segunda-feira, 7 de junho de 2010

AS 42 JORNADAS NO DESERTO - CAPÍTULO 62


Irmãos e visitantes do nosso Blog. Estamos estudando as 42 estações da peregrinação do povo de Israel até Canaã. Chegamos a 8ª subida, capítulo 62 do nosso estudo. Que o Senhor nos dê espírito de sabedoria e revelação para que possamos enxergar os maravilhosos ensinamentos contidos nesse estudo.

Que o Senhor nos abençoe!

TEXTO: Êxodo 33:13-23 – 8ª Subida



Vamos estudar hoje a oitava subida de Moisés ao Monte Sinai, onde nós temos: a glória de Deus e a renovação do pacto.


A GLÓRIA DE DEUS

Nesta subida Moisés pede a Deus que revele Sua glória. E aqui nós vemos que Deus proclama o Seu nome. Deus diz que Ele é Jeová forte, clemente, tardio para irar-se, grande em misericórdia. Aqui Deus revela quem Ele é. Amados irmãos e irmãs, nesta oitava subida, Deus está revelando para Moisés o Seu próprio caráter. E vemos que após isso Moisés desce com seu rosto resplandecente, porque Moisés pede para poder ver a glória de Deus, e Deus provê uma rocha ferida – que é uma figura de Cristo. Nessa fenda da rocha Ele escondeu Moisés, porque, se isso não acontecesse, Moisés iria morrer. E ali, escondido na fenda da rocha, Moisés pôde ver uma gloriosa expressão da glória de Deus.

Êxodo 33:13-23 diz:

13 Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo. 14 Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. 15 Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. 16 Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra? 17 Disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto que disseste; porque achaste graça aos meus olhos, e eu te conheço pelo teu nome. 18 Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. 19 Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. 21 Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. 22 Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. 23 Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.

Estamos aqui diante de uma verdade estonteante, impressionante. Moisés pede para ver a glória de Deus. Você sabe o que é a glória de Deus? A glória de Deus é a natureza essencial de Deus. É o que faz de Deus, Deus. Glória é um termo que descreve Deus mais do que qualquer outro termo. O termo glória inclui beleza, majestade, resplendor, grandeza, poder, eternidade. No Antigo Testamento, o termo glória é sempre utilizado para comunicar a presença de Deus. Nessa ocasião, que é a oitava subida de Moisés, vemos que Moisés pede para Deus revelar-lhe essa gloriosa glória.
Amados irmãos e irmãs, precisamos ver alguns detalhes aqui. Tudo isso que temos lido nesses textos é impressionante. Precisamos analisar com muita reverência. Quero considerar isso fazendo algumas proposições.

1ª proposição:

Deus manifesta Sua misericórdia. Ele diz:

“terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia”. (Ex 33:19b)

A misericórdia está relacionada com a nossa condição presente, isto é, o estado de decadência em que o homem se encontra, sem Deus. A misericórdia fala da pobreza da nossa condição; enquanto a graça fala da glória irradiante da posição que temos em Cristo. Porque quando Deus desce a nós em misericórdia, Ele vem no estado mais baixo da nossa própria pecaminosidade. O sentimento que Deus tem para conosco, enquanto somos pecadores, é misericórdia. E a obra que Deus realiza para nos tornar Seus filhos é graça. A misericórdia vem do amor e resulta em graça. Então, esse é o primeiro detalhe, essa é a primeira proposição que Deus revela para nós. Toda a obra de Deus na graça foi planejada de acordo com a misericórdia de Deus em amor. Sua graça é dirigida por Sua misericórdia e Sua misericórdia é dirigida por Seu amor. Essa é a primeira proposição.

2ª proposição:

O Senhor diz para Moisés:

“(...) eis aqui um lugar junto a mim”. (Ex 33:21)

Preste atenção! Há um lugar em Deus onde podemos estar. É isso que Deus está dizendo para Moisés. Veja a riqueza dessa frase! Parece que na atual conjuntura não há nada maior do que isso para nós. Há um lugar em Deus onde podemos contemplá-lo, experimentá-lo, desfrutá-lo. O Salmo 91:1 e 9b diz:

“1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente (...)” (Sl 91:1)

“(...) Fizeste do Altíssimo a tua morada” (Sl 91:9b)

Precisamos alcançar isso em Cristo. É justamente isso que Paulo diz em Colossenses 3:3:

“3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.”

Nossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Há um lugar em Deus onde fomos introduzidos através de Cristo. Em João 14:2, o Senhor Jesus disse:

“2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.”

Em Hebreus 10:19-20, o escritor dessa Epístola diz:

“19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne,”

Amados irmãos e irmãs, há um lugar em Deus onde podemos experimentá-lo, desfrutá-lo. Creio que isto é tudo o que necessitamos em nosso viver cristão hoje: desfrutar da presença de Deus. Ver Deus significa penetrar para dentro dEle no poder da vida e ressurreição que Cristo nos deu, nesta vida de comunhão e intimidade agora pelo Espírito Santo em nós. Esta é a segunda proposição.

3ª proposição:

Vejam que, ainda em Êxodo 33:21, o Senhor diz assim:

“(...) tu estarás sobre a penha”.

A palavra hebraica para “penha” aqui é “tsur” – “rocha”. 1 Co 10:4 diz que “a rocha era Cristo”. Sabemos que essa rocha era uma teofania de Cristo. Era uma expressão de Cristo que nos é revelada em todo o Novo Testamento. Moisés só poderia contemplar a glória de Deus se ele estivesse na rocha. Isso nos ensina que todas as coisas nos foram dadas por Deus em Cristo. Não podemos por nós mesmos contemplar, desfrutar a glória de Deus. Nossa visão espiritual foi profundamente danificada por causa do pecado em nós. O homem natural não pode ver as coisas de Deus, nem tão pouco desfrutar da glória de Deus. Sabemos que é o nosso cérebro que enxerga e não os nossos olhos. É isso o que dizem os cientistas. Nossos olhos são apenas ferramentas pelas quais o cérebro capta a visão das coisas. Por isso, se desejamos desfrutar, ver a glória de Deus, ter essa visão espiritual profunda, necessitamos de uma profunda operação do Espírito Santo em nossa própria mente, em nosso próprio ser interior. Essa é a verdade. Precisamos estar em Cristo. Somente a partir de Cristo é que nós podemos desfrutar, penetrar, nesta glória maravilhosa e divina. Agora vamos para mais uma proposição.

4ª proposição:

Agora temos a quarta proposição, quando Deus diz para Moisés:

“(...) eu te porei numa fenda da penha (...)” (Ex 33:22).

Essa mensagem nos leva para Números 20:11:

“11 Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais.”

Precisamos ler também o Evangelho de João 19:33-34:

“33 chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.”

No Evangelho de João temos “a rocha ferida”. Só podemos ver a glória de Deus e desfrutar dessa glória mediante a rocha ferida. Uma coisa impressionante nesse texto de Êxodo é que a palavra “passar”, no hebraico, segundo Strong, é “abar”. Essa palavra significa “ser transpassado”. Veja o que Deus diz aqui para Moisés, no versículo 22 de Êxodo 33:

22 Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado.

É esta palavra aqui: “passado”. Essa palavra no hebraico é “abar”. Significa “ser transpassado”. Ela era usada para descrever “o animal que era sacrificado”.
Amados irmãos e irmãs, será que temos percebido a grandeza de tudo isso diante de nós? Será que ficamos impressionados com aquilo que o Espírito Santo está nos ensinando? Sobre esse assunto, tenho da parte do Senhor o encargo de chegar até aqui. Mas sei que o Senhor pode avançar muito mais além de cada um de nós e mostrar a grandeza de tudo isso, a grandeza dessa verdade. Aqui há algo que Deus deseja comunicar para nós: é somente através dessa rocha ferida – Cristo transpassado. Essa rocha ferida fala de Cristo transpassado. Cristo sendo transpassado por causa de nós.
1 João 3:2 diz assim:

2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.

Há duas palavras nesse texto que temos que estudar:

 A primeira é “manifestou”. No grego temos a palavra “phaneroo”, que significa “tornar manifesto, visível, conhecido, aquilo que estava escondido”. Sabemos que um dia Deus vai se revelar profundamente, grandiosamente para nós na eternidade vindoura, por causa dessa rocha ferida.

 Depois temos que tomar a palavra “sabemos”, que no grego é “oida”. Significa “ver, voltar os olhos”.

Amados irmãos e irmãs, devemos ser gratos a Deus pelo privilégio de estudar esse maravilhoso assunto, de estudar essa oitava subida de Moisés ao Monte Sinai. Podemos meditar um pouco aqui sobre a glória suprema daquilo que Deus tem preparado para nós. Precisamos ver que a vontade de Deus é algo que Ele irá alcançar, porque isso faz parte da Sua soberana vontade irresistível. Ele determinou realizar isso em nós e Ele alcançará essa obra em nós. É isso que o Senhor está ministrando agora nessa oitava subida.

A RENOVAÇÃO DO PACTO

Essa oitava subida fala também, no aspecto espiritual, do “poder da ressurreição”, porque o número oito refere-se à ressurreição de Cristo. Então, o que Deus faz com Moisés aqui? Ele renova o pacto, porque Moisés havia quebrado as primeiras tábuas da aliança. Agora Deus renova o pacto. Deus pede para Moisés novas tábuas de pedra para que Ele possa agora escrever novamente o Decálogo. E Deus fala sobre três coisas para Moisés:

1º) Deus fala contra a idolatria:

Deus fala para Moisés que Ele é um Deus zeloso e para que o povo não tivesse nenhum outro Deus, a não ser Ele.

2º) Deus volta a falar sobre as festas anuais:

Essas festas prefiguram Cristo. Elas revelam aspectos distintos da vida, da pessoa e da obra de Cristo.

3º) Deus volta a enfatizar o Decálogo.

Então, nessa oitava subida nós temos essa maravilhosa experiência. Temos essas verdades impressionantes, que tocam profundamente a nossa vida hoje. O fato de Deus novamente falar contra a idolatria, o fato de Deus novamente falar sobre essas festas, falar sobre o Decálogo, mostram que Deus é Deus perseverante em Seu amor; é um Deus que não desiste de nós; é um Deus gracioso. Muitas vezes fechamos as portas, muitas vezes temos ofendido a Ele, mas ele retorna a nós em graça e misericórdia para nos alcançar e para se revelar a nós. Aquela experiência que Moisés teve nos é dada hoje em Cristo Jesus. Deus deseja que venhamos desfrutar da Sua glória, da Sua presença. Deus deseja que venhamos desfrutar dEle. Somente agora, em Cristo, nós podemos ter essa magnífica experiência na nossa vida
Cristã.
Amados, a vida cristã é muito rica. Não é uma vida medíocre, não é uma vida pobre. É uma vida rica, uma vida marcada e caracterizada pela presença, pela glória de Deus. Sabemos que não podemos desfrutar essa glória em plenitude, mas Deus permite que nós venhamos desfrutá-la nessa disposição que Ele tem em Cristo, no poder do Seu Espírito, de comunicar isso a nós.
Que Deus lhe abençoe com esta palavra. Que Ele possa inundar o Seu coração de graça, de glória, de Sua presença através desta palavra que Ele está ministrando ao seu coração.

Por: Ir. Luiz Fontes

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