sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Revestimento do Espírito - Parte 2 Plenitude e Unção




2. A plenitude do Espírito Santo.

Imediatamente após o Seu batismo, lemos: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto” (Lc 4.1). O mesmo registro se faz a respeito dos discípulos no cenáculo, imediatamente após a descida do Espírito: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). O assunto tratado nessas passagens em nada parece diferente daquilo que, em outras passagens das Escrituras, se chama de receber o Espírito Santo. É uma experiência que pode ser repetida, e certamente o será, se estivermos vivendo no Espírito. Mas é claramente uma experiência de alguém que já se converteu. Isso fica evidente na vida de Paulo. Se, conforme citamos mais para o início deste capítulo, o recebimento do Espírito está associado sempre e inseparavelmente à conversão, alguém poderá com razão perguntar por que uma conversão tão marcante e radical como a do apóstolo aos gentios precisa ser seguida de uma experiência como a mencionada em Atos 9.17: “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. Parece que temos aqui uma clara indicação para aquilo que constantemente aparece nas Escrituras, tanto na doutrina como na experiência, algo divinamente distinto da conversão e posterior a ela, experiência que temos chamado de receber o Espírito Santo. Podemos chamá-la também, apropriadamente, de “revestimento de poder”; repare a frequência com que, em todo o livro de Atos, poderosas obras e poderosos discursos estão relacionados a essa experiência. “Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos” (At 4.8) é o prefácio de um dos mais poderosos sermões desse apóstolo. “...todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus” (At 4.31) é um registro semelhante. “...elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo” diz a narrativa da escolha dos diáconos, em Atos 6.5. “Estêvão, cheio do Espírito Santo” é a tônica desse grande sermão do mártir. Esse enchimento do Espírito assinala uma decisiva e muito importante crise na vida cristã, é o que concluímos da história da conversão do apóstolo, a que acabamos de nos referir.
Mas, como já dissemos, estamos longe de afirmar que essa é uma experiência que ocorre uma vez para sempre, como parece ser o caso do selo. Assim como as palavras “regeneração” e “renovação”, quando usadas pelas Escrituras, assinalam respectivamente a concessão da vida divina como possessão permanente e o seu aumento por meio de repetidas transmissões, assim quando somos selados recebemos o Espírito Santo uma vez para sempre, recebimento esse que pode ser seguido de repetidos enchimentos. É razoável concluir isso, uma vez que nossa capacidade está sempre aumentando e nossa necessidade sempre de novo aparece, conforme Godet expõe de forma tão bela: “O homem é um vaso destinado a receber a Deus, um vaso que precisa ser ampliado na proporção em que se enche, e precisa ser cheio à medida que se amplia”.
E mesmo assim confessamos aqui certo grau de incerteza quanto ao uso dos termos, e se os dois que estamos considerando são exatamente a mesma coisa. Creio que devemos, por isso, fazer uma pausa e orar, uma vez que “nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente”. Que o bendito Revelador e Intérprete possa não somente nos revelar nosso privilégio e herança no Espírito Santo, mas nos ensinar a denominar e distinguir os termos pelos quais essas bênçãos nos são transmitidas.
Embora o fato a respeito do qual estamos falando pareça indubitável, a sua explicação está longe de ser fácil. Por essa razão, não podemos considerar de pouco valor um consenso de opinião a esse respeito por parte daqueles que têm pensado com mais cuidado e pesquisado com mais devoção sobre o assunto. Essa é a nossa justificativa para as inúmeras citações que introduzimos neste capítulo, por crer que o Espírito Santo provavelmente Se dará a entender por meio daqueles que mais O honram ao buscar a Sua direção e iluminação.
Numa recente obra sobre o assunto, na qual se uniram de forma harmoniosa tanto a erudição quanto o discernimento espiritual, o autor coloca da seguinte forma as suas conclusões: “Parece-me sem dúvida nenhuma, como assunto de experiência tanto dos cristãos de nossos dias quanto dos cristãos da igreja primitiva, da forma que está registrado nos escritos inspirados, que, em adição ao dom do Espírito recebido na conversão, há uma outra bênção correspondente em seus sinais e efeitos à bênção recebida pelos apóstolos no dia de Pentecostes — uma bênção que precisa ser pedida e esperada por aqueles que já são cristãos, e que pode ser descrita com a linguagem empregada no livro de Atos dos Apóstolos. O que quer que seja essa bênção, ela é uma direta ligação com o Espírito Santo; uma experiência que pode ser descrita pela expressão ‘ser cheio do Espírito’. Assim como aconteceu com os cristãos primitivos, assim também ocorre conosco: o enchimento ocorre quando há especial necessidade dele... E há uma ocasião em que essa bênção ocorre pela primeira vez. Essa primeira vez é uma crise espiritual que se torna referência para toda a sua vida espiritual futura. Talvez fique a dúvida sobre como chamar essa crise, ou pelo menos qual é o nome que as Escrituras nos autorizam dar a ela... Quer se esteja consciente disso ou não, toda a nova vida se deve à vinda do Espírito Santo na alma, com novo poder; e quanto mais conscientemente se entende isso, mais se encontra o Espírito Santo em Seu devido lugar em nossos corações. É somente quando Ele é conscientemente aceito em todo o Seu poder, que se pode dizer que fomos tanto ‘batizados’ como ‘cheios’ com o Espírito Santo. Devo acrescentar que é possível afirmar que Deus desde o começo ofereceu ao Seu próprio povo uma posição mais elevada nesse assunto do que eles têm sido capazes de ocupar, pelo fato de que a plenitude do Espírito foi e é oferecida a cada pessoa na conversão; e que é unicamente por causa da falta de fé que as subsequentes efusões do Espírito Santo se tornaram necessárias”[1].
Parece claro, da exortação encontrada na Epístola aos Efésios, que o enchimento do Espírito nos pertence como privilégio da aliança, a qual evidentemente se aplica a todos os cristãos: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). O uso passivo do verbo aqui é muito sugestivo. A vontade rendida, o corpo submisso, o coração esvaziado — são os grandes requisitos para que Ele entre. E quando Ele vier e encher o crente, o resultado é uma espécie de atividade passiva, como alguém que foi moldado e controlado, em vez de alguém que controla suas próprias ações. Sob a influência de bebida forte, há uma efusão de tudo que o espírito mau inspira — frivolidade, profanação, e conduta desordenada. “Sejam homens embriagados de Deus”, diz o apóstolo; “permitam que o Espírito de Deus os controle de tal forma que vocês transbordem em salmos e hinos e cânticos espirituais”. Se um entusiasmo divino desses possui seus perigos, cremos que são menos temíveis do que o moderantismo que torna os servos de Deus satisfeitos com a letra das Escrituras, desde que essa letra seja manejada com habilidade e de forma sistemática, em vez de conceder ao Espírito o principal lugar como o inspirador e o gerador de todo serviço cristão.

3. A unção do Espírito.

Após o batismo e a tentação, encontramos nosso Senhor apropriando-Se das palavras do profeta, conforme Ele as leu na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres” (Lc 4.18). Duas vezes, no livro de Atos, faz-se referência a esse importante acontecimento em termos similares: “teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste” (At 4.27); “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder” (At 10.38). E assim como aconteceu com o Senhor, assim acontece com os Seus discípulos: “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus” (2 Co 1.21).
Aquele que estuda as Escrituras sabe quão estreitamente relacionada estava a cerimônia da unção a todos os importantes ofícios e ministérios dos servos de Jeová sob a antiga aliança. O sacerdote era ungido para que se tornasse santo diante do Senhor (Lv 8.12). O rei era ungido para que o Espírito do Senhor pudesse repousar sobre ele em poder (1 Sm 16.15). O profeta era ungido para que pudesse tornar-se o oráculo de Deus para o povo (1 Rs 19.16). Nenhum servo de Jeová era considerado preparado para seu ministério sem esse toque santo e santificador posto sobre ele. Nem mesmo a purificação do leproso ficava sem essa cerimônia. Requeria-se que o sacerdote imergisse o dedo direito no azeite que estava na sua mão esquerda, para colocá-lo na ponta da orelha direita, sobre o polegar da mão direita, e sobre o polegar do pé direito daquele que estava sendo purificado. O azeite tinha de ser posto “em cima do sangue da oferta pela culpa” (Lv 14.17). Dessa forma, com divina exatidão, os tipos prenunciavam a dupla provisão para a vida cristã: a purificação por meio do sangue e a santificação por meio do azeite — justificação em Cristo, santificação no Espírito Santo.

Se agora indagarmos o que é essa unção, com certeza veremos que é o próprio Espírito Santo. Assim como Ele antes foi o selo, certificando que somos de Deus, assim agora Ele é o azeite que nos santifica — é o mesmo dom representado por símbolos diferentes. E assim como foi com Arão, o primeiro ungido qualificado para ungir a outros, assim ocorre com o nosso grande Sumo Sacerdote. É Ele, dentro do véu, que concede o Espírito aos que são Seus, para capacitá-los a serem “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9). “E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo” (1 Jo 2.20 – RC). Cristo é constantemente chamado, no Novo Testamento, de “o Santo”. E pelo fato de o Espírito Santo ter sido enviado para comunicá-lO ao povo, eles são feitos participantes tanto do Seu conhecimento como da Sua santidade. Se dissermos que essa unção de que João fala é miraculosa, que se refere à iluminação divina dos evangelistas e profetas que foram comissionados para serem os veículos das Escrituras inspiradas, temos de chamar a atenção para outras passagens que associam o conhecimento de Deus com o Espírito Santo. “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2.11). O cavalo e o seu cavaleiro podem ver a mesma estátua, magnífica obra de escultura posta no parque; um se delicia com aquele produto do gênio humano, mas aos olhos do outro aquilo não causa nenhuma impressão. A razão é simples: é necessária uma mente humana para apreciar a obra da mente humana. Da mesma forma, somente o Espírito de Deus pode conhecer e fazer conhecidos os pensamentos e ensinamentos e revelações de Deus. Parece ser esse o significado de João, quando fala sobre a unção divina: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas” (1 Jo 2.27).
Em nenhum outro aspecto se manifesta mais claramente o revestimento do Espírito do que no magnífico discernimento da verdade revelada que ele transmite. Assim como no serviço é fácil discernir a diferença entre trabalhar no poder do Espírito e trabalhar na energia da carne, mais claramente se vê, no conhecimento e no ensino, a diferença entre o esforço para aprender e a intuição[2] do Espírito. Embora não devamos desvalorizar o primeiro, é importante notar como a Bíblia coloca maior ênfase no último; de forma que o ouvinte não-espiritual é considerado menos censurável por não discernir a verdade do que o pregador que, confiando no próprio intelecto, espera que isso aconteça. Quando, por exemplo, alguém tenta convencer, com os melhores argumentos, um descrente a respeito da divindade de Cristo — e fracassa em seus esforços — a palavra das Escrituras para ele é: “ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3).
Somente o Espírito de Jesus pode revelar aos homens o senhorio de Jesus, e a chave desse conhecimento o Espírito Santo não colocará jamais na mão de nenhum homem, por mais instruído que seja. Assim como está escrito que Cristo é “o resplendor” (o cintilar, o refulgir) da glória do Pai, e “a expressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3 - RC), por meio dessa bela figura nos lembrando que assim como somente podemos ver o sol por meio dos seus raios, dessa forma nós somente podemos conhecer a Deus em Jesus Cristo, o qual é a manifestação de Deus. Assim também é com respeito à segunda e à terceira Pessoas da Trindade. Cristo é a imagem do Deus invisível; o Espírito Santo é a imagem invisível de Cristo. Assim como Jesus manifestou o Pai visivelmente, o Espírito manifesta Jesus interiormente, de forma invisível, formando-O em nós como o homem oculto do coração, imprimindo a Sua imagem no espírito, impressão essa que nenhuma instrução intelectual, por mais diligente que seja, pode operar.
Em suas profundas palavras a respeito da “unção” e da iluminação que a acompanha, João estava meramente expondo pelo Espírito aquilo que Jesus tinha dito antes da Sua partida: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;... Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13,14). “O Espírito da verdade” — Quanta instrução contém essa expressão, e quão sugestiva ela é! Assim como Ele é chamado “o Espírito de Cristo”, como quem revela Cristo em Seu sofrimento e glória, assim Ele é chamado “o Espírito da verdade”, como quem manifesta a verdade em todas as suas profundezas e alturas. Da mesma forma que é impossível conhecermos a pessoa de Cristo sem que o Espírito de Cristo no-lO revele, assim é impossível que conheçamos a verdade como ela é em Jesus sem o Espírito da verdade que foi designado para transmiti-la. “...o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber” (Jo 15.26) — É somente Ele que pode nos ensinar a clamar como verdadeiros filhos: “Abba, Pai”. “...o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16.13). Conhecer a Deus depende total e completamente do Seu poder de comunicá-lo a nós, e sem a Sua iluminação isso estará totalmente fora da nossa percepção.
Dessa forma, vimos o revestimento do Espírito apresentado sob três aspectos: o selo, o enchimento e a unção. Todos esses termos, até onde podemos compreendê-los, significam a mesma coisa — o dom do Espírito Santo, apropriado por meio da fé. Cada um desses termos está ligado a algum revestimento especial — o selo, com segurança e consagração; o enchimento, com poder; e a unção, com conhecimento. Todos esses dons estão envolvidos naquele dom em que estão todos incluídos, e sem o qual não possuímos nenhum deles.
Embora concluamos, dessa forma, que é privilégio e dever do cristão clamar por uma unção específica do Espírito para capacitá-lo para o seu serviço, queremos ser cautelosos para não prescrever nenhuma fórmula estereotipada para ser seguida a fim de possuir essa unção. Não é difícil mencionar casos de experiências claras, vívidas e marcantes do revestimento do Espírito Santo, como na vida do Dr. Finney, de James Brainard Taylor, e muitos outros. E em vez de desacreditar dessas experiências, que foram comprovadas pelos contemporâneos desses homens, que também viram seus efeitos, pedimos ao leitor que estude esses casos, e observe os extraordinários efeitos que se fizeram acompanhar no ministério desses que provaram essa bênção. A vida de muitos dos colaboradores de Wesley e Whitefield confirmam de forma evidente a doutrina que estamos defendendo. Não são poucos os grandes homens de Deus que, depois de reconhecerem o Espírito Santo e O receberem, viram anos de ministério árido e estéril, nos quais o Evangelho foi pregado com ortodoxia e retoques literários, serem seguidos por pastorados dos mais fervorosos e frutíferos que se conhecem.
Não permitamos que esse importante assunto se complique por meio de pequenas definições teológicas, por um lado, nem por outro lado pela extrema exigência por experiências espirituais impressionantes. Se não cuidarmos, colocaremos sobre as almas simples um fardo maior do que podem carregar. No entanto, jamais conseguiremos dar relevo suficiente à crise divina que ocorre na alma em decorrência da plenitude do Espírito Santo. “...meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19), escreve o apóstolo àqueles que já tinham crido no Filho de Deus. O que quer que seja que ele queria dizer nessa calorosa expressão, não duvidamos que o mais profundo anseio do Espírito diz respeito à formação de Cristo no coração, para que ocorra a conformação exterior com Cristo, que é o principal alvo da educação cristã. Se nossa concepção da vida cristã é meramente um crescimento gradual na graça, não existe o perigo de que cheguemos a considerar esse crescimento tanto invisível como inevitável, e assim assumir pouca responsabilidade para que ele ocorra? Que o crente receba o Espírito Santo por meio de um definido ato de fé para sua consagração, assim como recebeu a Cristo pela fé para sua justificação. Não dará isso a ele a certeza de que está agindo de forma seguramente bíblica? Não conhecemos nenhuma outra forma de expor o assunto de forma tão clara como quando dizemos que é necessário aceitar pela fé, a fé que é

     Uma afirmação e um ato,
     Que torna a verdade eterna em presente fato.
É um fato que Cristo fez propiciação pelo pecado; na conversão, a fé se apropria desse fato, para nossa justificação. É um fato que o Espírito Santo foi dado; na consagração, a fé se apropria desse fato para nossa santificação. Um escritor diz, a esse respeito, com erudição evidentemente iluminada por uma profunda percepção espiritual: “Se posso mencionar uma experiência pessoal, quero aqui ‘dar meu aval’. Não muito depois da primeira vez que me apropriei de forma específica da visão do Senhor crucificado como o sacrifício pela paz do pecador, tive a experiência de maior compreensão e de mais conscientemente me confiar à viva e graciosa pessoa do Espírito, por meio de cuja misericórdia eu tinha recebido a visão de Cristo como meu Salvador. Jamais esquecerei como veio sobre minha alma uma maior consciência de fé e paz, nessa segunda experiência. Foi um novo aumento da compreensão do amor de Deus. Foi como um novo contato com os internos e eternos movimentos da bondade e do poder, uma nova descoberta dos recursos de Deus[3].
Nossa doutrina está bem descrita nestas palavras em itálico: “Um contato com os internos e eternos movimentos do poder de Deus”. A apropriação da energia do Espírito, assim como o bonde elétrico se conecta com a corrente que está acima dele no cabo elétrico e recebe poder dele — dessa forma o poder que é eternamente nosso torna-se poder dentro de nós; a lei do Sinai, com suas tábuas de pedra, é substituída pela “lei do Espírito da vida” nas tábuas de carne do coração; o mandamento externo é mudado em um decálogo interno; deveres pesados, em santo prazer, para que daqui em diante a vida cristã possa ser “tudo em Cristo, pelo Espírito Santo, para a glória de Deus”.




[1] “Through the Eternal Spirit” (Pelo Espírito Eterno), James Elder Cumming, D.D., págs. 146,147.
[2] Entendimento que não é fruto de raciocínio; é compreensão dada pelo Espírito Santo. N. do T.
[3] “Veni Creator Spiritus” (Vem, Espírito criador), do Diretor H. C. G. Moule, pág. 13.

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