segunda-feira, 10 de outubro de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 121


Taate – 23ª Estação (parte 11)

TEXTOS: Levítico 27:30-32 e 34; Malaquias 3:1-8; Gênesis 4:4; Êxodo 23:19


Vamos iniciar lendo Levítico 27:30-32 e 34. Gostaria de falar um pouco sobre o dízimo na Lei.
Estamos estudando alguns assuntos concernentes ao caráter do ministério levítico e o culto a DEUS.
Levítico 27:30-32 e 34:

“30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. 31 Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. 32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR.”

“34 São estes os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.”


Amados irmãos e irmãs, tendo já visto no estudo anterior alguns princípios sobre o dízimo, eu quero seguir aqui compartilhando algo mais, porque, com base naquilo que Abraão fez, DEUS agora ordena aos filhos de Israel que Lhe dêem o dízimo. Deus não quer que sejamos legalistas, Deus quer que reconheçamos que Ele deve ter lugar na nossa vida e que em nossa vida nós não podemos colocar Deus de lado. Esse é um princípio muito importante quando você quer entender esse assunto santo.
Quando estudamos a última referência com relação ao dízimo, que está no livro de Malaquias, lá no capítulo 3, não podemos esquecer que o dízimo era uma oferta consagrada a Deus e que Deus era quem tomava dessa oferta para sustentar aqueles que serviam integralmente em Sua obra. Ao estudarmos Malaquias 3, temos que atentar para o seu contexto, pois esse contexto vai nos mostrar que essa é uma profecia Messiânica. Então, o dízimo aqui está dentro do contexto Messiânico.
Malaquias 3:1-3 diz assim:

“1 Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. 2 Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros. 3 Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas.”

O que nós lemos nesses textos é que o Messias, o Cristo, o Senhor Jesus, na sua vinda, faria uma limpeza especial nos levitas. Esse termo levita, hoje, dentro do nosso contexto, tem sido focado de maneira completamente errada, considerando-se o contexto bíblico. Hoje nós denominamos levitas aquelas pessoas que têm o encargo do ministério da adoração e do louvor a DEUS. Na verdade, no Antigo Testamento havia três classes de famílias da tribo de Levi, que eram as famílias de Amã, Asafe e Jedutum, que foram separadas por Davi para que eles pudessem ministrar diante da Arca do Senhor vinte e quatro horas por dia, em turnos. Então, nós sabemos que esses levitas, que faziam parte dessas famílias, ministravam ao SENHOR. Mas, quando a Bíblia fala aqui do ministério de levitas, não está focando apenas estes levitas, mas especialmente aqueles que serviam diante do SENHOR em relação aos sacrifícios, em relação às ofertas, a tudo o que diz respeito à obra de Deus no Antigo Testamento e que estava completamente ligado ao serviço no Templo, no que diz respeito à vida espiritual daquele povo. O ministério levítico engloba tudo isso. Então, você vê aqui que quando o Senhor Jesus veio, o ministério levítico do Antigo Testamento, isto é, o sacerdócio araônico, foi mudado pelo Novo Pacto e por um novo sacerdócio, ou seja, pelo sacerdócio da ordem de Melquisedeque.
Agora, o sacerdócio vigente não é o levítico, o sacerdócio vigente não é o sacerdócio araônico, e sim o sacerdócio da ordem de Melquisedeque. Esse é o sacerdócio diante de Deus no Novo Testamento, que é o sacerdócio de Cristo.
Assim, veja o que o SENHOR diz para nós aqui em Malaquias 3:3:

“3 Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas.”

A partir do ministério do Messias, os levitas, aqueles servidores consagrados a Deus desde o Antigo Testamento, e agora dentro de toda essa esfera espiritual do contexto do Novo Testamento, isto é, segundo a ordem de Melquisedeque, oferecerão oferta a Deus.

“4 Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos.”

Esse “como” indica que, assim como era antes do Messias, será depois, quando Ele vier. Muitas vezes nós queremos estudar a Bíblia, irmãos e irmãs, excluindo a natureza, a essência da Palavra do Antigo Testamento, como se o Antigo Testamento fosse uma coisa totalmente ultrapassada. Nós temos que tocar o Espírito da Palavra para podermos entender as verdades de Deus, o que Ele está nos dizendo. Vejam, então: “como nos dias antigos”. Isso é muito sério. Agora o versículo 5:

“5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.”

Amados, notem que Deus aqui introduz o verbo “defraudar”. Primeiro, “defraudam o jornaleiro”; em seguida, outro pecado, “defraudam a viúva”; e um outro pecado, “defraudam o órfão”. Preste atenção nesse contexto, porque agora o Senhor vai dizer que Eles estão também “defraudando o Senhor”.
Vamos ler os versículos 6 e 7:

“6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. 7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?”


Note que o SENHOR está reivindicando Ele mesmo no Sue povo. Olhe o que Ele diz: “tornai-vos para mim”. O Senhor está reivindicando Ele mesmo no Seu povo. Ele também está reivindicando o Seu povo para Si. E qual a resposta desse povo para o Senhor? “Em que havemos de tornar?” O vocábulo
hebraico dessa palavra indica “um retorno”. Quando dizem “em que”, fica evidente que esse retorno está relacionado com aquilo que eles entregavam a Deus. Era algo que eles faziam para Deus e não estavam fazendo mais. É o que podemos chamar de culto racional, que Paulo menciona em Romanos 12:1, quando diz:

“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”

Agora, meus irmãos e irmãs, vejamos o que o SENHOR responde para eles em decorrência daquela pergunta que fazem: “em que havemos de tornar?”.

“8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.”


Veja que o Senhor não diz “a Israel”, ele diz “ao homem” – “Roubará o homem a Deus?”. Muitas vezes nós queremos dizer: “Isso está relacionado a Israel”. Mas aqui diz, claramente, “Roubará o homem a Deus?”. Um detalhe que eu quero que você note é que a palavra “oferta” aqui é “primícias”. A primeira vez que essa palavra ocorre na Bíblia está em Gênesis 4:4, que diz:

“4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta.”

Amados, vejam o mandamento do SENHOR em Êxodo 23:19:

“19 As primícias dos frutos da tua terra trarás à Casa do SENHOR, teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite da sua própria mãe.”

Nós temos que entender que as ofertas são voluntárias, e o SENHOR as chama de primícias. Portanto, os dízimos pertencem ao SENHIOR. As ofertas são as Suas primícias. E quando o SENHOR reivindica que o Seu povo torne a Ele, o que está explícito aqui é que eles haviam se afastado da
prática dos dízimos e das ofertas, conforme o mandamento do SENHOR. Eles perguntam: “Em que havemos de tornar?” E o SENHOR diz: “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas”.
Veja que eles não haviam dito “Em que roubamos?”, mas “Em que havemos de tornar?” Você percebe que essas duas expressões “tornar” e “roubar” são termos intercambiáveis aqui, dentro desse contexto.
Então, veja que essa é a última menção do dízimo no Velho Testamento, mas dentro do contexto da profecia Messiânica, porque esse assunto é muito controvertido na prática da vida da igreja e no culto a Deus, porque dízimo e oferta fazem parte do culto a Deus. Nós vamos estudar na sequência sobre este assunto, para que vejamos a seriedade de tudo isso. Alguns têm usado isso para poder explorar o povo de Deus, para poder manipular o povo de Deus, para fazer disso uma obrigação das pessoas, e não simplesmente o prazer que elas têm de um relacionamento com Deus.
Muitas pessoas têm pregado sobre os dízimos e as ofertas sem nenhum temor; muitas pessoas têm usado disso pensando em obter lucro e vantagem. Isso não pertence a homens, isso pertence a Deus. Esse é um assunto que precisa ser tratado com muita reverência e temor. Nós não podemos ser levianos, precisamos ser guardados pela graça de Deus e pela unção do Espírito para tratar deste assunto. Hoje nós vemos que a mensagem cristã se tornou um negócio, a Palavra de Deus se tornou um comércio. Vendem-se de tudo na Casa de Deus. O dinheiro tem sido tratado de uma forma muito leviana. Nós necessitamos resgatar a santidade desse assunto na vida e na comunhão do povo de Deus.
Que Deus possa falar ao seu coração. Que essa palavra possa tocar você profundamente. Que essa palavra venha, rica e poderosamente, lhe abençoar, levando você a compreender a seriedade deste assunto diante de Deus. Que Deus nos abençoe através da Sua Palavra.

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