Irmãos o capítulo 68 do estudo das 42 jornadas do povo de Israel pelo deserto é o assunto de estudo essa semana. Que o Senhor fale aos nosso corações, creio que há muito a aprender e que nos ajudará na nossa caminhada espiritual.
TEXTO: Números 11:1-6 – Quibrote – Hataavá – parte 4
Em Números capítulo 11, versículos de 1 ao 4, diz assim:
1 - Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do SENHOR; ouvindo-o o SENHOR, acendeu-se-lhe a ira, e fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu extremidades do arraial.
2 - Então, o povo clamou a Moisés, e, orando este ao SENHOR, o fogo se apagou.
3 - Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porque o fogo do SENHOR se acendera entre eles.
4 - E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer?
5 - Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.
6 - Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná.
Amados irmãos, estudaremos mais um aspecto desta 13ª Jornada – Quibrote-Hataavá. Aqui nós temos a murmuração do povo. Depois de vermos a maneira como Deus ordenara este povo a “caminhar”, nesta sequência Ele ordena que este povo “marche”, porque Deus queria trazer a consciência deste povo à realidade de uma guerra espiritual. Eles deveriam ser vigilantes no que se diz respeito à “marcha”. Eles não poderiam vacilar, não poderiam perder o zelo. Agora, o Senhor está colocando ordem na caminhada e tudo isso tem um aspecto espiritual para nós. Após o Senhor estabelecer a “ordem da marcha”, nós vemos um ambiente muito bonito, todavia e infelizmente, satanás, o inimigo da obra de Deus, começa a provocar o povo contra Deus, contra o Seu trabalhar.
Na passagem descrita nós vemos que havia um “populacho” que estava no meio deles, e este populacho “(...)veio ter grande desejo das comidas dos egípcios(...)”. Eles tornaram a chorar e a clamar: “quem nos dará carne a comer?”. E assim, nós notamos que o Egito ainda estava no coração daquele povo. No meio do povo de Israel havia este populacho, de onde se originou o problema, a murmuração, as lamúrias, as queixas contra Deus. Precisamos ser cuidadosos em relação a este tipo de coisa. Não podemos nos deixar envolver por pessoas estranhas em nosso meio, pessoas que nunca tiveram uma experiência viva de conversão com Deus.
Em Romanos 16:17, Paulo nos admoesta para notarmos bem aqueles que provocam “divisões e escândalos”, que andam em desacordo com a doutrina. Ainda em II Tessalonicenses 3:14, este mesmo servo do Senhor prossegue exortando os irmãos que prestem muita atenção, porque se alguém não anda em obediência a Palavra, a doutrina, essas pessoas precisam ser notadas e nós não podemos nos associar com elas, porque elas precisam sentir vergonha do caminho mau pelo qual têm andado.
Em Filipenses 2:14, Paulo exorta os irmãos em Filipos, para que eles pudessem fazer tudo sem murmuração. Não poderia haver murmuração no caminhar, no andar da Igreja. Às vezes, há pessoas entre nós que não são convertidas, pessoas que a experiência de salvação deles é mais uma experiência “psicológica” não é uma salvação somada com arrependimento.
Olhando para Números, capítulo 11, no episódio de Quibrote- Hataavá, vemos a murmuração, notamos que eles começaram a depreciar o “maná”. Números 11:7 nos mostra o que é o maná: era como uma semente de coentro, com a aparência semelhante a do bdélio. Aquele povo estava menosprezando, desprezando o maná. O maná, do ponto de vista espiritual, não era simplesmente aquilo que Deus estava dando para eles se alimentarem, era o alimento, a provisão de Deus para que aquele povo andasse com Ele, andasse em obediência a Ele, andasse segundo as provisões dEle.
Infelizmente aquele povo não estavam vendo a medida de Deus dentro da própria essência do maná. Este é o retrato fiel da nossa própria situação, pois, amados irmãos, quando consideramos a história da humanidade, desde o princípio ao fim, percebemos que ela, a hitória da humanidade, está marcada pela queda, pelo fracasso, por um coração rebelde.
Neste acontecimento de Números 11, vemos a situação do nosso pobre e miserável coração. Nesta ocasião se descobre inteiramente as inclinações, as manifestações e os desejos do coração humano. A despeito do estado de escravidão em que vivia no Egito, aquele povo ainda suspirava por aquela terra onde viviam escravizados, debaixo de açoites. Esse é um retrato fiel da nossa própria situação, vez que o nosso coração perde o vigor pelas coisas de Deus sempre ele se volta para as coisas do mundo. E em conseqüência a tudo isso, em Números 11:11-15, vemos o abatimento de Moisés. O texto diz assim:
11 - Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo?
12 - Concebi eu, porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais?
13 - Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer.
14 - Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais.
15 - Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria.
Precisamos considerar este assunto diante do Senhor. Que o Espírito Santo nos ajude! No Salmo 106:33, diz assim: “pois foram rebeldes ao Espírito de Deus, e Moisés falou irrefletidamente”. Olha este Salmo! Diz que “Moisés falou irrefletidamente”. Isso é muito sério! Porque aqui nós vemos Moisés falar isso para Deus e segundo o salmista estas palavras foram palavras impensadas, irrefletidas. O que podemos aprender com esta notável explosão de abatimento de Moisés, descrita nestes textos? Uma das coisas que nós temos que aprender é que o deserto é o lugar onde se revela o que há no nosso próprio coração! Aqui as falhas são descobertas.
O livro de Números é o livro do deserto. Percebemos que Moisés estava sujeito às mesmas paixões que nós. Parece que o seu coração estava prestes a sucumbir sobre o peso da responsabilidade que estava sobre ele. O fardo que Moisés suportava era pesado demais para os ombros humanos. Mas, será que Deus colocou aquilo sobre Moisés, sem conhecer a estrutura emocional dele? Será que aquele fardo que ele estava suportando era pesado demais como o próprio Moisés afirmara para Deus? Será que Deus o chamou para fazer tudo sozinho? Deus não estava com ele? Deus não era suficiente? Todo poder e graça e sabedoria não provém de Deus? Tudo isso deveria ser descanso para Moisés. Ele não deveria se abater diante daquilo. Quando Deus chama um homem para determinada obra de responsabilidade no serviço, Ele derrama sua graça suficiente para capacitá-lo a servir adequadamente.
Creio que este triste fato, esta triste experiência que Moisés passou ajuda-nos muito nos dias atuais, porque nós somos seres humanos passíveis de abatimento. Mas podemos, pela graça de Deus, olhar essas experiências de consagrados servos de Deus e ver que há lições que precisamos aprender.
Moisés não podia prover a comida para aquela grande multidão. Mas Deus sim! Esse foi um momento sombrio na vida de Moisés. Isso nos reverte para outro servo de Deus: Elias, quando este, em 1 Reis 19:4, se assentou debaixo de um zimbro e “pediu a própria morte”.
Em Mateus capítulo 17, vemos Moisés e Elias no monte da transfiguração, junto com o nosso Senhor Jesus Cristo! Isso nos dá segurança para compreendermos que os pensamentos de Deus não são como os nossos pensamentos. Imagine que um dia, Moisés esteve profundamente abatido. Elias esteve num momento de profunda angústia, no entanto, Deus alcançou nestes homens a sua Obra.
Deus repreende nossos temores pela riqueza da sua graça. Quando nossos pobres corações querem antecipar nossa própria morte, Ele dá vida, vitória, glória e derrama sua superabundante graça, bondade e misericórdia sobre nós.
Quibrote-Hataavá, significa “túmulos de cobiça”. Nesta passagem vemos este episódio de Mois a fonte e a provisão dele.
Também temos que olhar outro aspecto aqui em Quibrote-Hataavá. Em Números 11:31-35 vemos a cobiça daquele povo. O coração deles voltado para o Egito. Diz assim os versículos:
31 - Então, soprou um vento do SENHOR, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, ao seu redor, cerca de dois côvados sobre a terra.
32 - Levantou-se o povo todo aquele dia, e a noite, e o outro dia e recolheu as codornizes; o que menos colheu teve dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial.
33 - Estava ainda a carne entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, quando se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e o feriu com praga mui grande.
34 - Pelo que o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo das comidas dos egípcios.
35 - De Quibrote-Hataavá partiu o povo para Hazerote e ali ficou.
Veja isso! Chamou aquele lugar Quibrote-Hataavá porque ali foram enterrados, aquelas pessoas que tiveram o desejo das comidas dos egípcios. Irmãos, essa é uma grande lição para cada um de nós. Se permitirmos que habite no nosso coração qualquer desejo pelo mundo com certeza nós seremos condenados com o mundo. Seremos enterrados por estas coisas. A nossa cobiça é como a sepultura onde somos enterrados. Não podemos permitir que o nosso coração nos engane e que sejamos levados a viver uma experiência como esta.
Então veja todo este quadro! Primeiro nós vemos um povo desesperado pelas comidas do Egito. Um povo que não queria Deus, que estava sufocado pela obsessão das coisas do Egito e que tinha um desejo descontrolado pelas coisas do Egito. Irmãos, o Egito, é o mundo! O Egito figura o mundo para nós. Nós não podemos permitir que sejamos vencidos pelas astutas ciladas do Diabo. O nosso coração precisa ser tomado pela Vida de Deus. Nossos desejos precisam ser purificados pelo poder da Palavra, pela presença do Espírito trabalhando em nós. Pelo fruto do Espírito em nós, para que não venhamos viver uma vida que desagrade a Deus como aconteceu aqui em Quibrote-Hataavá. A ira de Deus se acendeu, aquele povo foi julgado e condenado com o mundo, condenado segundo o desejo dos seus corações. Por outro lado nós vemos Moisés abatido por causa desta situação. Nós necessitamos da ajuda do Senhor.
Nós que temos o encargo da Palavra, não podemos permitir que situações como essa venha sufocar-nos, que venha suplantar a nossa dependência de Deus, a nossa confiança e segurança em Deus. Porque a Obra é de Deus! Esse foi o segredo intrínseco do ministério de Cristo Jesus. Sua completa dependência do Pai, sua total confiança e segurança no Pai. A certeza de que era o Pai que estava fazendo a Obra! Nós somos pequenos canais nos quais Deus se move para poder alcançar o Seu Propósito. Quando, através dos nossos próprios esforços, procuramos fazer a Obra de Deus, nos desgastamos, nos frustramos, nos desanimamos e ficamos suscetíveis à queda, ao fracasso e a tantas coisas.
Portanto, amados irmãos, que o Senhor venha nos ajudar através do Seu maravilhoso Espírito. Que Ele possa trabalhar na nossa vida de uma forma poderosa, por meio da Sua Palavra e por meio do Espírito Santo para que nós sejamos cuidadosos quanto ao ministério, para que sejamos cuidadosos em relação ao serviço a Deus.
Nunca julgue que o fardo está pesado demais porque a Obra é de Deus. É Ele e não nós que dá a provisão para o Seu povo. Nós somos apenas instrumentos nas mãos Dele. Toda a glória é para Ele! Aprendamos a confiar que Deus vai suprir toda necessidade. Procuremos desenvolver um relacionamento de dependência, confiança e segurança nas mãos de Deus para que nós não venhamos vacilar.
Outra grande lição que nós aprendemos é que os nossos desejos precisam estar trabalhados pela obra da Cruz, pela Palavra, pela presença do Espírito Santo em nós, para que não venhamos cobiçar as coisas do mundo. Porque essas coisas entristecem a Deus, por essas coisas vem a ira de Deus.
Que esta solene advertência venha nos ajudar a caminhar numa trilha reta cujo alvo é Cristo Jesus. Que Deus nos abençoe e nos guarde por meio da Palavra que está ministrando ao nosso coração.
Por. Ir. Luiz Fontes.
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