terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O MANÁ

"Cristo, o pão vivo que desceu do céu." Contudo, como Israel estava debaixo da graça, as suas necessi­dades são supridas de uma maneira maravilhosa, como lemos no versículo 4, deste capítulo: "Então, disse o Senhor, a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus". Quando se achavam envolvidos pela nuvem fria da incredulidade, eles haviam dito: "Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor, na terra do Egito, quando estáva­mos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar!" Porém, agora DEUS diz que lhes dará "pão dos céus". Abençoado contraste! Que diferença espantosa entre as panelas de carne, os alhos porros e as cebolas do Egito e este maná celestial - "o pão dos poderosos"! (Sl 78:25). Aquelas coisas pertenciam a terra, este pão era do céu.Mas este alimento celestial era necessariamente, uma experi­ência da condição de Israel, como está escrito, "...para que eu seja se anda em minha lei ou não". Era preciso ter-se um coração separado das influências do Egito para se dar por satisfeito, ou apreciar "o pão dos céus". Com efeito, sabemos que o povo não se contentou com este pão, antes o desprezou, declarou-o "pão vil" e desejou carne.Desta forma os israelitas mostraram quão pouco separados esta­vam os seus corações do Egito e como não estavam dispostos a andar na lei de DEUS: "..em Seu coração se tornaram ao Egito" (At 7:39).Porém, longe de serem reconduzidos para ali, foram transpor­tados, por fim, para além de Babilónia (At 7:43). Eis uma lição solene e salutar para os cristãos. Se aqueles que foram libertados deste presente século mau, não andam com DEUS com corações agradecidos, satisfeitos com a provisão que Ele fez para os remidos no deserto, estão em perigo de cair nos laços da influência de Babilónia. É uma reflexão muito séria, que requer gosto celestial para se poder alimentar do Pão do céu. A natureza não pode saborear um tal alimento; suspira sempre pelo Egito, e, portanto, deve ser sempre dominada. É nosso privilégio, como aqueles que foram batizados na morte de CRISTO e ressuscitados "pela fé no poder de DEUS" (Cl 2:12), alimentarmo-nos de CRISTO como "o pão da vida que desceu do céu" (Jo 6:51).CRISTO: O Pão Vivo que Desceu do CéuEste é o nosso alimento nesta peregrinação—CRISTO apresenta­do pelo ministério do Espírito Santo através das Escrituras; enquan­to que, para nosso refrigério espiritual, o Espírito Santo veio, como o fruto precioso da Rocha ferida — CRISTO, que foi ferido por nós. Tal é a nossa parte neste mundo.Ora, é evidente que, a fim de podermos desfrutar uma parte como esta, os nossos corações devem estar separados de tudo neste presente século mau, de tudo aquilo que poderia despertar a nossa cobiça como aqueles que vivem na carne. Um coração mundano e carnal não encontra CRISTO nas Escrituras nem poderá apreciá-Lo, se o encontrar. O maná era tão puro e mimoso que não podia suportar contato com a terra. Por isso, descia sobre o orvalho (veja-se Nm 11:9) e tinha de ser recolhido antes de o sol se elevar. Cada um, portanto, devia levantar-se cedo e recolher a sua parte. O mesmo acontece com o povo de DEUS agora: o maná celestial tem de ser colhido todas as manhãs. O maná de ontem não serve para hoje nem o de hoje para amanhã. Devemo-nos alimentar de CRISTO cada dia que passa, com novas energias do Espírito, de contrário deixaremos de crescer. Ademais, devemos fazer de CRISTO o nosso primeiro objetivo. Devemos buscá-lo "cedo", antes de "outras coisas" terem tempo de se poderar dos nossos pobres corações. E nisto que muitos de nós, enfim, falhamos! Damos um segundo lugar a CRISTO, e como consequência ficamos fracos e estéreis. O inimigo, sempre vigilan­te, aproveita-se da nossa indolência espiritual para nos roubar a bem-aventurança e as forças que recebemos nutrindo-nos de CRISTO. A nova vida no crente só pode ser alimentada e mantida por CRISTO. "Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim" (Jo 6:57).A graça do SENHOR JESUS CRISTO, como Aquele que desceu do céu, para ser o alimento do Seu povo, é inefavelmente preciosa para a alma renovada; porém, a fim de poder apreciá-Lo desta forma, devemos compreender que estamos no deserto, separados para DEUS, no poder de uma redenção efetuada. Se ando com DEUS através do deserto, estarei satisfeito com o alimento que Ele me dá, e este é CRISTO, como Aquele que desceu do céu. "O trigo da terra" de Canaã, "do ano antecedente" (Js 5:11) tem o seu antítipo em CRISTO elevado às alturas e assentado na glória. Como tal, Ele é o próprio alimento daqueles que, pela fé, sabem que estão ressuscita­dos e assentados juntamente com Ele nos lugares celestiais. Porém, o maná, isto é, CRISTO como Aquele que desce do céu, é o sustento para o povo de DEUS, na sua vida e experiências do deserto. Como um povo estrangeiro no mundo, necessitamos de um CRISTO que tam­bém aqui viveu como estrangeiro; como povo assentado nos luga­res celestiais, temos um CRISTO que também ali está assentado. Isto poderá explicar a diferença que existe entre o maná e o trigo da terra do ano antecedente. Não se trata da redenção, pois que esta já a temos no sangue da cruz, e ali somente; mas simplesmente da provisão que DEUS fez para o Seu povo em face das variadas condições em que este se encontra, quer seja lutando no deserto ou tomando posse em espírito da herança celestial.Fonte: Comentário do livro de Êxodo – C. H. Mackintosh

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