domingo, 24 de abril de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 103


Por: Luiz Fontes

Harada – 21ª Estação (parte 01)

TEXTOS: Números 33:24 e 18:1-7; Provérbios 9:10

Vamos prosseguir estudando mais uma dessas estações da peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Sabemos que nesta região da Montanha de Seir encontramos várias estações, como, por exemplo, Queelata, Monte Sefer (o monte Shaphar) e, também, Harada – jornada que vamos estudar agora. Números 33:24 diz:

“partiram do monte Sefer e acamparam-se em Harada.”

Tudo isso é muito significativo para nós, porque a visão que a Igreja tem tido acerca de liderança é uma visão bastante contextualizada pelos padrões do mundo, com os padrões que não estão relacionados com o caráter de Deus. Precisamos recuperar, na nossa experiência cristã, o verdadeiro sentido daquilo que é a liderança cristã, uma liderança de acordo com os padrões de Deus.

Muitas vezes ouvimos pessoas abordarem esse assunto, essa doutrina do governo de Deus, da liderança espiritual, sem analisar tudo o que ocorreu aqui nas montanhas de Seir. Se você quer estudar este assunto, aconselho, encorajo você, a fazê-lo. Mas faça-o dentro de um fundamento. Tudo aquilo que vamos estudar no Novo Testamento acerca desse assunto tem seu fundamento aqui, nestas estações. Isso é maravilhoso. Poder estudar considerando este princípio é muito importante para nós, porque Deus nos dá a oportunidade de conhecer aquilo que verdadeiramente é a Sua Palavra. E nós não vamos fugir do princípio no qual encontraremos o fundamento para esse assunto. Se você deseja conhecer o caráter da verdadeira liderança espiritual, você tem que estudar essas estações que ocorreram aqui nas montanhas de Seir. Espero que Deus, de uma forma poderosa, possa falar ao seu coração.

Hoje vamos falar de Harada, a 21ª estação da peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Quando estudamos essas jornadas, devemos compreender que não estamos lendo história, e sim vendo a realidade de cada uma dessas estações nas páginas do Novo Testamento (Romanos 15:4, 1 Coríntios 10). Quando você vê esses textos, pode nitidamente perceber como o Espírito Santo mostra para nós a realidade, mostra para nós este assunto de uma forma ampla, porque o que estamos vendo aqui não é apenas história. No Novo Testamento nós vemos o fundamento de tudo isso, a peregrinação de Israel pelo deserto ocorreu como exemplo para nós.

Na introdução dessa estação, Harada, para que tenhamos uma visão clara acerca dela, vamos ler Deuteronômio 2:1:

“Depois, viramo-nos, e seguimos para o deserto, caminho do mar Vermelho como o SENHOR me dissera, e muitos dias rodeamos a montanha de Seir.”

Observem esta frase: rodeamos a montanha de Seir”. Meus amados, sabemos que muitas destas estações ocorreram aqui nas montanhas de Seir: Queelata, Monte Sefer e também Harada. Você vai ver algo muito peculiar a todas essas estações, porque a expressão “rodeamos” compreende muitas estações. Essas estações estão interligadas. O assunto aqui é sobre o governo de Deus. É interessante notar que todas essas jornadas aqui no monte Seir estão relacionadas umas com as outras. Além disso, elas estão relacionadas a essa doutrina gloriosa acerca do encargo do ministério, da liderança cristã. Portanto, não percam de vista esses pontos, porque eles são importantes. Veja que em Queelata nós temos a questão da rebelião espiritual daqueles que foram chamados no encargo de servir no governo, no serviço e na obra; como satanás possuiu o coração deles numa rebeldia para se levantarem contra a autoridade de Deus delegada. De Queelata nós fomos para o monte Sefer, o monte Shaphar, onde vimos Deus dando testemunho da Sua autoridade sobre a vida de Arão. Queelata está em Números 16 e Monte Sefer em Números 17. E aqui nesse capítulo 17 de Números vimos a vara de Arão florescendo, o que mostra para nós o fundamento daquilo que é a autoridade legítima, a autoridade legitimada por Deus, o testemunho de Deus sobre a vida daqueles os quais Ele chama para servir no Seu Governo, para o serviço dos santos, para a edificação dos santos. Agora, aqui em Harada, temos que estudar Números 18:1-7, pois creio que o Senhor falará a todos nós. Vamos ler esse texto:

1 Disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao vosso sacerdócio. 2 Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a tenda do Testemunho. 3 Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar, para que não morram, nem eles, nem vós. 4 Ajuntar-se-ão a ti e farão todo o serviço da tenda da congregação; o estranho, porém, não se chegará a vós outros. 5 Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o do altar, para que não haja outra vez ira contra os filhos de Israel. 6 Eu, eis que tomei vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós outros para o SENHOR, para servir na tenda da congregação. 7 Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é vosso serviço; eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá.”

Antes de comentar esse texto, quero lembrar que os nomes de muitas dessas estações está relacionado com a experiência que eles tiveram. Esse termo, ou essa palavra, Harada, por exemplo, vem do hebraico, mas também é uma palavra semítica que tem suas raízes no aramaico. Esse nome significa “temor”, “reverência”. Essa palavra em seu contexto espiritual refere-se a um temor reverente a Deus, o temor que produz diligência. Depois de passarem por Queelata, prosseguindo ao monte Shaphar, temos que aprender sobre a sabedoria, pois “o temor a Deus é o princípio da sabedoria. Esse temor não se refere a um medo patológico; esse temor nos impede de agir com leviandade diante de Deus, nos impede de agir com leviandade na obra de Deus. Esse temor nos corrige quanto ao serviço cristão, impede que busquemos uma vida de preeminência. Quando você vê uma pessoa que busca preeminência na obra de Deus, pode ter certeza de que essa pessoa não tem reverência para com Deus, não tem temor a Deus. Essa pessoa está usando da posição que tem na vida cristã para se promover. Você vê que muitas pessoas não se sentem incomodadas de serem chamadas de reverendo. Isso é vilipendiar o ministério cristão, isso é afrontar o caráter espiritual daquilo que é o ministério cristão diante de Deus, como também diante do Seu povo. Assim, esse temor não se refere ao medo patológico. Ele nos impede de agir na nossa própria carne.

Provérbios 9:10 diz:

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo é prudência.”

Quando você estuda esses versículos de 1 a 7 de Números capítulo 18 você percebe que a palavra que melhor descreve essa estação é “responsabilidade”, pois a responsabilidade é uma das qualidades daqueles que temem a Deus. Uma pessoa temente a Deus é responsável, é comprometida. É responsável com o ministério, com o encargo, com o serviço a Deus; está comprometida com o caráter de Deus, está comprometida com o caráter da obra de Deus. Não é alguém que vive para si, mas é alguém que vive para servir, é alguém que vive para ministrar tanto a Deus como de Deus. Isso é importante porque o ministério cristão tem tomado uma forma muito diferente, muito descaracterizada daquilo que é o padrão bíblico. Como nós temos nos afastado do verdadeiro significado do ministério cristão!

Amados irmãos e irmãs, precisamos urgentemente, no nome de Cristo Jesus, recuperar o verdadeiro sentido daquilo que é o ministério cristão. O padrão do mundo não serve para nós. Buscar hoje um homem de sucesso na mídia, numa empresa, seja lá onde for, não serve para nós, porque o padrão daquilo que vemos nos profetas bíblicos, nos homens bíblicos, nos apóstolos, naqueles que serviam no ministério diante de Deus para ministrar ao povo de Deus, não se encaixa no perfil da nossa sociedade caída. Creio que esse tipo de piedade, esse tipo de devoção, esse tipo de ministério, confronta a nossa realidade contextual, confronta os nossos valores religiosos – se é que posso chamar assim. É uma afronta para os dias de hoje o padrão que você encontra em Jeremias, em Isaías, em Moisés, em Abraão; e, olhando para o Novo Testamento, o padrão em Pedro, em Tiago, em João. Amados irmãos e irmãs, nós precisamos pedir que o Espírito Santo restaure em nossa própria vida o verdadeiro significado do que é o ministério cristão. Não podemos ser pessoas preparadas com o único propósito de preencher o vazio de consumidores religiosos; nosso compromisso em primeira instância é com Deus, é com Sua Palavra, é com o Governo de Deus na Terra. Precisamos ter o coração comprometido com a vocação espiritual e cristã, nosso coração tem que estar comprometido com os valores espirituais. Não podemos estar comprometidos com uma denominação, nós temos que estar comprometidos com os assuntos referentes ao coração de Deus, àquilo que toca o Seu propósito, àquilo que está em conformidade com a Sua vontade para essa geração, para esse tempo. Nós temos que viver em sintonia com a vontade de Deus, temos que impedir que a nossa mente venha se tornar escrava de modismos, temos que impedir que a nossa mente venha ser escravizada pelo desejo das pessoas, por aquilo que as pessoas tanto querem, por aquilo que a sociedade impõe, por aquilo que a mídia exige. Seja lá o que for, essas coisas não podem reger o ministério cristão. Nós temos que ser governados pela direção do Espírito no nosso espírito; temos que impedir que o nosso coração venha ser tomado, governado, por essas coisas. Nosso compromisso tem que ser um compromisso espiritual.

Que Deus nos guarde. Que Deus possa tocar profundamente no seu coração para que haja reverência, para que haja temor, para que haja zelo, para que haja prudência, para que haja sabedoria, para que haja uma verdadeira rendição a Deus, a Sua Palavra, a Sua vontade; para que a sua vida como ministro de Deus seja uma vida frutífera, seja uma vida vivida na experiência de viver Cristo, uma vida que ministre tanto a Cristo como de Cristo, uma vida comprometida com os valores espirituais. Não uma vida comprometida com o anseio das pessoas, como aquilo que muitas vezes têm regido a vida de muitos líderes cristãos: consumo, crescimento, sucesso, aplauso... Toda essa apoteose compreende a esfera daquilo que nós chamamos de mundanismo. É isso que o anticristo vai reivindicar quando ele estiver governando este mundo. Nós temos que preparar as pessoas para encontrarem com Deus, nós temos que preparar as pessoas para a eternidade. E, pelo visto, a nossa mensagem tem preparado as pessoas para ficarem aqui. Nós temos pregado para as pessoas amarem este mundo, amarem as coisas deste mundo. Não é errado você ter uma casa, um carro, ter dinheiro, riqueza. Não estou pregando nada contra isso. Errado é essas coisas lhe dominarem; errado é o dinheiro ter você, e não você ter dinheiro. Vemos que a mensagem cristã hoje tem sido extremamente diluída. E, mais ainda quero lhe falar, os seminários cristãos, os institutos bíblicos, não têm por finalidade preparar homens para a liderança cristã; o que os seminário e institutos bíblicos fazem é ensinar você a estudar a Palavra de Deus. Você precisa compreender isso. Peça ao Espírito Santo para trazer luz, trazer revelação no seu coração, para você entender essa mensagem, experimentá-la em Cristo Jesus. Eu peço que Ele lhe abençoe e peço que Ele ganhe o seu coração com essa Palavra. olhando para o Novo Testamento o padros tipo de devoçe deus reverente a Deus

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