele é igual o seu Pai. Ele representa ao Pai sem distorcê-lo, ele é a testemunha fiel e verdadeira de Deus. Nós conhecemos a Deus pelo Filho. Ninguém conhece o Pai, senão pelo Filho.
Assim é Deus. O único Deus é uma Trindade. E, portanto, a igreja é um corpo, e o homem é uma família, e a obra é em equipe. Tudo se deve a Deus. Daí é onde brota tudo. Podem notar? E deixar a ele nos guiar e nos ensinar, é o que nos conduz à verdadeira saúde. Para isso fomos criados, não para ficarmos no caminho, mas para nos levantar de novo, limpos, perdoados, regenerados, renovados, transformados, para viver como um só corpo para o nosso único Deus trino.
«...como tu em mim...». Ai, como será isso! Como é que o Pai é no Filho? Isso o Filho tem que nos ensinar. «...e eu em ti...». Isso também o Filho tem que nos ensinar. Mas o Filho disse: «Naquele dia conhecereis...». Aleluia! Há possibilidade de conhecer este mistério. Esse é o trabalho do Espírito Santo. «Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e meu Pai está em mim, e eu estou dentro de vós com o Pai. O Pai e eu viremos, e faremos morada com eles».

O Espírito do Pai
A igreja é a morada do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Por isso, o Espírito Santo também é chamado, na Bíblia, o Espírito do Pai, e também o Espírito do Filho. Isto é importante. Vamos ver o Espírito do Pai. Mateus 10:19-20.
«Mas quando vos entregarem... não vos preocupeis por como o que falareis; porque naquela hora vos será dado o que haveis que falar». «...vos será dado», porque não se trata de falar por nós mesmos, mas que ele fale com todos. «Porque não sois vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai é que fala em vós». Vê? A Bíblia diz «...o Espírito do vosso Pai», e Jesus disse que o Espírito procede do Pai. Mas também disse que procede dele, porque ele o envia, e quando o Espírito Santo vem, ele vem. «Não vos deixarei órfãos; virei a vós» (Jo. 14:18). «...rogarei ao Pai, e vos dará outro Consolador» (Jo. 14:16).
«...o Espírito do vosso Pai». Ou seja, que o Espírito Santo nunca está sozinho nem solto; ele não fala por sua própria conta. O Espírito Santo fala o que ouve do Filho e do Pai. Podem notar? Assim é o próprio Deus trino. Ele mesmo disse que um cordão de três dobras não se pode romper, e assim é a Trindade. Como nós não vamos ser também assim? Que Ele nos ajude, não é verdade, irmãos? Conduza-nos, trabalhe em nós, para poder encaixar uns com os outros em Deus, para sermos um na Trindade.
«...como tu, Oh Pai, em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós...». Vamos nos deter nesse como e nesse nós do único Deus. Então, passemos a Romanos 8:11. E aqui diz: «E se o Espírito daquele que levantou dos mortos a Jesus...». Quem levantou Jesus dos mortos? Claro, nosso Pai. «E se o Espírito daquele que levantou a Jesus dos mortos habita em vós, aquele que levantou a Cristo Jesus dos mortos –o Pai– vivificará também os vossos corpos mortais por seu Espírito que em vós habita». Não sozinho, mas por seu Espírito.
Aqui lhe chama «o Espírito daquele que levantou a Jesus dos mortos», ou seja, o Espírito do Pai. Mas Gálatas 4:6 nos fala do Espírito do Filho. «E porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Abba, Pai!». Mas, ao mesmo tempo, a Bíblia diz que o Espírito é um só. Um só Espírito no sentido de divindade, de pessoa. Em um lugar fala dos sete espíritos, mas se virmos os nomes dos sete espíritos, iremos notar que é o mesmo.
Mas aqui diz «o Espírito de seu Filho». O Espírito é do Filho; está relacionado de tal maneira com o Filho, que diz que nada fala por si mesmo, mas sim «...tomará do que é meu». O Espírito toma o que é do Filho, e tudo o que é do Pai é do Filho; então é também do Pai e do Filho. Ou seja, que o Espírito Santo é o Espírito que provém do Pai e do Filho.
Esse Espírito contém o Pai e o Filho. O Pai ama o Filho e o Filho também ama o Pai; então, o Pai faz tudo para o Filho. Diz que agradou ao Pai que no Filho habitasse toda plenitude. Então, há uma plenitude divina que flui do Pai para o Filho e do Filho para o Pai, uma plenitude divina que provém do amor do Pai e do Filho, é o amor comum entre o Pai e o Filho.
Esse é o Espírito que provém do Pai e do Filho. O Pai é o amante, o Filho é o amado, e o Espírito Santo é o amor compartilhado. O Pai ama o Filho, dá tudo ao Filho; o Filho devolve tudo ao Pai, de maneira que o Pai tenha a plenitude, mas essa plenitude passa ao Filho, e o Filho a recebe e a devolve ao Pai.

O Espírito Santo na igreja
Então, diz: «...o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom. 5:5). Ou seja, o que é que Deus fez para que a igreja possa ser uma? Deu-nos o Espírito, que é o do Pai e o do Filho. O Espírito do Pai e do Filho é o Espírito Santo na igreja. Por isso diz. «como tu em mim, e eu em ti...». Isso ninguém sabe a não ser o Espírito. Quem conhece as coisas profundas de Deus, a não ser o Espírito que está em Deus?
Se de nós dizia lá em Provérbios 20:27 que o espírito do homem é a lâmpada que esquadrinha o profundo do homem, então, quanto mais o Espírito de Deus é o que esquadrinha as profundezas de Deus (1a Cor. 2:10). Ninguém sabe como é Deus, mas o Espírito foi dado, para que conheçamos a Deus, participemos da natureza divina, sejamos introduzidos no seio de Deus, tenhamos acesso por um mesmo Espírito ao Pai (Ef. 2:18).
Que a igreja esteja no Pai. Se a igreja estiver no Filho, o Filho a introduz ao Pai. Então, o Pai está no Filho, e o Pai e o Filho, pelo Espírito, estão na igreja. E agora a igreja, quando está no Espírito, está no Filho, e quando está no Filho, está no Pai. Ele está em nós e nós estamos nele, se andarmos no Espírito.

Um em nós
Então, «...como tu, Oh Pai, em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós». Irmãos, para lá é que Deus está nos conduzindo. Ficamos maravilhados do que Deus tem em seu coração. E nós olhamos para nós mesmos, e dizemos: ‘Senhor, mas, como pode ser tão valente de tomar a mim? Vou estragar toda a festa no céu’. Não é verdade, irmãos? Mas ele disse: ‘Não vou deixar que a estrague. Vou te limpar, vou te endireitar’, assim como essas tábuas de acácia do tabernáculo, que ele as endireitou e as encaixou uma com a outra, para conter a glória de Deus em um só tabernáculo.
Nada é grande demais para Deus. Graças a Deus! Ele é capaz de fazer isto, se tu quiseres; e essa é a coisa mais séria, que ele não vai fazer se você não quiser. Porque, quando ele disse que ia fazer o tabernáculo, só seria com os que voluntariamente se oferecessem de todo coração, espontaneamente. Como é Deus, ele não tem apuro.

Sem apuro
Deus não tem apuro. Ele disse: «Façamos...». Que coisa Deus se propôs a fazer! Fazer um homem coletivo. «Façamos o homem...». Não disse somente: ‘vamos fazer o primeiro, e se falhar...’. Deus diria algo parecido? Será que o diabo estragou os propósitos de Deus? Acaso Deus não sabia que tinha o diabo? Claro que sabia! E quando o Senhor Jesus veio como homem, aonde o Espírito o conduziu? Não diz que ao deserto, para ser tentado? E não diz que ele conduziu também a Israel para ser provado, e que ainda deixou o diabo provar à igreja em Esmirna?
Deus quer que tudo seja feito voluntariamente e seja provado. Que Deus tão grande temos! Ele não quer aparência nenhuma, não quer nada falso, nada que seja puro teatro. Nada disso! Bem fundamentado. Cada um, começando por seu Filho. Ainda que o Pai não precisasse provar o Filho, todos nós precisávamos conhecer o Filho, e por isso o Pai o deixou vir como homem, e ser provado como homem.
E ele disse: «Vós sois os que haveis permanecido em minhas provações. Eu, pois, vos designo um reino» (Luc. 22:28). Ou seja, que temos que acompanhar o Senhor em suas provações, ver como ele foi provado. E quando somos provados um pouquinho, que não é nada comparado com o que ele foi provado, o exploramos, ou estamos por explorar. Mas o Senhor, não. O Senhor venceu na provação. Graças a Deus que ele também morreu por nós, para nos limpar e começar de novo. Glória a Deus!
Ele foi provado, e nós também somos provados. Mas ele morreu, para que nós sejamos perdoados, e nos dá outra oportunidade para que nos levantemos para honrar o Filho. Porque ele disse: «Façamos isto», e ele é capaz de fazê-lo. E ele não se equivocou quando escolheu às pessoas. Deus não se equivoca quando escolhe às pessoas.
Deus sabia todo o futuro desde o começo, mas mesmo assim nos escolheu; porque ele sabia que no final chegaríamos. «...aos que antes conheceu, também os predestinou ... E aos que predestinou, a estes também chamou». Ou seja que, se foi chamado, não teria sido se não fosse predestinado.
Todo predestinado é chamado, todo predestinado é conhecido de antemão. «...aos que antes conheceu, também os predestinou para que fossem feitos conforme à imagem de seu Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou». Limpou com o seu sangue, pagou a sua dívida com a sua morte.
«...e aos que justificou, a estes também glorificou». E diz no passado. A decisão e a realização, em Cristo, estão realizadas. Porque Cristo se vestiu da nossa humanidade, ele já passou pela morte, mas também pela ressurreição e também pela glorificação. A nossa humanidade, da que ele se vestiu, já foi glorificada nele.
Agora, o Espírito Santo toma o que é dele e vai passando ao nosso espírito para regenerá-lo, e ao longo de nossa vida vai passando à nossa alma para nos renovar, e pela renovação, nos transformar, e pela transformação, nos conformar individualmente e coletivamente à imagem do Filho.
E enquanto isso vivifica os nossos corpos mortais, adiantando os poderes do século vindouro, até que, quando ele vier em glória e majestade, nós também sejamos manifestados com ele em glória, e sejamos transformados. E como ele disse que tiraria de nossa carne o coração de pedra e nos daria um coração de carne, também tirará o corpo da nossa humilhação, que nos humilha, e nos dará um corpo semelhante ao da glória dele.
Esse é o nosso destino. Não vamos nos distrair pelo caminho; vamos olhar adiante, vamos confiar no poder do sangue, no poder do Espírito e na decisão de Deus.
Deus disse: «Façamos isto», e o está fazendo. Se ele disse: «Façamos...», aí está o Pai, aí está o Filho, aí está o Espírito Santo fazendo. E tudo faz em colaboração, e tudo o que se realiza com Deus e para Deus é em colaboração.

O que Deus está fazendo
Vamos, irmãos, colaborar com Deus no que ele está fazendo. Ele nos escolheu, sem enganar-se a respeito de nós, porque ele conhecia todo o caminho, mas também o fim, desde o começo, e aí é onde devem estar postos os nossos olhos – no fim. «...aos que antes conheceu». Porque ele disse: «Façamos isto», vamos chegar a isto, vai introduzir muitos filhos na glória. Aleluia! E isso é o que ele está fazendo – uma nova Jerusalém, tendo a glória de Deus. Isso é o que Deus está fazendo.
Então, qual é o modelo? A Trindade. Qual é o conteúdo? A Trindade. A Trindade não é só modelo; também é o conteúdo. «...como tu em mim e eu em ti...», esse é o modelo, é o como. E nós devemos conhecer esse como pelo Espírito. Como é o Espírito do Pai e do Filho, e está em nosso espírito, então Jesus tinha essa plena confiança na obra do Espírito.
«Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai e meu Pai está em mim». Conhecereis isto: tereis a revelação de que o Pai está no Filho. Que o Filho não se movia sozinho, mas em comunhão com o Pai. Que o Pai ama o Filho, e mostra a ele todas as coisas que o Pai faz. E para que as mostra? Para que o Filho as faça igualmente com o Pai.
O Pai faz todas as coisas; mas ele não quer fazer nada sozinho. O Pai quer fazer tudo com o Filho, e o Filho quer fazer tudo com o Pai. O Filho não faz nada por si mesmo, mas o que vê o Pai fazer. Mas o Filho sabe por que vê o Pai fazer; porque o Pai ama ao Filho e lhe mostra. Então o Filho vê o que o Pai quer fazer; o Filho discerne o movimento do Espírito. Basta um pequeno sinal, e o Filho já sabe onde está o Pai.
O Filho conhece o Pai. Quando estava na terra como homem, em suas provações, diz: «Ele me tem dado mandamento do que tenho que dizer e o que tenho que falar. As obras que faço, não as faço por mim mesmo; o Pai que mora em mim, ele me deu mandamento». Ninguém o via, mas o Filho o via. O Pai lhe mostra as coisas que ele faz.

Ajuda e premia
Deus é amor, Deus se alegra em realizar aos que ama, lhes participando o que ele é, e deixando que façam com ele as coisas, inclusive premiando-os pelo que ele faz! Ele é o que faz, mas faz contigo. E depois premia a ti, mas você sabe que foi ele. Você sabe que, se ele não tivesse te ajudado, não terias feito nada, mas ele vai te galardoar como se tivesse sido você o que faz as coisas. Como é nosso Pai! Mas sabemos que não fizemos nada, que guardamos as Suas obras até o fim. Ele quer que as guardemos, mas são Suas obras.
Assim é o Pai e o Filho, assim são as divinas pessoas do único Deus, da Trindade. O Pai ama o Filho e lhe mostra. E o Filho, porque seu Espírito estava despertado, percebia o que o Pai estava fazendo. O Pai faz, mas mostra ao Filho, para que também ele o faça igualmente como o Pai, com o Pai. Assim é Deus desde o princípio, inclusive antes do princípio das coisas criadas.
Da eternidade, quando planejavam, o Pai planejava com o Filho. A sabedoria divina, que é o Filho, estava com o Pai. «...antes das suas obras... eu era a sua delícia de dia em dia... diante dele» (Prov. 8). E depois, fazendo as suas obras, nada o Pai fazia sem o Filho; ambos faziam tudo, no Espírito. Quando «o Espírito se movia sobre a face das águas», não era independente do Pai nem do Filho. Eram juntos.
Fomos criados para isso. «Não é bom que o homem esteja só». Não é bom viver isolado; não é bom. Deus mesmo, que é um só Deus, é trino. Porque é amor, e ama de verdade, e tem a quem amar, a seu Filho. O Pai ama ao Filho; ele é Filho do seu amor. Planeja com o Filho, cria com o Filho, redime com o Filho, reina com o Filho, julga com o Filho. Assim é Deus; tudo o que ele tem feito, tem-no feito no princípio do amor, no princípio da participação, no princípio da delegação.
A ti, Deus quer verte fazer as suas obras. Diz o Senhor Jesus: «...e até maiores farás, porque eu vou para o Pai» (Jo. 14:12). Então, o Espírito nos mostra o que o Pai e o Filho fazem. Porque assim como o Pai mostra ao Filho o que ele faz, o Espírito nos mostra o que ambos fazem, para que nós o façamos.
Então, não temos que estar muito distraídos com tantas coisas, mas muito atentos ao que o Pai nos preparou, o que é que ele nos organizou na vida. Pode ser recolher um papelzinho debaixo da cadeira. Mas esse não é você sozinho – são o Pai, o Filho e o Espírito Santo recolhendo papeizinhos, ordenando as cadeiras, lavando os pratos, ajudando aos necessitados, levando os irmãos que não têm carro até às suas casas. Quem faz todas essas coisas dessa maneira? O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Ele faz as coisas grandes e as coisas pequenas; ele quer expressar-se em toda a cotidianidade das coisas. Você já é um filho. Antes, na Lei, tinha que escrever as coisas fora. Mas ele diz: «Naquele dia, não me perguntareis nada. O Pai mesmo vos ama; ele vos fará saber todas as coisas». Ou seja, que o Espírito Santo se move dentro de ti, e é o Espírito do Pai e do Filho. E ele nos mostra o que ele faz, coisas grandes e pequenas.
No grande e no pequeno o Senhor está, e justamente, quanto menor for a coisa, mais podemos ver que é Deus, porque só um Deus tão grande pode estar tão atento a tantos milhões e milhões de coisas pequenas, e essas coisas pequenas são todas conhecidas por ele.
Deus faz isso. Ele não tem variação. Ele faz milagres, mas também faz a vida cotidiana, e a vida cotidiana também é um milagre. Então, irmãos, todo o pequeno é para viver com o grande Deus trino. Amém.
Mensagem ministrada em Temuco, em Agosto de 2009.