segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 118


Taate – 23ª Estação (parte 9)

TEXTOS: Nm 18:20-24; 2Tm 2:4; Gn 14:18-20; Ef 1:3; Gl 3:14; Gn 1:17; Ml 3:10

Os textos relativos a essa estação, Taate, estão em Números 18:20-24. Esses textos dizem assim:

20 Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel. 21 Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. 22 E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. 23 Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel. 24 Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao SENHOR em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança tereis.”

Aqui nós vamos ver outro aspecto que precisamos aprender nessa estação de Taate: o direito do sacerdócio; o apoio financeiro que eles tinham. É nesse contexto que voltamos ao livro de Números, capítulo 18.

Já vimos como Deus separou os levitas, vimos a questão da consagração para o ministério, para o serviço a Deus – como Deus havia separado exclusivamente os levitas para se ocuparem da sua obra. E Deus lhes disse que não teriam nenhuma herança no meio do povo de Israel, mas que o Senhor mesmo seria a herança deles. Deus não lhes deu o direito de comercializarem para que pudessem viver uma vida para eles mesmos. Eles deveriam viver uma vida para Deus.

Em 2 Timóteo 2:4 nós vemos o mesmo versículo que Paulo aplica em relação ao ministério, e diz:

4 Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.”

Isso é muito claro, porque Deus quer que aqueles que Ele chama para o ministério estejam ocupados com o ministério. Creio que isto deva ser uma coisa muito clara, uma questão prática para a nossa vida, para a obra de Deus. Nós vamos ver isso de uma forma muito abrangente, pois durante alguns dias nós estaremos estudando sobre este assunto.

A primeira questão que quero colocar para vocês hoje é o princípio espiritual do dízimo, que nós vemos aqui. É lógico que esse assunto não inicia aqui, e nem tão pouco em essência o princípio dos dízimos está revelado aqui. Vemos aqui um aspecto dos dízimos em relação aos levitas no Antigo Testamento, mas, acima de tudo isso, há um princípio espiritual que permeia toda a Palavra de Deus. Podemos olhar para isso hoje com muito temor e entender por que os grandes eruditos cristãos, quando estudavam a Palavra de Deus, tinham um princípio que nós precisamos observar: o princípio da primeira menção. Segundo um dos grandes eruditos do passado, toda vez que um apalavra ocorre pela primeira vez na Bíblia, devemos estudá-la com todo cuidado, porque ali se apresenta o princípio dela, ali está o princípio que permeia toda a sua essência, toda a sua natureza, todo o seu ensino. Então, quando nós estamos querendo estudar sobre o princípio dos dízimos, temos que abrir as nossas Bíblias em Gênesis 14:18-20. Esses textos dizem assim:

18 Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; 19 abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; 20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.”

O que aprendemos nesses textos é que Abrão vinha de uma grande vitória e, logo em seguida, Melquisedeque ministra pão e vinho a Abrão. Aqui nós temos que fazer algumas proposições para que, por um lado, venhamos resumir todo esse assunto que é muito amplo e, por outro lado, extrair lições muito práticas para nós, para nosso viver hoje. Precisamos fazer isso, e iremos fazê-lo por meio de proposições.

1ª proposição:

A primeira proposição que lhes quero apresentar nesses textos é que Abrão vinha de uma grande vitória sobre quatro reis. Quando você estuda toda a Palavra de Deus, especificamente o Novo Testamento, você vê também que existem principados e potestades e dominadores desse mundo tenebroso. Além disso, se você fizer um estudo muito claro, verá que a luta do cristão é contra o mundo, contra a carne, e contra a morte. Esses foram os quatro inimigos que o Senhor Jesus venceu. E aqui em Gênesis nós vemos que Abrão venceu quatro reis. Creio que no mundo espiritual esses quatro reis apontam para nós: o mundo, a carne, o diabo e a morte. Desde que Abrão venceu esses quatro reis ele foi estar com Melquisedeque.

2ª proposição:

Assim, vem a segunda proposição, pois, logo surge Melquisedeque, que ministra pão e vinho a Abrão. Ora, o pão e o vinho não são os dois elementos da Mesa do Senhor? Não são esses elementos que proclamam a vitória do Senhor sobre o mundo, sobre a carne, sobre o diabo e a morte? O pão e o vinho não são os elementos da cruz? E agora nós não partilhamos desta mesma vitória, desta mesma vida, participamos deste pão, participamos deste cálice que é o cálice da Nova Aliança do Senhor?

Então eu gostaria que você prestasse atenção e fosse empilhando cada um desses pontos para poder compreender que muitas pessoas têm ensinado sobre a questão de dízimos de uma forma completamente irresponsável, sem nenhum temor, vendo apenas a questão do dinheiro, vendo apenas a questão do lucro financeiro, vendo apenas vantagens humanas. Precisamos estudar isso com muito temor; precisamos tirar as sandálias dos nossos pés e ver a seriedade desse assunto. Vejam o princípio que a Palavra de Deus coloca para nós.

3ª proposição:

Nessa terceira proposição, Melquisedeque abençoa Abrão e declara:

Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra”.

Esse texto é interessante porque nos transporta para Efésios 1:3 que diz assim:

“Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo Jesus”.

Ainda precisamos ver outro texto que está em Gálatas 3:14, que diz assim:

“Para que a benção de Abraão chegasse aos gentios em Jesus Cristo”.

Meus amados, quero que vocês observem a frase “a benção de Abraão”. Sabemos que no contexto de Gálatas 3 esse assunto é muito mais profundo, mas notem que essa frase nos revela que DEUS mesmo é a benção em Abraão. O Senhor Jesus como nosso Sumo Sacerdote está ministrando DEUS para dentro de nós. Isso porque, se você abre a sua Bíblia em Hebreus 7, você vê que o Senhor Jesus foi prefigurado por Melquisedeque. E aqui nós vemos algo muito especial, quando Melquisedeque diz assim para Abraão: “Bendito seja Abraão pelo Deus altíssimo”. A bênção de Abraão não foi a derrota dos quatro reis; a bênção de Abraão era maior do que isso, era o próprio Deus sendo nele a vitória, era o próprio Deus sendo nele a promessa, porque essa promessa vai culminar com a vinda do Senhor Jesus. Era muito mais do que ele podia imaginar, era o próprio Deus sendo dispensado a ele. Essa era sua bênção.

Nós sabemos que quando Paulo diz “Bendito seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais”, as bênçãos espirituais são as bênçãos eternas. Por isso, o cristão, quando conhece em profundidade essas verdades, não vive uma vida ansiosa em relação ao mundo e nem mesmo às coisas do mundo; ele não é escravizado pela sua carne, não é escravizado pelas compulsões carnais, porque vive uma vida segura em Deus, uma vida sustentada pela dádiva de Deus em Cristo. É assim que se vê a vida cristã, é assim que se vive a vida cristã. A medida da vida cristã é uma medida espiritual, não é uma medida material. Essa media espiritual ultrapassa o material.

4ª proposição:

Nós podemos avançar para a quarta proposição, quando o texto em Gênesis diz assim:

“e de tudo lhe deu”

Quero que você note esta expressão: "deu Abrão o dízimo”. Primeiro. o dízimo não é um pagamento que você faz para Deus trabalhar para você. O dízimo não é um pagamento, o dízimo é uma entrega. Você tem que dar, você não tem que pagar, você tem que dar. Como já vimos, um princípio que os eruditos usam para o estudo da Palavra é considerar o estudo da Palavra obtendo informação da sua primeira menção. E a expressão "deu" ocorre pela primeira vez em Gênesis 1:17. E mais uma vez nós voltamos a esse mesmo princípio que os eruditos estudaram no passado. Gênesis 1:17 diz assim:

"e os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a Terra"

Observem esta expressão: "colocou". No hebraico ela é “deu”, que ocorre pela primeira vez aqui em Gênesis 1:17. O que eu entendo é que Abraão colocou este princípio em sua vida como firmamento. Dar a Deus o dízimo tornou-se como um firmamento na vida de Abraão. Ele aprendeu que dar é o verdadeiro ter. Se, por meio dos dízimos ou por meio das ofertas, damos, temos que compreender que damos a Deus. E foi aqui que Abraão pôde compreender.

Você pode ver a mesma experiência na vida de Jacó, na vida do povo de Israel. Isso é muito especial, pois, tanto Israel quanto Jacó, assim como Abraão, entregaram o dízimo ao Senhor. Porque dízimo tem que ser o nosso relacionamento com Deus. Não é o nosso relacionamento com as coisas. Não é que vamos fazer as coisas porque nos pedem para fazer. Não vamos fazer as coisas porque temos que agradar pessoas. Nós temos que fazer diretamente para Deus. É um relacionamento com Deus, é uma vida com Deus. Se você dá com o propósito de coagir, de constranger, que Deus vai fazer algo para você, você está completamente enganado. Alguém deve ter ensinado: mas você não leu lá em Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do Senhor, e quem não traz o dízimo está roubando do Senhor. Por isso, você tem que trazer pra você não ser ladrão”. Oh! Meus irmãos e irmãs, espero que você possa estudar esse texto comigo. Vamos abrir a Palavra de Deus e vamos analisar esse texto conforme foi escrito no original hebraico, para podermos entender a profundidade e o significado disso.

Quanto à expressão “A Casa do Senhor”, “A Casa do tesouro”, onde estão os tesouros de Deus? O que significa trazer o dízimo para que haja mantimento na Casa de Deus? Que tipo de mantimento é esse que deve ter na casa de Deus? Precisamos ter uma visão da Casa de Deus. Se você não tem uma visão da Casa de Deus, você não sabe o que significa dízimo. É por isso que hoje existe por aí essa compulsão pelo "ter", enquanto as pessoas, no seu "ser", estão pobres espiritualmente, estão morrendo espiritualmente. Está faltando mantimento na Casa de Deus. Por mais que alguns de nós tenhamos nossos carrões, nossas lindas casas, espiritualmente podemos estar pobres. E Deus não quer isso para o Seu povo. Deus não quer a pobreza. Em nenhum aspecto ela é uma benção de Deus, a não ser que alguém diga que tem que viver assim. Se você sente, amém. Ninguém vai questionar isso se você sente direção vinda do alto. Mas, a mais terrível, a mais perversa pobreza que temos visto nesse tempo é a pobreza espiritual, é a pobreza dos valores espirituais. Eu penso que dentro dessa verdade Deus deseja restaurar em nós, em nossa própria experiência, os valores espirituais perdidos.

Que o Senhor nos ajude pela Sua Palavra. Que o Senhor nos leve a podermos compreender a verdade desse ensino dentro da realidade do nosso contexto, da nossa experiência cristã prática. Que Deus fale ao seu coração.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

23 DE SETEMBRO

Hoje é o dia D.Subirão ao palco (entenda-se: tribuna) das nações os 2 representantes das forças que constantemente se degladiam por justiça, respeito, dignidade e pelo simples direito à existência.
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, apelará aos representantes dos países presentes para que votem a favor do reconhecimento pela ONU de um estado palestiniano em Terras de Israel. Fá-lo-é convencido de que tem a maioria do seu lado. E tem.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do estado de Israel, defenderá o direito a que o seu povo (judeu) viva em paz e segurança, e apelará aos palestinianos para que voltem à mesa das conversações.
Duas forças opostas. É a luta entre o bem e o mal, a justiça e a injustiça, a luz e as trevas.
Ontem mesmo aquele palco foi mais uma vez manchado pela presença do ditador anti-semita, Ahmadinejad, que apesar da saída da sala de dezenas de representantes dos EUA e outros países europeus, entre os quais Portugal, continuou com a sua habitual diarreia verbal, diabolizando os EUA e Israel. E o mais impressionante é a possibilidade e privilégio que aquela "besta" tem de falar ao mundo, provocando tudo e todos! Pergunto-me se não teriam dado a mesma chance ao Hitler!
O primeiro ministro de Portugal reuniu-se ontem à noite no quarto do hotel com o primeiro-ministro israelita, e ao longo de uma hora certamente pôde entender as razões que levam Israel a esperar de Portugal um voto negativo em relação à proposta palestiniana. Não se sabe de momento qual a inclinação do voto de Portugal (membro não permanente do Conselho de Segurança), a idéia é "esperar para ver" qual a tendência dos outros 4 países europeus membros do CS, para votarem "a uma só voz". Quer queiramos quer não, é essa a tendência cada vez maior na Europa dos 27...
Do Brasil, e desgraçadamente para a nação, não se pode esperar um voto que não o de apoio à "causa palestiniana"...
Neste momento não se sabe ao certo se os palestinianos levarão a sua exigência ao Conselho de Segurança, uma vez que consta que terão à última hora optado por levar o assunto apenas à votação da Assembleia Geral, esta tarde.
Esperemos para ver...
23 de Setembro: um dia que ficará para a História. O dia em que um satélite da NASA cairá algures na terra; o dia em que o "falso profeta", Bento XVI se reunirá com uma comitiva de representantes judeus na Alemanha. O mesmo dia em que as forças de segurança israelitas se encontram em prevenção máxima; o mesmo dia em que os palestinianos já içam bandeiras e celebram a pseudo-vitória nas Nações Unidas. É neste dia que se confrontarão no palco das nações as duas forças irreconciliáveis de Isaac e Ismael, num conflito milenar que os líderes do mundo acham poder sanar a todo o custo, mas que se torna cada vez mais o foco das preocupações e atenções mundiais.
Vários actores estão "casualmente" em cena: desde Obama a Sarkozy, desde Netanyahu a Abbas, desde Bento XVI a Ahmadinejad...qual irá liderar o trágico processo de destruição?
Só Deus sabe...
Neste dia, cada minuto conta. É o futuro da humanidade que se decidirá. Uma coisa eu sei: com todas as voltas que o mundo possa dar, é o Soberano e Eterno Deus Quem está no controle de todas as coisas, e é esse mesmo Deus Quem designou um povo, chamando-lhe de "povo eleito" para habitar numa Terra que Ele chama "Sua".
"Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o Seu Ungido, dizendo: Rompamos as Suas ataduras e sacudamos de nós as Suas cordas.
Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então, lhes falará na Sua ira e no Seu furor os confundirá" - Livro dos Salmos 2:1-5.
E, para que neste dia possamos ter alguma esperança, o Salmo conclui com estas palavras: "Bem-aventurados todos aqueles que n'Ele confiam!"
Amém!
Shalom, Israel!

Fonte: Shalom Israel

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Estudo de Hebreus

As sete glórias de Cristo Hb 1:1-14

Os quatro primeiros versículos vêm nos revelar “o Filho”. Quem ele é? Como também, as glórias desse Filho. O Espírito Santo vai usar o “conteúdo” do que é apresentado nestes versículos como “base” para a 1ª exortaçãoNegligência. Por isso o capítulo dois começa com a descrição: “Por esta razão...”. Então aqui nos são apresentadas as sete glórias do Filho. Uma descrição “sétupla” do caráter de Cristo. Esses versículos têm muita similaridade com outro texto do Novo Testamento, onde se colocam as glórias de Cristo de maneira tão condensada. Veja Colossenses 1:15-20:

“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.”

Este texto apresenta de forma condensada muita coisa das glórias de Cristo. E assim acontece aqui em Hebreus capítulo 1. Aqui nós temos sete glórias claramente expressas. O chamado do livro de Hebreus é para considerarmos atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão. E esse assunto nos leva a isso.

Por que a Obra de Cristo foi tão gloriosa? Porque a sua Pessoa é gloriosa. Por que a cruz tem tanta glória? Por causa da glória daquele que lá morreu.

Então vamos primeiro, nominar quais são estas sete grandes glórias apresentadas aqui no livro de Hebreus. Cada uma delas lança “luz” sobre a seguinte. São elas:

1 - Herdeiro de todas as coisas.

2 - Criador do universo.

3 - Resplendor da glória.

4 - Expressa imagem do seu Ser.

5 - Sustentador de todas as coisas.

6 - Purificação de pecados.

7 - Assentou-se à direita da Majestade.

Aqui estão as sete grandes glórias. Essas glórias são descrições do “caráter de Cristo”. Aqui há também, um “aspecto adicional” à estas sete glórias. Está em Hb 1:4, onde diz que Cristo:

herdou mais excelente nome do que eles (anjos).”

No final vamos ver o que isso significa. Então, antes de entrarmos nas sete glórias, vamos concentrar nossa atenção nos dois primeiros versículos. Observe que o livro de Hebreus não contém uma saudação inicial como os outros. É um livro tão ocupado com as glórias de Cristo, um livro tão “urgente” que o autor inicia com as glórias de Cristo. Por quê? Por causa da Vocação Celestial. O autor coloca de forma maciça tudo o que os Hebreus precisavam ouvir.

Antes de ele entrar nestas glórias ele vai falar do Filho. Quem é Filho? O Filho de Deus é a “palavra final de Deus”. Antes Dele Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras, como nos diz o Hb 1:1:

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,”

Ele falou através de tipologia, alegorias, poesia, profecia, muitas vezes e de muitas maneiras. Todo este “falar” apontava para Cristo. Veja o que Pedro diz na sua 1 Epístola 1:10-12:

“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.”

Cristo é o único foco. Os profetas do Antigo Testamento profetizavam olhando para frente, àquele que havia de vir. Os apóstolos e profetas do novo Testamento profetizam olhando para trás, àquele que já veio.

A primeira coisa que é dita sobre Ele é que Ele é a palavra definitiva de Deus, o falar completo de Deus. Veja o que Hb 1:2 nos diz:

nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...”

O falar de Deus no Antigo Testamento era transitório, parcial, incompleto. Mas o falar de Deus no Filho é ABSOLUTO. Deus não tem mais nenhuma palavra para nos falar. Tudo que Deus nos falou está no seu Filho. Então a primeira coisa que vemos neste versículo 2 é que Cristo é a palavra de Deus. A palavra final de Deus. A essência do que Deus tem pra falar. Tudo que ele quer revelar, que quer dar a conhecer. Está em uma palavra: o logos! Esse Filho é o logos, o verbo, como nos diz João no seu Evangelho 1:1:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”

João personaliza esta palavra. Logos é o Filho, é o verbo de Deus, é aquele em quem Deus falou. Tudo que nós podemos conhecer da divindade está no logos. Porque Ele é a palavra definitiva de Deus. Por isso que o livro de Hebreus nos diz que este Filho é o falar final de Deus. No Filho Deus se revelou. Nestes últimos dias nos falou no Filho. Não podemos perder isso de vista. Aqui nós não temos “um falar”, temos “o falar”, no Filho.

Tendo visto isto, então temos a descrição de sete glórias deste Filho. Quais são elas: a primeira glória – Ele é o herdeiro de todas as coisas. Hb 1:2:

“... a quem constituiu herdeiro de todas as coisas

Há muitos versículos que podemos citar para dizer que Ele é o herdeiro de todas as coisas. Tem um em Gn 24, que nos revela tudo. Aqui nós temos a história de Eliezer servo de Abraão em busca de uma esposa para Isaque. E quando ele encontra Rebeca mostra a ela as riquezas de Isaque. Veja o versículo 35 o que ele diz:

O SENHOR tem abençoado muito ao meu senhor, e ele se tornou grande; deu-lhe ovelhas e bois, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos.”

Eliezer, figura do Espírito Santo, revela as riquezas de Isaque. O Espírito Santo revela para nós as riquezas de Cristo. Ele é o herdeiro de todas as coisas. Então veja o que o Senhor Jesus em João 16:13,14 diz:

“quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”

Agora veja o que o Senhor Jesus diz no versículo 15:

Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”

O Pai deu ao Filho tudo o que Ele tem. Que coisa maravilhosa. É tudo Dele! E o Espírito Santo está revelando pra nós toda riqueza do Filho. ALELEUIAS!!! Todo o prazer do Pai é satisfazer o Filho. Ele criou pelo Filho e deu tudo ao Filho. Tudo o que Deus fez, o fez para o seu Filho. Porque o Filho é o herdeiro de todas as coisas. Como nos diz Hb 1:2:

“a quem constituiu herdeiro de todas as coisas”

Essa é a primeira glória do Filho. Quanto nós precisamos tocar nisso.

Logo em seguida nós temos a segunda glória de Cristo - Criador do universo. Hb 1:2:

“pelo qual também fez o universo.”

Por que está colocada nesta ordem? Porque ele é o criador. Ele é o herdeiro e Ele é o criador. Ele herda tudo e Ele é aquele através de que o Pai a tudo criou. Veja o que João nos diz em seu evangelho 1:3:

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”

Porque Ele é o criador. Veja o que nos diz colossenses 1:16:

“pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.”

No mesmo versículo temos três grandes expressões que nos revelam a glória de Cristo como Criador: “nele, por meio dele e para ele”. Ele é a esfera de toda a criação, por isso “nele”. Ele é a esfera que sustenta tudo que foi criado. Mas, também “por meio dele”. Significa que Ele é aquele “Faça-se” de Deus. João diz: “sem ele, nada do que foi feito se fez.” Então por meio dele. Ele é o veículo da criação. E finalmente “para ele”. Significa que Ele é a “razão” de toda a criação. Veja: a esfera da criação, o veículo da

criação e a razão da criação. Veja o que colossenses 1:17 nos diz:

“Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.”

Essa palavra “subsiste” aqui é muito especial. A idéia exata dela é: nele tudo se mantém “coeso” ou “unido”. Aqui está dizendo que cristo é o “poder integrador de todas as coisas”. Sem Cristo nada se mantém coeso. Sem Cristo todo o universo se desintegra, pois nele tudo subsiste. Esse é o criador de todas as coisas.

A terceira glória – Ele é o resplendor da glória. Hb 1:3:

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...”

O que ela significa é que não há glória em lugar algum que não seja na “face de Cristo”. Deus não pode ser conhecido a não ser na face de Cristo. Resplendor tem a idéia de “refulgência, brilho”. Veja o que Paulo diz em 2 Co 4:6:

Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.”

Não podemos conhecer o que Deus é, a glória de Deus, se não na face de Cristo.

Vamos agora à quarta glória - Expressa imagem do seu Ser. Hb 1:3:

“e a expressão exata do seu Ser...”

Vamos compreender a beleza disso. Deus sempre se conhece. Nunca houve um momento na eternidade em que Deus tenha começado a se conhecer. Então no ato de se conhecer, e esse é um ato eterno, Deus gera uma imagem de Si que é exatamente igual a Si. Como Ele poderia gerar uma imagem dele não igual a Ele? Essa não seria uma verdadeira imagem Dele. Cristo não foi criado em Deus, Ele foi gerado em Deus. Veja o que Colossenses 1:15 nos diz:

“Este é a imagem do Deus invisível”

Deus gera uma imagem de si. Igual a Si. Por isso tudo o que se pode conhecer de Deus, só é possível através de Cristo. O logos, o verbo, a Palavra, pois Ele é a “imagem do Deus invisível”. Nós não conhecemos a face do Pai, a face do Espírito Santo, só podemos conhecer na face de Cristo. Como está no Evangelho de Mateus 11:27:

Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”

Então quando Hb 1:3 diz que Cristo é a “expressa imagem do seu Ser”, ou seja, gerado de Deus. Em Cristo, ou seja, na face de Cristo podemos ter comunhão com a Trindade bendita. Como nos revela João em seu Evangelho 1:18;

“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.”

Nossa alegria completa reside na comunhão da Trindade.

Vamos à próxima glória. A quinta glória - Sustentador de todas as coisas. Hb 1:3:

“... sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...”

A palavra “sustenta” como aparece aqui é significa “dirige ou guia”, ou seja, Ele governa de maneira providencial. Deus rege seu universo pela sua providência. Ele governa providencialmente todas as coisas.

A sexta glória – “Purificação de pecados. Hb 1:3:

“... depois de ter feito a purificação dos pecados...”

Há algo precioso aqui. Todas as glórias citadas anteriormente falam do “Cristo divino”. Agora o assunto é a purificação de pecados. E isso torna esta glória tão maravilhosa. Por isso ela vem em sexto lugar, para que nós vejamos a glória da purificação de pecados. Vamos ver alguns textos relativos à purificação de pecados:

Hb 2:17;

“... para fazer Propiciação pelos pecados do povo.”

Aqui a palavra “propiciação” é um verbo, uma ação: fazer propiciação. Vamos combinar esta palavra com mais dois textos: Rm 3:25 diz:

“a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação...”

A palavra “propôs” aqui é um substantivo. Fala de um “lugar” de propiciação. Agora vamos ver 1 Jo 2:2:

“e ele é a propiciação pelos nossos pecados...”

Aqui significa que Jesus é a “propiciação” pessoalmente. Agora coloque as três coisas juntas para podermos ver quão maravilhosa foi

esta purificação de pecados. Em primeiro lugar quem fez esta propiciação? O próprio Senhor Jesus. Por quê? Porque Ele é o Sumo Sacerdote. Quem fazia a propiciação no Velho Testamento? O sumo sacerdote. Mas quando ele fazia propiciação, ele tomava um sacrifício e colocava no propiciatório. Ele não se oferecia a si mesmo. Ele oferecia um animal. Mas o Senhor quando fez propiciação, o que ele ofereceu? O que poderia agradar a Deus? Ele ofereceu a Si mesmo. Então Ele é a propiciação. Ainda falta o ponto de Rm 3. Que diz que Ele é o lugar de propiciação. Ele é o próprio propiciatório. Então agora temos o quadro completo. Primeiro Ele é o propiciador. Segundo lugar é a propiciação e terceiro lugar Ele é o lugar da propiciação. Então esta é a idéia de purificação de pecados. Ele fez, Ele á a oferta e Ele é o lugar de encontro.

Agora a sétima gloria - Assentou-se à direita da Majestade. Hb 1:3:

“... assentou-se à direita da Majestade, nas alturas”

Esta palavra “assentou-se” aparece mais outras vezes aqui na carta aos Hebreus. Ela é muito significativa. Vamos ver estes outros lugares para encerramos esta sétima glória.

Esta série é muito preciosa. Esse é um tema muito importante. Então vamos ver uma a uma. O primeiro lugar é este texto citado de Hb 1:3. Quem foi este que se assentou? O mesmo que fez a purificação dos pecados. Que significa isso aqui em Hb 1:3? Que se esta purificação de pecados não fosse completa, Ele não poderia se assentar à destra de Deus. Já pensou nisso? Isso é maravilhoso! É grandioso! Ele fez a purificação de pecados, ressuscitou como varão aprovado e assentou-se à destra de Deus.

A segunda passagem está em Hb 8:1 diz assim:

“o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus

O foco aqui é o sacerdócio celestial de Cristo Jesus. O que significa Cristo ser Sacerdote Celestial? O que isso implica para a Igreja? Se Hebreus fala da glória da Vocação Celestial, ele fala da glória desta vocação em função do Sacerdócio de Cristo Jesus. É porque Cristo é esse “tal” Sacerdote, de “tal” qualidade e valor que temos que considerar a “Vocação Celestial”.

O terceiro lugar está em Hb 10:12 que nos diz:

“Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus”

Aqui nos é revelado a obra final de Cristo. Depois de fazer a purificação de pecados pelo oferecimento de Si mesmo, um único sacrifício, um sacrifício perfeito, assentou-se.

Agora vamos nos concentrar nos versículos 4 a 14 aqui de Hebreus 1. O foco deste pequeno trecho é fala da “supremacia de Cristo”. Diz assim o versículo 4:

tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.”

Aqui é revelado a primeira supremacia no livro de Hebreus: “Cristo é superior aos anjos”. Os anjos tinham importância e lugar na Velha Aliança. Foram os intermediários para que Deus desse a Lei a Moisés no Sinai. Então os anjos tinham uma posição grandiosa nesta intermediação de Deus com os homens. Por isso Hebreus começa falando desta supremacia de Cristo. “Cristo é superior aos anjos”.

Há várias supremacias de Cristo neste livro. Vejamos algumas:

· Hb 1:5-14 - Cristo superior aos anjos.

· Hb 3:1..... - Cristo superior a Moisés.

· Hb 4:1.. - Cristo superior ao sábado, superior a Davi e Josué.

· Hb 5:1..... - Cristo é superior a Arão. Etc.

Citamos apenas algumas. O livro todo é um contraste. Visa mostrar que Cristo é superior a todas as coisas. Tudo no livro de Hebreus é melhor. A Aliança é melhor, as promessas são melhores, a salvação é melhor, tudo no livro é superior.

Agora, depois de ver todo este quadro, podemos compreender a razão da exortação do capítulo 2. Quando nos diz: “Por esta razão...”. Qual razão? O falar do Filho; por conta das suas glórias; por sua superioridade. Porque Ele é o falar definitivo de Deus. Por isso Hb 2:3 diz:

“como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”

Oh Senhor! Ilumina os nossos olhos!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ESTUDO DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS


Visão Panorâmica da Vocação Celestial

1) O progresso em toda a carta:

O livro de Hebreus mostra-nos um progresso maravilhoso. Este é o tema do livro: “progresso”. Tanto um progresso na doutrina, quanto um progresso nas exortações – e por que não dizer, também, um progresso do pecado.

Primeiro o Espírito Santo começa com um ensinamento. Depois entra com uma exortação. A exortação está baseada naquele ensinamento. Depois entra outro ensinamento. E esse ensinamento não é uma repetição do primeiro. O Espírito Santo acrescenta algo ao que já foi dito. Por quê? Porque há um “progresso” em toda a carta.

Vamos descrever passo a passo um “gráfico” mostrando a visão geral da carta. Lembrando que o nosso “foco” neste estudo de Hebreus é a “Vocação Celestial”. No final mostraremos o gráfico completo.

2) As exortações:

Na 1ª coluna, onde está escrita a palavra “texto”, estão descritas as cinco “exortações” do livro de Hebreus. A primeira passagem exortativa está em Hb 2:1-4; a segunda está em Hb 3:7 a Hb 4:13; a terceira está em Hb 5:11 a 6:20, uma longa exortação; a quarta está em Hb 10:26-39; e a última passagem está em Hb 12:14-29. Ex:

TEXTOS EXORTATIVOS

Hb 2:1-4

Hb 3:7 a 4:13

Hb 5:11 a 6:20

Hb 10:26-39

Hb 12:14-29

Essas cinco exortações formam uma só palavra de exortação. Veja Hb 13:22:

“Rogo-vos ainda, irmãos, que suporteis a presente palavra de exortação

3) O pano de fundo das exortações:

Na 2ª coluna nós temos o “pano de fundo” das exortações do livro de Hebreus. É neste pano de fundo que a exortação é feita. O que é que está por trás das exortações?

Na primeira exortação, o pano de fundo é o contraste entre “Sinai e Calvário”. Na segunda exortação o pano de fundo é o “deserto e Canaã”. A terceira exortação tem como pano de fundo “Canaã e seus frutos”. – a terra com os seus frutos. Na quarta exortação o pano de fundo é o “Santo dos santos”. Aqui está o “coração” da carta aos Hebreus. Os capítulos 7, 8, 9 e 10 de Hebreus apresentam um ensino sobre o “Sacerdócio Real de Cristo”. Um ensino a respeito do “alimento sólido”, como nos diz em Hb 5:14:

“Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.”

E esse ensino é o “coração” da carta. O ensino sobre o sacerdócio de Cristo. O que ele fez? O que ele realiza? O que significa para nós? Aqui temos um contraste entre o “Sacerdócio de Cristo” e o “sacerdócio de Melquisedeque”. O grande chamado no livro de Hebreus é para que nós “vivamos” no “Santíssimo” – “morar” no Santíssimo, “habitar” no Santíssimo – 24 horas por dia. Não apenas quando oramos, quando estamos reunidos, mas habitar no Santíssimo. Essa foi a aspiração dos “Santos” do Antigo Testamento. Veja as seguintes passagens: Salmos 23:6; Salmo 27:5; Salmos 65:4; Salmos 84:10:

Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.”

Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo.”

Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa—o teu santo templo.”

“Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.”

A “Casa do Senhor” é Cristo. Cristo é o Tabernáculo de Deus com os homens. Veja o que João 14:2 nos diz:

“Na casa de meu Paimuitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.”

A “casa de meu Pai” é Cristo. Ele é a casa do Pai. As “moradas” que Ele preparou significam a nossa “introdução” nEle mesmo. Hoje estamos “em Cristo”. Estamos na casa do Pai. Essa palavra “morada” aparece duas vezes aqui no Evangelho de João. Ela é muito significativa! A primeira em Jo 14:2 e, a outra, em Jo 14:23, nos revela a outra face da moeda. Veja o que o Senhor Jesus nos diz:

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.”

Cristo é a nossa morada porque Ele é a casa do Pai. Mas no versículo 23 nós somos a Sua morada. Dupla morada. Nós estamos em Cristo e Cristo está em nós. Esse é o “chamamento” de Hebreus que nós vemos aqui nesse ensino acerca do “Sacerdócio de Cristo”. Um chamamento “central” – Habitar no Santíssimo. Esse é o pano de fundo da 4ª exortação. Por isso Hb 10:19 nos diz com tanta ênfase:

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus

A quinta e última exortação tem como pano de fundo a “Nova Jerusalém”. Ex:

PANO DE FUNDO

Sinai e Calvário

Deserto e Canaã

Canaã e seus frutos

Santo dos Santos

Nova Jerusalém (Hb 12:22)

4) Ospecados envolvidos em cada exortação:

Agora passaremos a mostrar “os pecados envolvidos” em cada exortação. Com relação à primeira exortação, o pecado envolvido é a “Negligência”. Com relação à segunda exortação o pecado envolvido é a “Incredulidade”. Com relação à terceira exortação o pecado envolvido é a “Apostasia”. Com relação à quarta exortação o pecado envolvido é o “Pecado voluntário ou deliberado”. E com relação à quinta exortação o pecado envolvido é a “Indiferença”.

Prestemos atenção ao “progresso” do pecado. O primeiro passo é “Negligenciar” – não dar atenção, não ter cuidado, não ser um ouvinte atento. Quando nós negligenciamos, o próximo passo é a “Incredulidade” – coração impermeável, duro, incapaz de receber a Palavra de Deus. Por isso veja o que é dito em Hb 4:2 com respeito à segunda exortação:

“... mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.”

Isso é incredulidade! Veja ainda o que Hb 3:12 nos diz com respeito á “progressão final” deste pecado:

Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo

Se não tomarmos cuidado com isso o assunto vai piorar: “vos afaste do Deus vivo. Então o terceiro passo tem a ver com a “Apostasia”. Significa abandono em relação a um estado anterior. Nós estávamos andando no caminho e agora nos colocamos à margem do caminho. Esse é o significado da palavra “caíram” de Hb 6:6: “pôr-se à margem do caminho”. Isso é apostatar! E isso é um perigo nos nossos dias. O mundo não pode apostatar porque o mundo não pertence a Cristo, não corre a carreira cristã. Só os cristãos podem apostatar. E apostasia é algo grave.

O quarto passo é algo ainda pior. Depois que nos colocamos à margem do caminho, poderemos viver uma vida de “pecado voluntário ou deliberado”. Voltamos a amar o pecado, desejar pecar, andar no pecado. Esse é o pecado voluntário ou deliberado.

Há ainda algo pior que isso? Há! O quinto passo toca o assunto da “Indiferença”. E este é o “estado final” – a Indiferença. Indiferentes à Palavra, à reunião dos santos, ao Senhor, ao Reino de Deus, indiferença! O exemplo citado neste quinto passo é o de “Esaú”, um terrível exemplo. Veja o que Hb 12:16 nos diz:

“nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura.”

Por ser Esaú um indiferente, vendeu o seu direito de primogenitura. Veja em Gênesis 25:32 o que ele disse para si mesmo sobre o seu direito de primogenitura:

“Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura?”

Esse foi o seu pecado. Sua indiferença. Quando o nosso coração está envolvido com uma “crosta” tão grande que nos tornamos incapazes de responder a Deus, Sua Palavra, Seu Espírito. Esse é o pecado da Indiferença.

PECADO ENVOLVIDO

Negligência (Hb 12:3)

Incredulidade (Hb 3:12, 19)

Apostasia (Hb 6:4-6)

Pecado voluntário (Hb 10:26)

Indiferença (Hb 12:16)

5) Osprivilégios” envolvidos em cada exortação:

Depois disso o Espírito Santo nos leva a outro “ensino”, mostrando-nos “os privilégios” envolvidos em cada exortação. Esta é uma coluna maravilhosa! Aqui há um progresso também. O primeiro privilégio nos fala da “tão grande salvação”. O segundo privilégio nos fala da nossa “vocação celestial”. Como nos diz Hb 3:1:

“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus”

O terceiro privilégio nos fala da “maturidade”. Nós somos chamados para a maturidade ou perfeição, como nos diz Hb 6:1:

“Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus”

Somos chamados à maturidade. Deus não tem nenhum contentamento em um “berçário” de crianças. Ele ama seus filhinhos, mas não deseja que permaneçam “filhinhos”. Mas que cresçam para maturidade.

O quarto privilégio, como falamos, é o “coração da carta”. É o privilégio de “viver” no Santo dos santos. Habitar ali. Que nada, e nenhuma situação, separe a face de Deus da nossa face. Vida no santíssimo! Esse é o privilégio.

O quinto privilégio tem a ver com a “herança”. Herança do “reino”. Irmãos, o nosso chamamento não tem a ver apenas com o gozo nesta terra e a herança na Nova Jerusalém. Há uma herança no reino. Porque o nosso Senhor Jesus vai voltar. Está às portas! Ele vai instituir o Seu reino na terra. No “reino milenar” do Senhor, aqueles que forem fiéis a Ele serão “galardoados” por Ele. Como nos diz o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 5:10:

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.”

Esse tribunal não é para o mundo. Porque é o “tribunal de Cristo”. Paulo diz que nós compareceremos. O nosso compromisso já está agendado. E cada um de nós vai receber segundo o bem ou mal que tivermos feito por meio do corpo. Então essa é a herança do Reino.

PRIVILÉGIOS

Tão grande Salvação (Hb 2:3)

Vocação Celestial (Hb 3:1)

Maturidade/Perfeição ((Hb 6:1)

Vida no Santíssimo (Hb 10:19-23)

Herança do Reino (Hb 12:28)

6) As advertências em relação aos privilégios:

Agora vamos nos concentrar nas “advertências” em relação aos privilégios. Com relação à primeira exortação (Negligência), a advertência é para “não nos desviarmos”. Com relação à segunda exortação (Incredulidade), a advertência é para que não “endureçamos o nosso coração”. Esses são textos tirados do livro de Hebreus. Com relação à terceira exortação (Apostasia), a advertência é não lançarmos de novo a “base dos rudimentos”, e sim nos deixarmos levar para o que é perfeito.

Com relação à quarta exortação (Pecado voluntário), a advertência é para não “abandonar a nossa confiança”. Veja o chamado em Hb 10:22:

aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé

Com relação à quinta exortação (Indiferença), a advertência é “não recusar ao que fala”. Aqui podemos ver que a palavra do Filho fala coisas superiores do que tudo que foi falado no Velho Testamento. Assim como o sangue de Cristo fala coisas superiores ao sangue de Abel. Então, “não recuseis ao que fala”. E por que não recusá-las? Porque o privilégio é a “herança no reino”. Veja o gráfico completo:

TEXTOS EXORTATIVOS

PANO DE FUNDO

PECADO ENVOLVIDO

PRIVILÉGIOS

ADVERTÊNCIAS

CARÁCTERÍSTICAS DOS DESTINATÁRIOS

Hb 2:1-4

Sinai e Calvário

Negligência (Hb 12:3)

Tão grande Salvação (Hb 2:3)

Não nos desviarmos (Hb 2:1)

Tardios

Hb 3:7 a 4:13

Deserto e Canaã

Incredulidade (Hb 3:12, 19)

Vocação Celestial (Hb 3:1)

Não endurecer o coração (Hb 3:7,8, 15; 4:7)

Falta de Fé

Hb 5:11 a 6:20

Canaã e seus frutos

Apostasia (Hb 6:4-6)

Maturidade/Perfeição ((Hb 6:1)

Não lançarmos de novo a base dos rudimentos (Hb 5:12)

Cansados (Hb 12:3)

Hb 10:26-39

Santo dos Santos

Pecado voluntário (Hb 10:26)

Vida no Santíssimo (Hb 10:19-23)

Não abandonar a nossa confiança (Hb 10:35)

Rodeados pela Palavra

Hb 12:14-29

Nova Jerusalém (Hb 12:22)

Indiferença (Hb 12:16)

Herança do Reino (Hb 12:28)

Não recusar ao que fala e servir a Deus de modo a agradá-lo (Hb 12:25-28)

Não estavam ouvindo a Palavra (Hb 12:25)

Então, irmãos, percebemos que o livro de hebreus apresenta as “exortações” mais profundas do Novo Testamento. E isso por causa de um motivo: “os privilégios”. É porque o livro de hebreus apresenta os privilégios “mais altos” do Novo Testamento. Assim, quando o privilégio é alto, a exortação é muito profunda, para que não percamos o privilégio.

Que o Senhor nos dê iluminação pelo seu Espírito Santo. Dê-Nos Espírito de Sabedoria e de Revelação para compreendermos a nossa “Vocação Celestial”, como nos diz Efésios 1:18:

iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento