domingo, 25 de janeiro de 2009

VOLTANDO PARA A PALAVRA

Voltando para a Palavra
Rubén Chacón

Para voltar para a Palavra terá que voltar para as Escrituras
A primeira coisa que é necessário estabelecer na hora de falar de voltar para a Palavra, é que para voltar para a Palavra terá que voltar para as Escrituras. Efetivamente, a Palavra está contida nas Escrituras. Elas são o registro inspirado da Palavra. As Escrituras são, pois, o objetivo e absoluto referente, divinamente garantidas, da bendita e viva Palavra de Deus.
Hoje em dia, quando a igreja se move em meio a tantas e variadas ênfases, e todos eles apresentados como "a Palavra", necessitamos mais do que nunca, revisar, refletir e nos assegurar até que ponto esta ênfase se conformam ao estabelecido nas Escrituras. Por quê? Porque simplesmente, o que não é bíblico, não pode ser "a Palavra".
Já na época do Novo Testamento, o apóstolo Paulo reprovava os corintios: "Porque, se alguém vos pregar a outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis" (2ª Cor. 11:4).
Aqui, Paulo não fala de ênfases, mas sim de outro Jesus, outro espírito e outro evangelho. Como podemos ver, o assunto pode ser mais grave que falar simplesmente de ênfases. Mas, qual era o Jesus verdadeiro, o espírito correto e o legítimo evangelho? Nesse tempo, não se podia ainda falar de Jesus, o espírito e o evangelho bíblicos, pela simples razão de que as Escrituras estavam recém em formação. Nessa época, o Jesus verdadeiro era o que pregavam os apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, o apóstolo João, falando em nome dos Doze, diz: "O que vimos e ouvimos (referindo-se a Cristo) isso vos anunciamos, para que tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão verdadeiramente é com o Pai, e com o seu Filho Jesus Cristo" (1ª Jo. 1:3).
E mais adiante, no 4:6, adiciona: "Nós somos de Deus; quem conhece a Deus, nos ouve; quem não é de Deus, não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito de engano". No que consistia o espírito de engano? Em não ouvir os apóstolos que tinham visto e ouvido a Jesus Cristo.
Irmãos, a igreja crê no Senhor Jesus Cristo revelado pelos apóstolos do Cordeiro. Cremos no Cristo de Mateus, de Marcos, de Lucas, de João, de Paulo. É nesse evangelho que cremos. Pois bem, esse mesmo Cristo, esse espírito e esse evangelho, estão hoje para nós registrado nas santas Escrituras. O Cristo dos apóstolos é o Cristo da Bíblia. Portanto, precisamos voltar para as Escrituras; precisamos estudá-la com seriedade e conhecê-la profundamente. Não é suficiente conhecer e pregar versículos por aqui e por ali. Pelo menos devemos olhar para o princípio hermenêutico que diz: "Um texto fora de contexto é um pretexto".
Voltar para a Palavra é voltar para Cristo
Em segundo lugar, cabe-nos perguntar: O que é voltar para a Palavra? Voltar para a Palavra é voltar para Cristo. A Palavra de Deus não é uma idéia ou um conceito como é a palavra humana; não, a Palavra de Deus é uma pessoa, nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a Palavra viva e eterna de Deus. "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam referente ao Verbo da vida (porque a vida foi manifestada, e a vimos, e testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, a qual estava com o Pai, e nos foi manifestada)" (1ª Jo. 1:1-2). Para voltar para a Palavra então, devemos voltar para as Escrituras; mas essa Palavra é o próprio Cristo. Nas Escrituras encontraremos a Cristo, ao Cristo dos apóstolos; definitivamente, o Cristo de Deus (Luc. 9:20).
O próprio Jesus advertiu os judeus: "Vocês estudam com diligência as Escrituras porque pensam que por elas têm a vida eterna" (NVI). Mas "elas são as que dão testemunho de mim" (Jo. 5:39). Jesus declara que as Escrituras dão testemunho dele. A vida eterna não está, pois, nas próprias Escrituras, mas naquele de quem elas dão testemunho. Por isso, continuando, acrescenta: "…e não quereis vir a mim para que tenhais vida" (Jo. 5:40).
Se por acaso ainda não está claro o ponto do que estamos dizendo, observe o versículo 46: "Porque se crêsseis em Moisés, creríeis em mim , porque de mim ele escreveu". O que Jesus está afirmando? Que no Pentateuco, na Torá, Moisés escreveu dele. Você já pensou que o livro de Gênesis falava de Cristo?
Possivelmente você diz: "Eu tenho lido Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, e nunca vi Cristo nas páginas do Pentateuco. Ali, li sobre a criação, sobre Adão, Abraão, José, mas nunca de Cristo". Mas aqui está o ponto. Alguma vez você se deu conta que a "palavra" pela qual foram criados os céus e a terra, era o próprio Cristo? (Jo.1:3). Alguma vez pensou que a semente de Abraão, a qual foram feitas as promessas, era Cristo? (Gálatas 3:16). Alguma vez viu que a cena tão dilaceradora de Abraão oferecendo em sacrifício o seu filho Isaque, era uma parábola do que, milhares de anos depois, o nosso próprio Deus faria, quando entregou o seu unigênito Filho por nós? (Heb. 11:17-19). Alguma vez percebeu que o que foi escrito sobre José, foi dito como tipo de Cristo? Alguma vez você notou que Cristo é a nossa Páscoa de Êxodo 12? E o que dizer do livro de Levítico? Que não há nenhum outro livro em toda a Bíblia que revele tão perfeita, completa e profundamente o sacrifício de Cristo na cruz, como o livro de Levítico.
Claro que o Pentateuco é história. Mas esse é só o seu sentido primário. O seu sentido pleno é o seu significado espiritual. E esse significado é Cristo Jesus. O sentido gramático-histórico das Escrituras não esgota, em nenhum caso, o significado delas. Como dissera o próprio Senhor Jesus Cristo: "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João" (Mat. 11:13).
Com a expressão "os profetas e a lei", o Senhor Jesus Cristo está designando todo o AT. E o que é que diz? Que todo o Antigo Testamento foi profecia. Não só algumas partes, não só os profetas, mas também toda a lei. Portanto, o Antigo Testamento não foi somente história, mas principalmente profecia.
Profecia do que? Não do que? Mas sim de quem? Do nosso bendito Senhor Jesus Cristo. Por isso, com a mesma força que afirmamos que Jesus Cristo, a sua pessoa, a sua obra e os seus ensinos, é o tema das Escrituras, afirmamos também que, em definitivo, o único intérprete das Escrituras é o Espírito Santo. Só ele pode tirar o véu na hora de lermos as Escrituras, a fim de nos encontrarmos pessoalmente com o Autor delas. Que distinto é e será considerar assim as Escrituras! A partir desta perspectiva, o Antigo Testamento é um livro atual e vigente da mesma forma que o resto das Escrituras. Amém.
Fonte: www.aguasvivas.ws

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