segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O QUE É A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO?

Apoc.20.4-6 - G. H. Lang Quem Participará da Primeira Ressurreição? As Escrituras que convocam o crente para a Coroa de modo tão insistente como convoca o não crente para a cruz, apresenta novamente uma dupla verdade com clareza cristalina. Paulo abre uma pequena obra prima da revelação em Filipenses 3.3-15, demonstrando uma extrema desesperança. Qual é ela? O homem que chegou mais próximo no contato com Deus através da sua própria bondade, comprovou ser o principal dos pecadores. Pondere nas qualidades incomparáveis de Paulo: alma alguma antes ou depois jamais elevou à face de Deus u´a mão cheia com pérolas tão excelentes! Vejamos: Circuncidado - marcado como pertencendo a Deus desde a infância; Da linhagem de Israel - com direito de sangue à salvação; Da tribo de Benjamim - uma tribo que nunca se separou; Hebreu de Hebreus - judeu de sangue puro, remontando às gerações mais antigas; Fariseu - intensamente ortodoxo; Perseguidor da igreja - incendiado pelo zelo a Deus; Quanto à Lei irrrepreensível - obediente até ao iota ou til. Homem algum chegou tão próximo de alcançar a vida por meio daquilo que era e fez. "Se algum homem" - de qualquer era, raça ou religião - "julga poder confiar na carne, ainda mais eu" - Paulo se coloca acima de todos os legalistas para sempre. Mas uma descoberta repentina e terrível arrasou com suas esperanças. "E outrora eu vivia (aos meus próprios olhos) sem a lei; mas quando o mandamento (não cobiçarás) veio (à minha consciência), reviveu o pecado (voltou a viver) e eu morri (me vi como um homem morto). E o mandamento que era para vida (no propósito de Deus), esse achei que me era para morte (em realidade) - (Rm.7.9,10). "Se algum homem julga poder confiar na carne, ainda mais eu"; mas o que sua visão interior revelou? Um cadáver diante de Deus. Com a falha de Paulo o mundo inteiro se desfaz em irremediável desespero. Em seguida surge uma justiça superior.Qual? Não a de Paulo, pois ele havia descoberto, com Isaías, que "todos nós somos como o imundoe todas as nossas justiças como trapos de imundícia" (Is.64.6). Agora ele descobre que aquilo que ele não pôde fazer, Cristo fez; que aquilo que ele não pode ser, Cristo foi; e que Cristo o fez e tem feito a fim de tomar o seu lugar (2co.5.21). Instantaneamenteele larga sua própria justiça e agarra a de Cristo; ele troca as suas próprias pérolas por uma que não tem preço, uma gema perfeita. "E as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nEle, não tendo a minha justiça...mas a que é pela fé em Cristo". Paulo depois disso nunca duvida da sua salvação (Rm.8.39), pois Cristo guardou a Lei não com a cabeça, mãos e pés apenas, mas com o coração também (Sl.40.8), e esta justiça é de Paulo agora (Rm.5.19). A extrema desesperança é substituída por uma suprema salvação. Ainda restauma extrema incerteza. Aqui estão palavras supreendentes: "Irmãos, quanto a mim,não julgo que o haja alcançado ... mas vou prosseguindo" (Fl.3.13). Não alcançou o que? "Para ver se de algum modo posso alcançar a ressurreição dentre os mortos" (3.11)." Está claro que Paulo tinha alguma ressurreição especial em vista, a saber, a primeira; e para participar dela ele estava esforçando cada nervo" (J. MacNeill). Prosseguindo para o que? "Para o alvo, para o prêmio da soberana vocação" - "se" : condicional - "de algum modo" : é arriscado - "posso alcançar" : incerto - "a ressurreição para fora": seletiva (conforme o original grego-tradutor) - "que é dentre os mortos" : exclusiva. Seria dificil abarrotar um texto com mais incerteza do que Paulo faz aqui. Assim se expressou o Bispo Ellicott: "Como o contexto sugere, a primeira ressurreição. Qualquer referência aqui a uma simples ressurreição ética está totalmente fora de questão". O versículo que conclui este capítulo deixa claro que Paulo está falando de ressurreição física: "Aguardamos o Salvador que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme o Seu corpo de glória". Todas as passagens que se referem à ressurreição "de entre os mortos" (Mc.10.10; Lc.20.35; Rm.1.4; Apoc.20.4) indicam ressurreição física. Da ressurreição final quando todos sem exceção serão ressuscitados, Paulo não poderia ter dúvida. Que sentido então pode ter esta passagem, se ela o apresenta se esforçando e sofrendo simplesmente para alcançar uma ressurreição e sustentando isso para exame como sendo inatingível, a menos que alcançasse um elevado nível de perfeição cristã? Imaginemos por outro lado, uma primeira ressurreição a ser designada como recompensa especial de altos méritos na virtude cristã e tudo parece ser simples e fácil. Com respeito à Primeira Ressurreição, disse Dean Alford: "Aqueles que viveram próximos dos Apóstolos e a igreja toda durante os três primeiros séculos aceitavam a primeira ressurreição no evidente sentido literal. É uma visão estranha ver nestes dias expositores que estão entre os primeiros em respeito ao que é antigo, pondo de lado complacentemente o exemplo mais convincente que a antiguidade primitiva apresenta". De tais casos como o de Lázaro que morreu novamente, é certo que o ato da ressurreição é distinto do seu estado; por isso nosso Senhor associa a Primeira Ressurreição com a Era Vindoura: "Os que são julgados dignos de alcançar a Era Vindoura e a ressurreição dentre os mortos" (Lc.20.35). O ato da ressurreição para se comparecer diante do Tribunal de Cristo é desse modo distinto da participação da Primeira Ressurreição, ou, Era Milenar. Foi visando uma ressurreição não temporária, um estado, não um ato, que os antigos mártires recusaram a vida: "As mulheres receberam pela ressurreição seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição" (Hb.11.35; Mt.10.30.9). Não se trata de Paulo assumir sua própria morte, pois não foi até poucas horas antes da sua partida que Deus lhe revelou seu martírio (2Tm.4.6). Mas é a sua aspiração, seja vivou ou morto, alcançar o estado dos ressuscitados naquele Reino no qual só se entra pela incorrupção (1Co.15.50). Por isso, o batismo ordenado para o Reino (Jo.3.5) ilustra o canteiro do qual as plantas-companheiras de Cristo brotarão (Rm.6.5) em Sua ressurreição, a Primeira: ninguém não batizado em Moisés (1Co.10.1) jamais entrou em Canaã, embora a maior parte dos assim batizados falhou depois do batismo. Tertuliano (como nos lembra o Dr. Seiss - Last Times, pag.242) testifica que em seus dias, a era que seguiu imediatamente à dos apóstolos, era costume dos cristãos orar para que pudessem ter parte na Primeira Ressurreição.

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