quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ESTUDO DE HEBREUS


O Caminho do Santo dos Santos

Hb 9:4-9

Vamos tomar uma frase importante aqui – O Caminho para o Santo dos Santos. Essa frase está no verso 8, veja:

“querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo dos Santos não se manifestou...”

Como já vimos o grande chamado no livro de Hebreus é para que nós “vivamos” no “Santíssimo” – “morar” no Santíssimo, “habitar” no Santíssimo – 24 horas por dia. Não apenas quando oramos, quando estamos reunidos, mas habitar no Santíssimo. Essa foi à aspiração dos “Santos” do Antigo Testamento. Veja as seguintes passagens:

Salmos 23:6

“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.”

Salmos 27:5

Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo.”

Salmos 65:4

“Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios;

Salmos 84:10

“Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.”

Esse é o “chamamento” de Hebreus que nós vemos aqui nesse ensino acerca do “Sacerdócio de Cristo”. Um chamamento “central” – Habitar no Santíssimo. Esse é o pano de fundo da 4ª exortação. Por isso Hb 10:19 nos diz com tanta ênfase:

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus

Há uma carga especial do Espírito Santo aqui. Se estudarmos com cuidado o Livro de Hebreus veremos isso. O Espírito Santo precisa “abrir” esse livro para nós para podermos ver que esta frase – O Caminho do Santo dos Santos – é o resumo de todo o livro. Ele quer nos mostrar esse caminho. Com que propósito? Para que possamos entrar lá, viver lá, morar lá, habitar lá. Porque esse é o caminho da “perfeição” ou “maturidade”. É o caminho que foi aberto pelo perfeito Sumo Sacerdote. O Caminho do Santo dos Santos.

Vamos atentar, com a ajuda do Espírito Santo, para algumas coisas aqui. Há uma nota curiosa no verso 4. Diz que ao Santo dos Santos pertencia um altar de ouro para incenso”. Teremos que tomar cuidado aqui. Porque aqui não está se referindo ao altar de ouro de incenso. Porque o altar de ouro onde o incenso era queimado ficava na frente do véu. Ele nunca saia dali. Ele pertencia ao Lugar Santo. Veja a figura do altar de ouro:

altin_1

O altar do incenso - era feito de acácia e coberto de ouro. Tinha seus 4 lados iguais. Cada lado media 1/2 mt e sua altura era de 1 mt. Sobressaindo da sua superfície, havia em seus 4 cantos umas pontas em forma de chifre. Todas as manhãs e todas as tardes, quando preparavam as lâmpadas do Candelabro, os sacerdotes queimavam sobre esse o incenso, utilizando-se do fogo tirado do altar do holocausto.

No altar do incenso temos CRISTO na comunhão da oração. O incenso nos fala das “virtudes morais de Cristo”. Embora o altar do incenso não esteja no santo dos Santos, ele nos dirige e nos leva para o Santo dos Santos. Ele está no Santo lugar, mas sua função é para o Santo dos Santos.

Então ali se queimava incenso na frente do véu. O altar de ouro estava no Lugar Santo e não no Santo dos Santos. Então quando a expressão “altar de ouro” é usada no verso 4, no Santo dos Santos, precisamos ler Lv 16:12:

“Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo, diante do SENHOR, e dois punhados de incenso aromático bem moído e o trará para dentro do véu”.

Em Levítico 16, temos o registro do “dia” mais importante do calendário do povo judeu. Que dia é esse? É o dia da “Expiação”. Expiar significa tirar a “culpa” (ver estudo*). Então o sumo sacerdote vai entrar no Santo dos Santos. Ele vai ter acesso a Glória de Deus. Ele vai representar todo o povo. Só que infelizmente ele é um homem pecador, mortal. Ele vai entrar lá e vai sair e vai morrer um dia. Veja Hb 9:7:

“mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo

Agora veja o que diz Hb 9:11:

“Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados

Veja também Hb 9:12:

Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus”.

Então veja o grande Melquisedeque, o grande Sacerdote Celestial “Jesus” entrou além do véu, pelo poder de uma vida “indissolúvel”, se tornando Sumo Sacerdote para sempre e “assentou-se”. Ele se tornou Mediador, Ministro do Santuário e Fiador.

Então o capítulo 9 de Hebreus, verso 4, quando fala do altar de ouro, se refere ao “incensário” portátil, como vimos em Lv 16:12:

“Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo... e o trará para dentro do véu”.

Era um incensário móvel que o sumo sacerdote levava, queimando incenso, para dentro do Santo dos Santos. Ele entrava com sangue numa mão e como incenso queimando na outra mão. Em um pequeno incensário portátil. Ele tomava o incenso do altar de ouro e colocava nesse incensário e entrava no santíssimo. Por que o livro de hebreus menciona este fato? Porque o que Hebreus está nos mostrando é que o sumo sacerdote está no Santo dos Santos. Então quando ele descreve o tabernáculo, descreve no “Dia da Expiação”. Não em outro dia. A descrição que ele faz aqui no capítulo 9 é a descrição do Dia da Expiação. Quando aquele incensário está lá dentro do Santo dos Santos. E isso significa que o sumo sacerdote está lá dentro. Porque este é o tema de Hebreus. E nós temos um grande Sumo Sacerdote que penetrou os céus.

Outra coisa importante aqui, agora no verso 9, veja:

“É isto uma parábola para a época presente...”

Toda aquela parafernália (utensílios, mobílias, cortinas) no tabernáculo, o escritor de Hebreus chama de uma “parábola”. É só uma metáfora, não tem realidade espiritual, é sombra, é figura, é tipo de um verdadeiro santuário, de um verdadeiro sacerdócio, de coisas eternas, de coisas celestiais. É isso uma parábola para o tempo presente. E qual é o centro dessa parábola? Não temos como deixar de ver que o “véu” é o centro desta parábola. Veja o verso 8:

querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Lugar Santíssimo não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido.”

Precisamos ver também o verso 3:

por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,”

O primeiro “véu” separava o “Átrio do Santo Lugar”. E o segundo “véu” separava o “Lugar Santo” do “Santo dos Santos”. Então a ênfase do Espírito Santo aqui não está no primeiro véu. Está no segundo véu. Porque isso? A explicação está em Hb 10:19,20, veja:

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne

Por isso a ênfase no capítulo 9. Aquele véu do tabernáculo era uma figura muito preciosa. Porque era figura da “carne” de Cristo. O que aconteceu na cruz? Quando a carne do Senhor Jesus é “rasgada”? O véu do santuário se “rasgou” de alto a baixo. Veja Mt 27:51:

“Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo...”

Se a “realidade” foi cumprida, o “tipo, a figura, a sombra” não podia permanecer de . Então quando Cristo foi rasgado o véu foi rasgado. Porque o véu é uma figura. Para nada mais serve. Cristo foi rasgado por aquela “lança” e do seu lado saiu “sangue e água”. Veja isso em Jo 19:34:

Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”.

O que isto significa? Para que serve o sangue? Para remissão. Veja em Hb 9: 22:

“... sem derramamento de sangue, não há remissão”.

Para que serve a água? Para que Ele compartilhe conosco a sua “vida”, sua “natureza” para que nós sejamos um com Ele. Tendo a Sua própria vida e natureza em nós. Então esse é o significado do Caminho “novo e vivo” que Ele nos abriu pelo véu, isto é, pela sua carne. Que maravilhoso Sacerdote!!! Ele está nos “trono da graça” com o caminho aberto, caminho para o Santo dos Santos.

Se os hebreus conhecessem o caminho para este Lugar, eles não iriam “retroceder”, não iriam “desanimar”, eles iriam avançar. Porque temos Grande Sumo Sacerdote sobre a Casa de Deus. Ele é o vitorioso Sumo Sacerdote. Então se nós “vivemos” no Santo dos Santos, se conhecemos o caminho para o Santíssimo, caminhamos para a “perfeição” ou “maturidade”, pois para isto fomos chamados. E só assim podemos ser suas “testemunhas”.

Essa é a “carga” de Hebreus. O caminho para o Santo dos Santos. Oremos no sentido de que o Espírito Santo tire as “escamas” dos nossos olhos para que a Palavra de Deus seja “revelada”, para que tenhamos a revelação do “conhecimento” de Deus.

Estudo sobre a Expiação*

O Velho Testamento, através de tipos, ilustra para nós o valor da morte de Cristo como aquilo que “propicia” ou desencadeia o amor e misericórdia de Deus em relação aos pecadores. Esta “propiciação” é descrita para nós em Lv 16, onde temos a revelação de Deus sobre o Dia da expiação. Quero chamar sua atenção para alguns fatos sobre o “ritual” deste dia que constituem uma espécie de “provisão” sobre a obra “propiciatória” de Jesus Cristo.

Propiciação fala do valor da morte de Cristo em relação a Deus. A Propiciação não sugere que Deus precise mudar, pois o nosso Deus é imutável. Não muda a atitude de Deus, mas lhe dá liberdade de ação para favorecer os pecadores. São os homens que precisam ser reconciliados com Deus, e não Deus com Eles. A Propiciação é a obra de Cristo que satisfaz as exigências da justiça, santidade e retidão divinas para que Deus ficasse livre para agir em benefício dos pecadores. Não era o incenso, nem as ofertas que operavam a propiciação. Não eram também as orações do sumo sacerdote pedindo perdão para o povo que operavam a propiciação, mas única e exclusivamente o “sangue”. Veja Lv 16:14:

Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório...”

Deus mostrou onde o sangue da propiciação devia ser colocado. Esse lugar era o propiciatório, acima da Arca. Depois de o sangue ter sido aplicado e Deus “propiciado”, Sua condenação aos pecadores era suspensa por um período de 12 meses (um ano). Cada vez que o sacrifício era oferecido sobre o propiciatório, tratava-se do reconhecimento de uma dívida. Os filhos de Israel estavam “renovando” uma dívida, e todos os anos no Dia da Expiação ofereciam o sangue com a intenção de que seu débito fosse prorrogado. Por que a prorrogação? Veja Hb 10:4:

“porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados”.

Cristo na cruz ofereceu seu sangue e pagou toda a dívida. A justiça de Deus foi satisfeita. Ele se tornou Sumo Sacerdote Perfeito para sempre. Então Cristo é a propiciação. Cristo é o propiciatório. Cristo foi propício a Deus.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 127


Por: Luiz Fontes

25ª Estação – Mítica (parte 1)

TEXTOS: Nm 19:1-3; 2Co 5:21; Hb 8:1

A PROVISÃO DE DEUS EM CRISTO JESUS

Vamos estudar hoje a 25ª estação, que é MITICA. Lá em Números 33:28 diz assim:

28 E partiram de Tera e acamparam-se em Mitca”.

Nesta estação nós vamos estudar sobre a provisão de Deus em Cristo Jesus. Graças ao Senhor estamos dando mais um passo no estudo dessas estações por onde o povo de Israel peregrinou durante aqueles 40 anos pelo deserto. Vamos prosseguir aqui na 25ª estação. Se você segue a sequência desde Êxodo até Números, de estação a estação, você vai chegar a Mitica. E aqui você vai encontrar uma verdade muito especial, nessa estação Deus revela para nós algo surpreendente. Os textos correspondentes a essa estação se encontram no capítulo 19 do livro de Números.

Queridos irmãos e irmãs, estudando o Antigo Testamento iremos nos deparar com algo muito especial, você verá o quanto o Antigo Testamento está cheio de Cristo – como você vai ver a face do nosso Senhor sendo revelada pelo Espírito Santo das páginas do Antigo Testamento ao seu coração! Quando você estuda desde a primeira estação, em Ramessés, você vai vendo Cristo aparecendo. É interessante como o Espírito Santo vai revelando Cristo lentamente e mais profundamente dentro do nosso coração. Aqui em Ramessés Ele nos é apresentado como o Cordeiro Pascal, por meio do qual o povo foi libertado do Egito e salvo debaixo do sangue. Quando você avança até Mara, encontra aquelas águas amargas como fel, e ali Cristo é tipificado por aquele pedaço de madeira que Moisés lançou naquela água para adoça-la. Lá no deserto de Sim, vemos Cristo tipificado pelo Maná, o verdadeiro pão que nos alimenta, que nos supre. Quando o povo chega ao monte Sinai, eles se deparam com as Leis. Alguns podem achar que se trata apenas de legalismo. Mas não, meus amados irmãos, ali está Cristo sendo revelado por meio daquelas Leis e dos sacrifícios. Na história do povo de Deus, os mandamentos, as ordenanças, os estatutos, sempre vão nos mostrar aspectos da vida de Cristo. Você vai ver que na história do povo de Deus sempre existem essas coisas, todos esses mandamentos, os vemos mesclados, entreverados com os sacrifícios. Ali você encontra os sacrifícios pelas transgressões, o sacrifício pelo pecado, o sacrifício de paz, o holocausto totalmente queimado, os pães de flor de farinha. Amados, precisamos ver que quando Deus, no Antigo Testamento, estava dando a Lei, Ele estava introduzindo, revelando, Cristo para Seu povo. Tudo aquilo era para revelar Cristo.

E agora nós temos o grande privilégio de poder compreender um aspecto singular da obra de Cristo aqui nessa estação, em Mitica, no capítulo 19 do livro de Números. É interessante saber que esse capítulo que iremos estudar é estritamente cristológico, e que o sacrifício de Cristo foi uma única vez, para sempre. Tudo que foi cumprido por Cristo em seu sacrifício na cruz é tão profundo, que Deus teve que desenvolvê-lo progressivamente através de exemplos e de muitas maneiras. Por isso, vemos todas essas estações do povo de Israel pelo deserto. Em cada uma dessas jornadas, ou estações, podemos aprender algo acerca de Cristo. A obra da cruz, amados, foi tão profunda que Deus teve de simbolizar tudo aquilo que o Senhor Jesus cumpriu por meio de classes de sacrifícios. Nós não podemos compreender essa obra olhando apenas um sacrifício.

Quero chamar sua atenção para um fato muito curioso sobre esse capítulo 19 de Números. Nós sabemos que quando queremos estudar sobre os sacrifícios, geralmente estudamos o livro de Levítico. É em Levítico onde vamos encontrar os sacrifícios – os sacrifícios pelas transgressões, pelos pecados, pela culpa, pela paz –, e ainda todas aquelas ofertas – como a ofertas de manjares, a oferta de flor de farinha, e tantas outras. O livro de Levítico é o livro dos sacrifícios e das ofertas. Esse livro surge no segundo ano da peregrinação do povo de Israel pelo deserto, lá no monte Sinai. Mas aqui em Números, que é o livro que trata das peregrinações do povo de Israel pelo deserto, temos um aspecto no capítulo 19 que não foi mencionado em Levítico. Assim como o livro de Levítico trata dos aspectos da obra de Cristo, nesse capítulo 19 do livro de Números podemos ver ainda detalhes impressionantes revelados. Aqui em Números é onde podemos ver aspectos gloriosos da obra de Cristo. É muito curioso o fato de o Espírito Santo reservar essa porção maravilhosa da obra de Cristo aqui em Números, e não em Levítico. Ele os colocou justamente no meio das peregrinações no deserto. Isso tem de ser muito significativo para nós.

A questão do perdão, da reconciliação, todas as provisões que temos em Cristo, pela obra redentora, encontramos em Levítico. O sacrifício que encontramos em Levítico nos revela a provisão da graça em relação aos pecados cometidos pelo homem por causa da sua natureza adâmica, caída. A condição do homem era de completa reprovação diante de Deus, o homem estava totalmente em ruína, ele estava perdido por natureza. Agora, aqui nesse capítulo 19 de Números, o Espírito Santo nos mostra a questão do perdão em relação à conduta do homem em seus passos, em relação a sua própria história futura. Dia a dia, a cada momento, não podemos pensar no perdão dos pecados apenas como um fato que ocorreu no passado, mas como algo que experimentamos dia a dia. É aqui que nós vamos entender a questão do sangue como provisão para o perdão dos nossos pecados.

Quando você estuda o significado hebraico do nome Mitica, você vai ver que Mitica significa doçura. Amados, espiritualmente falando indica uma situação que um dia era amarga, seca, sem sentido, e então Deus proveu Cristo para tornar essa situação doce. O sentido dessa palavra em hebraico não é estático e sim de uma maneira dinâmica, algo que aconteceu dentro de uma situação. Imagine o quanto isso é sugestivo, o quanto isso é espiritual, o quanto o Espírito Santo está nos mostrando para nos revelar uma verdade profunda. Portanto, gostaria de ler com você esse capítulo 19 do livro de Números. Se você tiver uma Bíblia perto de você, pegue essa Bíblia, vamos ler juntos, vamos crescer juntos, vamos aprender juntos, vamos ser enriquecidos pelo Espírito Santo através da Palavra juntos. Vamos ler os versículos 1 e 2 de Números 19:

1 Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2 Este é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma bezerra ruiva sem defeito, que não tenha mancha, e sobre que não subiu jugo.”

Olhe bem, meus amados, essa bezerra ruiva é um extraordinário tipo de Cristo. Era uma provisão de Deus prefigurando a morte de Cristo como purificação dos pecados e respostas as nossas necessidades durante a nossa peregrinação neste mundo corrompido. Nós estamos indo em direção ao descanso eterno e, para isso, necessitamos conviver diariamente sobre o fato consumado da obra de Cristo na nossa experiência cristã. A obra do Espírito Santo em nós é glorificar, é magnificar essa obra dentro de nós. Aqui somos constrangidos a contemplar o Senhor Jesus, pelos olhos da fé, como Aquele que era sem mancha e santo em toda a eternidade passada, em Sua santa pessoa, e também Aquele que viveu entre nós sem se macular com os pecados dos homens.

Paulo, escrevendo sua segunda Epístola aos corintos, no capítulo 5 e o versículo 21, diz:

“Aquele [Cristo], que não conheceu pecado, Ele [Deus] o fez pecado por nós; para que, nEle [em Cristo], fossemos feitos justiça de Deus”. (2Co 5:21)

Houve um irmão no passado chamado Charles Mackintosh. Esse irmão escreveu aquilo que eu considero um dos mais grandiosos escritos sobre o Pentateuco, uma coleção de seis livros que ele escreveu sobre o Pentateuco, conhecida mundialmente como O Pentateuco de Mackintosh. Convido você a conhecer esse material; é muito maravilhoso. Meu irmão Mackintosh diz algo muito interessante sobre os tipos bíblicos: “O Espírito Santo é sempre o zeloso guardião da pessoa de Cristo e deleita-se em o apresentar à alma em toda a sua excelência e supremo valor. Por isso, cada tipo, cada sombra, destinada a apresentá-lo exibe a mesma defesa.” Aí Ele prossegue fazendo uma exposição acerca dessa mesma bezerra ruiva que eu convido você a estudar. Você vai ver o quanto você vai crescer, vai aprender algo maravilhoso, porque, amados, no que concerne a essa bezerra ruiva, sabemos que nosso bendito salvador Jesus Cristo não só era, quanto a Sua natureza humana, intrínseca, inerentemente puro e imaculado, mas também quanto ao Seu nascimento e as Suas relações, ele sempre se manteve perfeitamente isento de toda a mancha e aparência do pecado. Ele viveu uma vida santa e perfeita diante de Deus. Ele foi aprovado diante do Pai como homem perfeito. Por isso Ele pode se qualificar como nosso Salvador. Paulo dizia:

“Aquele que não conheceu pecado”. (2Co 5:21)

Ele foi à cruz para exibir os nossos pecados e para lançar os fundamentos da nossa perfeita justiça em Deus. E assim podemos ser perdoados eternamente. Mas Ele fez aquilo como Aquele que nunca teve, em qualquer momento da sua bendita vida, levado sobre si o jugo do pecado. E por isso Ele foi capaz de ser nosso glorioso e perfeito redentor. Isso tem que nos impressionar, isso tem que nos tocar profundamente.

Então, veja que o versículo 2 de Números 19 diz:

“(...) uma bezerra ruiva, sem defeito, que não tenha mancha e sobre quem não subiu jugo”.

O Espírito Santo nesse texto nos revela a perfeita obra do nosso Senhor Jesus Cristo. Imagine que lindo quadro temos diante de nós. Ele era puro, tanto interiormente quanto exteriormente, não havia qualquer resquício do pecado. Ele entrou profundamente em toda a realidade das nossas circunstâncias e condições, mas nEle não havia pecado e sobre Ele não subiu o jugo do pecado. O versículo 3 diz:

3 E a dareis a Eleazar, o sacerdote; e a tirará fora do arraial, e se degolará diante dele.”

É importante você considerar que cada palavra nesse capítulo 19 de Números está cheia de significado espiritual. Nessa passagem temos o sacerdote e a vítima. Quando vamos para as páginas do Novo Testamento, vemos que nosso Senhor Jesus foi, ao mesmo tempo, o sacerdote, como também a vítima. Mas quero que você note algo. Veja que Ele não assumiu Suas funções sacerdotais enquanto Sua obra como vítima na cruz não fosse consumada. Quando estudamos a Epístola aos Hebreus, podemos ver o que o autor dessa epístola nos revela de um modo especial quando expõe esse maravilhoso argumento no capítulo 8 e versículo 1, dizendo assim:

1 Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade”. (Hb 8:1)

Quando o escritor diz “Ora, a suma”, a expressão suma, no grego, é “kephalaion” e significa “aquilo que é fundamental, o ponto principal, aquilo que é indispensável, o mais importante”. Então, Ele diz assim: “A coisa mais importante, o que é indispensável, fundamental, de tudo que estamos dizendo, tem a ver com o Sacerdote que nós temos”. Que coisa impressionante! É dentro desse contexto, dentro dessa esfera, desse conteúdo espiritual, que nós iremos estudar nessa estação. Queremos estudar juntos, queremos crescer juntos, queremos ter uma visão daquilo que Cristo cumpriu e o valor que isso tem hoje na nossa vida cristã. Meus amados irmão e irmã, que Deus, de uma forma gloriosa e poderosa fale ao seu coração. Que o Senhor leve você a compreender toda essa grandeza. Estaremos juntos, e peço ao Senhor que Ele abra os nossos olhos para que possamos ver, e o nosso coração para receber tudo que Ele tem para ministrar a nós dentro do contexto dessa estação.

Que Ele lhe abençoe!

domingo, 27 de novembro de 2011

ESTUDO DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS


A Superioridade do Sacerdócio de Cristo.

Hb 8

Vamos dar continuidade a este assunto que o autor de Hebreus chama de “alimento sólido” - o sacerdócio de Cristo Jesus. O que significa? O que realiza?

No estudo anterior falamos acerca de Melquisedeque. Examinamos o capítulo 7 procurando ver o que as escrituras têm para nos dizer acerca dessa figura enigmática, instrutiva, por um lado, e por outro, figura do nosso grande Sumo sacerdote, Cristo Jesus. Vimos que Melquisedeque é "Rei da Justiça e Rei da Paz". Vimos como na Pessoa do Senhor Jesus a "Justiça e a Paz" se beijaram. E por isso hoje podemos comer o pão e beber o vinho na mesa do Senhor. Assim como na figura de Melquisedeque que, saindo ao encontro de Abraão, ministrou pão e vinho (Gn 14). Melquisedeque é, sem dúvida, figura, um tipo de Cristo no Velho Testamento.

Agora vamos avançar aqui no capítulo 8 falando da "Superioridade" do sacerdócio de Cristo, que como vimos, é segundo a ordem de Melquisedeque. É interessante como o autor de Hebreus inicia este capítulo 8. Veja o que ele diz no verso 1:

"Ora, o essencial das coisas que temos dito é..."

Com essa palavra "essencial" sabemos que estamos tocando naquilo que é central, focal no livro de Hebreus - o Sacerdócio de Cristo. Ele está dizendo: tudo o que falamos antes é para que se compreenda isso. Compreender o que? Veja o que o autor diz na seqüência do verso 1:

"... que possuímos tal sumo sacerdote..."

Por que o autor de Hebreus gastou tanto tempo falando de Melquisedeque? Para que nós saibamos que "possuímos" tal Sumo Sacerdote. Do qual Melquisedeque é apenas uma figura. Nosso Rei da Justiça e Rei da Paz é aquele que Melquisedeque tipificava. Esse que nos oferece pão e vinho, Cristo Jesus. Então o essencial das coisas que temos dito é que:

"... que possuímos tal sumo sacerdote...".

Quem é esse “tal” sumo sacerdote? Para entendermos vamos voltar ao contexto no verso 26 de Hb 7, veja o que diz:

“Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus

Ele diz que “nos convinha” um sacerdote assim. Feito mais alto que os céus. Que quer dizer feito? Por causa da obra da cruz no Calvário. Sua obediência. Por isso o autor inicia dizendo:

“Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote...”

Essa é a visão mais importante. Se nós não virmos com clareza “o lugar” do nosso Sumo Sacerdote ressurreto, homem, não temos chance. Veja o que nos diz certo hino:

“OH! Há um homem no céu, agora; Cristo Jesus O salvador nosso”

Isso é outra maneira de dizer o que está escrito aqui em Hb 8:1: “possuímos tal sumo sacerdote...”. Não apenas Deus, mas Deus/homem. Aquele que enfrentou a morte como Deus, não apenas, mas como homem. Aquele que ressuscitou como Deus, não apenas, mas sendo homem. Aquele que foi “entronizado” e está sentado á destra da Majestade nas alturas. Por que é Deus? Não apenas, mas como homem e sendo homem. Por isso que os capítulos anteriores gastaram tanto tempo e linguagem para dizer isso. Relembremos Hb 2:14:

Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou...”

Essa mensagem vem desde o inicio do livro. Qual mensagem? “Jesus” Sumo Sacerdote - homem/Deus.

Esse “tal” Sumo sacerdote é “ministro”. Veja Hb 8:2:

como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo...”

Precisamos fazer algumas perguntas aqui. Que santuário é esse? Se Ele não é levita, na tem nada haver com o Tabernáculo terreno. Onde está este santuário? Onde está localizado? Seria outra pergunta. Porque se o verso 1 é tão importante sobre esse “Jesus” que entrou na morte. Que é homem. É homem que está entronizado, que está à destra de Majestade nas alturas. E Ele “ministra”. É o que está dizendo o verso 2. Ele ministra sobre um “santuário”. Que santuário é esse? Onde está este santuário? Saber isso é importante, sério. Pois, esse homem Jesus assumiu uma posição tão alta e é ministro de um santuário. Esse santuário deve ser também muito importante. E a “relação” Dele com este santuário deve ser muito importante. Porque quem ministra para este santuário é ninguém menos que o Filho de Deus. Esse homem que venceu a morte. Ele é ministro desse santuário, que é o verdadeiro Tabernáculo.

Esse verso 2 em si não explica o que é o santuário. Está dizendo que Ele é ministro desse santuário que é o verdadeiro Tabernáculo. Essa palavra “verdadeiro” significa aquilo que tem “realidade”. Não contrasta com “falso”. O Tabernáculo do Velho Testamento não era “falso”. Era sombra, figura como diz Hb 8:5, veja:

“os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo

Esse era o Velho Testamento: figura e sombra. Mas quando diz no verso 2 “verdadeiro” Tabernáculo, veja o que diz a seguir:

“... que o Senhor erigiu, não o homem”.

Quem erigiu o Tabernáculo do Velho Testamento foi o homem. Foi Moisés, como vimos no verso 5. Era uma obra terrena, natural, feita por mão do homem, mesmo que inspirada por Deus. Aqui no verso 2 nos diz que este Tabernáculo verdadeiro foi Deus quem erigiu e não o homem. Veja Hb 9:11:

Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote... mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação

Então este Tabernáculo que o Senhor erigiu é em 1º lugar – o corpo físico, humano do Senhor Jesus. Será que podemos dizer que o corpo humano do Senhor Jesus é desta criação. Não! Porque a concepção do Senhor Jesus foi algo “miraculoso”. A ação do Espírito Santo de Deus sobre o “ventre” da Virgem. Veja Mt 1:18:

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo”.

Agora precisamos ver também Hb 10:5:

“Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste

Nenhum de nós poderia dizer isso a nosso respeito. Que Deus preparou um corpo para nós, no mesmo sentido que o Senhor Jesus. Porque nós nascemos de uma concepção natural. De um homem e uma mulher. Mas não O Senhor Jesus. Aquele corpo humano foi preparado por Deus no ventre de Maria. Ele é homem, 100% homem. Mas o Seu corpo foi preparado por Deus, sem pecado, mesmo nascido de uma pecadora, como Maria.

Então em primeiro lugar, o corpo humano, físico do Senhor Jesus é o Tabernáculo de Deus. Naquela Pessoa humana, Deus teve um templo. Pela primeira vez Deus teve um templo para habitar. Por isso João 1:14, nos diz:

“E o Verbo se fez carne e habitou (tabernaculou) entre nós...”

Essa palavra “habitou” no grego é “tenda”. Significa que Ele pôs sua “tenda” entre nós. O Verbo se fez carne e pôs sua “tenda” entre nós. Que significa isso? Que naquela, tenda Deus estava conosco. Por isso se chamou “Emanuel” – Deus conosco. Então qual é o 1º templo de Deus? O corpo físico do Senhor Jesus. Lembra do que o Senhor Jesus disse para os “cambistas” no templo. Está em Jo 2:19:

“Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.”

Eles não entenderam o que o Senhor Jesus estava falando. Agora veja o que João nos diz: Jo 2:21:

“Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.”

O 1º templo em que Deus habitou – o corpo humano do Senhor Jesus.

O que o cap. 8 de Hebreus está dizendo é que este homem no qual Deus habitou plenamente, agora ministra a uma “casa” que é o Seu próprio corpo espiritual. Ele tem o seu corpo físico. Não está aqui entre nós. Onde está o seu corpo físico? À destra do trono da Majestade no céu. E é de lá que nós o aguardamos. Mas o Seu corpo espiritual, o qual Ele está unido de forma orgânica, que Ele é ministro deste santuário, está na terra. Então qual é o verdadeiro santuário que o Senhor erigiu e não homem? Como já vimos, em 1º lugar o corpo físico de Cristo. Mas em 2º lugar Ele tem um corpo espiritual, o qual está unido “indissoluvelmente” – a Igreja. ALELUIAS!!!!

Se sairmos do contexto de Hebreus veremos isso com mais clareza ainda. Veja o que Paulo diz aos coríntios. Veja Co 6:16:

“Porque nós somos santuário do Deus vivente...”

Então esse verdadeiro tabernáculo é um corpo espiritual, que somos nós. Estamos unidos completamente a Ele. A Igreja, a casa de Deus é totalmente obra de Deus. Foi edificada por Ele. A pedra angular desta casa é Cristo. E nós somos o que? As pedras vivas. E qual o objetivo disso tudo? Veja 1 Pe 2:5:

“... sois edificados casa espiritual...”

Veremos isso em toda a Bíblia. Esse tabernáculo verdadeiro. O que está acontecendo é o que podemos chamar de “parto cósmico”. A Cabeça já saiu. Está a destra de Deus. E o corpo vem logo atrás, como no nascimento de uma criança. E se é certo que a Cabeça está entronizada nos céus, é certo que o Seu corpo (a Igreja) entrará nessa realidade que este Cabeça já possui.

Agora no verso 6, teremos a conclusão dos versos 1 e 2. Veja o que diz:

Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança...”

Aquela aliança não foi dada para torná-los perfeitos. Foi dada para mostrar que eram pecadores. Eles que entenderam errado. Pela Lei vem o pleno conhecimento do pecado. A Lei era pra mostrar que eles precisavam de Cristo. Então o Senhor diz: eles não continuaram na minha aliança e Eu não atentei para eles.

Agora, avançando vejamos o que nos diz Hb 8:10:

“Porque esta é a aliança que firmarei... depois daqueles dias, diz o Senhor...”

Precisamos ver quais são as características desta “Aliança” que o Senhor afirmou. Uma Aliança de um lado só, incondicional. Ele que firmou. Baseada no sangue do Seu Filho. Essa nova Aliança que tem o Senhor Jesus como fiador, aquele que garante. Ele é cabeça dessa Aliança. Ele está ministrando as bênçãos desta Aliança ao Seu santuário, que é a Igreja. São três características que podemos ver aqui em Hb 8. Que podemos chamar também de promessas superiores. Vejam quais são:

· Hb 8:10Vida e poder.

“... diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei;”

Essa é uma relação de “vida e poder”. A vida de Deus em nós cumpre em 1º lugar um propósito: conquistar a nossa mente. Renovar a nossa mente (Rm 12:2/Ef 4:23). Na vida cristã não serve mente velha.

· Hb 8:11Conhecimento de Deus.

“E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão

Aqui se fala de “conhecimento de Deus”. De forma que não precisaremos de intermediários “sacerdotais” pra isso. É claro que nós precisamos e muito da vida uns dos outros. Esse verso 11 não diz que não precisamos uns dos outros. Em Hb 3:13 nos chama a “exortar-nos” a cada dia. Esse verso nos diz que o caminho já está aberto para nós a Igreja (Hb 10:19). Por quê? Porque nós somos sacerdotes. Temos “acesso” livre. Cada um de nós que é filho de Deus. Não precisamos mais de apresentação. O Senhor Jesus já nos apresentou (Hb 2:13).

· Hb 8:12Purificação.

“Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”.

Purificação é, na ordem da experiência, a primeira benção que recebemos. Essa palavra “pois” nos revela isso. Está dizendo que se é possível “vida e poder”, no verso 10, se é possível o “conhecimento de Deus”, no verso 11, é porque Ele usará de misericórdia com as nossas iniqüidades. É porque Ele nos perdoou, não apenas daqueles pecados antes de conhecê-Lo, mas de todos os pecados, que podemos comungar com Ele, podemos conhecê-Lo.

Em Levítico 16, temos o registro do “dia” mais importante do calendário do povo judeu. Que dia é esse? É o dia da “Expiação”. Expiar significa tirar a “culpa”. Então Deus tornou-se favorável a nós em Cristo Jesus e tirou-nos a culpa. Nunca Deus pode olhar para o Seu povo e dizer: este pecado eu não posso perdoar. Porque todos os nossos pecados já foram perdoados. Veja Hb 10:17:

Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre”.

Que o Senhor por sua graça infinita possa nos abrir olhos para contemplarmos “tal” Sacerdote “Jesus” e o “verdadeiro” tabernáculo a Igreja. Que possamos avançar, na experiência, nesse assunto tão elevado – O Sacerdócio de Cristo Jesus.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O sacerdócio de Cristo segundo a ordem de Melquisedeque


Ler: Hb 7

Estamos estudando sobre o sacerdócio de Cristo. E esse ensino é o "Coração" da carta aos Hebreus. O ensino sobre o sacerdócio de Cristo. O que ele fez? O que ele realiza? O que significa para nós? Aqui temos um contraste entre o "Sacerdócio de Cristo" e o "Sacerdócio de Melquisedeque". O grande chamado no livro de hebreus é para que nós "Vivamos" no "Santíssimo", "morar" no santíssimo, "habitar" no santíssimo. 24h por dia. Não apenas quando oramos, quando estamos reunidos, mas habitar no santíssimo.

Vimos um pouco sobre o sacerdócio de Cristo. Ele é o sacerdote que está usando a espada de dois gumes. Ele é o sumo sacerdote que está trabalhando em nós. Ele entrou primeiro. Por nós. Ele fincou uma âncora a segura e firme para nos conduzir a Ele. Face a face com Ele. O Senhor Jesus é a nossa âncora. A âncora está no céu e a Igreja na terra. A Igreja está sendo conduzida ao céu. Ela está segura e firme. Precisamos com certa urgência ver isso. Veja o que diz Hb 4:16:

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça...”

Então aqui em Hebreus 4:11 até 4:16 é um contexto nos mostrando como entrar no descanso de Deus. Primeiro a palavra e depois quem usa a palavra - o Sumo sacerdote que penetrou os céus. A grande carga de Hebreus é conduzir-nos da "Infância espiritual" para a "Maturidade". Qual esta maturidade? O que significa esta maturidade? Esta maturidade é segundo o livro de Hebreus "habitar no santíssimo".

Agora veja o que diz Hb 5:11:

“A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir”.

O que é que é difícil de explicar? A realidade do sacerdócio de Cristo segundo o a ordem de Melquisedeque. Por quê? Por que os hebreus são crianças, meninos no entendimento. E por isso não se importavam com o sacerdócio de Cristo. Isso não ocupava o entendimento deles. Então quando o sacerdócio de Cristo é apresentado o que o Espírito Santo tem para nos dizer? Em primeiro lugar: Cristo é um Sacerdote que ministra do santuário celestial. Ele ministra realidades eternas. Não é sombra. Não é tipo ou figura. É realidade espiritual. Ele é o ministro do santuário. Em segundo lugar: ele compartilha com os seus que Ele conquistou. O perdão, ele remiu os nossos pecados. Sua vida, poder, natureza e o conhecimento de Deus. Não há nada mais importante que isso. Nós temos um Grande Sumo Sacerdote..

Hoje nós vamos falar um pouco, sobre esta figura enigmática chamada Melquisedeque. Se observarmos no capítulo 5, quando esta idéia é apresentada, de que categoria é o sacerdócio de Cristo? Filho de Arão? Filho de Levi? Não. Porque Jesus nem mesmo era da tribo de Levi. Este argumento está em Hb 7:14, veja:

“pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes”.

Então este assunto de Melquisedeque é um assunto muito interessante, curioso, e na verdade temos limitações para abordar este assunto. Porque a Palavra não é absolutamente precisa neste assunto. Não queremos aqui “bisbilhotar” nada. Queremos ver a beleza do significado que o autor de Hebreus, pelo Espírito Santo, faz do uso dessa pessoa chamada Melquisedeque. Com que propósito? Nos falar das glórias de Cristo.

Agora veja Hb 5:6:

“... Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.

Esse “para sempre” é muito importante. Esse assunto vai ser desenvolvido no cap. 7. Estamos nos limiares deste assunto. Precisamos entender essa figura enigmática e tão gloriosa e um ensino tão curioso que o próprio autor em Hb 5:11 diz que é difícil de explicar. Por que difícil de explicar? Porque os leitores se havia tornado “tardios” em ouvir. Essa palavra “tardios” é a mesma palavra que está em Hb 6:12, veja:

“... para que não vos torneis indolentes...”

No grego é a mesma palavra. Significa: preguiçoso, descuidado. Então os tardios são estes indolentes. Certamente o autor estava exortando estes irmãos hebreus para serem mais cuidadosos no exame das escrituras. Quando o livro de hebreus foi escrito não havia Novo testamento. Só havia Velho Testamento. É claro. É como se estivesse dizendo a eles: vocês deveriam ter mais entendimento espiritual. Por quê? Por causa do tempo decorrido. Tinha passado já muito tempo. Muitos anos. Em trono de cinco anos. Já conhecendo ao Senhor. Já correndo a carreira. Ouvindo a Palavra. Cinco anos segundo Deus é muito tempo. Eles estavam sendo leitores descuidados do Velho Testamento. Eles não estavam vendo a realidade na “sombra”. Não estavam vendo a “luz” na sombra. A realidade na figura, no tipo. Então o autor diz: temos muitas coisas que explicar, mas difíceis de entender. Como vou explicar se vocês são tão preguiçosos, descuidados? Essa é a exortação.

Então no capítulo 7 vamos entender um pouco sobre a “ordem de Melquisedeque”. Antes, veja o que o autor diz de Cristo Hb 5:10:

“tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.

Por que tendo sido nomeado? A resposta está em Hb 5:4:

“Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus...”

Que honra? Ser sacerdote ou Sumo sacerdote. Como aconteceu como Arão. Veja agora Hb 5:5:

Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei;

Ele não é Deus? Ele não é o Filho? Sim. Mas o assunto em questão aqui não é o Filho eterno de Deus. O assunto aqui é o Filho encarnado. Então quando esse eterno Filho de Deus assumiu natureza humana, participou de carne e sangue, então Ele começou a viver uma vida humana. O assunto de Hebreus é o Filho sacerdote. O Filho que se fez carne. Precisamos ver bem o Filho eterno. Precisamos ver bem a encarnação. Veja Lc 9:35:

“Este é o meu Filho, o meu eleito...”

Se compreendermos bem estas coisas compreenderemos o assunto do sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. Foi por isso tudo que Ele foi nomeado por Deus. Ele é “homem” aprovado.

CRISTO nosso Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque

CRISTO é um Sumo Sacerdote não segundo a ordem do velho sistema sacerdotal, a ordem de Arão, mas segundo a ordem de Melquisedeque. O ministério da Igreja nunca seria adequado sob a ordem de Arão; por isso, foi necessária a mudança para uma ordem superior, que é a ordem de Melquisedeque. Nunca devemos esquecer que a ordem de Melquisedeque faz parte do plano original de DEUS, e que a ordem de Arão foi acrescentada por causa da desobediência da nação de Israel, com exceção da tribo de Levi no incidente do bezerro de ouro (Ex 32).

A ordem de Melquisedeque é superior a ordem de Arão. A ordem de Arão era para a humanidade, enquanto a ordem de Melquisedeque é para o sacerdócio tanto na humanidade como na divindade.

Arão foi estabelecido com honra para ser sumo sacerdote não por toda sua vida, pois ele estava impedido pela morte de continuar. Havia alguém, na sua linhagem para substitui-lo. Mas, como Filho de DEUS, CRISTO foi ordenado com glória nosso Sumo sacerdote para sempre. Ninguém poderá substitui-Lo. O seu sacerdócio é infalível.

Há somente na Bíblia dois tipos de sacerdócios - a ordem de Arão e a Ordem de Melquisedeque. A ordem de Melquisedeque surgiu antes da ordem de Arão. O sacerdócio de Melquisedeque está descrito Gênesis 14. Melquisedeque veio ao encontro de Abraão com pão e vinho, e Abraão lhe deu o dízimo (Gn 14.18-20). Pão e vinho - a base para a mesa do SENHOR. Melquisedeque não veio a Abraão para receber o dízimo, mas para ministrar-lhe pão e vinho. Melquisedeque pré-figura CRISTO que não teve pré-existência e fim de dias (Hb 7.3).

Melquisedeque era rei de Salém, que era o antigo local de Jerusalém. Salém significa "paz", e Jeru significa "fundamento". Jerusalém significa: "fundamento de paz". Dois importantes aspectos desse sacerdote: Justiça e paz. Baseado nessa justiça e paz ele ministrou pão e vinho a Abraão. Qual é a base para virmos a mesa do SENHOR? Justiça e paz. Justiça - Romanos 3.9-12,17,18,19-26; 4.1-8. Paz - Romanos 5.1-10.

O que significa o pão e o vinho na mesa do SENHOR? O pão e o vinho sobre a mesa representam DEUS sendo ministrado, retratando O SENHOR JESUS que, como a corporificação de DEUS, foi enviado para que DEUS pudesse ser ministrado a nós. Melquisedeque vindo a Abraão para ministrar-lhe pão e vinho fala-nos de CRISTO vindo ministrar a Si mesmo como DEUS processado para dentro de nós.

O sacerdócio segundo a ordem de Arão ministravam à DEUS sacrifícios pelos pecados; enquanto, que o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque vinha de DEUS para ministrar o próprio DEUS a nós. No que diz respeito a nossa salvação tudo o que CRISTO fez está terminado; agora, Ele está a destra do Pai ministrando o Pai em nós. Ao vir para o nosso espírito Ele não vem como nosso Redentor, mas como nosso Sumo sacerdote. Ele não vem para oferecer algo por nós, mas para ministrar a Si mesmo a nós na forma de pão e vinho, como suprimento e satisfação.

Porque a mudança de Lei foi necessária? - (7.12)

O a sacerdócio Levítico estava intimamente ligado a Lei Mosaica. Agora, com a nova ordem, é necessário não somente uma mudança de sacerdote como também uma mudança de Lei. Essa mudança de Lei é da Lei de letras para a Lei da Vida, segundo a qual CRISTO foi constituído Sumo Sacerdote vivo e perpétuo (v.16). CRISTO foi constituído Sumo Sacerdote não de acordo com a Lei de letras, mas segundo o poder de uma vida indissolúvel. É nessa vida eterna, indissolúvel, que participamos e desfrutamos, é o Sacerdócio de CRISTO hoje vindo à nós em toda a graça. Isso deve nos impressionar!

A natureza imutável do sacerdócio de CRISTO

Precisamos notar as seguintes declarações:

ü "permanece sacerdote perpetuamente" - (v.3).

ü "Aquele de quem testifica que vive" - (v.8).

ü "segundo o poder de vida indissolúvel" - (v.16).

ü "porque continua para sempre, tem o Seu sacerdócio imutável" - (v.24).

ü "por isso também pode salvar totalmente... vivendo sempre para interceder por eles" - (v.25).

ü "constitui o Filho, perfeito para sempre" - (v.28).

Essas afirmações vitais no capítulo 7, explicam porque CRISTO é sacerdote pra sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.