domingo, 13 de novembro de 2011

SACERDÓCIO DE CRISTO

Hb 4:14-5:6; 5:11-14

Aqui está o “coração” da carta aos Hebreus. Os capítulos 7, 8, 9 e 10 de Hebreus apresentam um ensino sobre o “Sacerdócio Real de Cristo”. Um ensino a respeito do “alimento sólido”, como nos diz em Hb 5:14:

“Mas o alimento sólido é para os adultos...”

E esse ensino é o “coração” da carta. O ensino sobre o sacerdócio de Cristo. O que ele fez? O que ele realiza? O que significa para nós? Aqui temos um contraste entre o “Sacerdócio de Cristo” e o “sacerdócio de Melquisedeque”. O grande chamado no livro de Hebreus é para que nós “vivamos” no “Santíssimo” – “morar” no Santíssimo, “habitar” no Santíssimo – 24 horas por dia. Não apenas quando oramos, quando estamos reunidos, mas habitar no Santíssimo.

Esses versículos introduzem uma nova doutrina e está diretamente conectado ao assunto da Palavra de Deus. Em Hb 4:14 diz assim:

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote...”

Veja aqui a palavra “pois”. Ele nos impede de desligar o contexto. Está fazendo uma conclusão baseado no que já foi dito anteriormente (Hb 4:12,13). Veja a continuação de Hb 4:14:

“... como grande sumo sacerdote que penetrou os céus...”

Aqui nos é revelado quem está usando a espada de dois gumes de Hb 4:12. Jesus o grande Sumo Sacerdote. Não o humano, terreno. Mas Jesus o Filho de Deus. Será que Ele sabe manusear bem esta espada de dois gumes? Será que Ele conhece as juntas e medulas? Será que quando Ele estiver nos dissecando vai nos inutilizar? Vai nos paralisar? Vai nos lesar? Será que este Cirurgião Celestial não conhece os nervos, as artérias, as veias, os músculos, os tendões?

Então Hb 4:14, nos apresenta quem está usando a espada de dois gumes. É o Filho de Deus o grande Sumo Sacerdote que penetrou os céus. Esse Sumo Sacerdote está usando esta espada para fazer o que em nós? Para nos introduzir além do véu. Como que Ele está fazendo isso? Pela Palavra de Deus que é viva e eficaz. Por isso a ênfase no Grande Sumo Sacerdote. Não é o sumo sacerdote levita, Arão. É o que penetrou os céus! É Ele que está fazendo este trabalho nas nossas vidas. Pra que? Para que nós estejamos face a face com Ele. Veja o que nos diz Hb 6:19,20:

“a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós,”

Ele é o Sumo Sacerdote que está trabalhando em nós. Ele entrou primeiro. Por nós. Ele fincou uma âncora segura e firme para nos conduzir a Ele. Face a face com Ele. O Senhor Jesus é a nossa âncora. Pra que serve a âncora? Dar estabilidade. Onde está esta âncora? Além do véu. No Santo dos Santos celestial. A âncora está no céu e a Igreja na terra. A Igreja está sendo conduzida ao céu. Ela está segura e firme. Precisamos com certa urgência ver isso, Hoje.

Veja agora Hb 4:15:

“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas”

Esse “esquadrinhar” dos versos 12 e 13, inclui uma exposição de fraquezas, de pecados. Mas não só disso. Mas também de misericórdia e graça. Veja Hb 4:16:

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.

Este Sumo Sacerdote vai agir nas nossas vidas de forma misericordiosa. É isso que Ele é. Ele vai agir de forma graciosa. Pois é neste trono – trono de graça – que Ele está assentado. Aqui não diz que Ele está no trono do juízo. Diz que Ele está no trono da graça para a Sua Igreja. E diante deste trono nós achamos: misericórdia e graça. O que significa misericórdia? Ele não nos dá aquilo que merecemos. O juízo, o castigo. E o que significa graça? Ele nos dá aquilo que não merecemos. Seu Filho.

Então aqui em Hb 4:11 até 4:16, é um contexto nos mostrando como entrar no Descanso de Deus. Primeiro a Palavra e depois Quem usa a Palavra – O Sumo Sacerdote que penetrou os céus.

Terceira Exortação Apostasia

Hb 5:11-6:20

Cada exortação, como vimos, está baseada em um ensino. A exortação vem sempre após o ensino. Esse ensino sobre o Sacerdócio de Cristo Jesus, o Espírito Santo usará agora como base para a terceira exortaçãoApostasia. Ela está em Hb 5:11 a 6:20, uma longa exortação. Essa exortação visa nos levar à maturidade.

A grande carga desta Epístola aos Hebreus é conduzir-nos da infância espiritual para a maturidade. Qual é esta maturidade? O que significa esta maturidade? Esta maturidade, esta perfeição é, segundo o livro de hebreus – habitar no santíssimo. Compreendermos o Sacerdócio Celestial de Cristo. Tudo que Cristo é como grande Sumo Sacerdote. Tudo o que Ele obteve. O que Ele ministra. Para que então possamos habitar no santíssimo.

Vejamos algumas verdades relacionadas a esta terceira exortação. Veja Hb 5:11:

“A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar...”

O que é que é difícil de explicar? A realidade do Sacerdócio de Cristo. Por quê? Porque os hebreus são crianças, meninos no entendimento. E por isso não se importavam com o Sacerdócio de Cristo. Isso não ocupava o entendimento deles. Então quando o Sacerdócio celestial de Cristo é apresentado o que o Espírito Santo tem pra nos dizer? Por que é tão importante o Sacerdócio celestial de Cristo? Em primeiro lugar – Cristo é um Sacerdote que ministra do santuário celestial. Ele ministra realidades eternas. Não é sombra. Não é tipo ou figura. É realidade espiritual! Ele é O ministro do Santuário. Do verdadeiro Tabernáculo. Então em primeiro lugar Ele é este Sacerdócio.

Em segundo lugar – o que Ele obteve quanto a Sua dignidade Ele ministra ao seu Santuário. Ele compartilha com os seus. O que Ele conquistou? O perdão, Ele remiu os nossos pecados. Sua vida, poder, natureza, e o conhecimento espiritual de Deus. Não há nada mais importante que isso. O grande Sumo Sacerdote que penetrou os céus. Nós temos um Grande Sumo Sacerdote. Ele é todo digno. Tem todo o mérito. O trono se abriu para Ele. Porque Ele tem mérito. Ele é o homem aprovado por Deus. Veja Lc 9:53:

“Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi”.

Cristo consumou a Sua obra. Deus descansou. Então quando Ele penetra este “Santo dos Santos”, quando se assenta no trono, Ele compartilha com aqueles que são seus a mesma qualidade de vida celestial que Ele possui. Essa é a grande verdade do Livro de Hebreus. É um assunto pelo qual os hebreus não estavam tendo interesse. E nós? Temos interesse? Eles estavam tão aflitos, perturbados, comprimidos, sofrendo tanta pressão, alguns deles estavam “retrocedendo”. O “tempo” havia passado e eles não tinham avançado. Veja a sequência de Hb 5:11;

“... porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir”.

Quando esta carta foi escrita já havia se passado entre 5 a 10 anos de vida cristã aos hebreus. Eles estavam sendo “tardios”. Essa palavra significa: descuidados, preguiçosos em ouvir. Veja agora Hb 5:12:

“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido...”

O que vemos aqui é que alguém que tinha entre 5 a 10 anos de vida cristã já devia ser mestre. Quantos anos já temos de vida cristã? Temos conhecimento espiritual de Cristo? Esse conhecimento é suficiente para ensinar a outros a vida cristã. Para pastorear, conduzir, exortar, cuidar. Veja a sequência Hb 5:12:

“... tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus”

Podemos ver aqui um “retardamento” espiritual. Eram adultos tomando mamadeira. Por quê? Eram tardios. Estavam sendo lentos, preguiçosos, descuidados para ouvir. Veja Hb 6:11:

“Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança”

Por que esta exortação aqui? Porque eles estavam retrocedendo, apostatando. Na vida cristã não existe paralisação. Na vida cristã só há duas opções: ou nós estamos avançando ou nós estamos retrocedendo. Ninguém pára na vida cristã. Não existe maneira de parar. Nunca veremos um cristão parado. Quando nós paramos os velhos hábitos, velhas amizades, pensamentos, pecados, carne, começam de novo a nos dominar. Ou avançamos ou retrocedemos.

Apostasia (cair)

(Hb 6:4-6)

A passagem que agora ocupa nossa atenção é uma das mais solenes na epístola de Hebreus; sim, uma das mais solenes em todo o Novo Testamento. Ela fala de uma classe de pessoas que foram altamente privilegiadas, que foram singularmente favorecidas. E que estavam numa condição tão sem esperança que era “impossível que sejam outra vez renovados para arrependimento”.

Nos lembremos, uma vez mais, a condição de alma na qual estes Cristãos Hebreus tinham caído. Eles tinham se “tornado tardios em ouvir” (Hebreus 5:11), “inexperientes na Palavra da Justiça” (Hebreus 5:13), incapazes de mastigar “alimento sólido” (Hebreus 5:14). Os Hebreus tinham se tornado indiferentes, negligentes e inertes. Trevas, dúvida, tristeza, indecisão e conseqüentemente um andar no qual o poder de Cristo não era manifestado, os caracterizava. Agora, se eles continuassem neste estado, qual poderia ser o resultado senão a apostasia? Desconsideração, se persistida, deve terminar em rejeição, apatia em antipatia, deslealdade em infidelidade. Tal era o perigo deles.

Nenhum outro evangelho restaria para ser pregado, nem outro poder para resgatá-los e levantá-los. Eles tinham ouvido e conhecido à voz que disse, “Vinde a mim, e Eu vos aliviarei”. Eles tinham professado crer no Senhor que morreu pelos pecadores, e O escolhido como o seu Salvador e Mestre. E agora eles estariam esquecendo e abandonando a Rocha da sua Salvação. Se eles deliberada e voluntariamente continuassem neste estado, estariam em perigo de impenitência final e dureza de coração.

O escritor considera o retrocesso dos Hebreus com horror. Ele vê nele o perigo de uma inteira, confirmada, deliberada e irrecuperável apostasia da verdade. Ele os contempla na beira de um precipício e, portanto, levanta sua voz, e com veemente, todavia amável, seriedade, os adverte contra um mal tão terrível.

É de importância primária notar que o escritor não diz, “nós que fomos uma vez iluminados”, nem mesmo “vós”, em vez disso, ele diz “os” [aqueles]. Em contraste agudo deles, ele diz aos Hebreus, “Mas de vós, ó amados, estamos persuadidos de coisas melhores”. Mais tarde, quando o escritor declara que espera e está mesmo persuadido de que seus leitores não faziam parte daquelas pessoas a respeito de quem ele havia descrito, nem eram dos tais que caíram na perdição, ele faz isso com base em três fundamentos:

1. Que eles possuíam coisas que ‘acompanhavam a salvação'; isto é, coisas inseparáveis da salvação. Nenhuma destas coisas, portanto, ele atribuiu às pessoas que ele descreve neste lugar (Hb 6:4-6).

2. Ele os descreve por sua obediência e frutos da fé. Este era ‘seu labor e amor evidenciado para com o nome de Deus', (Hb 6:10. E com isso, também, ele os diferencia daqueles.

3. Ele adiciona, que, na preservação daqueles lá mencionados, a fidelidade de Deus estava envolvida: ‘Deus não é injusto para que se esqueça'. (Hb 6:10).

Sempre haverá uma “multidão misturada” (Êxodo 12:38) que acompanha o povo de Deus. Além do mais, há no Cristão verdadeiro o velho coração, que é “enganoso acima de todas as coisas e desesperadamente perverso” e, portanto, ele está em constante necessidade de uma advertência fiel.

Tal advertência era necessária e bem calculada para despertar os Hebreus negligentes. É uma advertência de DEUS para nós também, isto é, nunca devemos menosprezar aquilo que o SENHOR tem depositado em nós. Esse capítulo 6, também nos ensina o quanto DEUS as vezes fica impedido de prosseguir em nós por causa da nossa imaturidade. Será que você já imaginou o quanto de DEUS pode está sendo retido da Igreja pela falta de maturidade de alguns membros do Corpo de CRISTO? O desejo desse escritor é reavivar naqueles cristãos o crescimento espiritual.

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