Vigiar e Orar
VIGIAR E ORAR PELA SAÚDE E EDIFICAÇÃO DA IGREJA
O
Senhor Jesus declarou clara e dogmaticamente: “... sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). E extraordinária a
história da Igreja que o Messias esta edificando. Toda vez que as
portas do inferno aparentemente haviam prevalecido contra a edificação da Sua
Igreja, Ele executou uma nova iniciativa por meio do Espírito Santo. Essa é a
história da Igreja verdadeira e peregrina. O fato de Ele ter falado das chaves
do reino tem grande significado. As chaves representam autoridade. Com as
chaves você abre e fecha. O Senhor Jesus antecipou essa declaração com as
seguintes palavras: “... tu es Pedro [que
significa, em grego, Petros, ou
seja “uma pedrinha ou um seixo”]. Mas ”... sobre esta pedra (Petra, ou seja, “o maciço rochoso ou o fundamento”) edificarei a minha igreja”. Pedro foi sempre
um homem de ação. Ele queria fazer as coisas; infelizmente, era a sua carne que
operava tão poderosamente. Ele estava sempre abrindo a boca e metendo os pés
pelas mãos! Temos vários exemplos disso nos evangelhos. É impressionante que
sobre a Rocha que é o Messias Jesus Ele edifica a Sua Igreja e usa “Pedro” e faz deles pedras vivas na Casa
de Deus!
Contudo,
a graça de Deus vai muito mais além do que isso. O Senhor Jesus diz: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 16.19). Como o primeiro apóstolo,
Pedro representa os membros do corpo de Cristo. Como é maravilhoso que Deus
pôde separar um homem, um homem tremendamente ativo, mas carnal, e fazer dele
não apenas parte da Sua construção, mas dar-lhe as chaves do reino dos céus.
Temos de reparar que não são pessoas que são ligadas (amarradas) ou desligadas
(desamarradas). A expressão “o que”
(= aquilo que) é neutra, por isso não se refere a pessoas. São as
circunstâncias que são ligadas ou desligadas, não as pessoas! Os dois verbos
traduzidos como “ligar” e “desligar” estão no futuro do subjuntivo. Ajuda-nos
a entender o que o Senhor estava dizendo se traduzirmos a Sua declaração da
seguinte forma’: “Qualquer coisa
que vocês amarrarem na Terra terá sido amarrada no céu, e qualquer coisa que
vocês desamarrarem na Terra, terá sido desamarrada no céu”. Como crentes
nascidos de novo, somos chamados não apenas para orar para que se faça a
vontade de Deus, mas também para observar a execução dela.
Em
outras palavras, a Igreja não pode amarrar aquilo que o trono de Deus não
amarrou nem desamarrar aquilo que Ele não desamarrou. No entanto, a Igreja tem
uma divina responsabilidade, uma autoridade delegada por Deus, o Pai, para
vigiar e orar, e não apenas vigiar, mas de tempos em tempos agir em nome do Senhor.
Talvez fosse muito diferente a história da Igreja se nós crentes tivéssemos
entendido isso. Quando as coisas começaram a piorar, e a apostasia começou a se
manifestar, se apenas tivesse havido aqueles que, em oração corporativa,
tivessem usado as chaves do reino dos céus para desamarrar a vida e o poder da
ressurreição, e amarrar os poderes das trevas, então a história da Igreja
poderia ter sido diferente e com certeza mais gloriosa.
O
apóstolo Paulo era uma ilustração viva disso em seu discurso de despedida à
Igreja em Éfeso. Ele disse: Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a
qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha parada, entre vos penetrarão lobos vorazes, que não
pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando
coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três noite e dia,
não cessei de admoestar, com lagrimas, a cada um” (At 20.28-31-ênfase
acrescentada).
Por
que precisamos vigiar em oração pela edificação, o progresso e a saúde da
Igreja? Pela simples razão de que as portas do inferno nunca param de tentar
destruir a obra de edificação do Senhor Jesus. Desde o início, quando o
Espírito Santo deu origem à Igreja, Satanás procura destruir toda nova
iniciativa do Senhor Jesus, m poucas gerações depois desse mover inicial do
Espírito Santo, ela começou a deteriorar, a estagnar, a cristalizar a tornar-se um sistema
humano. Aquilo que aconteceu na igreja em Éfeso é um quadro daquilo que sempre
aconteceu na sua história. A comida espiritual boa e saudável que a Igreja
recebeu no início de cada grande mover do Espírito de Deus gradualmente se
transformou num caldo aguado e turvo, de muito pouco valor real (veja Hb 5:12-14).
Dessa forma, a Igreja tornou-se espiritualmente anêmica e adoentada. Em
algumas gerações, ela já havia se afastado quase inteiramente do seu
fundamento e curso originais. Assim como aconteceu em Éfeso, lobos vorazes de fora se infiltraram e destruíram o avanço
e a edificação da Igreja, e homens dentre eles começaram a ensinar coisas
deturpadas que produziram confusão, divisão e paralisia.
Tudo isso nos lembra da grande necessidade não
apenas de orar, mas também de vigiar. Se esses membros do corpo de Cristo em
Éfeso apenas tivessem vigiado, eles teriam descoberto que aquilo que lhes era
oferecido na° era mais todo o conselho de Deus, mas um evangelho
aguado, diluído. Eles teriam reconhecido os lobos vorazes em pele de ovelha,
que se infiltraram com a filosofia, a sabedoria e a metodologia do mundo, e
estariam atentos aos homens que passaram a ensinar “coisas deturpadas” e trouxeram confusão e heresias.
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