Por: Ir. Luiz fontes
13ª Estação – Quibrote-Hataavá (parte 2)
TEXTOS: Números 33:16/ Números 10:13-28
Amados irmãos, vamos retomar o estudo desta 13ª estação, onde o povo de Israel esteve. Após saírem do Sinai eles peregrinaram até Quibrote-Hataavá.
Vimos que o significado deste nome, no hebraico, é “túmulos de cobiça”. Vimos também que o desejo do Senhor é manter o Seu povo numa “ordem de marcha”, isto é, que venhamos andar em conformidade com o caráter do Evangelho. Devemos andar em conformidade com a nossa vocação celeste. Aqui o Senhor estabelece uma ordem de marcha – essa ordem veio de Deus.
Nm 10:13 diz assim:
“Assim, pela primeira vez, se puseram em marcha, segundo o mandado do SENHOR, por Moisés.”
É sobre isso que vamos estudar. Temos que saber que a nação de Israel era uma nação escolhida por Deus. Eles não se ofereceram voluntariamente para marchar, Deus os convocou.
Se estudarmos os versículos 14 a 28 de Números 10, veremos uma sequência de textos que mostram alguns aspectos distintos de como Deus começa a revelar os assuntos avançados da Sua grande obra de edificação. Ele estabelece homens como dádivas para serem “vanguarda” no meio do Seu povo. Essa palavra “vanguarda” é uma palavra que os militares usam para descrever uma tropa para o combate; um grupo de elite; como também a posição que encabeça uma sequência. Vamos ler esses textos:
Números 10:14-21:
“14 Primeiramente, partiu o estandarte do arraial dos filhos de Judá, segundo as suas turmas; e, sobre o seu exército, estava Naassom, filho de Aminadabe; 15 sobre o exército da tribo dos filhos de Issacar, Natanael, filho de Zuar; 16 e, sobre o exército da tribo dos filhos de Zebulom, Eliabe, filho de Helom. 17 Então, desarmaram o tabernáculo, e os filhos de Gérson e os filhos de Merari partiram, levando o tabernáculo.
Preste atenção! Eram essas duas famílias, isto é, “os filhos de Gérson” e “os filhos de Merari”, que tinham o encargo de carregarem, de desarmarem e carregarem o tabernáculo.
Agora, os versículos 18 a 21:
“18 Depois, partiu o estandarte do arraial de Rúben, segundo as suas turmas; e, sobre o seu exército, estava Elizur, filho de Sedeur; 19 sobre o exército da tribo dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai; 20 e, sobre o exército da tribo dos filhos de Gade, Eliasafe, filho de Deuel. 21 Então, partiram os coatitas, levando as coisas santas; e erigia-se o tabernáculo até que estes chegassem.”
Há algumas coisas que temos que ler aqui. Olhem bem, que primeiro iam “os gersonitas” e “os meraritas”, porque eles tinham que preparar o tabernáculo. Para que os coatitas chegassem, tudo tinha que estar pronto, para que as coisas santas fossem introduzidas. Primeiro a vanguarda abre caminho, depois os que vão preparar o tabernáculo e, em seguida, os que vão introduzir as coisas santas. Vocês podem perceber isso nesses textos? Isso nos leva para o livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 8, quando Felipe vai à cidade de Samaria e prega a palavra. Ele foi abrindo caminho por meio do Evangelho e, logo em seguida, Pedro e João foram enviados para lançar os fundamentos dos assuntos sagrados da edificação da casa de Deus. Sempre existe uma ordem; sempre existe uma sequência. Temos que atentar para isso, porque aqui vemos princípios espirituais. Primeiro partiu o estandarte do arraial dos filhos de Judá; depois veio o exército da tribo dos filhos de Issacar; depois os filhos de Zebulom. Então vieram aqueles que desarmavam e carregavam todas as peças que compunham o tabernáculo. E, assim, os filhos de Gérson e de Merari partiam levando o tabernáculo. Em seguida, vemos novamente uma bandeira, o estandarte de Rúben, segundo as suas turmas; depois os filhos de Simeão; depois os filhos da tribo de Gade; depois os coatitas, que iam levando as coisas santas e as introduziam – porque quando eles chegavam o tabernáculo já estava erigido, já estava levantado. Vejam que ordem, vejam o quanto isso é importante. Porque as coisas de Deus não são feitas relaxadamente; a obra de Deus não pode ser feita de qualquer maneira. Tem que haver uma ordem, tem que haver princípios em todo serviço na obra de Deus. Nada pode ser feito de qualquer maneira. Penso que isso tem que falar alto ao nosso coração. Precisamos ser ajudados quanto a isso.
Esse exemplo que dei para vocês aqui de Atos 8 é apenas um entre tantos nos quais podemos ver os assuntos apostólicos, os assuntos da edificação da Igreja no Novo Testamento. Sempre havia uma decência, sempre havia uma ordem, um princípio que era estabelecido em sequência de coisas. Nada era feito de qualquer maneira; nada era feito no improviso. Tudo tinha que ter uma ordem, tudo obedecia a uma ordem. Deus é um Deus de princípios. As coisas não podem ser feitas sem o caráter da excelência. No serviço a Deus tudo deve ser feito de acordo com a excelência.
Portanto, amados irmãos e irmãs, prestemos atenção nisso. Sejamos cuidadosos quanto ao serviço na obra de Deus, quanto ao serviço a Deus. Temos que entender que cada pessoa está onde está porque essa pessoa foi colocada por Deus. Ninguém funciona como quer. Todos nós, na vida do corpo de Cristo, funcionamos como Deus quer. Deus colocou cada pessoa no seu devido lugar, para funcionar de acordo com a vontade de Deus, não de acordo com o seu querer, com o meu querer, com o querer individual de cada um. Não é assim na obra de Deus. Cada um de nós funciona de acordo com a vocação, com o encargo que Deus tem colocado no nosso coração. E para funcionar tem que funcionar dentro da ordem estabelecida por Deus.
Agora vejam os versículos 22 a 28:
“22 Depois, partiu o estandarte” – isto é, a bandeira – “do arraial dos filhos de Efraim, segundo as suas turmas; e, sobre o seu exército, estava Elisama, filho de Amiúde; 23 sobre o exército da tribo dos filhos de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur; 24 e, sobre o exército da tribo dos filhos de Benjamim, Abidã, filho de Gideoni. 25 Então, partiu o estandarte do arraial dos filhos de Dã,” – aqui já temos uma nova turma, encabeçada pela tribo de Dã – “formando a retaguarda de todos os arraiais, segundo as suas turmas; e, sobre o seu exército, estava Aiezer, filho de Amisadai; 26 sobre o exército da tribo dos filhos de Aser, Pagiel, filho de Ocrã; 27 e, sobre o exército da tribo dos filhos de Naftali, Aira, filho de Enã. 28 Nesta ordem, puseram-se em marcha os filhos de Israel, segundo os seus exércitos.”
Amados, irmãos e irmãs, notem um princípio aqui: primeiro partiu o estandarte do arraial dos filhos de Judá, segundo as suas turmas; em seguida veio o exército da tribo dos filhos de Issacar (v. 15); o exército da tribo dos filhos de Zebulom; logo em seguida vieram os filhos de Gérson e os filhos de Merari, que partiram levando o tabernáculo. Vejam só: “os filhos de Judá levavam a bandeira”.
Então, no v. 18, temos uma nova sequência da marcha, que inicia no v. 18, onde diz:
“Depois, partiu o estandarte do arraial de Rúben”.
E logo em seguida temos o exército da tribo dos filhos de Simeão, o exército da tribo dos filhos de Gade e então temos os coatitas levando as coisas santas.
Aqui temos que notar um princípio: primeiro partiu o estandarte do arraial dos filhos de Judá, segundo as suas turmas. Em seguida vieram o exército da tribo dos filhos de Issacar – é isso que você vai ver. Logo em seguida vieram os filhos de Gérson e de Merari. Vejam que só os filhos de Judá levavam a bandeira. Então, no versículo 18 temos uma nova sequência de marcha, que se inicia nesse versículo, onde temos o estandarte do arraial de Rúben (Quero que vocês notem isso). Depois temos o exército dos filhos de Simeão, os filhos de Gade...
Nos versículos 22 a 25 está registrada mais uma nova etapa da marcha. A bandeira está com os filhos de Efraim. E nesse agrupamento temos o exército da tribo dos filhos de Manassés e o exército da tribo dos filhos de Benjamim. E a última bandeira estava com a tribo de Dã e eles formavam “o agrupamento da retaguarda”, isto é, a última companhia do exército de Israel. Nesse último esquadrão estavam o exército da tribo dos filhos de Aser e o exército da tribo dos filhos de Naftali. A primeira coisa que notamos aqui é que nem todos levavam as bandeiras.
Amados, não podemos avançar sem que Deus nos coloque na responsabilidade daquilo que Ele determinou para nós. É Ele quem escolhe os que vão levar a bandeira.
Em 1 Co 3:10 Paulo diz:
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.”
Vejam que primeiro o Senhor colocou Paulo para lançar o fundamento e que outros virão para edificar sobre ele. Precisamos aprender a ocupar o lugar onde Deus nos colocou. E o que você tem que entender é que cada um desses grupos aqui, dessas tribos, tem um significado, tem uma função de acordo com a vocação, com o chamamento. Temos que ver isso claramente. Há uma necessidade de pessoas que vão à frente, abrindo o caminho. Havia uma necessidade de pessoas que montavam e desmontavam e carregavam todas as peças que compunham o tabernáculo. Mas também havia um grupo que era chamado de obreiros ou exército da retaguarda. O que mostra para nós a importância de obreiros na retaguarda. Vejam que no v. 25, de Números 10, diz:
“Então, partiu o estandarte do arraial dos filhos de Dã, formando a retaguarda de todos os arraiais, segundo as suas turmas; e, sobre o seu exército, estava Aiezer, filho de Amisadai.”
Meus amados, vejam que o Senhor chama alguns para abrir caminho, outros serão os últimos a entrar. Esses são os que possuem um forte zelo pelos assuntos da edificação da casa de Deus. Isso é tão sério para nós! Esses são aqueles que possuem verdadeiro zelo pelas coisas santas. São pessoas que possuem uma visão mais microscópica das situações, pessoas desconfiadas, que sempre procuram analisar cada situação com o propósito de guardar, de preservar a vida do corpo de Cristo das investidas do inimigo. São aqueles que ficam para curar as feridas dos que ficam caídos pelo caminho. Na vida da Igreja necessitamos daqueles que possuem o encargo de permanecer na retaguarda, para que ninguém fique perdido pelo caminho. Não podemos esquecer que estamos em uma guerra espiritual e cada pelotão tem sua finalidade e propósito. Temos aqueles que vão à frente abrindo caminho; temos aqueles que cuidam dos assuntos sagrados, dos assuntos das profundidades espirituais. Mas também temos aqueles que ficam por último – isso não significa que o trabalho deles é de menor importância. Se você abrir sua bíblia em Mateus 20:1-7, você vai ter ali “a parábola dos trabalhadores da vinha”, que mostra o valor do trabalho daqueles que ficam na retaguarda. Diz assim:
“1 Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha. 2 E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. 3 Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados 4 e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. 5 Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, 6 e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? 7 Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha.”
Se você ler os vv. 8-16, você vai ver que, ao cair da tarde, o senhor volta para poder assalariar, pagar o salário. Ele começou pelos últimos, indo até os primeiros. Quando chegou aos da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. Ao chegarem os primeiros, pensaram que iriam receber mais (v. 10). Porém, eles também receberam um denário cada um. E quando receberam, murmuraram contra o dono da casa, dizendo:
“Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia”. (Mt 20:12)
No v. 13 você vai ver que o proprietário, o dono da vinha, respondeu e disse a um deles:
“Amigo, não te faço injustiça; não combinaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu e vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti. 15 Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? 16 Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
Ainda precisamos ler Hebreus 11:39 e 40, porque esses textos se encaixam entre si. Esses textos de Hebreus 11 corroboram com essa parábola dos trabalhadores da vinha. Vejam o que diz:
“39 Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, 40 por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.”
Ainda em Hebreus 12:1:
“1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”
Propositadamente, lemos também o v. 1 do capítulo 12 de Heberus, porque ele corresponde claramente a essa verdade. Precisamos estar devidamente claros de que havia uma ordem a qual o Senhor estabeleceu para poder colocar aqueles trabalhadores na vinha. Aqueles trabalhadores da vinha, que trabalharam desde a primeira hora e viram o seu senhor ajustar começando por aqueles que trabalharam apenas uma hora, ficaram achando que receberiam muito mais. Ora, sabemos que quando aquele senhor da vinha convocou os trabalhadores da primeira hora em que começaram a trabalhar a partir da primeira hora, ele ajustou um denário por dia a cada um deles. Ele não foi injusto, foi justo. E quando você lê esses textos de Mateus 20 em concordância com Hebreus 11:39 e 40 e também Hebreus 12:1, você aprende esta maravilhosa lição: o valor que tem o trabalho daqueles que estão na retaguarda, daqueles que fazem o último trabalho, daqueles que, profeticamente falando, estão vivendo a última fase da obra de Deus.
Do ponto de vista da justiça de Deus, meu irmão e minha irmã, significa que o trabalho que eu e você estamos fazendo, debaixo da vontade de Deus, para a glória de Deus, tem o mesmo peso espiritual do que o trabalho que Paulo, Pedro, Tiago, João, que os pais da Igreja, que os “reformadores” e tantos santos de Deus fizeram. Por isso, diz o v. 1 de Hb 12, que nós estamos rodeados de uma grande nuvem de testemunhas. Nós precisamos correr a carreira que nos foi proposta. Estamos dentro de uma arena e estamos aqui tendo uma reponsabilidade solene quanto à obra de Deus. Nosso trabalho não é em vão. Espiritualmente falando, nosso trabalho não é inferior ao trabalho daqueles irmãos que nos precederam; esses que nos antecederam, que trabalharam antes de nós. O Senhor considera o nosso trabalho de peso igual. Eu sei que em natureza, em profundidade, o nosso trabalho jamais poderá se comparar com o trabalho de Paulo, de Pedro, de João, de Tiago ou de qualquer um dos apóstolos. Olhando com os nossos próprios olhos, nosso trabalho não significa nada diante do trabalho deles. Mas Deus dispôs cada um de nós, na Sua obra, para corresponder de acordo com a Sua vontade. A questão do reino, de acordo com Mateus 7, a partir do v. 21, não está no quanto fazemos, mas se aquilo que fazemos está de acordo com a vontade de Deus. É isso que toca o reino; é isso que nos dá o reino. Temos que olhar isso, temos que olhar para esses textos. Temos que compreender que aqueles que estão na retaguarda estão num lugar onde Deus os colocou. Eles estão em um lugar onde Deus os dispôs. E Ele colocou cada um em conformidade com a Sua vontade, para o louvor da Sua glória.
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