segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As 42 Jornadas no Deserto

15ª Estação – Ritma – Parte 01
Texto: Êxodo 33.18


Números, capítulo 33 e o versículo 18, diz assim:

“partiram de Hazerote e acamparam-se em Ritma”

Vamos estudar hoje a 15ª estação da peregrinação do povo de Israel pelo deserto.
A descrição detalhada desta estação se encontra tanto no livro de Números como também no livro de Deuteronômio.
É interessante notarmos que esta é a única das 42 estações que é repetida na Bíblia, isto é, tanto em Números como em Deuteronômio. É muito importante compararmos estas duas leituras, porque iremos notar alguns detalhes diferentes de uma leitura para a outra. E estas diferenças não têm como objetivo contrastar, e sim, complementar.
A parte desta estação que se encontra no livro de Números vai desde o capítulo 12 e o versículo 16 até o capítulo 14 e o versículo 39. E volta a ser contada em Deuteronômio capítulo 1, desde o versículo 19 até o versículo 40.
Vamos primeiro ler Números, capítulo 12 versículo 16. Depois, na medida em que formos prosseguindo, estudando, iremos ler juntos os demais textos que compõem esta estação.
Em Números capítulo 12 versículos 16 e o capítulo 13 versículos de 1 a 3, diz assim:

“Porém, depois, o povo partiu de Hazerote e acampou-se no deserto de Parã. Disse o SENHOR a Moisés: Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada qual príncipe entre eles. Enviou-os Moisés do deserto de Parã, segundo o mandado do SENHOR; todos aqueles homens eram cabeças dos filhos de Israel.”

Aqui nós temos aquele episodio onde o Senhor ordena a Moisés que envie 12 espias. Isso é muito significativo. Porque agora nós vamos estudar o significado dos nomes destes espias. Porque o significado destes nomes fornece para nós uma visão clara de toda a situação espiritual que envolve esse episódio. Precisamos entender porque o Espírito Santo quis nos dar os nomes desses espias, porque foi ele quem os escolheu. Quando investigamos os nomes destes 12 espias no original hebraico, atentando para a raiz de cada palavra segundo o original hebraico, entenderemos pela sabedoria do Espírito Santo a razão espiritual que envolve essa situação. Alguns destes nomes foram estudados por alguns estudiosos e há certos significados que eles dão, mas que precisam ser investigados mais profundamente, conhecer a raiz de cada palavra. Porque nestes nomes seguramente Deus quer nos dar algumas lições. Porque quando estudamos estes nomes vemos o que é que nos impede de exercer a fé. Aqui nós vamos compreender a questão da incredulidade. Estas coisas são tão sérias! Porque muitas vezes nós não temos avançado na vida cristã? Então, nós vamos estudar cada um destes nomes. Se estudarmos Números, capítulo 13 e os versículos 4 a 15 teremos uma visão muito clara e exata desses nomes. Mas é necessário estudá-los. Não somente pegar alguns livros que mostram mais superficialmente seu significado, mas tentar ir até a raiz, e assim descobrir o significado destes nomes.
Vejamos:

• Da tribo Rubén, o espia era Samua – o seu significado é fama.
• Da tribo de Simeão, Safate – o seu significado é crítica.
• Da tribo de Judá, Calebe – o seu significado é impetuoso.
• Da tribo de Issacar, Jigeal – o seu significado é vingança.
• Da tribo de Efraim, Josué (Oséias) – o seu significado é salvação.
• Da tribo de Benjamim, Palti – o seu significado é renuncia.
• Da tribo de Zebulom, Gadiel - o seu significado é fortuna.
• Da tribo de Manassés, Gadi - o seu significado é Fortunado.
• Da tribo de Dã, Amiel - o seu significado é povo forte.
• Da tribo de Aser, Setur - o seu significado é escondido.
• Da tribo de Naftali, Nabi - o seu significado é covardia.
• Da tribo de Gade, Geuel - o seu significado é orgulho.

Do versículo 17 a 25 do capítulo 13 de Números, a Bíblia diz assim:

“Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã; e disse-lhes: Subi ao Neguebe e penetrai nas montanhas. Vede a terra, que tal é, e o povo que nela habita, se é forte ou fraco, se poucos ou muitos. E qual é a terra em que habita, se boa ou má; e que tais são as cidades em que habita, se em arraiais, se em fortalezas. Também qual é a terra, se fértil ou estéril, se nela há matas ou não. Tende ânimo e trazei do fruto da terra. Eram aqueles dias os dias das primícias das uvas. Assim, subiram e espiaram a terra desde o deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate. E subiram pelo Neguebe e vieram até Hebrom; estavam ali Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque (Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã, no Egito). Depois, vieram até ao vale de Escol e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas, o qual trouxeram dois homens numa vara, como também romãs e figos. Esse lugar se chamou o vale de Escol, por causa do cacho que ali cortaram os filhos de Israel. Ao cabo de quarenta dias, voltaram de espiar a terra”

Temos que saber que eles estiveram em Ritma; a princípio quarenta dias. Agora irmãos e irmãs, Hebron antigamente significava Quiriate-Arba. Quando Calebe a conquistou seu nome mudou para Hebron que significa comunhão. Outro detalhe, no versículo 23, diz que depois vieram até ao vale de Escol e dali cortaram um ramo de vide. Esse “Escol” quer dizer “cacho”. Precisamos entender que essa terra representa Cristo. Aqui está o enfoque: “a nossa vida em Cristo”. Uvas representam a vida de Cristo e o gozo da Salvação. Romãs representam aspectos de Cristo em relação à fertilidade; é uma fruta que tem muitas sementes. Figos representam o desfrute de Cristo, porque as uvas são o desfrute de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e os figos falam do desfrute de Cristo em nós, aquilo que ele encontra em nós.
Versículos 26 e 27, de Números 13, diz assim:

“caminharam e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades; deram-lhes conta, a eles e a toda a congregação, e mostraram-lhes o fruto da terra. Relataram a Moisés e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela.”

Eles constataram a fidelidade e a verdade da Palavra de Deus. Mas amados irmãos e irmãs, é importante prosseguirmos lendo, porque à medida que formos lendo iremos ver justamente isso. Eles constataram que Deus é fiel, que a Palavra de Deus é verdadeira, mas eles não permaneceram Nela! Não é isso que escreve o escritor da Epístola aos Hebreus no capítulo 3, versículos 9 e 10?

“onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos.”

Provaram as obras de Deus por 40 anos, experimentaram que Deus é fiel, que aquilo que Ele promete é verdadeiro. Quando eles olharam para a terra viram que era realmente boa conforme a Palavra do Senhor. Será que podemos imaginar isso? Enquanto Deus é fiel, eles eram infiéis, eles eram incrédulos.
Olhe o versículo 28 de Números, capítulo 13:

“O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas; também vimos ali os filhos de Anaque.”

Veja que na tônica das palavras deles há um ar de insegurança, de incredulidade, de medo. Vamos lembrar o nome de dez desses espias, com exceção de Josué e Calebe. São estes, os nomes dos espias: fama, crítica, vingança, renuncia, fortuna, afortunado, covardia, escondido, povo forte, orgulho. Cada um destes espias carregava em si a tônica dessas palavras que eram adjetivos que descreviam a própria vida deles. Vamos ler que nós vamos entender isso. Porque este episódio revela-nos o quanto este povo não conhecia a Deus, o quanto estavam distante de Deus.
Os versículos 31 a 33 de Números, capítulo 13, dizem assim:

“Porém os homens que com ele tinham subido disseram: Não poderemos subir contra aquele povo (Quem são estes homens? Estes que nós acabamos de ver: a fama, a crítica, a vingança, a renuncia, a fortuna, o afortunado, o povo forte, o escondido, a covardia, o orgulho), porque é mais forte do que nós. E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado (eles começaram a falar mal da terra), dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.”

Veja que o povo foi tomado por um complexo de inferioridade e mediocridade. Isto é sentir-se inferior ao maligno. Sentir que Deus não poderia cumprir neles a Sua vontade. Eles sentiram que não podiam avançar nos caminhos de Deus. Um espírito de incredulidade e pessimismo envolveu toda a congregação. Observe que em Apocalipse capítulo 21, versículo 8, diz:

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos... a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.

Isso é muito sério. Quando nós lemos os versículos de 1 a 4 do capítulo 14 de Números, dizem assim:

“Levantou-se, pois, toda a congregação e gritou em voz alta; e o povo chorou aquela noite. Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto! E por que nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos para o Egito.”

Irmãos como isto é sério! É tão grave! Nós precisamos nos dar conta disso. Da gravidade, da seriedade, da incredulidade, da falta de fé, do medo, da covardia que muitos têm tido em relação à vida cristã. Será que nós, que estudamos a Palavra de Deus, podemos nos lembrar de cada uma destas estações onde este povo tem desprezado, menosprezado Deus, Seus caminhos, Sua vontade? Onde este povo buscava viver uma vida com Deus unicamente utilitária. Deus só servia para eles se estivesse de acordo com o desejo do coração deles. Este povo não conhecia Deus, não conhecia os caminhos misteriosos de Deus. Este é um povo movido pela infidelidade, pela incredulidade. Um povo obstinado que nunca aprendia as verdades de Deus pelos Seus caminhos misteriosos.
Isto tem que falar alto aos nossos corações, porque nós também somos assim. Somos tendenciosos à obstinação, a viver um evangelho medíocre, a viver uma vida relacional com Deus, mas tendo sempre como foco nossos desejos, nossa vontade. Sempre estamos prontos a desconfiar de Deus. Não somos perseverantes quanto à verdade de Deus, quanto ao caráter da Sua Palavra. Nós não temos vivido corretamente, adequadamente como Deus quer. Porque queremos viver um Evangelho para nós. Não queremos viver o Evangelho para a glória de Deus. Isso é muito evidente na vida de muitos cristãos hoje. Onde a vida cristã tem se tornado para eles uma obsessão. Onde eles não procuram viver uma realidade vívida com a Palavra de Deus, através do poder do Espírito Santo. Este é um retrato fiel da condição espiritual dos nossos dias, onde se nota a covardia de muitos cristãos, que não têm coragem de sustentar o Testemunho de Cristo Jesus, o Testemunho de Deus.
Quando nós estudamos a estação de Quibrote-Hataavá, vimos que Deus ordenou a marcha e introduziu as duas trombetas de prata. As duas trombetas prefiguravam o Evangelho da Redenção, da Cruz, a Palavra de Deus; a Palavra que é viva e eficaz, mais cortante que espada de dois gumes. Esta Palavra que Deus tem dado a nós é uma Palavra Viva. Por que eram duas trombetas de prata? Porque falava da redenção, e a redenção fala da morte, da ressurreição e da ascensão do nosso Senhor Jesus Cristo. Então, essas duas trombetas eram para a santa convocação. À mediada que a Nuvem se movia, aquelas trombetas tocavam. O mover da Nuvem e as duas trombetas tinham que estar em sintonia. Assim também nós carecemos de estar em sintonia com o mover de Deus e com a Palavra de Deus. Não podemos ficar buscando movimentos, entretenimentos. Quantas “ondas” têm surgido neste tempo para poder envolver o povo de Deus? Quantos de nós temos vivido a vida cristã assim: correndo de um lado para o outro, buscando aqui, ali e acolá, e não encontramos nada? Temos vivido uma euforia superficial e emocional. Não temos vivido uma vida cristã profunda, de experiência profunda, de realidade espiritual. Isto é mediocridade, isto é incredulidade, isto é apostasia. Deus não se agrada disso. O Senhor está nos chamando para viver uma vida profunda Nele, não uma vida de covardia onde nós sentimos medo do inimigo. Precisamos crer que Satanás existe; que seu império de trevas existe; que os demônios existem. Nós cremos em tudo isso. Mas cremos que há um Deus Soberano, e esse Deus não é um Deus religioso, é um Deus relacional. Ele se colocou na condição de Pai e nos adotou como filhos. Mediante o sangue da Cruz, Ele fez uma aliança conosco e nós somos filhos por adoção. Mas este fato de sermos filhos por adoção tem um testemunho de uma vontade eterna, porque Ele desejou na eternidade passada ter uma grande família constituída de muitos filhos, os quais somos nós, os salvos em Cristos Jesus. E nós precisamos ver isso! Deus é soberano e poderoso. Ele tem Seus caminhos. Ele tem nos envolvido em muitas situações onde nosso coração é exposto. Esse coração que é desesperadamente corrupto, como escreveu Jeremias no capítulo 17 e versículo 9. Mas devemos entender uma coisa: este coração é suscetível ao fracasso, à queda, mas não tire os olhos Dele. O escritor da Epístola aos Hebreus no capítulo 2, versículo 2, diz assim:

“olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...”.

Que os nossos olhos estejam colocados Nele! Que nós estejamos focados Nele! Que nós não venhamos tirar os olhos Dele! Porque quando tiramos os olhos Dele, somos consumidos pela dúvida, pela incredulidade, pela covardia, pela fraqueza, pelo medo.
Nós necessitamos ser ajudados pelo Espírito Santo a viver uma vida correta, a viver uma vida adequada, a viver uma vida segundo o padrão do Evangelho de Cristo!
Irmãos e irmãs, esta é a Palavra do Senhor!
Creio que Deus prosseguirá nos falando sobre isso. E que nós sejamos ajudados pelo Espírito Santo. Que estas experiências sirvam de lição para nós, para que o Senhor venha nos corrigir. Que nós venhamos ser aprumados pelo Senhor a andar adequadamente a vida cristã.
Que Deus nos abençoe!

Por: Ir. Luiz Fontes

2 comentários:

Unknown disse...

interessante o significado dos nomes. realmente conferem com o que está aqui em http://nomes.clickgratis.com.br

Bispo Paulo Mattos disse...

Legal os significados dos nomes abençoaram a minha vida e ajudarão na preparação de novos sermões.
Bispo paulo Mattos