domingo, 29 de julho de 2012

O Espírito da Verdade


Capítulo VIII

Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.
João15:26

Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.
João 16:13

Deus criou o homem à Sua imagem para que, assim, este fosse capaz de ter comunhão com Ele. No jardim do Éden, dois caminhos foram postos diante do homem para alcançar esta semelhança com Deus. Eles eram tipificados por duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. O caminho de Deus era o primeiro: através da vida viria o conhecimento e semelhança de Deus; pela habitação na vontade de Deus e participação da vida de Deus, o homem seria aperfeiçoado. Ao recomendar o outro, Satanás assegurou ao homem que o conhecimento era o que deveria ser almejado para nos fazer como Deus. Quando o homem escolheu a luz do conhecimento em detrimento da vida de obediência, ele adentrou o terrível caminho que leva à morte. O desejo de saber se tornou sua maior tentação; toda a sua natureza se corrompeu, e o conhecimento era para ele mais que a obediência e mais que a vida.

Sob o poder desse engano, que promete a felicidade no conhecimento, a raça humana ainda é desviada. Em nenhum outro lugar se mostra mais terrivelmente esse poder do que em conexão com a verdadeira religião e a revelação de Deus. Mesmo quando a Palavra de Deus é aceita, a sabedoria do mundo e da carne ainda penetram; até mesmo a verdade espiritual é roubada de seu poder quando tomada, não pela vida do Espírito, mas pela sabedoria do homem.

Onde a verdade penetra as partes mais interiores, como Deus deseja que seja, ela se torna a vida do espírito. Mas é possível que ela só alcance as partes exteriores da alma, o intelecto e a razão. Apesar de poder satisfazer a imaginação, não será nada além de uma das muitos caminhos ou expedientes do argumento e sabedoria humanos que nunca alcançam a verdadeira vida do espírito. Há uma verdade do entendimento e sentimentos que é somente natural, a imagem ou forma humana, a sombra da verdade divina. Há uma verdade que é substância e realidade, comunicada àquele que retém a verdadeira possessão da vida das coisas de que outros somente pensam e falam. A verdade em sombras, em forma, em pensamento, foi tudo o que a lei pôde dar, e era nisso que a religião dos Judeus consistia. A verdade de substância, a verdade como vida divina, foi o que Jesus trouxe como o Unigênito, cheio de graça e de verdade. Ele mesmo é a verdade.

Ao prometer o Espírito Santo aos Seus discípulos, nosso Senhor fala d’Ele como o Espírito da verdade. Esta verdade, que é Ele mesmo, esta verdade e graça e vida que Ele trouxe dos céus como realidade espiritual substancial para comunicar a nós, tem sua existência no Espírito de Deus: Ele é o Espírito, a vida interior dessa divina verdade. Quando O recebemos, e tão profundamente quanto O recebemos e nos doamos a Ele, Ele faz com que Cristo e a vida de Deus sejam verdade divinamente percebida em nós. Em Seu ensino e direção na verdade, Ele não nos dá apenas palavras, pensamentos, imagens ou impressões vindos a nós de fora, de um livro ou um professor. Ele adentra as raízes mais profundas de nossas vidas e planta lá a verdade de Deus como uma semente e habita nela como vida divina. Quando em fé, expectativa e rendição esta vida é cuidada e nutrida, Ele a aviva e fortalece para que ela viceje e espalhe sua influência através de todo o ser. Portanto, não de fora, mas de dentro, não em palavra, mas em poder, em vida e em verdade, o Espírito revela Cristo e tudo o que Ele tem para nós. Ele faz com que Cristo, que para alguns tem sido somente uma imagem ou um pensamento, um Salvador que está fora e acima de nós, seja verdadeiro dentro de nós. O Espírito traz com Ele a verdade, e tendo nos possuído interiormente, nos guia, conforme possamos alcançar, em toda a verdade.

Em Sua promessa de enviar o Espírito da verdade da parte do Pai, nosso Senhor nos diz qual será a principal obra do Espírito. É dar testemunho d’Ele: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.” (João 16:13). Dois capítulos antes Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (14:6); o Espírito da verdade não tem outra obra senão revelar e comunicar a plenitude de graça e verdade que estão em Cristo. Ele desceu do Senhor glorificado nos céus para testemunhar dentro de nós, e assim também através de nós, da realidade e poder da redenção que Cristo ali realizou. Há crentes que temem que pensar ou falar demais da presença do Espírito no íntimo os levará para longe do Salvador. Olhar para dentro de nós mesmos pode resultar nisso, mas podemos ter certeza de que o reconhecimento do Espírito dentro de nós somente irá levar a uma maior e mais plena segurança de que somente Cristo é tudo em todos. É o Espírito que fará com que nosso conhecimento de Cristo seja vida e verdade.

A disposição ou estado mental no qual recebemos plenamente esta condução em toda a verdade é encontrada nas memoráveis palavras de nosso texto acerca do Espírito; “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. A marca do Espírito da verdade é ensinabilidade divina. No mistério da Santa Trindade não há nada mais belo que isto: junto com a divina igualdade da parte do Filho e do Espírito, há também uma perfeita subordinação. O Filho pode reivindicar que todos os homens O honrem como honram o Pai e ainda assim não considerar como desonra dizer: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai;” (João 5:19). Da mesma maneira, o Espírito da verdade nunca fala de Si mesmo. Podemos pensar que Ele certamente poderia falar de Si mesmo, mas Ele somente fala do que ouve. O Espírito que não fala por Si, que ouve a Deus para falar, e que somente fala quando Deus fala, este é o Espírito da verdade.

Esta é a disposição que Ele gera naqueles que verdadeiramente O recebem: uma gentil ensinabilidade que marca o humilde de espírito que veio a perceber que tão inútil quanto é a sua justiça própria, também é a sua sabedoria e poder para se agarrar à verdade espiritual. Eles reconhecem que precisam de Cristo tanto para um como para outro, e que somente o Espírito dentro deles é o Espírito da verdade. Ele nos mostra como, mesmo com a Palavra de Deus em nossas mãos e em nossas línguas, podemos estar faltosos quanto àquele espírito submissivo para o qual, somente, é revelado o significado espiritual da Palavra. Ele abre nossos olhos para a a razão de tanta leitura bíblica, conhecimento e pregação terem tão pouco fruto de verdadeira santidade: eles estão à parte da sabedoria que vem do alto. Falta a marca do Espírito da verdade. O Espírito recebe tudo o que é dito e ensinado dia a dia, passo a passo, de Deus o Pai.

Estes pensamentos sugerem para nós um grande perigo da vida cristã – buscar conhecer a verdade de Deus em Sua Palavra sem esperar no Espírito da verdade. O tentador do jardim ainda se move entre nós. Conhecimento ainda é a sua maior tentação para o povo de Deus. Quantos crentes confessariam que seu conhecimento da divina verdade pouco faz por eles, deixando-os impotentes contra o pecado e o mundo? Eles não experimentaram a luz e liberdade, a força e gozo que verdade deveria trazer. É porque buscam conhecer a verdade de Deus pelo poder da sabedoria humana ao invés de esperar no Espírito da verdade para guiá-los. Os mais diligentes esforços para habitar em Cristo, andar como Cristo, falham quando dependemos mais da sabedoria deste mundo do que do poder de Deus.

Estes pensamentos sugerem uma grande necessidade na vida Cristã. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24). Muitos buscam seguir a Jesus sem negar a si mesmos. Não há nada que necessite mais de negação do que a nossa própria sabedoria, a energia de uma mente mundana, que se manifesta nas coisas de Deus.

Aprendamos que em toda a nossa comunhão com Deus, em Sua Palavra ou em oração, em cada ato de adoração, nosso primeiro passo deve ser um ato solene de auto-abnegação, no qual desistimos de nosso poder para entender a Palavra de Deus, ou mesmo para dizer nossas palavras a Ele, sem a divina liderança do Espírito Santo. Este é o significado do chamado para estar calado diante de Deus e em quietude esperar n’Ele, aquietar o turbilhão de pensamentos e palavras na presença de Deus, em profunda humildade e placidez esperar, ouvir, e dar ouvidos ao que Deus dirá.

Conhecendo o Espírito


Capítulo VII

O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
Jo 14:17

O valor do conhecimento – verdadeiro conhecimento espiritual – na vida da fé dificilmente pode ser superestimado. Assim como um homem na terra não enriquece por uma herança que venha a ele, ou por um tesouro em seu campo, a menos que ele saiba disso ou saiba como tomar posse e se utilizar disso – assim também os dons da graça de Deus não podem trazer sua plena bênção até que os conheçamos, e conhecendo, verdadeiramente os apreendamos. (Colossenses 2:3).

Em quem [Cristo] todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos

É pelo pleno conhecimento de Cristo Jesus seu Senhor que o crente se dispõe a considerar todas as coisas como perda. É por causa da falta do verdadeiro conhecimento do que Deus em Cristo preparou para nós que a vida dos crentes tão frequentemente é fraca. A intercessão que Paulo fez pelos Efésios – que o Pai lhes desse “o espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento d’Ele”, os olhos de seu entendimento sendo iluminados para que eles conhecessem “qual é a esperança do Seu chamamento, qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos”. (1:17-19) – é uma oração que nunca poderemos repetir o suficiente, seja por nós mesmos, seja pelos outros. Mas é de particular importância que conheçamos o Mestre através do qual virá todo o conhecimento! O Pai deu a cada um de Seus filhos não somente a Cristo, que é a verdade, a realidade de toda a vida e graça, mas também o Espírito Santo, que é o próprio Espírito de Cristo.

Alguns podem perguntar: Como saberemos que é o Espírito que está nos ensinando? Devemos conhecer o Mestre. É somente conhecendo a Ele que poderemos discernir que nosso conhecimento espiritual é genuíno e não um engano. Nosso Senhor aborda esta questão, com todos os solenes aspectos que dela dependem, nos assegurando que precisamos conhecer o Espírito. Quando um mensageiro fala em nome de um rei ou alguém testemunha em favor de um amigo, nenhum deles fala de si mesmo, e ainda assim cada um chama a atenção para si e conclama o reconhecimento de sua presença e confiabilidade. Assim o Espírito Santo, conforme testifica de Cristo, deve ser conhecido e reconhecido em Sua divina comissão e presença. É somente então que podemos ter a certeza que o conhecimento que recebemos é de fato de Deus e não algo que nosso arrazoamento humano alcançou. Conhecer o selo do Rei é a única salvaguarda contra uma imagem contrafeita. Conhecer o Espírito é nosso fundamento de certeza.

        Como podemos conhecer o Espírito dessa maneira? Jesus diz: Jo 14:17:

“.... vós o conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós.”

A habitação do Espírito é a condição para conhecê-Lo. Sua presença será auto-evidente. Conforme permitirmos que Ele habite em nós, dando-Lhe plena liberdade em fé e obediência, e permitindo que Ele testifique de Jesus como Senhor, Ele trará Suas credenciais: Ele irá provar por si mesmo que é o Espírito de Deus. É porque a presença do Espírito como o Mestre que habita no interior de cada crente é tão pouco reconhecida na igreja, e, portanto Suas manifestações sãos poucas, que há tanta dificuldade e hesitação acerca do reconhecimento do testemunho do Espírito. Conforme a verdade e experiência da habitação do Espírito são restauradas no meio do povo de Deus, e o Espírito tem liberdade para novamente operar em poder entre nós, Sua bendita presença será sua própria prova.

Enquanto isso, para todos que desejam honestamente conhecer que têm o Espírito e conhecê-Lo em Sua pessoa como amigo e mestre, nós dizemos:

[estude o ensino da Palavra a respeito do Espírito. Não se contente com o ensino da igreja ou dos homens, mas vá diretamente à Sua Palavra]

Se você anseia conhecer o Espírito, escrutine a Palavra com isto em vista como alguém sedento para beber profundamente a água da vida. Reúna tudo o que a Palavra diz do Espírito, Sua habitação e Sua obra, e guarde no seu coração. Esteja determinado a não aceitar nada além do que ensina a Palavra e a aceitá-La de todo o coração.

Se você é um filho de Deus, você tem o Espírito, mesmo que possa ainda não conhecer de que maneira Ele se manifesta em você. Peça ao Pai para operar através d’Ele em você e iluminar-lhe a Palavra. Se no espírito de humildade e confiança na direção de Deus, você se submeter de coração à Palavra, verá a promessa cumprida: aprenderá de Deus. Falamos do progresso de fora para dentro: seja diligente em desistir de seus próprios pensamentos e dos de outros conforme aceita a Palavra conforme revelada a você pelo Seu Espírito.

Os sinais primários pelos quais o Espírito pode ser por nós conhecido são dois. O primeiro será externo – referindo-se à obra que Ele faz. O segundo será a vida interna – a disposição daqueles em quem Ele habita. Assim como a obediência em amor é a condição para a vinda do Espírito, também é a marca residente de Sua presença. Jesus O deu a nós como mestre e guia. Toda a Escritura diz que Sua obra requer a rendição de toda a vida.
       
Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (...) (Rm8:13-14)

Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora pois, glorificai a Deus no vosso corpo. (...) (I Co 6:19-20)

Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. (...) (Gálatas 5:25)

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. (II Coríntios 3:18)

Palavras como essas definem as operações do Espírito. Como Deus é primeiramente conhecido por Suas obras, assim é com o Espírito. Ele revela a vontade de Deus, Cristo cumprindo esta vontade e nos chamando a seguí-Lo nisto. Conforme o crente se rende a uma vida no Espírito e voluntariamente consente com a liderança do Espírito, a mortificação da carne, a obediência ao governo de Cristo sem limites ou exceções, ele se torna aquilo a que se doa. Conforme espera no Espírito, conhece a obra do Espírito nele. Quando simplesmente fizermos do foco do Espírito Santo o nosso foco e nos entregarmos completamente àquilo que Ele veio fazer em nós é que estaremos preparados para conhecer sua presença e habitação. O próprio Espírito testificará com o nosso espírito, conforme somos levados por Ele a obedecer a Deus como Cristo o fez.

Devemos também conhecê-Lo mais correta e intimamente, enquanto não apenas nos rendemos à vida que Ele vive em nós mas também enquanto estudamos o relacionamento pessoal que o crente tem com Ele e a maneira pela qual Seu ministério em nós pode ser mais plenamente experimentado. O hábito da alma que o Espírito deseja em nós é expresso em uma palavra: . A fé tem sempre a ver com o invisível, com o que para nós parece mais improvável. Quando o divino apareceu em Jesus, estava escondido em uma forma humilde. Pelos trinta anos que viveu em Nazaré, nada  viram n’Ele a não ser o filho de um carpinteiro. Foi somente em Seu batismo que Sua filiação divina veio à tona. Até mesmo para Seus discípulos Sua divina glória estava por vezes oculta. Quanto mais para nós, quando a vida de Deus penetra as profundezas de nosso ser pecador, será uma questão de fé reconhecê-la! Assim possamos conhecer a presença do Espírito por uma humilde fé. Mas não nos contentemos apenas em saber que o Espírito está em nós; cultivemos o hábito em nossa disciplina espiritual de nos curvarmos em silêncio perante Deus, dando ao Espírito o reconhecimento que Lhe é devido e não permitindo que a influência da carne lance sombra em nosso serviço a Deus. Esperemos no Espírito em santa dependência, e em quieta meditação adentremos o templo de nosso coração para ver se tudo está rendido a Ele. Conforme nos curvamos perante o Pai, devemos pedir e esperar d’Ele o ministério do Espírito Santo. Mesmo vendo ou sentindo pouco com nossos sentidos naturais, creiamos de todo o nosso coração. O divino é primeiramente conhecido por fé. Conforme continuamente cremos, passaremos a ver e sentir também.

Não há maneira de saber como é o fruto até que o provemos. Não podemos verdadeiramente conhecer um indivíduo exceto por um relacionamento próximo. Também não podemos conhecer as coisas do Espírito a menos que tenhamos comunhão com Ele e Ele conosco. Viver no Espírito é a única maneira de conhecer o Espírito.

Pelo pleno conhecimento de Cristo Jesus, Paulo considerou todas as coisas como perda. E nós também devemos fazê-lo. Devemos desistir de tudo para conhecer o Cristo glorificado através do Espírito. O Pai enviou o Espírito para que possamos compartilhar plenamente na glória de Cristo. Que todos nós encontremos a vontade e desejo de nos render plenamente à habitação e ensinamento do bendito Espírito a quem o Filho deu.

O Espírito é dado aos Obedientes


Capítulo VI

Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.
João14: 15-16

Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem.
Atos 5:32

A expressão desta verdade sugere a pergunta: Como pode ser? Não precisamos do Espírito para nos fazer obedientes? Ansiamos pelo poder do Espírito porque lamentamos a desobediência que encontramos em nós mesmos, e desejamos ser de outra maneira. Mas o Salvador requer obediência como a condição para o Pai doar e nós recebermos o Espírito.

O dilema é resolvido se nos lembrarmos que há uma dupla manifestação do Espírito de Deus correspondente ao Velho e Novo Testamentos. No primeiro, Ele opera como o Espírito de Deus preparando o caminho para revelação mais elevada de Deus, como o Pai de Jesus Cristo. Desta maneira Ele operou nos discípulos de Cristo como o Espírito de fé e conversão. O que eles estavam para receber agora era algo maior – o Espírito do Jesus glorificado comunicando o poder das alturas, a experiência de Sua plena salvação. Entretanto, para todos os crentes sob a economia do Novo Testamento, o Espírito neles é o Espírito de Cristo, ainda há algo que corresponde à dupla dispensação. Onde há pouco conhecimento da obra do Espírito ou onde seu operar numa igreja ou num indivíduo é fraco, os crentes podem não passar da experiência da Sua obra preparatória neles. Apesar de Ele estar neles, podem não conhecê-Lo em Seu poder como o Espírito do Senhor glorificado. Ele está neles para fazê-los obedientes. É somente quando renderem obediência à Sua obra mais elementar, a observância dos mandamentos de Cristo, que serão promovidos à experiência mais elevada de Sua habitação consciente.

Esta é uma lição que não podemos estudar muito profundamente. Nos anjos do céu, no próprio Filho de Deus, somente por obediência o relacionamento com o ser divino poderia ser mantido e assegurada a permissão para uma experiência mais próxima de Seu amor e vida. A vontade de Deus revelada é a expressão de Sua perfeição oculta. Somente aceitando e fazendo a Sua vontade, para que a desistência de nossa vontade seja possuída e usada como Lhe agrada, somos equipados para entrar em Sua divina presença. Assim foi com o Filho de Deus. Foi após uma vida de humildade e obediência, aos trinta anos de idade, quando Ele se entregou ao batismo de arrependimento, que Ele foi batizado com o Espírito. O Espírito veio por causa de Sua obediência. E foi após Ele aprender obediência em sofrimento e se tornar obediente até a morte de cruz que Ele novamente recebeu o Espírito do Pai para derramar em Seus discípulos: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” (Atos 2:33). A plenitude do Espírito para o Seu corpo, a igreja, foi a recompensa da obediência. Esta lei da vinda do Espírito, como revelado no Cabeça, se aplica para cada membro do corpo. Obediência é a condição indispensável da habitação do Espírito.

Cristo Jesus veio preparar o caminho para a vinda do Espírito. Sua vinda externa na carne foi a preparação para Sua vinda interna no Espírito. A vinda externa apelou à alma com sua mente e sentimentos. Foi somente quando Cristo em Sua vinda externa foi aceito, quando foi amado e obedecido, que a revelação interna e mais íntima foi dada. O vínculo pessoal com Jesus, a aceitação pessoal d’Ele como Senhor e Mestre a ser amado e obedecido, foi a preparação dos discípulos para o batismo do Espírito. Mesmo agora, é no ouvir da voz da consciência e no fiel comprometimento em observar os mandamentos de Jesus que provamos nosso amor a Ele e nossos corações estão preparados para a plenitude do Espírito. Nossas realizações podem estar aquém de nossos objetivos; podemos às vezes ter de admitir que o que deveríamos fazer, não fazemos. Mas se o Mestre vê nossa rendição de todo o coração à Sua vontade e nossa fiel obediência àquilo que já temos da liderança de Seu Espírito, podemos estar certos de que o pleno dom não será retido.

Estas palavras sugerem as duas razões pelas quais a presença e o poder do Espírito na igreja freqüentemente não são percebidos. Não é sempre que se entende que apesar da obediência do amor preceder a plenitude do Espírito, devemos esperar pela plenitude para seguir. Aqueles que querem a plenitude do Espírito antes de obedecer não erram menos que aqueles que pensam que a obediência é um sinal de que a plenitude do Espírito já está presente.

Obediência deve preceder o batismo do Espírito. João pregou a Jesus como o verdadeiro batizador – o que batiza com o Espírito Santo e com fogo. Jesus tomou Seus discípulos como candidatos a esse batismo num curso de treinamento de três anos. Primeiro de tudo, Ele os tomou como amigos próximos de ministério. Ele os ensinou a abandonar tudo por Ele. Ele chamou a Si mesmo de seu Mestre e Senhor e os ensinou a fazer o que Ele dissesse. Então, em seu discurso de despedida falou da obediência aos seus mandamentos como sendo a condição para maiores bênçãos espirituais. Eu suspeito que a igreja não tenha dado a esta palavra obediência a proeminência que Cristo deu a ela. Algumas das razões foram o perigo da justiça própria, exaltação da graça imérita, o poder do pecado, e a relutância natural da carne em aceitar um elevado padrão de santidade. Enquanto a gratuidade da graça e a simplicidade da fé foram pregadas, a absoluta necessidade de obediência e santidade não foi igualmente apresentada. O pensamento geral foi que somente aqueles que têm a plenitude do Espírito podem ser obedientes. Novamente, devemos perceber que obediência é o primeiro passo. O batismo do Espírito, a plena revelação do Senhor glorificado operando em nós e através de nós sucede como parte de Deus. Não se compreende em todos os setores que a simples, completa lealdade a cada ditado da consciência e cada preceito da Palavra é o passaporte para aquela vida plena no Espírito.

Como conseqüência natural da negligência desta verdade, a verdade acompanhante é também esquecida: Os obedientes podem e irão buscar a plenitude do Espírito. A promessa aos obedientes da habitação consciente, ativa do Espírito é um fato desconhecido para muitos Cristãos. A maior parte da vida é gasta em arrependimento pela desobediência, arrependimento pela falta de poder do Espírito, e oração para que o Espírito nos ajude a obedecer, ao invés de despertar a força do Espírito já presente em nós para a obediência como de fato é possível e necessário. O fato de que o Espírito Santo é enviado aos obedientes para lhes dar a presença de Jesus como uma realidade contínua é escassamente considerada. O significado da vida de Jesus como nosso exemplo não é sempre compreendido. Jesus viveu a vida exteriormente rasteira de provações e obediência em preparação para a vida espiritual oculta de poder e glória. É desta vida interior que fomos feitos participantes no dom do Espírito do Jesus glorificado. Mas em nossa participação interior pessoal de tal dom, devemos andar no caminho que Ele preparou para nós. Através de nossa mortificação das obras da carne, nos rendemos a Deus para fazer em nós o que ele deseja e fazer com que cumpramos a Sua vontade. Experimentamos então Deus em Sua plenitude. Aceitar Sua vontade com o mesmo coração que Ele a abraçou é o lar do Espírito Santo. A revelação do Filho em Sua perfeita obediência foi a condição para o derramamento do Espírito; a aceitação do Filho em amor e obediência é o caminho para a habitação do Espírito.

É esta verdade que tem, em anos recentes, sido revelada com poder aos corações de muitos, descrita nos termos plena rendição e completa consagração. Conforme estes entenderam que o Senhor Jesus requer obediência implícita e que a desistência de tudo para Ele e Sua vontade é absolutamente necessária, eles encontraram entrada para uma vida de paz e força anteriormente desconhecida. Muitos estão aprendendo que ainda não alcançaram isto. Eles descobrirão que há aplicações deste princípio além das que conceberam. Conforme entendemos no poder do Espírito de que forma, já o possuindo em salvação, cada parte de nossas vidas pode ser trazida em lealdade a Jesus, e conforme nos entregamos em fé, veremos que o Espírito do Senhor glorificado pode operar Sua maravilhosa obra em nós de uma maneira muito superior ao que poderíamos pedir ou pensar. Deus deseja que a habitação do Espírito Santo seja para a igreja mais do que o que ela já conheceu.

Peçamos a Deus para despertar Sua igreja a se agarrar a esta dupla lição: Uma obediência viva é indispensável para a plena experiência da habitação; a plena experiência da habitação é o que requer a obediência em amor. Digamos ao nosso Senhor que O amamos e desejamos observar Seus mandamentos. Mesmo que soe fraco e vacilante, falemos isto a Ele como o propósito de nossas almas. Ele aceitará o nosso compromisso. Acreditemos no Espírito como já tendo sido dado a nós, quando na obediência da fé nos entregamos a Cristo. E creiamos que a plena habitação, com a revelação de Cristo, pode ser nossa também.

Capítulo V Adoração no Espírito




Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne.
Filipenses 3:3

Adorar é a maior glória do homem. Ele foi criado para comunhão com Deus e, dessa comunhão, a adoração é maior das expressões. Todos os exercícios da vida Cristã – meditação e oração, amor e fé, rendição e obediência – culminam na adoração. Reconhecendo o que Deus é em Sua santidade, Sua glória e Seu amor, percebendo o que eu sou como uma criatura pecaminosa e como o filho redimido do Pai, em adoração eu tomo o meu ser o apresento a Deus. Ofereço a Ele a adoração e glória que Lhe são devidas. A mais verdadeira, mais plena, e mais íntima aproximação de Deus é a adoração. Cada sentimento e cada serviço da vida Cristã estão incluídos nisso: adoração é o mais elevado destino do homem porque nela Deus é tudo.

Jesus nos diz que com a Sua vinda uma nova adoração irá começar. Tudo o que os gentios ou os Samaritanos chamavam de adoração, tudo o que mesmo os Judeus conheciam sobre adoração, de acordo com a revelação providencial da lei de Deus, dariam passagem a algo distinta e inteiramente novo – adoração em espírito e em verdade. Esta é a adoração que Ele inauguraria ao nos dar Seu Espírito Santo. Esta é tão-somente a adoração que é agradável ao Pai. É para essa adoração em particular que recebemos o Espírito Santo. Abracemos desde o início de nosso estudo sobre a obra do Espírito a bendita idéia de que o grande propósito para o qual o Espírito de Deus está dentro de nós é que adoremos em espírito e em verdade. “Porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João 4:23). Para este propósito Ele mandou Seu Filho e Seu Espírito.

Em espírito. Quando Deus criou o homem como alma vivente, aquela alma, como morada e órgão de sua personalidade e consciência, era ligada de um lado, através do corpo, com o mundo externo visível, e de outro lado, através do espírito, com o invisível e o divino. A alma tinha de escolher entre se render ao espírito e por ele ser ligada a Deus e Sua vontade, ou ao corpo e às solicitações do visível. Na queda, a alma recusou o governo do espírito e se tornou escrava do corpo com seus apetites terrenos. O homem se tornou carnal; o espírito perdeu o seu local destinado de governo e se tornou pouco mais que um poder dormente. Não era mais, agora, o princípio governante, mas um cativo se debatendo. E o espírito agora se coloca em oposição à carne (a palavra para a vida da alma e corpo juntos) em sua sujeição ao pecado.

 Ao falar do homem não regenerado em contraste com o espiritual (1 Coríntios 2:14), Paulo o chama de o homem natural. A vida da alma compreende todas as nossas faculdades morais e intelectuais; elas podem até mesmo ser dirigidas para as coisas de Deus, mas à parte da renovação do Espírito divino. Porque a alma está sob o poder da carne, diz-se do homem que este se tornou carnal, como sendo carne. Como o corpo consiste de carne osso, e a carne é a parte que é especialmente dotada de sensibilidade, e através da qual recebemos sensações do mundo externo, a carne denota a natureza humana. Ela se tornou sujeita ao mundo dos sentidos, ou sentimentos. E porque a alma veio, então, a estar sob o poder da carne, a Escritura fala de todos os atributos da alma como pertencentes à carne e subjugados a seu poder. Assim são contrastados os dois princípios dos quais a prática da Cristandade e a adoração podem proceder. Há uma sabedoria carnal e uma sabedoria espiritual (1 Coríntios 2:12). Há um serviço a Deus, confiando na carne e se gloriando na carne, e um serviço a Deus pelo espírito (Filipenses 3:3-4). Há uma mente carnal e uma mente espiritual. Há uma adoração que é agradável à carne, porque é no poder do que a carne pode fazer, e uma adoração a Deus que é no espírito. É esta a adoração que Jesus veio tornar possível e realizar em nós, nos dando um novo espírito em nosso mais íntimo ser e então, dentro dele, o Espírito Santo de Deus.

Adoração em espírito é adoração em verdade. Assim como as palavras em espírito não significam “interna” (como em contraste com “observância externa”), mas espiritual, trabalhada em nós pelo Espírito de Deus (em oposição àquilo que o poder natural do homem pode efetuar), também as palavras em verdade não significam “sincera” e “correta”. Em toda a adoração dos santos do Velho Testamento, eles sabiam que Deus procurava a verdade no íntimo; eles O buscavam com todo o seu coração, e ainda assim não se ativeram àquela adoração em espírito e em verdade que Jesus tornou possível quando rasgou o véu da carne. Verdade aqui significa a substância, a realidade, a verdadeira possessão de tudo o que a adoração a Deus implica, tanto quanto ao que ela demanda quanto ao que ela promete. João fala de Jesus como “o unigênito do Pai (...) cheio de graça e de verdade” (João 1:14). E ele acrescenta, “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (v.17). Se compararmos verdade e falsidade, a lei de Moisés era tão verdadeira quanto o evangelho de Jesus; ambos vieram de Deus. Mas a lei era somente uma sombra das benesses que viriam; o próprio Cristo era a substância dessas boas coisas porque ele mesmo era a verdade, a realidade de Deus se concedendo a nós. Assim, somente a adoração em espírito é adoração em verdade, verdadeiro gozo do poder divino que é a própria vida de Cristo e comunhão com o Pai, revelada e sustentada dentro de nós pelo Espírito Santo.

Verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade. Todos os que adoram não são verdadeiros adoradores. Pode haver uma grande parte de adoração séria e honesta sem que esta seja uma adoração que é em espírito e em verdade. A mente pode estar intensamente ocupada, os sentimentos profundamente movidos, a vontade fortemente excitada, e ainda assim pode, ao mesmo tempo, havermuito pouca adoração espiritual que se firma na verdade de Deus. Pode haver uma grande correlação com a verdade bíblica, e mesmo assim se a atividade predominante daquele que adora provém de seu próprio esforço, não será a adoração inspirada pelo Espírito que Deus requer de nós. Deve haver verdadeira harmonia entre Deus, que é Espírito, e o adorador que se aproxima em espírito. O infinito Espírito Santo, a verdadeira expressão de Deus o Pai, deve ser refletido no espírito do filho. E isto somente pode acontecer conforme o Espírito de Deus habite em nós.

Se vamos nos tornar adoradores em espírito e em verdade, a primeira coisa que precisamos perceber é o perigo de adorar na carne. Como crentes, temos em nós uma dupla natureza – carne e espírito. Uma é a parte natural, sempre pronta a exaltar-se e a encarregar-se de fazer o que for necessário na adoração a Deus. A outra é a parte espiritual, à qual, se fraca, a carne não permitirá o pleno controle no ato da adoração. Nossas mentes podem se deleitar no estudo da Palavra de Deus, podemos até mesmo ser movidos pelos pensamentos que ela provoca, mas podemos ainda ser impotentes para obedecer a lei, render a obediência e adoração que gostaríamos (Romanos 7:22-23).

Precisamos da habitação do Espírito para a vida e a adoração. Para recebê-lo plenamente, a carne deve ser silenciada. “Cale-se toda a carne diante do Senhor” (Zacarias 2:13). A Pedro já havia sido revelado que Jesus era o Cristo, e ele ainda assim não saboreou a idéia da cruz. Sua mente não estava em sintonia com as coisas de Deus, mas com as coisas dos homens. Nossas próprias idéias sobre as coisas divinas, nossos próprios esforços para elaborarmos os sentimentos corretos, devem ser abandonados; nosso próprio poder para adorar deve ser visto como ele é: insuficiente. Toda aproximação de Deus deve acontecer sob uma muito evidente e quieta rendição ao Espírito Santo. Conforme aprendermos o quanto é impossível assegurarmos voluntariamente a obra do Espírito, também aprenderemos que se vamos adorar no Espírito, devemos andar no Espírito. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós” (Romanos 8:9). Conforme o Espírito habita e governa em mim, eu posso adorar no Espírito.

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João 4:23). Sim, o Pai busca tais adoradores, e os que Ele busca, Ele encontra, porque Ele mesmo é quem os chama. Para que possamos ser tais adoradores, Ele enviou Seu próprio Filho para buscar e salvar os perdidos, para que nos tornássemos Seus verdadeiros adoradores, que penetraram através do véu rasgado da carne e o adoram no Espírito. Quando Ele enviou o Espírito de Seu Filho, Ele era a expressão da verdade e realidade de quem Cristo havia sido na terra. Sua presençareal comunica em nosso interior a mesma vida que Cristo viveu. A hora chegou e é agora, vivemos no momento em que os verdadeiro adoradores de Cristo podem adorar ao Pai em espírito e em verdade. Creiamos nisso; o Espírito foi dado e habita em nós por esta razão: o Pai busca verdadeiros adoradores. Regozijemo-nos na confiança de que podemos chegar a esse ponto porque o Espírito Santo nos foi dado.

Percebamos em santo temor e tremor que Ele habita dentro de nós. Rendamo-nos humildemente, no silêncio da carne, à Sua liderança e ensinamento. Esperemos em fé perante Deus por Sua obra. Que cada novo vislumbre do que significa a obra do Espírito, cada exercício de fé em Sua habitação ou experiência de Sua obra, termine em adoração ao Pai, dando-Lhe louvor, graças, honra e amor que pertencem a Ele somente.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Espírito e a Palavra


Capítulo III

O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna
João 6:63,68

O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
2 Coríntios 3:6

Nosso bendito Senhor falou de Si mesmo como o pão da vida, e de Sua carne e sangue como a comida e bebida da vida eterna. Para muitos de seus discípulos foi um duro discurso que eles não puderam entender. Jesus disse-lhes que seria somente quando o Espírito viesse, e eles O possuíssem, que Suas palavras seriam claras para eles. Ele diz, “o Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita”.
Nestas palavras e nas correspondentes de Paulo, temos a mais próxima abordagem para o que pode ser chamado de uma definição do Espírito. (Veja 1 Coríntios 15:45, “o espírito vivificante.”) O Espírito sempre atua, em primeiro lugar, quer em natureza ou em graça, como um princípio vivificante. É da mais profunda importância ater-se firmemente a isso. A Sua obra no crente – selando, santificando, iluminando e fortalecendo – é radicada nisto: quando Ele é conhecido e honrado e um lugar Lhe é dado; quando Ele é aguardado como sendo a vida interior da alma, que Suas outras obras graciosas são experimentadas. Estas são conseqüências da vida interior; é no poder da vida interior que elas podem ser desfrutadas. “É o Espírito que vivifica”. Em contraste, nosso Senhor disse: “a carne para nada aproveita”. Ele não está falando aqui da carne como o fundamento do pecado. Em seu aspecto espiritual, a carne é o poder no qual o homem natural, ou mesmo o crente que não está plenamente rendido ao Espírito, busca servir a Deus ou conhecer e reter coisas espirituais. O fútil caráter de todos os seus esforços está indicado na descrição: “para nada aproveita”. Seus esforços simplesmente não são suficientes; eles não nos valem quanto a alcançar realidade espiritual. Paulo mencionou a mesma coisa quando disse que a letra mata. Toda a dispensação da lei foi senão uma dispensação da letra e da carne. Embora ela teve uma certa glória e os privilégios de Israel foram muito grandes, ainda assim, como diz Paulo, “Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobreexcelente glória” (2 Coríntios 3:10). Mesmo Cristo, quando estava na carne, e até que a dispensação do Espírito tivesse lugar, não podia pelas Suas palavras efetuar nos Seus discípulos o que Ele desejava.
As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). Ele desejava ensinar aos discípulos duas coisas. Primeiro, que palavras são sementes vivas com poder para germinar, para brotar, assegurando sua própria vitalidade, revelando sua própria natureza, e provando seu poder naqueles que as recebem e as guardam em seus corações. Ele não queria que eles fossem desencorajados se não compreendessem tudo de uma vez. Suas palavras são espírito e vida; elas não eram destinadas apenas para entendimento, mas para a própria vida. Vindas no poder do Espírito, mais altas e profundas que todo pensamento, elas penetrariam a própria raiz de nossa vida. Elas têm em si mesmas a vida divina operando com uma energia divina a verdade que elas expressam, conduzindo aqueles que a recebem à experiência delas. Segundo, como uma conseqüência disto, Suas palavras requerem uma natureza espiritual para recebê-las. Sementes precisam de um solo congênere: deve haver vida no solo tanto quanto na semente. Não só na mente ou nos sentimentos ou até mesmo na vontade apenas, mas a Palavra deve ser conduzida através desses meios para dentro da vida. O centro desta vida é nossa natureza espiritual, com a consciência como sua voz; lá a autoridade da Palavra deve ser reconhecida. Mas mesmo isso não é suficiente: a consciência habita no homem como um cativo entre poderes que ela não pode controlar. É o Espírito que vem de Deus, o Espírito que traz vida, e através da Palavra assimila a verdade e o poder em nós.
Em nosso estudo da obra do Espírito Santo, nunca é demais sermos diligentes em ganhar uma firme segurança nessa verdade. Ela nos salvará do erro. Ela nos preservará de esperar desfrutar dos ensinamentos do Espírito sem a Palavra ou nos tornarmos mestres no ensino da Palavra sem o Espírito.
Na Santa Trindade, a Palavra e o Espírito são geminados – são um com o Pai. Não é diferente com as palavras da Escritura, inspiradas por Deus. O Espírito Santo tem incorporado através dos tempos os pensamentos de Deus na Palavra escrita, e vive agora, por esse propósito, em nossos corações – revelar o poder e o significado dessa Palavra. Se você deseja ser cheio do Espírito, seja cheio da Palavra. Se você deseja ter a vida divina do Espírito dentro de você se fortificando em cada parte da sua natureza, permita que a palavra de Cristo habite em você ricamente. Se você deseja que o Espírito cumpra seu ofício de trazer à mente no exato momento e aplicar com precisão divina à sua necessidade aquilo que Jesus disse, permita que as palavras de Cristo residam em você. Se você deseja que o Espírito lhe revele a vontade de Deus em cada circunstância da vida, decidindo o que você deve fazer em meio a comandos e princípios conflitantes com precisão inerrante, sugerindo a Sua vontade conforme a sua necessidade, tenha a Palavra vivendo em você, pronta para que Ele a use. Se você deseja ter a Palavra eterna como sua luz, permita que a Palavra escrita seja transcrita em seu coração pelo Espírito Santo. “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. Tome-as e faça delas um tesouro: é através delas que o Espírito manifesta Seu poder vivificante.
Compare cuidadosamente Efésios 5:18-19 e Colossenses 3:16, e veja que a jubilosa comunhão da vida Cristã, descrita nas mesmas palavras, em um texto é dita como vinda de estar cheio do Espírito e no outro de estar cheio da Palavra.
Não pense nem por um momento que a Palavra pode desabrochar vida em você, a menos que o Espírito dentro de você a aceite e aproprie-se dela na vida interior. Quanto da leitura das Escrituras, estudo das Escrituras, e pregação escritural tem como objetivo primário chegar ao verdadeiro significado da Palavra? Muitos pensam que se soubessem exatamente o que Ela significa, a conseqüência natural seria a bênção que a Palavra pretendia trazer. Não é o caso. A Palavra é uma semente. Em toda semente há uma parte na qual a vida está escondida. Pode-se ter a mais perfeita semente em substância, mas a menos que ela seja exposta em um solo adequado à ação do sol e umidade, pode nunca chegar à vida. Devemos entender as palavras e doutrinas da Escritura com nosso intelecto e ainda assim conhecer pouco de sua vida e poder. Precisamos lembrar a nós mesmos e à igreja que as Escrituras proferidas por homens santos da antigüidade conforme foram movidos pelo Espírito Santo somente podem ser entendidas por homens santos conforme são ensinados pelo mesmo Espírito.
Esta é uma das sérias lições que a história dos Judeus no tempo de Cristo nos ensina. Eles eram extraordinariamente zelosos, assim acreditavam, pela Palavra de Deus e pela honra e mesmo assim veio a ser que todo o seu zelo era por sua interpretação humana da Palavra de Deus. Jesus lhes disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (João 5:39-40). Eles de fato criam nas Escrituras para levá-los à vida eterna, e ainda assim nunca viram que essas palavras testificavam a Cristo e por isso não foram a Ele. Eles estudaram e aceitaram as Escrituras na luz e poder de sua razão e entendimento humanos ao invés de na luz e poder do Espírito de Deus como sua vida.
A fraqueza na vida de tantos crentes que lêem e conhecem consideravelmente as Escrituras é porque não sabem que é o Espírito que vivifica, e que a carne – entendimento humano, mesmo que inteligente, mesmo que determinado – para nada serve. Eles pensam que têm nas Escrituras a vida eterna. Mas conhecem pouco do Cristo vivo no poder do Espírito como sua verdadeira vida.
O que é necessário é muito simples: a recusa determinada em tentar interpretar a Palavra escrita sem o Espírito vivificante. Nunca tomemos as Escrituras em nossas mãos, mentes ou bocas, sem perceber a necessidade e a promessa do Espírito. Primeiro, em um ato de fé silenciosa, olhe para Deus para que Ele dê e renove as obras de Seu Espírito dentro de você. Então, renda-se ao poder que habita dentro de você e espere n’Ele para que não somente a mente mas a vida em você se abra para receber a Palavra.
Conforme prosseguirmos no ensinamento de nosso bendito Senhor com respeito ao Espírito, se tornará claro para nós que assim como as palavras do Senhor são espírito e são vida, também o Espírito deve estar em nós como o espírito de nossa vida. Nossa vida íntima pessoal deve refletir o Espírito de Deus. Mais profundamente que os sentimentos, mente ou vontade – a própria raiz de todos eles e seu princípio motivador – deve estar o Espírito de Deus. Se procuramos ir além dessas faculdades, descobriremos que nada se iguala ao Espírito da vida nas palavras do Deus vivo. Se esperarmos no Espírito Santo, nas profundezas de nossa alma, para revelar as palavras por Seu poder vivificante e aplicá-las à nossa vida, conheceremos em verdade o que significam as palavras: “mas o espírito vivifica”.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Espírito e a Palavra


Capítulo III

 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna
João 6:63,68

O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
2 Coríntios 3:6

Nosso bendito Senhor falou de Si mesmo como o pão da vida, e de Sua carne e sangue como a comida e bebida da vida eterna. Para muitos de seus discípulos foi um duro discurso que eles não puderam entender. Jesus disse-lhes que seria somente quando o Espírito viesse, e eles O possuíssem, que Suas palavras seriam claras para eles. Ele diz, “o Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita”.
Nestas palavras e nas correspondentes de Paulo, temos a mais próxima abordagem para o que pode ser chamado de uma definição do Espírito. (Veja 1 Coríntios 15:45, “o espírito vivificante.”) O Espírito sempre atua, em primeiro lugar, quer em natureza ou em graça, como um princípio vivificante. É da mais profunda importância ater-se firmemente a isso. A Sua obra no crente – selando, santificando, iluminando e fortalecendo – é radicada nisto: quando Ele é conhecido e honrado e um lugar Lhe é dado; quando Ele é aguardado como sendo a vida interior da alma, que Suas outras obras graciosas são experimentadas. Estas são conseqüências da vida interior; é no poder da vida interior que elas podem ser desfrutadas. “É o Espírito que vivifica”. Em contraste, nosso Senhor disse: “a carne para nada aproveita”. Ele não está falando aqui da carne como o fundamento do pecado. Em seu aspecto espiritual, a carne é o poder no qual o homem natural, ou mesmo o crente que não está plenamente rendido ao Espírito, busca servir a Deus ou conhecer e reter coisas espirituais. O fútil caráter de todos os seus esforços está indicado na descrição: “para nada aproveita”. Seus esforços simplesmente não são suficientes; eles não nos valem quanto a alcançar realidade espiritual. Paulo mencionou a mesma coisa quando disse que a letra mata. Toda a dispensação da lei foi senão uma dispensação da letra e da carne. Embora ela teve uma certa glória e os privilégios de Israel foram muito grandes, ainda assim, como diz Paulo, “Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobreexcelente glória” (2 Coríntios 3:10). Mesmo Cristo, quando estava na carne, e até que a dispensação do Espírito tivesse lugar, não podia pelas Suas palavras efetuar nos Seus discípulos o que Ele desejava.
As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). Ele desejava ensinar aos discípulos duas coisas. Primeiro, que palavras são sementes vivas com poder para germinar, para brotar, assegurando sua própria vitalidade, revelando sua própria natureza, e provando seu poder naqueles que as recebem e as guardam em seus corações. Ele não queria que eles fossem desencorajados se não compreendessem tudo de uma vez. Suas palavras são espírito e vida; elas não eram destinadas apenas para entendimento, mas para a própria vida. Vindas no poder do Espírito, mais altas e profundas que todo pensamento, elas penetrariam a própria raiz de nossa vida. Elas têm em si mesmas a vida divina operando com uma energia divina a verdade que elas expressam, conduzindo aqueles que a recebem à experiência delas. Segundo, como uma conseqüência disto, Suas palavras requerem uma natureza espiritual para recebê-las. Sementes precisam de um solo congênere: deve haver vida no solo tanto quanto na semente. Não só na mente ou nos sentimentos ou até mesmo na vontade apenas, mas a Palavra deve ser conduzida através desses meios para dentro da vida. O centro desta vida é nossa natureza espiritual, com a consciência como sua voz; lá a autoridade da Palavra deve ser reconhecida. Mas mesmo isso não é suficiente: a consciência habita no homem como um cativo entre poderes que ela não pode controlar. É o Espírito que vem de Deus, o Espírito que traz vida, e através da Palavra assimila a verdade e o poder em nós.
Em nosso estudo da obra do Espírito Santo, nunca é demais sermos diligentes em ganhar uma firme segurança nessa verdade. Ela nos salvará do erro. Ela nos preservará de esperar desfrutar dos ensinamentos do Espírito sem a Palavra ou nos tornarmos mestres no ensino da Palavra sem o Espírito.
Na Santa Trindade, a Palavra e o Espírito são geminados – são um com o Pai. Não é diferente com as palavras da Escritura, inspiradas por Deus. O Espírito Santo tem incorporado através dos tempos os pensamentos de Deus na Palavra escrita, e vive agora, por esse propósito, em nossos corações – revelar o poder e o significado dessa Palavra. Se você deseja ser cheio do Espírito, seja cheio da Palavra. Se você deseja ter a vida divina do Espírito dentro de você se fortificando em cada parte da sua natureza, permita que a palavra de Cristo habite em você ricamente. Se você deseja que o Espírito cumpra seu ofício de trazer à mente no exato momento e aplicar com precisão divina à sua necessidade aquilo que Jesus disse, permita que as palavras de Cristo residam em você. Se você deseja que o Espírito lhe revele a vontade de Deus em cada circunstância da vida, decidindo o que você deve fazer em meio a comandos e princípios conflitantes com precisão inerrante, sugerindo a Sua vontade conforme a sua necessidade, tenha a Palavra vivendo em você, pronta para que Ele a use. Se você deseja ter a Palavra eterna como sua luz, permita que a Palavra escrita seja transcrita em seu coração pelo Espírito Santo. “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. Tome-as e faça delas um tesouro: é através delas que o Espírito manifesta Seu poder vivificante.
Compare cuidadosamente Efésios 5:18-19 e Colossenses 3:16, e veja que a jubilosa comunhão da vida Cristã, descrita nas mesmas palavras, em um texto é dita como vinda de estar cheio do Espírito e no outro de estar cheio da Palavra.
Não pense nem por um momento que a Palavra pode desabrochar vida em você, a menos que o Espírito dentro de você a aceite e aproprie-se dela na vida interior. Quanto da leitura das Escrituras, estudo das Escrituras, e pregação escritural tem como objetivo primário chegar ao verdadeiro significado da Palavra? Muitos pensam que se soubessem exatamente o que Ela significa, a conseqüência natural seria a bênção que a Palavra pretendia trazer. Não é o caso. A Palavra é uma semente. Em toda semente há uma parte na qual a vida está escondida. Pode-se ter a mais perfeita semente em substância, mas a menos que ela seja exposta em um solo adequado à ação do sol e umidade, pode nunca chegar à vida. Devemos entender as palavras e doutrinas da Escritura com nosso intelecto e ainda assim conhecer pouco de sua vida e poder. Precisamos lembrar a nós mesmos e à igreja que as Escrituras proferidas por homens santos da antigüidade conforme foram movidos pelo Espírito Santo somente podem ser entendidas por homens santos conforme são ensinados pelo mesmo Espírito.
Esta é uma das sérias lições que a história dos Judeus no tempo de Cristo nos ensina. Eles eram extraordinariamente zelosos, assim acreditavam, pela Palavra de Deus e pela honra e mesmo assim veio a ser que todo o seu zelo era por sua interpretação humana da Palavra de Deus. Jesus lhes disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (João 5:39-40). Eles de fato criam nas Escrituras para levá-los à vida eterna, e ainda assim nunca viram que essas palavras testificavam a Cristo e por isso não foram a Ele. Eles estudaram e aceitaram as Escrituras na luz e poder de sua razão e entendimento humanos ao invés de na luz e poder do Espírito de Deus como sua vida.
A fraqueza na vida de tantos crentes que lêem e conhecem consideravelmente as Escrituras é porque não sabem que é o Espírito que vivifica, e que a carne – entendimento humano, mesmo que inteligente, mesmo que determinado – para nada serve. Eles pensam que têm nas Escrituras a vida eterna. Mas conhecem pouco do Cristo vivo no poder do Espírito como sua verdadeira vida.
O que é necessário é muito simples: a recusa determinada em tentar interpretar a Palavra escrita sem o Espírito vivificante. Nunca tomemos as Escrituras em nossas mãos, mentes ou bocas, sem perceber a necessidade e a promessa do Espírito. Primeiro, em um ato de fé silenciosa, olhe para Deus para que Ele dê e renove as obras de Seu Espírito dentro de você. Então, renda-se ao poder que habita dentro de você e espere n’Ele para que não somente a mente mas a vida em você se abra para receber a Palavra.
Conforme prosseguirmos no ensinamento de nosso bendito Senhor com respeito ao Espírito, se tornará claro para nós que assim como as palavras do Senhor são espírito e são vida, também o Espírito deve estar em nós como o espírito de nossa vida. Nossa vida íntima pessoal deve refletir o Espírito de Deus. Mais profundamente que os sentimentos, mente ou vontade – a própria raiz de todos eles e seu princípio motivador – deve estar o Espírito de Deus. Se procuramos ir além dessas faculdades, descobriremos que nada se iguala ao Espírito da vida nas palavras do Deus vivo. Se esperarmos no Espírito Santo, nas profundezas de nossa alma, para revelar as palavras por Seu poder vivificante e aplicá-las à nossa vida, conheceremos em verdade o que significam as palavras: “mas o espírito vivifica”.