segunda-feira, 12 de julho de 2010

JORNADA NO DESERTO – 67

Irmãos, essa semana estudaremos a mensagem 67 do estudo das 42 Jornadas do povo de Israel no deserto. Que o Senhor nos ajude a ver as verdades espirituais contidas nesse estudo.
DEUS abencoe a todos nós.

Números, capítulo 33, versículo 16 diz: “Partiram do deserto do Sinai e acamparam-se em Quibrote-Hataavá”.

Meus amados irmãos e irmãs, o Senhor nos tem dado o privilégio de meditar sobre esta maravilhosa estação, a 13ª, que é Quibrote-Hataavá. O estudo de hoje, dentro desse contexto, está em Números capítulo 11. O Senhor já tem nos dado algumas lições preciosas no capítulo 10 e também aqui no capítulo 11 de Números. Ao estudar todo esse maravilhoso assunto que envolve Quibrote-Hataavá você vê primeiro a ordem que Deus estabelece sobre o seu povo, a ordem da marcha. Nós já vimos como Deus colocou todos os agrupamentos, como tudo funcionava, cada estandarte, tanto o que era levado por Judá, bem como o que era levado por Rúbem, também pelo arraial dos filhos de Efraim e por último o estandarte de Dã. Todos esses estandartes, cada um deles tinha um grupo de tribos que o acompanhavam. Deus determinou que fosse assim, que seu povo andasse agora em marcha porque esse era um povo que havia sido escravo no Egito, e enquanto escravos, eles não tinham ordem, não tinham princípios e Deus está estabelecendo o princípio da caminhada, da marcha. Agora eles tinham que ter esse caráter de um exército. O Senhor está mostrando algumas lições preciosas para nós, pois assim também é a nossa vida. No capítulo 6, da Epístola aos Efésios, a partir do versículo 10 nós vemos o quadro da nossa própria realidade espiritual hoje, estamos numa guerra onde não lutamos contra a carne e o sangue, mas contra as potestades e principados, dominadores desse mundo tenebroso e hostes espirituais da maldade. Precisamos entender que esse é o combate do Senhor e nós somos os soldados de Cristo.
Ao focar Quibrote-Hataavá, observa-se um cenário maravilhoso que Deus estabeleceu para a ordem da caminhada, entretanto quando chegamos ao capítulo 11 vemos que primeiro tudo estava bonito, tudo estava em ordem, e infelizmente satanás, o inimigo da obra de Deus, começou a trazer desordem entre o povo. Segundo o texto que iremos ler, o povo começou a murmurar, sendo a murmuração um falatório depreciativo e infundado.
Em Números, capítulo 11, versículos de 1 a 6 diz: “Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor; ouvindo o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu extremidades do arraial. Então, o povo clamou a Moisés, e, orando este ao SENHOR, o fogo se apagou. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porque o fogo do SENHOR se acendeu entre eles. E o populacho que estava entre eles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembremo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas, dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos se não este maná”.
É interessante olhar para tudo isso, note que no meio do povo de Israel havia um populacho, é importante perceber que todo esse cenário revelado nesse texto tem muito a ver com a nossa vida, com a própria realidade cristã hoje, um coração dividido, um coração que diz amar a Deus mas está preso as coisas do mundo, um coração que de todo não está rendido aos pés do Senhor.
O primeiro ponto que destacaremos é sobre um populacho que havia entre eles. Pessoas que se queixaram contra Deus depois que Ele estabeleceu uma ordem das marchas e o modo adequado deles andarem. Da mesma maneira, devemos ter o cuidado, em nossa vida cristã, para não nos deixar envolver por pessoas que estão entre nós, que passaram por uma experiência psicológica de salvação e não por uma realidade salvadora, pessoas que ainda não foram regeneradas.
Esta salvação é puramente um entretenimento religioso que as pessoas cultivam na sua vida. Isso não tem testemunho pela Palavra de Deus. Se olharmos no Novo Testamento veremos essa realidade entre aqueles irmãos. Observe o cuidado de Paulo quando escreve aos Romanos, no capítulo 16, versículo 17: “Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles”. Em II Tessalonicenses, capítulo 3 e versículo 14, Paulo prossegue dizendo: “Caso alguém não preste obediência a nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado”. Filipenses 2:14 diz: “Fazei tudo sem murmuração nem contendas”. Em I João 2:19 ele corrobora com essa mesma verdade que falou o apóstolo Paulo, dizendo: “Eles saíram do nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”.
Às vezes, há entre nós pessoas que ainda não são convertidas. Como já temos falado, é natural que o diabo use essas pessoas para provocarem todo tipo de discordância na obra de Deus. Tais pessoas não são cristãs, não compreendem o valor das coisas espirituais, nunca entenderam a esfera da vida celeste.
Faz-se necessário a análise da natureza dessa murmuração referida em Números, capítulo 11, porque eles reclamaram do alimento que Deus disponibilizara para eles, ou seja, o maná não estava saciando o apetite deles. Mas como não estava saciando? É lógico que deveria estar saciando, pois aquele maná era uma dádiva de Deus. A Bíblia descreve de uma forma linda como Deus derramava este maná: primeiro Ele derramava sobre a terra uma relva para que o maná não tocasse o chão e por cima daquela relva caia aquele maná que era como uma folha de coentro e ele tinha um gosto de mel. Alguma mulheres pegavam aquele maná e faziam bolos. O problema não é que eles estavam com fome, e sim porque eles estavam com desejo. Aqui não é uma questão de necessidade, é uma questão de carnalidade, é o verdadeiro retrato de pessoas que saíram do mundo e o mundo não saiu delas. Observe que o versículo 4 diz que o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo. Vale reafirmar que não era fome, era desejo.
Quando Eva olhou para aquele fruto que Deus os havia proibido de comer, ela teve desejo. Se a nossa vontade não for toda ela tratada e centrada na cruz de Cristo, sempre iremos viver para nós mesmos, sempre iremos viver para a nossa própria satisfação, nunca teremos um viver adequado, nunca viveremos para a glória de Deus, nunca teremos uma vida para a satisfação de Deus, buscando apenas uma vida cristã para a nossa satisfação, pensando em nós mesmos.
Notemos que no momento da murmuração eles começam a menosprezar o maná que Deus lhes havia dado. Enquanto o povo depreciava e queixava-se deste alimento, está escrito em Nm 11:7 o valor que o mesmo tinha. Comer o maná significava que eles estava se alimentando daquilo que Deus dava. Não somente estavam se alimentando para satisfazer as suas necessidades, mas significava que eles também estavam se alimentando da vontade de Deus, porque era desejo dEle que comessem do maná. Da mesma forma, também não era da vontade de Deus que Adão e Eva comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se continuassem obedecendo a Deus, poderiam ter crescido em vida e assim seriam conformados a imagem de Cristo. Nesta situação também Deus deu o maná como uma prova para este povo andar na vontade dEle.
Até quando este povo iria suportar permanecer se alimentando daquele maná? Porque alimentar do maná era se alimentar das provisões de Deus. Como o nosso coração nos engana, quantas vezes nós temos trocado as provisões de Deus pela nossa própria força? Pelos nossos desejos? Pela nossa própria vontade? Muitas vezes ele não pode realizar algo em nós porque nosso coração está completamente fechado quanto à vontade dEle. Nosso coração não deseja a vontade de Deus, pois ele, o nosso coração, é um inferno em miniatura, não ama as coisas espirituais, não ama obedecer, é um rebelde em toda a sua essência.
Necessitamos de uma obra profunda em nós, amados, quando vemos a história da humanidade, desde o princípio ao fim, aqui, ali, em toda a parte, o que podemos ver é justamente isso: o homem tem o coração marcado e caracterizado pelo fracasso. Nessa passagem, o pobre e miserável coração humano é desvendado inteiramente por meio da murmuração. Os desejos e suas inclinações são manifestos. Veja que aquele povo, a despeito da escravidão em que viviam no Egito, ainda suspiravam por aquela terra em que viviam escravizados. Seus filhos eram escravos, suas esposas eram escravas. Os olhos do coração daquele povo estavam voltados para as comidas do Egito. Você não os vê lembrando das chicotadas que recebiam dos seus exatores, nem do trabalho forçado que exerciam, a não ser da satisfação da sua cobiça oferecida pelo Egito, que representa o mundo.
Essa é a realidade patente e clara que nós vemos. Isso é tão triste, pois revela a nossa vida. Quantas vezes temos valorizado as coisas mundanas dessa vida em face às coisas espirituais! Às vezes temos depreciado, menosprezado as coisas espirituais e desejado alcançar as coisas deste mundo!
Será que a vida cristã não tem perdido o sabor dentro de você? Será que você não tem vivido uma vida cristã insípida? Que Deus nos ajude, que Ele nos leve a fazer uma profunda reflexão sobre a nossa vida. Que possamos perceber o que de fato tem controlado nossos desejos e emoções.
Amados, que os nossos afetos e o desejo do nosso coração, que a nossa emoção sejam tratadas pela obra do Espírito Santo em nós através da Palavra. Que haja em nós um coração verdadeiramente convertido, porque quando a Salvação entra em nós, Deus nos dá um novo coração. A grande prova que não somos convertidos é quando o nosso coração não está caminhando para Deus e sim para as coisas do mundo. O cristianismo tem estado diluído, as pessoas tem banalizado a graça de Deus, as principais doutrinas cristãs não está tendo sentido na vida das pessoas.
Meus amados, que Deus nos ajude a ver a condição do nosso coração que está sendo exposto pela Palavra de Deus diante do próprio Deus. Que nós sejamos ajudados. Que você possa se render a Deus e se entregar a Ele para que Ele continue perseverando em você uma obra profunda, que Deus não desista de trabalhar em você. Que você reflita sobre isto, que o Espírito Santo te ajude.

Por: Luiz Fontes

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