terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CIDADES DE REFÚGIO

Quando Deus entregou a terra de Canaã a Israel, dispôs que tivessem seis cidades, localizadas estrategicamente ao longo e largo do território, destinadas para refúgio do homicida involuntário (Núm. 35).
Tinha três ao oriente do Jordão, e três ao ocidente. Elas deviam estar localizadas em lugares visíveis, para que ninguém tivesse dificuldades em vê-las, e acessíveis, para que ninguém tivesse dificuldades em chegar até elas. Para isto, os caminhos de acesso deviam estar sempre desimpedidos; suas portas sempre abertas. Essas cidades eram todas cidades outorgadas aos levitas, encarregados do serviço no templo, homens que conheciam a Deus, seus prodígios e misericórdias.
Quando o homicida involuntário caía na desgraça de um ato fatal não premeditado, fugia de imediato para a cidade de refúgio mais próxima para escapar assim da fúria do parente vingador. O pobre fugitivo escapava para salvar sua vida. Se a mão vingadora caía sobre ele no caminho, sua sorte era escura como a noite. Somente quando transpunha as portas da cidade de salvação, sua vida estava a salvo.
Quão preciosa era a provisão de Deus para o homem atribulado, convertido de repente num ser socialmente indesejado! Ali, a fúria era detida inesperadamente, o perdão era atingido, a graça era derramada como água em boca do sedento, no momento em que mais a precisava.
Em Josué capítulo 20 se reforça esta instrução -Israel já chegou a Canaã- e se mencionam, além disso, as cidades em questão. Três delas estão localizadas nos morros; três nos vales. Os morros e vales representam na Escritura os homens altos e os homens baixos respectivamente; aos proeminentes e aos simples. Todos eles encontram refúgio; para todos eles há uma cidade que lhes acolhe. Porque, qualquer que seja sua condição, o sofrimento é o mesmo quando a desgraça golpeia a porta.
De que essas cidades nos falam a nós, que estamos a milhares de anos mais longe? Quedes nos fala de refúgio para os pecadores; Siquém, que significa "ombro", fala-nos do alívio ao fatigado; um ombro forte como o daquele pastor da parábola que carregou a ovelha perdida; Bezer, que significa "castelo, fortaleza" nos oferece segurança; Ramote, que significa "altura", é socorro quando andamos em vales de sombra de morte. Golã, é o refúgio para os afligidos; e finalmente Hebrom (Quiriate-Arba), que significa "comunhão, aliança", é o refúgio para os desamparados, como o foi para um desamparado exemplar, Davi, quando depois de incontáveis padecimentos, foi ungido rei por Samuel.
Tudo aqui nos fala de Cristo; a terra de Canaã com sua abundância de leite e mel, são as riquezas insondáveis de nossa herança em Cristo. E cada cidade de refúgio, em todas, é Cristo recebendo-nos em graça para perdoar-nos, sustentar-nos, refugiar-nos, levantar-nos, consolar-nos e ungir-nos. Maravilhoso é Cristo, inefável em sua pessoa e em seu amor, qualificado de muitas maneiras para nossa segurança e consolo!

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