terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O RELÓGIO DE DEUS

"Então o Senhor disse a Abraão: Tenha por certo que a sua descendência morará em terra alheia, e será escrava ali, e será oprimida quatrocentos anos. Mas também à nação a qual serviram, eu a julgarei; e depois disto sairão com grande riqueza … E na quarta geração voltarão para cá; porque ainda não chegou ao seu cúmulo a maldade dos amorreus até aqui" (Gn. 15:13-14, 16).
---Quando Deus faz o pacto que favorecerá a Abraão, seu amigo, e a sua descendência, fala-lhe do futuro dela. Anuncia-lhe que ela será escrava, e que em seguida sairá do lugar de escravidão com grande riqueza, e que em seguida lhe dará a terra de Canaã em possessão.---A partir dessas palavras se deduz claramente que a história futura de Israel estaria associada a duas nações, e mais especificamente, aos juízos de Deus para aquelas nações. No Egito teriam que ser escravos, mas Deus julgaria ao Egito. Mais tarde, teriam que possuir Canaã, mas Deus julgaria a Canaã.---Sendo Deus justo, Ele não envia seus juízos sem que não haja uma causa suficientemente poderosa. Deus não poderia julgar ao Egito e aos amorreus se a maldade deles não tivesse chegado ao seu cúmulo. Deus abençoaria a Israel no Egito e em Canaã, mas sua bênção estaria associada aos juízos de Deus para aqueles povos.---Isto nos ilustra um princípio muito importante no agir de Deus. Os movimentos de Deus com o seu povo não sucedem independentemente dos seus movimentos com o resto dos homens e as nações. Deus vai encaixando tudo perfeitamente, ordena o cenário do mundo sabiamente, de modo que Deus possa dar a cada um conforme corresponda. Uns receberão bênções e outros, juízos, segundo o determinado conselho de Deus. ---Deus não podia tirar Israel do Egito a menos que a maldade do Egito tivesse chegado ao ponto máximo da paciência de Deus, e os juízos se fizessem necessários. Da mesma maneira, Deus não podia fazer cair os cananeus sob o castigo justiceiro dos israelitas, a menos que a maldade deles tivesse chegado ao seu cúmulo.---Quando Deus ordena os grandes marcos da história do seu povo, tem em conta a outros homens - e a simultânea ocorrência de feitos de justiça e de graça que tem prescrito para eles. ---Isto tem uma aplicação em nossa própria história presente. Dois exemplos. Às vezes oramos pedindo algo específico, mas sentimos que Deus demora muito para nos responder. Às vezes parece-nos que a vinda do Senhor Jesus Cristo também demora muito, face às insistentes orações do seu povo. Quando e como Deus responde as orações do seu povo?---Quando Deus decide intervir na vida dos seus filhos, ele ordena primeiro o cenário em que eles se desenvolvem, liga os fatos específicos com outros mais amplos, faz coincidir feitos de graça com outros de justiça, tudo em uma ordem tão perfeita que nada sucede por acaso, mas sim da maneira que Deus determina, e no tempo preciso. Seus são o que, o como e o quando fará. ---Nosso olhar está acostumado a ser muito estreito, e com ele às vezes julgamos equivocadamente o agir de Deus. Mas o relógio de Deus não se move tão simplesmente como o nosso.