terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 132

Por: Luiz Fontes

25ª Estação – Mítica (parte 6)

TEXTOS: Nm 19:1-9

Vamos compartilhar hoje sobre a suficiência do sacrifício de Cristo Jesus, com base nos textos relativos à 25ª estação, Mítica. Números 19:1-6.

Queridos e amados irmãos, antes de entrar neste assunto, quero lhes falar que em II Timóteo 3:16, a Bíblia afirma que toda a escritura é inspirada por Deus. E, também, em Romanos 15:4 diz que tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, afim de que, pela paciência e consolação das escrituras, tenhamos esperança. Todos esses textos, tudo o que temos lido aqui, em Números 19:1-6, foi inspirado pelo Espírito Santo para que tenhamos consolação e esperança. Isso deve despertar nosso interesse espiritual. Em II Timóteo 3:16 vemos que a Escritura procede de Deus. E em Romanos 15:4 vemos que há aqui uma prova contundente de que ela é dada para nós.

Então, quando lemos essas passagens de Números 19, sabemos que esses textos se aplicam à Pessoa bendita do nosso Senhor Jesus Cristo. A morte do nosso Senhor não é tomada como um ato próprio e normal do sacerdócio. Vai além disso. E ainda mais que, o céu, e não a terra, é a esfera do Seu glorioso sacerdócio agora, onde Ele ministra Deus a nós. É necessário encontrar nas páginas do Novo Testamento a verdade que brilha, que se relaciona com este capítulo que estamos estudando. E quando encontrarmos veremos que a verdade é a mesma. Aquilo que vemos prefigurado aqui no Antigo Testamento é o que focamos em realidade no Novo Testamento.

Como já temos estudado até aqui, esses textos relativos a Mítica tratam da purificação por meio do sangue. Desde que nossos pecados já foram perdoados por Cristo Jesus há dois mil anos atrás, sabemos que ainda estamos no corpo desta carne e poderemos pecar. No sangue de Cristo já temos a provisão assegurada do perdão dos pecados eternamente. Mas aqui ele trata dos pecados que ainda podemos cometer, mesmo sendo salvos. E a questão aqui não é de perdão, mas de purificação, que o sangue realiza dia após dia na nossa vida. Este é um assunto que não podemos deixar de estudar: a suficiência da obra de Cristo Jesus através do seu sangue hoje. A partir do momento em que a pessoa é levada a sentir a realidade da sua condição diante de Deus, a profundidade da sua ruína, a culpa, a miséria, não poderá haver descanso até que o Espírito Santo revele ao seu coração a suficiência da obra de Cristo Jesus lá na cruz do Calvário. Essa é a única solução possível, é o remédio perfeito de Deus para a nossa completa pobreza moral, espiritual, em todos os sentidos. E podemos dizer com toda segurança que, quanto mais completa e profundamente aprendermos isto, melhor poderemos viver a vida cristã; mais adequadamente poderemos viver a vida cristã em face àquilo que somos. O verdadeiro segredo da paz espiritual, da tranquilidade espiritual, da satisfação espiritual está em descermos até ao mais profundo do nosso eu irremediável, culpado, arruinado e sem esperança e, então, encontraremos Cristo, todo e suficiente, como a provisão de Deus para a nossa mais profunda e extrema necessidade. Este é o verdadeiro descanso, um descanso que nunca pode ser perturbado: você saber que um dia estava arruinado, perdido, desmoralizado diante de Deus, culpado e condenado diante de Deus, mas então veio Cristo. Precisamos compreender tanto a profundidade da nossa completa pecaminosidade, como também encontrar a glória da suficiência da obra de Cristo em nós. Precisamos saber que em Cristo encontra-se entesourado tudo o que necessitamos como provisão para nossa situação irremediável, daquilo que encontrávamos no velho homem, na nossa própria vida caída.

Ao considerar este assunto, há duas coisas que exigem o nosso cuidado, nosso interesse: o que Cristo fez por nós e o que Ele está fazendo para nós. Na primeira, temos a expiação, o perdão dos nossos pecados. E na segunda temos a Sua santa posição como o nosso Sumo Sacerdote, como nosso Advogado, onde ele intercede por nós diante do Pai. Primeiro, Ele morreu por nós lá na cruz. Agora, Ele vive por nós assentado em Seu trono de glória. E ali Ele exerce Seu sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. Ao estudar o final de Hebreus 6 e os capítulos 7 e 8, vamos entender isso melhor.

Primeiro quero mostrar-lhes o que Cristo fez por nós. Por Sua morte expiatória ele cumpriu plenamente tudo o que tinha a ver com a nossa condição de pecadores. Tudo aquilo que realmente estava relacionado ao nosso estado caído diante de Deus, Ele cumpriu. Ele levou nossos pecados para sempre, levou a culpa por nossos pecados.

Em 1 Pedro 3:18 Pedro disse:

“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos [Por que Ele morreu, uma única vez, pelos nossos pecados? Na sequência Pedro diz...], para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”.

Essa é uma verdade tremenda, e de total importância para todos nós. Uma verdade que se assenta no próprio fundamento da posição cristã. É impossível que uma pessoa espiritualmente esclarecida possa desfrutar da paz, divinamente estabelecida, até que essa tão preciosa verdade seja recebida em simplicidade e fé. Todos nós, que nos achamos salvos no fundamento da graça divina, devemos saber sobre a base da autoridade de Deus. O que Cristo realizou por nós lá na cruz do Calvário foi algo tão pleno que veio satisfazer todas as exigências do trono de Deus. Todos os atributos da Sua natureza foram satisfeitos por causa daquilo que Cristo cumpriu lá na cruz do Calvário. O Senhor Jesus, o Filho Amado de Deus, nosso Salvador, Ele mesmo se glorificou por lançar no mar do esquecimento todos os nossos pecados. Deus, nosso Pai Celeste, colocou sobre o Seu próprio Filho, Seu único filho, todos os nossos pecados. E Deus fez isso afim de que possamos saber a base da autoridade divina, uma autoridade que não pode mentir.

Quanto a nós, que fomos salvos pela maravilhosa obra do Senhor Jesus, por essa magnífica obra, devemos descansar, estar satisfeitos com aquilo que Deus aceitou, com aquilo que Cristo cumpriu. Na mesma autoridade que a Bíblia diz que temos pecados, e que esses pecados foram levados por Cristo, assim também Deus, em Seu maravilhoso e inigualável amor, nos assegura, a nós, pobres e culpados pecadores, merecedores do inferno, que Ele mesmo cuidou de resolver todo este assunto dos nossos pecados e da nossa condenação. Ele mesmo livrou-se desses pecados mediante a morte de Cristo Jesus. E nisso, Ele mesmo exaltou a glória do Seu excelso nome sobre todo o Universo.

Agora, amados irmãos, nossa fé tranquiliza a nossa consciência. Se Deus satisfez a si mesmo com a obra de Cristo Jesus a nosso favor, devemos estar satisfeitos também. Devemos saber que somos pecadores. Talvez alguns de nós nos sintamos os piores pecadores. Às vezes sentimos que os nossos pecados são os maiores em número, mais do que os cabelos de nossa própria. Se qualquer um dos nossos pecados (o menor deles, talvez julgássemos) nos fizesse merecedores das chamas do inferno e da eterna separação de Deus, imagina como devemos ser gratos a Deus pela suficiência da obra de Cristo a nosso favor! Tudo isso sabemos por causa da base da clara e inquestionável autoridade do testemunho da obra da cruz, que está firmada no céu. E hoje eu e você podemos adorar a Deus, exaltá-lo, cultuá-lo, agradecer a Ele porque estamos eternamente perdoados. Será que podemos imaginar Deus levando todos os nossos pecados, da pior espécie, todos os nossos pecados! Será que podemos imaginar a maneira como Ele os viu e os avaliou? Será que temos nos dado conta do fato de Ele ter colocado nossos pecados sobre Seu bendito Filho, o nosso substituto, e, lá na cruz, exercer Sua justiça, Sua ira contra esses pecados?

Oh, amados irmãos, devemos ser eternamente gratos a Deus, porque, se Ele não tivesse nos substituído, onde estaríamos nós, a não ser condenados no eterno fogo do inferno. Graças a Deus que Ele tratou com nossos pecados lá na cruz do Calvário. Graças a Deus, porque estamos perdoados. Graças a Deus por Sua infinita graça, amor e misericórdia.

É isso que temos que entender – essa primeira parte, a suficiência da obra de Cristo, aquilo que Ele realizou, aquilo que Ele cumpriu. Agora, vamos estudar, na sequência do estudo, sobre aquilo que Ele está fazendo por nós hoje. Que Deus, em Cristo Jesus, lhe abençoe rica e poderosamente.

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