sábado, 4 de setembro de 2010

ESTUDO DAS JORNADAS DO POVO DE ISRAEL NO DESERTO - CAPÍTULO 73


AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 73

15ª Estação – Ritma – Parte 02

Textos: Êxodo 33.18/ Deuteronômio 1:19-40


Vamos prosseguir estudando sobre a 15ª Jornada – Ritma. Na primeira parte estudamos o capítulo 13 de Números, e vimos a missão dos espias. Pudemos ver que este é um assunto tão rico, tão interessante, porque, ao estudarmos o significado dos nomes daqueles espias, temos uma visão do significado de tudo o que nosso Bendito Pai celeste está nos revelando, de forma muito clara, pelo Seu Espírito Santo, acerca da nossa própria situação. Você se lembra de que cada um daqueles nomes possui um significado intimamente relacionado a todo o contexto que envolve esta estação.
Gostaria que víssemos mais uma vez o nome de cada um dos espias e, também, as tribos às quais pertenciam:


• da tribo de Rúben, Samua (fama);
• de Simeão, Safate (crítica);
• de Judá, Calebe (impetuoso);
• de Issacar, Jigeal (vingança);
• de Efraim, Josué (salvação);
• da tribo de Benjamim, Palti (renúncia);
• da tribo de Zebulom, Gadiel (fortuna);
• de Manassés, Gadi (afortunado);
• da tribo de Dã, Amiel (povo forte);
• de Aser, Setur (escondido);
• de Naftali, Nabi (covardia);
• e da tribo de Gade, Geuel (orgulho).


Amados, é muito importante conhecermos esses nomes e seus significados, porque nosso bendito Pai está nos levando a compreender uma situação muito séria. Como disse no início do estudo desta estação, dentre as 42 estações, esta é a única que o Senhor repete. Vimos a primeira parte do estudo em Números 12:16 a Números 14:39. Agora, precisamos conhecer a outra parte que complementa esta primeira, e que está em Deuteronômio 1:19-40. Aqui somos levados a entender alguns pontos bem peculiares desses espias, compreendendo melhor os significados de seus nomes. Em Deuteronômio 1:19-34 vamos perceber como este povo demonstrou um caráter de incredulidade, de hipocrisia, de falsidade, de covardia, de infidelidade para com Deus. Vejamos Dt 1:19-21:

“19 Então, partimos de Horebe e caminhamos por todo aquele grande e tremendo deserto que vistes, pelo caminho das montanhas dos amorreus, como o SENHOR, nosso Deus, nos ordenara; e chegamos a Cades-Barnéia. 20 Então, eu vos disse: Chegados sois às montanhas dos amorreus, que o SENHOR, nosso Deus, nos dará. 21 Eis que o SENHOR, teu Deus, te deu esta terra diante de ti; sobe e possui-a (...).”

O Senhor ordena que possuam a terra. Eles não precisavam temer, tinham apenas que crer na Palavra de Deus. A incredulidade significa dizer que Deus não é capaz de cumprir aquilo que Ele fala; que Ele é infiel quanto a Sua Palavra. Isso é a incredulidade.
Então Deus diz:

“(...) sobe e possui-a como te falou o SENHOR, Deus de teus pais; não temas e não te assustes”.

O Senhor os encoraja, os fortalece – “não temas, não te assustes”. Versículo 22:

“22 Então, todos vós vos chegastes a mim e dissestes: Mandemos homens adiante de nós, para que nos espiem a terra e nos digam por que caminho devemos subir e a que cidades devemos ir. 23 Isto me pareceu bem; de maneira que tomei, dentre vós, doze homens, de cada tribo um homem. 24 E foram-se, e subiram à região montanhosa, e, espiando a terra, vieram até o vale de Escol, 25 e tomaram do fruto da terra nas mãos, e no-lo trouxeram, e nos informaram, dizendo: É terra boa que nos dá o SENHOR, nosso Deus. 26 Porém vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do SENHOR, vosso Deus. 27 Murmurastes nas vossas tendas e dissestes: Tem o SENHOR contra nós ódio; por isso, nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus e destruir-nos. 28 Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. 29 Então, eu vos disse: não vos espanteis, nem os temais. 30 O SENHOR, vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós, segundo tudo o que fez conosco, diante de vossos olhos, no Egito, 31 como também no deserto, onde vistes que o SENHOR, vosso Deus, nele vos levou (Observem: “nEle”. Foram levados em Deus – que coisa linda!), como um homem leva a seu filho, por todo o caminho pelo qual andastes, até chegardes a este lugar. 32 Mas nem por isso crestes no SENHOR, vosso Deus, 33 que foi adiante de vós por todo o caminho, para vos procurar o lugar onde deveríeis acampar; de noite, no fogo, para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar, e, de dia, na nuvem. 34 Tendo, pois, ouvido o SENHOR as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: 35 Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais, 36 salvo Calebe, filho de Jefoné (...).”

Vemos aqui a reação divina à incredulidade deste povo. Vemos Deus reprovando esta geração, dizendo que eles não mais iriam entrar na terra, não mais iriam possuí-la. Somente uma nova geração que iria ser gerada no deserto é que iria possuir a terra. Estavam bem no início dessa peregrinação de 40 anos e o Senhor estava reprovando-os.
Os anos que estavam por vir seriam o tempo no qual eles iriam gerar uma nova geração para possuir a terra. Irmãos e irmãs, isto é muito sério, isto é um ponto seriíssimo na nossa vida cristã. Como precisamos ser cuidadosos, diligentes. Cremos que os nossos dias são dias que beiram o fim desta era. E o Senhor está requerendo de nós uma posição firme, clara, uma posição que verdadeiramente venha corresponder com o chamamento dEle para nós, como Igreja. Não podemos falhar, não podemos errar, voltando nossos corações para o mundo. Não podemos permitir que o mundo venha roubar de nós o melhor de Deus. Não podemos agir levianamente, irresponsavelmente, concernente ao chamado do Senhor, àquilo que o Senhor tem feito, àquilo que Ele tem reivindicado de Si mesmo em nós. Quando você estuda a Palavra de Deus, vê que o Senhor está buscando um povo para Si, um povo que sustente o testemunho da vitória de Cristo. Um povo que verdadeiramente corresponda ao caráter deste Evangelho, que verdadeiramente proclame este Evangelho. Quando estamos proclamando o evangelho da cruz, estamos proclamando a vitória de Cristo sobre todas as forças do mal, sobre todas as forças das trevas. Não importa a posição que satanás ocupe como príncipe deste mundo, nós temos que saber que Aquele que é rei dos reis é Cristo Jesus e Ele o venceu lá na cruz do calvário. Assim, temos que pregar este Evangelho. Este é o Evangelho do Reino, o Evangelho da vitória, da vitória contra satanás, da vitória contra o pecado, da vitória contra o mundo, da vitória contra o Hades. Fomos chamados para proclamar este Evangelho. Não podemos parar agora, não podemos olhar para trás agora. Temos que avançar. O chamado do Senhor é para que avancemos; temos que prosseguir. Vivemos um tempo muito importante no que diz respeito à vida da Igreja, no que concerne à edificação da Igreja, e o alvo de satanás é mudar o nosso foco. O alvo de satanás é nos distrair, nos atrair com todo o tipo de sedução, mentira e engano. O engano que se disfarce de religiosidade, de espiritualidade, de coisas cristãs que, na verdade, não têm nada de cristãs. Que o Senhor guarde o nosso coração nEle.
Este povo não entendeu a Palavra de Deus. O Senhor ordenou que possuíssem a terra. Esta era a ordem do Senhor. Não importava quantos gigantes ou quantas cidades fortificadas tivessem ali, pois Deus é fiel para cumprir a Sua Palavra. A Sua Palavra “não voltará vazia”. O chamado de Deus para nós hoje como Igreja é que andemos em conformidade com a Sua Palavra. Não podemos andar em conformidade a sonhos, a visões que alguém julgue ter – mesmo que alguém diga que tenha recebido algo do Senhor. Se aquilo que recebemos do Senhor não está fundamentado na Palavra, então é mentira, engano, sofismas. Precisamos ter o coração completamente tomado pela Palavra de Deus.
Amados irmãos e irmãs, vivemos um tempo muito importante e este quadro aqui em Ritma serve de profunda lição para nós. Não podemos retardar o propósito de Deus. Não podemos atrapalhar o plano de Deus. Fomos chamados para cooperar com Deus no alcance, no cumprimento do Seu supremo propósito. Você pode imaginar o privilégio que é isso? Você se dá conta da riqueza, da beleza, da magnitude do que isso significa? Você e eu, que um dia éramos escravos do pecado, das obras da carne, das obras infrutíferas das trevas, hoje fazemos parte do governo de Deus na Terra. Deus está aqui para que através de nós Ele alcance o Seu Reino. Ele quis, Ele desejou, segundo o beneplácito da Sua vontade que propusera em si mesmo, que eu e você fizéssemos parte do Seu glorioso plano.
Sabemos que o fim desta era é o Reino, e este Evangelho do Reino (Mt 24:14) será pregado em testemunho a todas as nações, então virá o fim. Sabemos que esse fim é após a grande tribulação, porque o início do Reino se dará a partir da grande tribulação. E nós somos chamados a viver a última fase da obra de Deus. Você se dá conta disso? Você tem noção disso? Que eu e você estamos aqui para pregar o Evangelho do Reino? Sabemos que o Evangelho é muito amplo, seu conteúdo é muito rico, e um dos aspectos é este: o Evangelho do Reino, a Mensagem do Reino. E a mensagem do Reino em primeira instância, proclama a vitória de Cristo sobre todo o governo das trevas, sobre toda obra infrutífera do maligno. Quando o Reino de Deus é pregado, satanás não tem nenhum lucro; quando o Reino de Deus é pregado, satanás é completamente exposto ao ridículo e à vergonha, porque o Evangelho do Reino expõe a derrota de satanás sobre as nossas próprias vidas, sobre este mundo. Satanás está derrotado. Por um lado, olhamos e parece que não está. Mas está, porque o Senhor diz na Sua Palavra que ele foi derrotado lá na cruz do Calvário; que ele foi exposto à vergonha e ao desprezo (Cl 2:15).
Colossenses 1:13 diz que nós fomos tirados de um império de trevas e elevados, transportados, para o Reino de Cristo. Eu e você precisamos dar conta dessa sublime verdade, não podemos ignorá-la. É isso que nosso querido e bendito Pai celeste deseja de nós. Imagine, com todo esse conteúdo, com toda essa riqueza, com toda essa maravilha, com toda essa beleza que compõe o Evangelho dado em graça a nós, voltarmos para trás como este povo que não reconheceu o livramento de Deus no Egito, as provisões de Deus no deserto, os milagres onde Deus manifestava a Si mesmo! Eles queiram somente os milagres, não queriam a Deus. Agora compreendemos por que eles não queriam a Deus. Observando os nomes dos espias vemos que se referem ao caráter de uma sociedade caída, degradada; de uma sociedade que está em decadência. Vejamos:

• Fama – Não é o que muitas pessoas buscam? Fama? Querem sempre ter proeminência, ser reconhecidas, renomadas. Irmãos, que Cristo cresça, que Ele seja visto, que o testemunho da sua vitória seja visto em nós e não o nosso nome. Nosso nome não significa nada. O que importa é o nome de Cristo, se realmente estamos nEle.

• Crítica – Quantas pessoas são possuídas pelo espírito da crítica! Pessoas negativas, que sempre vêem um motivo para poder ridicularizar, criticar, desdenhar.

• Vingança – Pessoas vingativas, pessoas amarguradas, que não perdoam.

• Renúncia – Esse é o tipo de pessoa que sempre está disposta a desprezar, a abandonar as coisas boas que recebem. Renúncia nesse contexto tem um sentido negativo, e não positivo; refere-se às pessoas que nunca estão dispostas a seguir até ao fim, mas sempre procuram abrir mão das coisas boas. Imaginem quantas coisas maravilhosas e boas Deus havia dado a este povo. Vocês podem imaginar? Quantas coisas preciosas Deus havia dado, mas eles abandonaram, rejeitaram.

• Fortuna – Quantas pessoas vivem somente em função do dinheiro. São escravas do dinheiro, escravas pela compulsão de ter mais. Fortuna virou uma obsessão no coração dessas pessoas. Toda a vida cristã dessas pessoas gira em torno da busca pelo poder ou pelo ter.

• Afortunado – Esse é outro significado que também não tem sentido positivo aqui, mas negativo. Pessoas que se julgam melhores do que as outras, pessoas que acham que estão acima das outras.

• Povo forte – Também não tem sentido positivo, mas negativo, assim como eram aquelas fortalezas que eles viram em Canaã. Pessoas que tinham um visão megalomaníaca. Essa é a verdade essencial que explica o significado dessa frase “povo forte” – megalomania.

• Escondido – Pessoas que estão enterrando, estão escondendo os valores espirituais que Deus tem depositado na suas vidas; pessoas que sempre procuram viver por detrás das outras, que não estão dispostas a riscar as suas almas em favor, em função do Evangelho.

• Covardia – Imaginem essa palavra no contexto em que estamos estudando aqui em Ritma, em relação a esses espias. O povo de Deus não pode ter essa característica. Covarde é uma pessoa na qual você nunca pode confiar. Uma pessoa covarde é alguém que nunca vai até ao fim, que sempre está à disposição para negar ao Senhor. Ela sempre nega porque é possuída por esse espírito de covardia.

• Orgulho – Essa Palavra por si só diz tudo. Esta é a palavra que revela o caráter da soberba, da autoconfiança, da auto dependência.

Irmãos e irmãs, diante dessas características, que nos revelam o caráter desses espias e que compreendem essa estação, em Ritma, entendemos por que esse povo não pôde entrar na terra de Canaã, que é uma figura do Reino. Perder o Reino é uma coisa muito séria. Nós iremos estudar isso nos próximos assuntos.
Espero que Deus lhe abençoe. Espero que o Senhor leve você, pela Palavra, a entender a real importância de tudo isso. Só o Senhor para poder lhe ajudar, para abrir os seus olhos e levar você a ter uma vida cheia de cuidados em relação à vontade de Deus, à Palavra de Deus. Que Ele lhe abençoe; que Ele ganhe o seu coração. Que o Senhor alcance o propósito dEle na sua vida. Que Cristo tenha o nome dEle glorificado no seu coração através desta palavra que está sendo ministrada a você. Que Ele lhe abençoe.

Por: Ir. Luiz Fontes

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