terça-feira, 15 de julho de 2014

VIGIAR E ORAR




Mt 26:41;

Há muita gente que aprende a orar, mas há poucos que aprendem a vigiar. Nosso Senhor Jesus disse: “Estai de sobreaviso, vigiai e orai... Vigiai, pois... O que, porem, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13.33, 35, 37). E no­vamente: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21.36). O apóstolo Paulo também nos encoraja a vigiar: “... com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos...” (Ef 6.18 - ênfases acrescentadas).
Deveria ser suficiente, para levar-nos a considerar seriamente esse assunto, o fato de o Senhor Jesus nos haver alertado para “estar de sobreaviso, vigiar e orar”. Como também as palavras registradas por Lucas: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando...”. Paulo intensifica o sen­tido dessas palavras ao acrescentar: “... orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando...”. São apenas uns poucos exemplos em que recebemos a ordem de não apenas orar, mas também vigiar. Devemos prestar muita atenção a essa ênfase. Na verdade, há pelo menos vin­te referências bíblicas a respeito de vigiar no Novo Tes­tamento; nem todas, é claro, estão relacionadas com a oração.


O Senhor disse aos Seus discípulos que vigiassem e orassem para não entrarem em tentação, e então acres­centou: “... o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. O que teria acontecido se os discípulos não tivessem apenas ouvido as palavras, mas entendido o que Ele queria dizer com elas, e em obediência tivessem agido de acordo? O momento do teste deles na tentação de transigir e mesmo negá-lO — estava ali, às portas. O Senhor Jesus havia ensinado aos discípulos a oração-mo- delo: “... e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”. É mais fácil entender a palavra grega traduzida tantas vezes como tentação quando usamos a palavra “tes­tar”. O teste mais severo da vida deles estava ali perto, mas eles não estavam cientes disso. Todos falharam nesse teste, até mesmo João.
Com a Sua tremenda percepção a respeito deles, o Senhor Jesus tentou alertá-los. Ele conhecia a estrutura deles e sabia que eram pó. Ele sabia que o espírito deles estava pronto, mas a carne era fraca. Ele sabia tudo a res­peito deles; tanto a vida como a personalidade de cada um eram um livro aberto para Ele. Se tivessem de fato ouvido, teriam entendido o sentido das palavras dEle. No Getsêmani, o Senhor Jesus também Se deparou com o teste mais severo de toda a Sua vida terrena, e, na Sua humanidade, quando mais precisou do apoio, da comu­nhão e do conforto deles, caíram no sono. Nem mesmo uma hora puderam vigiar com Ele.
Como tudo isso fala conosco! Ninguém de nós passaria por tempos de derrota e falhas se tivéssemos aprendido a vigiar e orar. Em vez disso, tantas vezes nos encontramos no meio de crises e conflitos profundos, an­tes mesmo de estarmos conscientes deles; e nessa hora entramos em pânico, assim como ficaram os discípulos. Foi nessa crise que eles foram tentados a transigir, a de­sistir, a perder a fé e até mesmo a negar a Cristo.
O apóstolo Paulo descreve esse tipo de ocasião como o dia mau. Em um dia desses parece que Satanás está no comando; tudo é escuro e demoníaco, e o Senhor aparentemente não está em lugar nenhum que se pos­sa achar. Acontece conosco como com os discípulos que estavam no barco, e Jesus, naquela ocasião, recusara-Se a entrar no barco com eles. Veio uma grande tormen­ta, e eles temiam pela própria vida, mas Jesus parecia não estar em lugar nenhum! Quando Ele apareceu, foi no meio dos vagalhões da tormenta, andando por sobre a água. Para os discípulos, Ele parecia um fantasma, e não o Senhor! Esse é o poder das trevas num “dia mau” - Jesus parece um fantasma, uma aparição e não uma realidade! O fato é que o Senhor Jesus queria ensinar-lhes como andar num mar revoltoso — como andar com Ele no meio das tempestades da vida.

O QUE É VIGIAR?

Se vigiar é tão importante do ponto de vista estra­tégico da oração, precisamos fazer uma pergunta: o que é vigiar? A palavra grega traduzida como vigiar signifi­ca simplesmente “permanecer acordado e alerta”. Con­seguimos compreender melhor o sentido dessa palavra se compreendermos o seu oposto — ser espiritualmente descuidado, sonolento ou relaxado e meio adormecido. A palavra hebraica shomer também significa “tomar conta, guardar, proteger” e acrescenta um sentido extra à pala­vra vigiar.

Sede vigilan­tes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos” (1 Co 16.13).

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