domingo, 29 de maio de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 106

Harada – 21ª Estação (parte 4)



Por: Luiz Fontes


TEXTOS: Números 33:24; Números 18:1-7; 2 Timóteo 2:4

Vamos prosseguir estudando este maravilhoso assunto desta 21ª Jornada, Harada, que trata da questão da nossa reverência, do nosso temor a Deus em relação ao nosso serviço e ao ministério. Creio que precisamos estar profundamente convictos do quanto nos é necessário estar debaixo do temor de Deus para poder servi-lO na Sua obra, para poder estar diante dEle pelo Seu próprio povo, no tocante ao nosso serviço, ao encargo do ministério.

Amados irmãos e irmãs, a vocação ministerial tem a ver com viver as implicações da palavra de Deus numa comunidade, sem jamais se permitir vaguear pelos caminhos exóticos de uma religião que busca fama, fortuna, prazer; de uma religião que busque sempre a promoção pessoal, o sucesso, o reconhecimento, o aplauso. No serviço da obra de Deus nós somos cercados por tantas oportunidades e vantagens que muitas vezes tentam nos seduzir, nos atrair para um campo onde Deus não é glorificado. Não podemos permitir que o sistema nos transforme em gerentes de “lojas eclesiásticas”. Nossas preocupações não devem ser como manter “os clientes” felizes ou como atraí-los para que não vão a “outras lojas”, a outros grupos concorrentes que ficam na mesma rua, no mesmo bairro. Precisamos ser cuidadosos para que não sejamos formados por esse tipo de sistema que tenta nos induzir de modo a sempre satisfazer as pessoas, a buscar embalar os produtos de forma que os consumidores gastem mais dinheiro com eles.

Meus irmãos e irmãs, devemos estar comprometidos com o Evangelho puro e simples que o Senhor Jesus pregou. Paulo, escrevendo a Timóteo, em 2 Timóteo 2:4 disse:

4 Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.”

Amados, não é o nosso papel atrair consumidores, como se fôssemos empreendedores cuja mente está diariamente ocupada em levantar grandes somas em dinheiro; não é o nosso papel supervisionar o desenvolvimento da nossa obra e o trabalho da nossa equipe; não é o nosso papel agir como administradores comerciais cuja mente está ocupada com estratégias semelhantes às de franquias de fast-food, esperando sempre o sucesso rápido. Não fomos chamados para isso. Nessa estação, Harada, dentro de todo o contexto que temos estudado até aqui, desde o capítulo 16 de Números, onde fomos subindo estação após estação, precisamos estar atentos, pois, todos nós estamos vulneráveis e condicionados a ceder nesse tipo de ambiente. Por que não agradaríamos àqueles que estão pagando os nossos salários, se podemos fazê-lo e manter, aparentemente, nossa consciência tranquila? Como não satisfazer àqueles que nos aplaudem, que nos elogiam, que nos reconhecem, que mantêm nosso sucesso, nosso padrão? Por que nossas consciências não estariam tranquilas se nossas ações são ratificadas muitas vezes pelo voto, pelo reconhecimento, pela aceitação das pessoas na comunidade, das pessoas nas congregações onde temos servido?

Esse consumismo tem uma finalidade muito perversa, que é a de moldar-nos. E muitas vezes não estamos nos dando conta de como estamos sendo moldados por esse tipo de sistema, por esse tipo de consumo, por esse tipo de evangelicalismo. Não há área em nossas vidas que não seja afetada de uma forma ou de outra por esse tipo de consumo religioso. Somente Deus, por Seu maravilhoso Espírito Santo, para nos guardar. Estou deixando com você essa palavra para que você medite, para que você esteja atento, para que o Senhor guarde o seu coração. Não podemos permitir que nossos irmãos vejam Deus como um produto que irá ajudá-los a viver bem ou melhor, que olhem para Deus e vejam nEle apenas um produto de consumo religioso. Não podemos permitir que as pessoas sejam movidas por esse tipo de visão, que vivam a vida cristã procurando a melhor oferta. Líderes que mal veem o que estão fazendo, aqueles que estão fazendo acordos e não têm consciência do perigo de tudo isso; aqueles que estão “marketizando” a linha de produtos em nome de Deus, a fim de atrair as pessoas para, depois, criar maneiras de superar os que competem pelo mercado, de sempre estar no topo, acima, de ser o melhor. Isso não é vida cristã. A vida cristã nunca esteve tão envolvida com relações públicas, com a imagem diante do público, com vendas, técnicas de propaganda e marketing, de espírito competitivo como temos visto. Quantos ministros de Deus, vocacionados pelo Espírito Santo, se permitem envolver nessa atmosfera, não vendo nada de errado nesse tipo de prática. Quantos estão validando isso tudo e até buscando fundamento na palavra de Deus, fazendo uso de textos fora de seu claro contexto para fundamentar esse tipo de ensino. Vemos aqui o velho sistema de livre empreendimento, de mercado, que tentamos enquadrar dentro da nossa vida cristã. Não podemos permitir isso, não podemos aceitar que esse tipo de comportamento, de conduta e de prática esteja no meio do povo de Deus.

Vejo e falo com muita tristeza, porque faço parte, são os meus irmãos. Não é o meu papel aqui julgar e condenar, porque a própria palavra de Deus já nos julga, e sabemos o quanto estamos comprometidos com ela. Mas hoje, infelizmente, uma grande porcentagem, assustadoramente alta, de líderes tem se colocado ao lado do próprio inimigo e do mundo para forjar uma religião maligna e envolver o povo de Deus. Precisamos tomar muito cuidado para que satanás não venha nos desviar do propósito da vocação para a qual fomos chamados. O mundo quer uma religião que seja atraente, cheia de entretenimento, com algumas pausas para comerciais morais. O trabalho de um homem de Deus e de uma mulher de Deus é levar as pessoas a viver uma vida dia após dia diante de Deus. O trabalho de um homem de Deus vocacionado pelo Espírito Santo é levar as pessoas a terem uma vida comprometida com Deus, ministrar-lhes uma palavra viva, poderosa e eficaz, que trate em todas as áreas de sua vida. Nós não podemos permitir que o Evangelho seja diluído debaixo de nossos próprios olhos, porque Deus está reivindicando a Sua igreja, está reivindicando a centralidade da Sua palavra.

Estudando essas jornadas em torno do Monte Sefer, podemos ver o que o Espírito Santo deseja falar a nós quanto ao verdadeiro significado do ministério cristão, especialmente àqueles que têm o encargo do ministério e da palavra. Quando olhamos para a palavra de Deus, vemos que o ministério cristão é uma grande responsabilidade, e talvez muitos não tenham atentado para isso. Mas quero que você atente. O ministério cristão é o mais digno e o maior privilégio que um homem pode ter – o de ser chamado, vocacionado por Deus para servir no santo encargo do ministério. Quando olhamos para a palavra de Deus nós entendemos o que é isso. Vemos que o propósito de Deus é nos levar a uma vida profunda, movidos pelo Espírito Santo, pela palavra, pelo trabalho da cruz, uma vida profunda em Cristo. Não podemos permitir que o cristianismo se torne algo morno, insípido, uma religião de consumo, que tende a transformar o culto a Deus em cerimônias cheias de ostentações. Não podemos permitir ser levados para um tipo de casulo emocional, aonde nunca vamos verdadeiramente experimentar Deus em profundidade. Temos que ser cuidadosos quanto a esse chamado santo e eficaz, porque um dia Deus vai nos pedir conta.

O ministério correto é aquele que toma como fonte a Bíblia, a palavra de Deus, a literatura que é uma expressão viva do próprio falar de Deus que domina as pessoas. Quando olhamos a história da Igreja durante todos esses séculos, vemos que Deus sempre teve uma só palavra. E é isso que Deus deseja, uma palavra que toque o comportamento das pessoas, e não estratégias humanas, que procuram manipular as pessoas, que procuram torná-las escravas de um comércio religioso. Vivemos num século de mudanças rápidas, onde a análise racional leva a conclusões em que muitas vezes o inesperado ocorre, e você nem mesmo toma conhecimento do que está acontecendo com você; onde a tecnologia tem dado saltos tão grandes que não conseguimos acompanhar. Mas, a palavra de Deus está acima de tudo isso; a experiência à qual somos destinados a viver em Cristo está além de tudo isso. O pensamento corrente diz-nos que é necessário atualizarmo-nos o tempo todo, e que precisamos voltar a estudar para adquirir as últimas informações para que dominemos as novas técnicas de mercado e, assim, possamos manter as massas manipuladas conforme o produto que lhes oferecemos. Vê-se hoje uma tendência que se desenvolve e que está intimamente ligada àquilo que é o mercado, o comércio, a política do mundo. A Bíblia diz em 1 João 2:15 que não podemos amar o mundo e nem as coisas que há no mundo.

A Igreja é espiritual, o ministério é espiritual. Às vezes vemos que o ministério tem sido reduzido a meros profissionais simpáticos – aqueles que são transformados em réplicas dos líderes culturais; aqueles que procuram poder, influência, prestígio. Quantos estão sendo escravizados por isso. Quantas vezes temos ouvido vozes insistentes que ressoam em nossos ouvidos, dizendo que precisamos nos moldar aos nossos líderes culturais, aos grandes executivos bem sucedidos, aos artistas que possuem o poder sobre as massas, porque temos que almejar o sucesso, ser pessoas de sucesso. Não, nós temos que ser homens como foi Abraão – em Gênesis 12:2 Deus disse para Abraão: “Sê tu uma bênção”. Nós somos portadores de bênção. Temos que ser homens formados como foi Moisés no deserto da vida, que experimentou o sofrimento, a luta, onde Deus foi moldado em sua mente e em seu caráter. Temos que ser homens como Elias que não teve nenhum receio de confrontar o pecado na corte, a política injusta e idólatra de seu tempo. Quando a glória de Deus e a santidade de Deus estavam sendo expostas à vergonha por causa da idolatria do povo de Deus, Elias aparece, como que do nada, um homem de Tesbe, nas imediações de Gileade. Ele vem para proclamar o juízo de Deus. Em 1 Reis 17, a partir do versículo 1, vemos que logo quando ele aparece e proclama o juízo de Deus, Deus o separa e o leva para o ribeiro de Querite – que significa “cortar na medida certa”. Deus leva Elias a Querite porque ainda precisava trabalhar mais na sua vida. Estudando todo o ministério de Elias, vamos perceber que durante aquele tempo em que servia nas mãos de Deus para que Deus lhe usasse, a maior parte do tempo foi Deus trabalhando na vida de Elias. Não foi Deus trabalhando através de Elias, mas Deus trabalhando na própria vida de Elias. Isso é tão rico! À medida que estamos servindo a Deus, nos entregando diante de Deus pelos nossos irmãos, a vida de Deus está sendo dispensada para dentro de nós, Deus está trabalhando sua vida em nós, porque nunca estamos prontos. Um dia Pedro disse para Jesus que estava pronto (Lucas 22), mas nós nunca estamos prontos. Cada dia é um novo dia, cada dia é uma nova experiência. É assim que você vai fluir no ministério cristão, é assim que você vai ser um homem de sucesso. Um homem de sucesso não é aquele que o mundo e as pessoas aplaudem, mas aquele que está diante de Deus e Deus vê; aquele do qual Deus se agrada, aquele que é um homem segundo o coração de Deus, segundo a vontade de Deus, segundo o propósito de Deus. A nosso vida é vivida diante de Deus, não é vivida somente diante dos homens. Acima de tudo, diante de Deus.

Por essas questões, precisamos ser cuidadosos. Não podemos ignorar que o nosso papel enquanto ministros de Deus é manter a clara distinção entre as mentiras do mundo, as mentiras do diabo, e a verdade do Evangelho. É claro que essa tarefa ministerial não se restringe somente àqueles que são chamados e vocacionados por Deus para o serviço do ministério. Essa tarefa abrange a todos os salvos em Cristo Jesus. No entanto, aqueles que Deus tem chamado para o santo encargo do ministério e da palavra estão em uma posição estratégica, que vai contra a cultura do mundo. Nosso lugar na sociedade é sobre certos aspectos únicos. Não há quem ocupe outra posição tão privilegiada, tão importante em todos os aspectos, como aqueles que foram chamados por Deus para servir no ministério. Mas também é uma posição tão perigosa, onde tantas sutilezas tentam nos atrair. Mas o nosso compromisso é manter viva a proclamação do Evangelho de Cristo Jesus, é lavar as almas a conhecerem profundamente o amor de Deus. Essa tarefa não é fácil, pois há forças poderosas, algumas sutis, outras tão óbvias, tão nítidas diante de nós, que tentam nos domar, constranger, nos reduzir, nos levar a servir à cultura como ela é. Forças que tentam nos induzir a usar a nossa posição, o nosso chamamento para nos tornarmos pessoas poderosas, importantes, de acordo com os padrões do mundo. Assim, irmãos e irmãs, precisamos de toda a ajuda que possamos conseguir de Deus para manter a nossa identidade com relação ao caráter do Evangelho ao qual fomos chamados a proclamar.

Que Deus, de uma forma tão poderosa, possa falar ao seu coração essa palavra, possa levar você a compreender a importância de tudo isso e o verdadeiro significado da vocação à qual você foi chamado diante de Deus. Que Ele lhe abençoe.

sexta-feira, 20 de maio de 2011


Irmãos em Cristo

Veja como a profecia está se cumprindo diante dos nosso olhos. O mundo cada vez mais está se voltando contra Deus e contra seu povo terreno Israel. Deus fez uma aliança com esse povo e é impossível que sua promessa não se cumpra e o mundo está querendo de novo tomar a terra que o SENHOR deu a Israel, com isso está cumprindo as escrituras.
Vamos sim orar por Israel, pelos propósitos de Deus e pelo cumprimento da Sua Palavra.
Esses líderes mundiais a exemplo de Obama e outros falam de processo de paz, mas lembrem-se das escrituras sagradas que diz: "quando disserema a paz e segurança, cuidado haverá repentina destruição".
Os sinais que o nosso Senhor disse para seus discípulos quando ainda estava aqui na terra estão se cumprindo e isso indica que a sua segunda vinda está cada vez mais próxima.
Maranata, ora vem Senhor Jesus!


Texto extraído do Blog Shalom Israel


O mundo caminha rapidamente para o Juízo Divino!
Depois da traição de Hussein Obama no seu discurso de ontem, "convidando" Israel a entregar as terras bíblicas, regressando às fronteiras de 1967, e a "fúria" mais que justificada de Netanyahu, o primeiro-ministro israelita tem estado esta manhã reunido com Obama, não se sabendo ainda o que sairá desse braço de ferro.
Uma coisa é certa, e demasiado preocupante para passar despercebida: o chamado "quarteto para as negociações de paz no Médio Oriente" acaba de dar o seu "forte apoio" à visão de Obama para a paz israelo-palestiniana: "O Quarteto concorda que avançar na base de território e segurança provê um fundamento para que israelitas e palestinianos alcancem uma resolução final do conflito através de sérias e substanciadas negociações e mútuos acordos em todos os assuntos cruciais" - afirmou o Quarteto.
Isso significa que os "poderosos" Estados Unidos, União Européia, Rússia e Nações Unidas, representados neste "quarteto" (para a destruição de Israel) apoiam a visão suicida de Obama através da qual Israel terá de entregar terra aos palestinianos e regressar às fronteiras de 1967...!
Estas nações e poderes humanos desconhecem que ao forçarem Israel a dividir a Terra, não estão só provocar a destruição do estado judaico, como a provocar a ira de Deus sobre si próprios, e disso não escaparão concerteza, a menos que voltem atrás.
Através do profeta Joel, Deus declara o seguinte: "Porque eis que naqueles dias (os "últimos dias") e naquele tempo...congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do Meu povo, e da Minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a Minha terra." (3:1,2)
Este é um sério aviso de Deus nestes dias às Nações Unidas, aos EUA, à Rússia e à União Européia, que preferem arrogantemente decidir sobre aquilo que não lhes pertence, sucumbindo ao poder do Islão e aos interesses do petróleo.
Eu tremo só de pensar no que irá em breve acontecer ao mundo. Acredito literalmente na Palavra de Deus, por isso anuncio aqui aquilo que certamente irá em breve acontecer:
"Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do Senhor vem, já está perto; Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração...Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos...Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu esplendor. E o Senhor levantará a Sua voz diante do Seu exército; porque muitíssimo grande é o Seu arraial; porque poderoso é, executando a Sua palavra; porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?" - Joel 2:1,2, 6, 10, 11.
Peço a todos que oremos por Israel nesta fase crucial da sua existência, e para que, atendendo ao convite do Senhor através do profeta Joel, se voltem para Ele: "Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração...e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em benignidade." - Joel 2:12,13.
Assim seja!
Shalom, Israel!

Fonte: http://shalom-israel-shalom.blogspot.com

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ENCONTRO EM ITABERABA



Irmãos em Cristo

Foi muito edificante a Palavra ministrada por meio do irmão Rodrigo Abarca aqui em Itaberaba no período de 12 a 15 de maio passado. O irmão ministrou sobre o livro de João e falou sobre a importância da obra do Senhor Jesus, de como Ele que sempre foi Deus O Filho, se esvaziou e veio viver a vida humana para fazer aquilo que Adão não conseguiu no princípio, odedecer e viver uma vida de total dependência de Deus.
Falou também sobre o Novo Nascimento e sobre a natureza divina que nos é dada gratuitamente no Amado, e de como a vida humana é uma simples figura do que é a verdadeira vida que é eterna e gloriosa, pudemos compreender como a vida humana é passageira e como todos os nossos esforços naturais não podem matar a nossa sede e preencher o grande vaziu que todo ser humano tem e que só pode ser preencido por Deus.
O irmão explicou que quando nascemos de novo, nos tornamos criancinhas em Cristo, mas o propósito do Senhor é que crescamos até sermos filhos semelhantes ao Filho, O Varão Perfeito.
Foi muito bom, eu pessoalmente me senti muito alimentado e espero que essa Palavra possa me levar a refletir sobre muitos aspectos da minha vida e a uma consagração ao Senhor cada vez maior, que Ele ganhe completamente o meu coração.
Dou graças a Deus pela vida do irmão Rodrigo, que tem sido um vaso útiul nas mãos do Senhor. Que nosso PAI o abençoe ricamente em Cristo, livrando-o de todo o mal para que Ele continue cooperando na edificação da Igreja.

As fotos foi de uma comunhão que aconteceu na casa da irmã Inalda no diomingo pela manhã.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

IGREJA NA SÍRIA SOFRE AMEAÇAS

Irmãos e irmãs em Cristo, veja a notícia abaixo extraída do Blog Shalom Israel, que vem mostrar a situação dos nosso irmãos em Cristo que vivem na Síria. A Igreja naquele país está sofrendo pressões e ameaças, precisamos orar pelos nosso irmãos, para que o Senhor venha fortalecê-los, protegê-los e sustentar a cada irmão que está naquele país.
Encorajo a cada um que ler este artigo a interceder por meio da oração pela Igreja na Síria.

À medida que se intensificam as manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, os cristãos residentes no país estão a sentir o aumento da pressão para que se juntem às manifestações ou saiam do país.
As exigências feitas aos cristãos estão fazendo com que eles temam pelo seu futuro,e fechem as suas lojas e comecem a pensar o que fazer num futuro muito próximo, uma vez que as Igrejas também estão a receber ameaças constantes.
Os cristãos têm na sua maioria estado de fora dos protestos, tendo geralmente estado em segurança e sendo bem tratados pelo governo secular Baathist, que lhes tem concedido uma certa liberdade religiosa. Mas os cristãos temem agora o que poderá vir a seguir, uma vez que os islamitas tentam controlar as manifestações inicialmente organizadas para reivindicar mudanças políticas e económicas.
Tem havido uma mobilização de muçulmanos na região do sul feita pelos islamitas para apoio aos manifestantes. Abu Muhammad al-Maqdisi, mentor do falecido Abu Musab al-Zarqawi, que dirigiu os guerrilheiros da al-Qaeda no Iraque, disse o seguinte:
Tal como é necessária a queda do regime para que apele à democracia, é também necessário que se apele à aplicação da sharia.

CRISTÃOS: AS PRIMEIRAS VÍTIMAS DAS REVOLUÇÕES ÁRABES

Numa carta escrita aos líderes ocidentais, um proeminente líder cristão sírio apelou a que "pedissem aos chefes de estado dos países árabes para que trabalhem para um verdadeiro desenvolvimento...Mas não encorajem revoluções". E disse ainda:
"A situação tem-se deteriorado até ao crime organizado, assaltos, medo, disseminação do terror, rumores de ameaças às Igrejas... Grupos fundamentalistas estão ameaçando cidadãos e pretendendo criar 'Emirados Islâmicos'...Os Cristãos estão especialmente muito fragilizados diante das crises e das revoluçõe sangrentas! Os Cristãos serão as primeiras vítimas destas revoluções, especialmente na Síria. Uma nova onda de emigração seguir-se-á imediatamente.
Alguns temem que para os Cristãos uma Síria pós-Assad pode deteriorar-se, tal como o Iraque pós-Saddam Hussein. Tal como Assad, Saddam restringia a influência dos islamitas militantes, mas após a sua queda eles ficaram à vontade para espalhar o terror no meio da comunidade cristã; centenas de milhar de Cristãos foram consequentemente forçados a fugir da violência. Muitos deles foram para a Síria, que tem uma longa história de acolhimento aos refugiados cristãos, contudo as perturbações actuais estão levando alguns de volta à sua perigosa terra natal (Iraque).
Os Cristãos compõem cerca de 10 por cento da população síria. Têm podido cultuar e praticar a sua fé basicamente sem interferências, apesar de o evangelismo entre muçulmanos ser fortemente desencorajado e a conversão do islamismo para o cristianismo ser proibida pela lei. Parece claro que uma mudança de regime não irá beneficiar a Igreja síria.

O Dr. Patrick Sookhdeo, Director internacional da organização cristã humanitária Barnabas Fund, disse o seguinte:
"A Síria tem sido um reduto de liberdade e segurança para os Cristãos num mundo árabe geralmente hostil. Se eles agora forem forçados a deixar o país, para onde irão? Toda a região está sendo abalada pela instabilidade, e à medida que grupos islamitas vêm tentando capitalizar na confusão política para avançarem a sua própria agenda, o futuro do Cristianismo naquela parte do mundo parece crescentemente incerto."
Oremos pelos cristãos na Síria, Egipto e em toda a região árabe actualmente debaixo de convulsões políticas e sociais.
Shalom!

Fonte: http://shalom-israel-shalom.blogspot.com

segunda-feira, 9 de maio de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 105


POR: LUIZ FONTES

21ª ESTAÇÃO – MONTE SEFER (PARTE 3)

TEXTOS: Números 18:1; Romanos 15:16; Mateus 8:17

Prosseguindo nesse estudo acerca de Harada, a 21ª estação, nós vamos ler Números 18:1, capítulo relativo a essa estação:

Disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao vosso sacerdócio”.

Graças ao Senhor nós estamos estudando esse assunto tão precioso acerca da responsabilidade espiritual, da responsabilidade do governo, da responsabilidade da liderança. E isso com base na figura do sacerdócio no Antigo Testamento, para que possamos entender com fundamento. Como já vimos, toda a escritura é divinamente inspirada por Deus e o desejo de DEUS através da Sua Palavra é nos mostrar com fundamento o que é a liderança cristã. Muitas pessoas têm procurado conhecer esse assunto de liderança cristã numa visão mundana, caracterizada pelos padrões mundanos. Meu irmão e minha irmã, não é isso que DEUS tem para nós, não é isso que DEUS quer para nós, precisamos ser cuidadosos quanto a esse assunto. Eu e você precisamos olhar com atenção o que é que DEUS tem para nos falar aqui, pois não podemos e nem temos o direito de ser ignorantes quanto a isso. Nós temos o Espírito Santo de DEUS, ansioso, desejoso, por falar a nós, à Igreja do Senhor Jesus. Vejamos o que o Senhor diz a Arão nesse versículo de Números 18:1.

Quando estudamos desde o livro de Êxodo, vemos Deus falando sempre a Moisés. Mas agora DEUS está estabelecendo, legitimando, a Sua autoridade espiritual na vida de Arão, conforme vimos lá no Monte Sefer, quando a vara de Arão floresceu. Então, falando a Arão, Deus diz que ele e seus filhos e a casa de seu pai, a tribo de Levi, levariam a iniquidade relativamente ao santuário, isto é, a iniquidade de todo o povo. Veja que Deus chama o povo de santuário. E essa é a visão do Novo testamento, pois a Igreja é o corpo de Cristo. A Igreja não é o prédio onde nós nos reunimos. A Igreja é que se reúne dentro de um prédio, dentro de um salão, dentro de um galpão, dentro de um local. A Igreja somos nós e é isso que DEUS está falando.

Quero enfatizar esse primeiro ponto, pois está relativamente ligado ao serviço ministerial. Nós podemos imaginar que aquele que tem o encargo do ministério, da liderança espiritual, tenha o papel de administrar, um papel burocrático, de um administrador de empresas, um advogado, ou um psicólogo. Essas coisas em nada, em sentido algum, poderão ajudar uma pessoa concernente ao ministério. Se você discorda de mim, procure na Palavra de Deus fundamento para isso. Não estou desmerecendo essas funções, só estou dizendo que essas prerrogativas em nada cooperam para o serviço e ministério cristão. O ministério cristão é espiritual. Moisés, por exemplo, foi um dos homens mais bem preparados intelectualmente. Ele estudou durante 40 anos, preparando-se lá no Templo do Sol. Se você puder estudar história antiga e voltar para o tempo de Moisés, verá que o Templo do Sol, no Egito, onde Moisés estudou toda a ciência do Egito (Atos 7), nem se compara às grandes faculdades como Harvard, Yale, ou talvez como a nossa USP aqui no Brasil. Naquele tempo o Egito era um país extremamente desenvolvido em relação a outras nações. Lá havia a ciência médica extremamente desenvolvida, a engenharia e muitas outras áreas nas quais Moisés pode estudar, se formar e se preparar. Segundo os escritos de Flávio Josefo e de tantos outros historiadores antigos, Faraó não tinha nenhum filho homem, mas tinha uma filha, uma grande princesa que criou Moisés. Ela o criou para que fosse Faraó Moisés I. Nesse sentido é que ele se preparou ali no Templo do Sol, durante 40 anos.

Mas sabemos que Deus o tirou do Egito e, de uma forma maravilhosa e misteriosa, o levou para o deserto de Midiã. Ali, durante 40 anos, Moisés foi treinado por Deus e aprendeu algumas coisas muito importantes, algumas matérias da faculdade de DEUS: o segredo da obscuridade, o poder do silêncio, a graça no deserto. Ele pode aprender tudo isso aos pés de DEUS. De uma maneira silenciosa e misteriosa DEUS foi trabalhando na vida de Moisés e, agora, tendo Moisés 80 anos, DEUS se revela para ele, revela o Seu propósito. Estude a vida de Moisés ao longo dessas 42 Jornadas, cada passo dele, e você vai entender como é que DEUS forma um homem para servi-lo, para que, através desse homem, DEUS mesmo possa se expressar.

Se você não está satisfeito, vá par o Novo Testamento, onde você encontrará Paulo. Paulo estudou aos pés de Gamaliel, foi um dos homens mais bem preparados no seu tempo para poder servir a religião judaica. Sabe o que ele diz em Filipenses 3:7? Diz que considerava todas as coisas que havia alcançado, como refugo, como o lixo do lixo, para poder ganhar a Cristo, ser achado em Cristo, ser participante dos Seus sofrimentos, da Sua ressurreição, ser conformado com Ele na Sua ressurreição. Creio que esse é o caminho, porque de intelectualismo, como temos visto, as religiões estão cheias. De teólogos, de filósofos, as religiões estão cheias, mas falta uma expressão viva da realidade de uma vida que se vive em Cristo. E é quanto a isso que DEUS deseja nos tocar, quanto ao verdadeiro papel do ministério, da devoção, da piedade cristã. A fim de compreender o que Deus deseja de nós, precisamos voltar à prática da vida de Cristo, do ministério de Cristo.

Então, em Números 18:1 DEUS estabelece a autoridade de Arão, legitima a autoridade de Arão diante de todo o povo. Deus agora está colocando sobre os ombros de Arão a responsabilidade de carregar a iniquidade relativa ao santuário, isto é, todo o povo. Temos aqui a figura da Igreja no sentido coletivo. Considerando as questões relativas ao governo de DEUS, aqueles que DEUS levanta no santo encargo do ministério têm a responsabilidade quanto aos pecados da Igreja. O foco, nesse sentido, não é quanto ao pecado individual, e sim coletivo. Trata-se de quando a Igreja se afasta de DEUS, quando ela macula sua própria identidade, se apostata e se desvia do alvo para o qual foi destinada, quando o mundo imprime a sua forma na vida da Igreja. A palavra “iniquidade”, no hebraico, é “avown”perversidade, depravação, uma coisa que vai surgindo gradualmente na vida da Igreja. Estudando a raiz dessa palavra,avah, vemos que significa dobrar, torcer, distorcer. No Novo Testamento essa palavra é “anomos”, que significa quebra de princípio. A questão que envolve essa palavra sempre está relacionada com a nossa responsabilidade, quando nós falhamos no nosso caráter cristão, na nossa responsabilidade cristã.

Meus amados irmãos e irmãs, quando estudamos todas essas verdades devemos perguntar a nós mesmos, nós que temos recebido do Senhor o santo encargo do ministério para servir aos santos: O que tudo isso implica na nossa fé? Quanto a nossa vida cristã, quais são as implicações que recaem sobre nós? Creio que aqui não há apenas uma relação de privilégios, mas também de responsabilidade. Servir ao Senhor no ministério não é uma questão de privilégio, mas de grande responsabilidade. Fomos chamados a corresponder a uma vocação celeste. Hebreus 1:3 diz que participamos de uma vocação celestial, e Efésios 4:1 diz que nós devemos andar de modo digno desta vocação. Aqui repousa o fundamento da responsabilidade governamental na obra de Deus. O ministério não é uma questão de privilégio, mas também de responsabilidade. Paulo, escrevendo aos irmãos em Roma, em Romanos 15:16, diz assim:

“para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo”.

Gostaria que você atentasse para esta frase: de anunciar o evangelho de Deus. Precisamos fazer uma análise desse texto. O termo que Paulo usa para a expressão “anunciar” é hierourgeo. A terminação dessa palavra, na gramática grega, é o que chamamos em português de gerúndio. Portanto, esse termo grego hierourgeo significa “sacerdotando”. A frase completa é a seguinte: “sacerdotando o evangelho”. Isso mostra a nossa responsabilidade. O sumo sacerdote levava em seus ombros as duas pedras de ônix, como já lhes falei no estudo passado, e em cada uma daquelas pedras, no éfode, havia os nomes dos filhos de Israel. Quando ele entrava no Santo dos Santos, levava o povo diante de Deus. Aqueles os quais Deus chama para o santo serviço do ministério têm o encargo de levar os santos diante de Deus. Quanto ao serviço ministerial, meus amados, Paulo não está falando de evangelizar com o único propósito de levar as pessoas a se converterem, e sim que elas se tornem uma oferta agradável diante de Deus. Sabemos que a tradução desse versículo está completamente fora do seu original. A tradução revista, atualizada e corrigida dá a ideia da oferta deles. Mas não é isso que o texto está dizendo. Numa versão mais livre, mas que obedece aos princípios do original, esse texto está assim: “de ser servo de Cristo Jesus para trabalhar em favor dos gentios eu sirvo como sacerdote ao anunciar o evangelho que vem de Deus e faço isso para que os gentios sejam uma oferta que DEUS aceite, dedicada a ELE pelo Espírito Santo”. O que está explícito nesse texto é que os gentios são uma oferta para DEUS; não uma oferta deles para DEUS, mas eles como uma oferta. Paulo pregava o Evangelho sacerdotando o Evangelho para que os gentios fossem uma oferta para DEUS. Isso é tão importante, pois temos aqui uma descrição exata, clara, do verdadeiro significado do que é o ministério cristão, do que é a nossa responsabilidade de levar os irmãos sobre os nossos ombros, como também sobre o nosso peito.

Romanos 15:1 nos mostra que um dos aspectos do ministério é que nós somos intercessores dos nossos irmãos. Temos a necessidade diante de Deus de levá-los em nossos corações à Sua presença, de levá-los sobre os nossos ombros. Em Romanos 15:1, Paulo diz:

“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos”.

Em Gálatas 6:2 ele diz a mesma coisa:

Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”.

Observe que Paulo usa a palavra “levai”. No grego é “bastazo”. Quando analisamos essa palavra no estudo do original grego, no Novo Testamento, entendemos algo impressionante. Creio que podemos exemplificar com a própria Palavra de Deus, em Mateus 8:17:

para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças”.

Vejam: carregou as nossas doenças”. É essa palavra, “carregar” as fraquezas dos outros, dos nossos irmãos. João 19:17 diz assim:

“Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico”.

Então, meus amados, o termo “bastazo” significa pegar a fim de carregar, colocar sobre si mesmo algo para o fim de ser carregado, levar consigo mesmo. Quando o sumo sacerdote entrava nos Santo dos Santos, ele tinha sobre os seus ombros aquelas duas pedras de ônix contendo os nomes dos filhos de Israel. Ele estava levando perante DEUS todas essas pessoas. Vemos, assim, o encargo no sentido governamental, porque sobre os ombros do sumo sacerdote estavam os nomes de todos os filhos de Israel, isto é, dos patriarcas daquelas 12 tribos, e também cada um deles escrito em 12 pedras no peitoral. “Carregar nos ombros” nos fala da intercessão coletiva; e, “no peito”, da intercessão individual.

Esse é o trabalho de DEUS, essa é a obra de DEUS. Que eu e você possamos compreender essa grande, suprema, extraordinária responsabilidade que temos diante de DEUS pelos santos. Que você venha compreender que foi chamado por DEUS para poder levar a Igreja consigo diante de DEUS em intercessão. Que tudo isso possa nos constranger, nos quebrantar e nos levar a viver de acordo com o princípio da Palavra de DEUS. Nós não somos profissionais de púlpito, nós somos servos de DEUS, servos de DEUS que servem à Igreja. Precisamos sacerdotar o Evangelho com o propósito de levar as pessoas a serem uma oferta agradável diante de DEUS. Nossa responsabilidade, em primeira instância, é sempre diante de DEUS, e não diante do povo. Isso porque diante de DEUS nós temos algo para poder ministrar ao povo.

Que DEUS nos ajude. Que DEUS fale ao seu coração. Que DEUS possa, de uma forma gloriosa, se revelar a você através dessa palavra e que Ele lhe abençoe.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

As Insondáveis Riquezas de Cristo


Exposição sobre Efésios 3


Por: D.M. Lloyd-Jones


CAPÍTULO 16

“Poder compreender com todos os santos”

"Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef 3:18,19)

Estes dois versículos nos dizem qual era o objetivo do apóstolo em Sua oração por estes cristãos efésios. Todas as petições anteriores nos preparam para esta petição e a ela nos conduzem. Eram essenciais como preparativos, mas não eram fins em si mesmas; destinavam-se a chegar a este grande objetivo. Nada é mais elevado do que isto. Conceda-nos Deus o Seu Espírito para que possamos considerá-la direito. Portanto, nas palavras do apóstolo Pedro, é necessário que “cinjamos os nossos lombos” (1 Pe 1:13).
Confesso que abordo este grande tema com “temor e tremor”. Todos que ensaiaram tratar dele e expô-lo estiveram cônscios da sua inaptidão. Isto por causa da natureza e caráter da verdade de que estamos tratando. É um assunto que não se pode dividir e analisar em puras categorias. Uma vez alguém disse, com muita propriedade, que “não se pode dissecar uma fragrância”. Menos ainda se pode “analisar e dissecar o amor”. Tudo que se pode fazer é dizer algumas coisas sobre ele. Acima de tudo, é preciso ter experiência dele. E há experiências que são quase inexprimíveis, dada a sua exaltada natureza e caráter. Assim é esta declaração a que chegamos. Devemos familiarizar-nos com ela olhando-a de maneira geral, antes de começar a particularizar o estudo.
Começo fazendo várias proposições gerais e óbvias – proposições que tendemos a negligenciar com tanta frequência em nosso pensar. A primeira é que uma das mais altas conquistas da vida cristã é conhecer “o amor de Cristo”. Há muita discussão sobre o que significa “a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade”. Alguns argumentam que esta passagem não se refere ao amor de Cristo, e que a conjunção “e” indica claramente que o apóstolo está pensando noutra coisa quando se refere a estas dimensões e depois passa a falar do amor de Cristo. No entanto, o amor de Cristo esse é o tema de todo o cap. 3. Ele já tinha falado acerca das “insondáveis riquezas de Cristo”.
Argumento, pois, que aqui Paulo passa para algo mais elevado ainda. Observemos que ele não está falando do nosso amor, mas do amor de Cristo por nós. Do nosso amor ele falara na frase “estando arraigados e fundados em amor” que, como vimos, refere-se ao nosso amor a Deus. Nos vers. 18 e 19, porém, Paulo não está falando mais do nosso amor, embora isso tenha sido necessário primeiro, para levar-nos à percepção e ao conhecimento do Seu amor por nós.
Talvez alguns digam que você não pode ser cristão sem conhecer o amor de Deus por você. Isso é verdade. Daí há muitos que acham que o cristão começa com um conhecimento desse amor. Todavia é evidente que não é a explicação daquilo que estamos tratando aqui. O apóstolo está escrevendo a pessoas, e orando por pessoas já cristãs. No capítulo primeiro ele já as fizera lembrar-se de que elas confiaram no Senhor depois de ouvirem a “palavra da verdade”, o evangelho da sua salvação. Creram no evangelho e, por isso, perceberam algo do amor de Deus por elas. E, ainda assim, a oração do apóstolo por elas aqui, é para que venham a compreender com “todos os santos” este amor.
Então, de que maneira se pode obter esta experiência? Parece claro que é questão de grau. Há uma consciência preliminar do amor de Deus. Na verdade, o amor que agora estamos contemplando é tão maior do que esta consciência, que todos os que já tiveram experiência dele inclinaram-se a dizer que nunca antes tinham conhecido o amor de Deus. Sentem que haviam tido algum conhecimento dele, e que tinham conhecido algo a respeito dele, porém que realmente não tinham conhecido a amor propriamente dito. Essa é a diferença dos dois graus do amor de Deus. Jamais devemos cair no erro de imaginar que, porque somos cristãos, sabemos tudo sobre o amor de Deus. Há neste amor “profundidades abismais” que desconhecemos. O apóstolo ora para que estes efésios e nós com eles partamos para estas profundezas e profundidades e descubramos coisas que nunca sequer tínhamos imaginado.
Outra observação preliminar e essencial é que estamos estudando o amor, não como conceito, mas como o real e concreto amor de Cristo. É pessoal, refere-se ao conhecimento pessoal dEle e do Seu amor por nós. Em sua primeira Epístola no cap. 4:16, o apóstolo João escreve:

“E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós...”

O alvo de todo o nosso conhecimento deve ser este conhecimento do amor de Cristo por nós. A finalidade e propósito de toda doutrina (ensino) é lavar-nos a isto. Em certo sentido, é-nos possível saber toda doutrina e, contudo, não saber isto. A doutrina não é um fim em si mesma. Naturalmente ela é essencial e fundamental. Homem nenhum jamais conheceu este amor de Cristo a que o apóstolo se refere aqui, a menos que tenha sido profundamente instruído na doutrina e nesta fosse versado. Doutro lado, é igualmente certo dizer que, se você se detiver na doutrina, continuará sem conhecer este amor de Cristo.
Muitos de nós não temos o mínimo de interesse pela doutrina; somos cristãos ociosos – cristãos que não lêem, não pensam e não procuram sondar os mistérios. Tivemos alguma experiência e não desejamos sondar mais. Outros de nós, dizem que, visto que a bíblia está repleto de doutrina, devemos estudá-la, agarrá-la e tomar posse dela. Desta maneira o diabo nos engana, nos agarra e nos priva da nossa herança. Se o conhecimento que vocês tem das escrituras e das doutrinas do evangelho de Cristo não nos têm levado a este conhecimento do amor de Cristo, então deveríamos estar profundamente insatisfeitos e inquietos. Toda a doutrina bíblica é acerca desta bendita Pessoa mesma; e não há maior armadilha na vida cristã do que esquecer a Pessoa mesma e viver simplesmente das verdades a Ele concernentes.
Jamais devemos estudar a Bíblia ou qualquer outra coisa relacionada com a verdade bíblica, sem darmos conta de que estamos na presença do Senhor, e de que se trata da verdade acerca dEle. E isto deve ser feito sempre numa atmosfera de adoração. A verdade bíblica não é um assunto entre outros. É verdade viva acerca de uma Pessoa viva. É por isso que a reunião da Igreja é essencialmente diferente de todas as outras espécies de reuniões que o mundo possa organizar. É sempre adoração; estamos na presença de uma Pessoa.
O apóstolo diz isto de maneira extraordinária no capítulo 3 de Filipenses. Conquanto ele tivesse progredido na vida cristã, e tivesse tido muitas experiências maravilhosas, diz ele que esta era sua ambição. No versículo 10 ele diz assim:

“para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;”

Ele prossegue no versículo 13:

“... esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão”

O amor nunca fica satisfeito o bastante. Uma vez que você conhece esta Pessoa e começa a amá-lA, você sente que tudo que recebeu não é suficiente, quer mais e mais. É pelo que o apóstolo está orando pelos efésios. Seu anseio é que eles conheçam a Cristo, pois conhecê-lo é conhecer o Seu amor.
Assim, a nossa primeira proposição é que este conhecimento do amor de Cristo é a meta de todos os nossos esforços cristãos. Quanto sabemos disto? É real para nós? Pensemos de novo nas expressões de certos hinos nossos, tais como:

Quão doce soa o nome de Jesus
nos ouvidos do crente!
e
Senhor Jesus, o só pensar em Ti
de dulçor me enche a alma.

Isso é verdade a respeito e vocês? Vocês O conhecem realmente? Conhecem o Seu amor? Este é o objetivo principal de todos os esforços cristãos.
A segunda proposição é que esta experiência é algo possível a todos os cristãos. Paulo diz:

“a fim de poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos...”

As duas palavras aqui empregadas são importantes. Tomemos primeiro a palavra santos - “poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos...”. A palavra “santos” quer dizer “separados”, além de “santos” propriamente dito. Noutras palavras, o termo santos nos diz que este conhecimento só é possível aos que crêem no Senhor Jesus Cristo. Este tema do amor de Cristo é uma coisa da qual o incrédulo não tem a mínima concepção. O mundo não pode receber o Espírito Santo porque não o conhece. E porque não pode receber o Espírito Santo, o mundo nada sabe desse amor de Cristo. É verdade somente para os santos. Somente os que são “fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;”. Assim é o caráter desse amor a que se refere o apóstolo. O mundo nada sabe sobre isso; é somente para os santos, somente para os que foram separados do mundo e introduzidos no reino do amado Filho de Deus.
Apresso-me a acrescentar que este benefício é para todos os santos. Repito isto porque estou ciente do sutil perigo de manter-nos presos a certos resíduos daquele ensino católico-romano completamente falso que declara que somente certos cristãos são “santos”. Contudo, de acordo com as Escrituras, todos os cristãos são santos. Paulo diz isso claramente em Romanos 1:7:

“A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos...”

Todos os cristãos são santos, pessoas separadas. Assim, este acontecimento é, pois, para todos os santos. Dou ênfase a isso porque receio que muitos pensem consigo mesmos que esta experiência é possível, talvez, a um ministro ou a um obreiro cristão de tempo integral que tem tempo para ficar meditando e orando, mas não a alguém que tem que passar o dia numa atividade comercial ou profissional e que bem pode ter que levar trabalho para casa à noite. Essa é uma mentira do diabo. Todos nós temos a mesma oportunidade e possibilidade. Graças a Deus, esta benção é para todos os santos, seja qual for a sua posição, seja qual for a sua situação. Contentar-nos com qualquer coisa menos que isso é dizer a Deus que não cremos em Sua Palavra. Nada desonra tanto a Deus e Sua Palavra como esse estado de satisfação própria, como esse contentamento em continuar como infantes em Cristo, e em negar-se a escalar as “alturas” e de lutar para subir ao pico culminante do amor de Deus. Todos os santos devem procurar isso.
O terceiro ponto requer a nossa atenção é a descoberta do caminho para este conhecimento. Temos que descobrir como poderemos esperar o gozo desta consciência do amor de Cristo por nós. A frase do apóstolo diz: “estando arraigados e fundados em amor (para) poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos...” O apóstolo não disse apenas “para poderdes”, e sim, “para poderdes plenamente” (ou perfeitamente). Ele escolheu deliberadamente uma palavra que contém essa ênfase extra. Poderíamos muito bem traduzi-la pela palavra “fortalecer” – “para serdes fortalecidos para compreender”. Ele já havia orado para que fôssemos “fortalecidos com poder pelo Seu Espírito no homem interior”, e aqui ele reitera a petição. Precisamos ser “fortalecidos” ou “plenamente capacitados”. Necessitamos de força, poder e capacidade antes de podermos conhecer o amor de Cristo. O amor é poderoso. O amor é dinamite, o amor é poder. “Deus é amor”, e o Seu poder, majestade e energia estão nesse amor. Desse modo, quando você estiver sentindo o amor de Deus, estará sentindo algo do poder de Deus, do seu peso e da eternidade da glória de Deus.
Vemos constantemente nas biografias cristãs, que todo aquele que já teve alguma experiência do amor de Deus, sempre teve a sensação de que ele é irresistível, duvidaram se seria capaz de suportá-lo. O amor de Deus é tão grande e poderoso que o homem sente a sua estrutura fender-se debaixo dele. É por isso que precisamos ser fortalecidos. Alguma vez fomos levados a sentir-nos desfalecer pelo amor de Deus? Sabemos o que é – para usar a linguagem de Cantares de Salomão – “desfalecer de amor” (2:5), experimentar o seu maravilhoso poder em tal medida que as nossas forças parecem deixar-nos e somos dominados por ele?
Mais uma razão pela qual precisamos ser capacitados a compreendê-lo, é que somente o amor pode reconhecer o amor. Necessitamos estar “arraigados e fundados em amor” a fim de compreendermos este amor. Somente o amor reconhece o amor; somente o amor entende o amor. Você terá que ter o amor em seu coração, se vai conhecer o amor e experimentá-lo. Devemos dar graças a Deus pelo fato de que o amor nos capacita a compreender o amor de Cristo, pois é isto que garante a todos os santos a possibilidade de conhecê-lo.
Quão maravilhosa é a salvação de Deus e a provisão de Deus! Visto que é matéria de amor e não de intelecto, a pessoa mais atrasada intelectualmente está no mesmo nível do maior gênio. O nosso bendito Senhor pôde dizer em Mt 11:25,26:

“Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.”

Finalmente, “a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender”, diz o apóstolo. Um grande princípio bíblico está envolvido neste ponto. Ninguém chega de súbito ao ápice do conhecimento do amor de Deus, pelo que, se deseja alcançar o topo desta montanha e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento”, será melhor começar a escalar logo. Abandone imediatamente as partes baixas e planas da vida cristã. Dê as costas ao nível comum e comece a escalar as alturas. A todo o momento, no primeiro passo que der a seguir, você poderá sentir algo mais glorioso que tudo quanto já sentiu. Pode ser que no princípio fique sem entender o que se passa; mas é o amor de Deus a manifestar-se em você. Estará cônscio de um crescente poder, redobrará os seus esforços, e irá de altitude em altitude e de força em força. Contudo, nunca chegará ao fim. É o amor de Cristo, que “excede todo o entendimento”. É a montanha de Deus, e Ele o conduzirá por toda a eternidade. Isto porque Deus é inexaurível, Seu amor é eterno, Suas misericórdias são infindáveis. No entanto, meus irmãos, que alegria, que encanto é a maravilha de conhecer este amor de Cristo, que excede todo o entendimento!
Até aqui estivemos apenas fazendo um exame geral da situação. Temos que ir adiante para “compreender” e “conhecer” mais acerca das dimensões deste amor. Por enquanto, faça a si próprio a pergunta: conheço realmente o amor de Cristo? Busque-o dEle! Vá a Ele, dirija-se a Ele para pedi-lo! Peça a Deus, “segundo as riquezas da sua glória, que vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, poderdes compreender, com todos os santos...”.
Essa oração jamais é feita em vão. Se entregue, confiante, ao Seu amor. Seu amor por você é um amor sempiterno; portanto, deixe-se descansar em suas mãos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AS 42 JORNADAS NO DESERTO – CAPÍTULO 104


21ª ESTAÇÃO – MONTE SEFER (PARTE 2)

Por: Luiz Fontes

TEXTO: Números 33:24; Números 18:1-7

Vamos dar continuidade ao estudo desta 21ª estação da peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Estamos agora em Harada. O texto relativo a esta estação está em Números 18:1-7:

1 Disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao vosso sacerdócio. 2 Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a tenda do Testemunho. 3 Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar, para que não morram, nem eles, nem vós. 4 Ajuntar-se-ão a ti e farão todo o serviço da tenda da congregação; o estranho, porém, não se chegará a vós outros. 5 Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o do altar, para que não haja outra vez ira contra os filhos de Israel. 6 Eu, eis que tomei vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós outros para o SENHOR, para servir na tenda da congregação. 7 Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é vosso serviço; eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá.”

Nessa estação o Senhor vem nos mostrar a responsabilidade quanto ao serviço. Ao estudarmos todo o contexto que envolve essa jornada, veremos, em Números 16, que o povo de Israel, através de Datã, Coré e Abirão, que eram da tribo de Levi, ministros que serviam, tentou usurpar a autoridade delegada por Deus na vida de Arão e Moisés. E sabemos que eles foram julgados, a terra se abriu e os tragou vivos. Esse tipo de comportamento, de rebelião contra a autoridade, é algo gravíssimo. O pecado concernente ao governo de Deus é gravíssimo, porque ofende a autoridade direta de Deus. Depois, em Números 17, Deus legitima sua autoridade através da vida de Arão, quando a vara de Arão e as varas dos príncipes de Israel, doze varas, foram colocadas na tenda do testemunho, em frente à arca da aliança. Ali o Senhor fez com que a vara de Arão florescesse. O Senhor estava ali legitimando a autoridade espiritual na vida de Arão, apresentando para nós uma verdade tão preciosa, mostrando que a autoridade deve fluir do poder da vida em ressurreição.

Autoridade espiritual não é uma autoridade intelectual; autoridade espiritual não é uma autoridade que o homem tem fluente da sua própria personalidade. A autoridade espiritual flui da vida em ressurreição em nós, e tem que ser legitimada por Deus. Ninguém de si e por si pode constituir-se uma autoridade espiritual. Temos que compreender que esse é o desejo de Deus. Quando Ele criou o homem, lá em Gênesis 1:26-27, deu ao homem autoridade aqui nesta terra:

“(...) tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra (...).”

Nesse texto, podemos ver claramente Deus outorgando sua autoridade ao homem, para que o homem tivesse o governo de Deus, para que ele pudesse reinar aqui na terra para a glória de Deus. Você lembra que em Lucas 4 e também em Mateus 4, quando ocorre a tentação do Senhor Jesus, satanás, tratando da questão da sua autoridade, diz para o Senhor Jesus que essa autoridade lhe foi entregue, porque, através do pecado da rebelião de Adão e Eva ele usurpou essa autoridade sobre o mundo. Quando ele mostra os reinos do mundo para o nosso Senhor Jesus, diz: “tudo isso te darei se me adorares”. Vejam o quanto isso é sério. Essa questão de autoridade na Bíblia é uma das questões mais sérias para a qual precisamos atentar, sem vacilar.

Estamos aqui estudando uma série de jornadas em torno do Monte Sefer (Monte Shaphar). Essas estações são relativas a todas essas questões que envolvem o governo de Deus, aos assuntos referentes à liderança cristã, e é por isso que nós precisamos estar atentos. Precisamos da ajuda do Espírito Santo de Deus para compreender este assunto. Não podemos pensar na igreja, em sua edificação, menosprezando esse assunto ou distorcendo sua essência, trazendo-o em termos humanos. A igreja hoje está constituída nessa esfera. Essa é a razão pela qual vemos um evangelho tão diluído. Por mais que haja crescimento numérico, não temos visto o crescimento espiritual, temos perdido o testemunho de Deus. Nós não temos sido vistos como uma igreja, mas como muitas denominações, como muitos grupos, como muitas comunidades. A despeito de estarmos espelhados por tantos grupos, comunidades, denominações, precisamos entender que somos o povo de Deus, a igreja, que estamos debaixo do nome de Cristo Jesus. Nós não somos um grupo separado do outro, somos a igreja do Senhor Jesus. Onde quer que você reúna, você é a igreja, é parte do corpo de Cristo. Você não vive para uma denominação, vive para o corpo de Cristo, para esta vida. Isso precisa ser resgatado dentro de nós. O Senhor está reivindicando Sua igreja, deseja ter Seu testemunho entre nós. Sua vida, minha vida pertencem a Ele. Nós não somos clientes consumidores de uma religião, somos membros de um corpo vivo, de um organismo vivo, não de uma organização. Precisamos entender isso.

Então, amados, sabemos que na estação anterior Deus havia confirmado a Sua autoridade em Arão. Agora, aqui em Harada, Deus está designando o encargo da responsabilidade governamental. Vejam o que Ele diz a Arão:

“Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário (...).”

Trazendo para nossos dias, temos aqui uma referência à igreja.

“(...) tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao vosso sacerdócio.”

Agora temos uma referência ao ministério. Então, temos aqui a casa de Deus e o ministério espiritual. Podemos ver que Deus está colocando sobre os ombros de Arão e seus filhos a questão da autoridade, isto é, responsabilidade. O Senhor está dizendo que eles deveriam levar a iniquidade do santuário, de todo o povo, diante de Deus.

Precisamos ter a visão de quando Arão entrava no Lugar Santíssimo. Em Êxodo 28 nós vemos toda a designação de Deus quanto ao sumo sacerdote e aos sacerdotes. Vemos ali os assuntos referentes às vestes sacerdotais. Vemos que o sumo sacerdote trazia em suas vestes dozes pedras, o peitoral, e cada uma das pedras conforme o nascimento dos filhos de Israel. E sobre os seus ombros ele trazia duas pedras de ônix. Em cada uma dessas pedras estavam os nomes dos filhos de Israel. Assim, no peito, ou no peitoral, havia doze pedras, cada uma delas relativas aos filhos de Israel, cada uma delas tendo o nome de um dos filhos de Israel. E também no éfode, no ombro, havia duas pedras de ônix. E quando entrava no Lugar Santíssimo, fazendo a expiação pelos pecados do povo, era como se estivesse levando todos os filhos de Israel consigo para dentro do santuário perante o Senhor. Essa é uma figura linda, maravilhosa, que revela para nós aquilo que Cristo fez e está fazendo. Aquilo que Ele fez uma vez, para sempre, quando foi diante de Deus como o nosso Sumo Sacerdote oferecendo a oferta do Seu próprio corpo para nos livrar da condenação do pecado, conforme está em Hebreus, capítulo 5, parte final do capítulo 6 e todo o capítulo 7. Estudando todos esses textos vamos ver o Senhor Jesus como o nosso “Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque”.

Amados, irmãos e irmãs, temos aqui a questão do governo de Deus. Homens que estão comprometidos com o governo de Deus, com a vontade de Deus. Isso significa fazer parte do ministério cristão, significa que você tem sobre si o encargo sobre o povo. E esse encargo está relacionado ao serviço, à intercessão. Significa que é o nosso papel levar diante de Deus a iniquidade do povo, orar por eles, rogar a Deus por eles. Nós não podemos mudar o sentido daquilo que significa o ministério. Não somos profissionais do púlpito, cujo único objetivo é pregar para satisfazer o anseio de consumidores religiosos. Não é o nosso papel pregar o Evangelho com o único sentido de mostrar para o povo o quanto temos para lhes oferecer, o quanto somos interessantes, importantes. Não, ao ler 2 Coríntios 12, você vê Paulo dizer que de boa vontade ele se gastava, se deixava gastar, em prol do Evangelho. Precisamos aprender isso, se o Senhor tem nos chamado para este maravilhoso encargo do ministério. Você vai ver que nosso papel é interceder pela igreja, levar os irmãos conosco, no nosso peito (uma obra de amor) e no ombro (uma obra de poder, “um gastar-se”, “deixar-se gastar”). Olhem para Paulo, ele é um grande exemplo para nós nesse sentido. Em Efésio 1, a partir do versículo 15, quando ele diz que sempre orava, dava graças a Deus por aqueles irmãos, fazendo menção deles em suas orações, para que Deus pudesse iluminar os olhos do entendimento deles, para que pudessem ter o Espírito de sabedoria e de entendimento no pleno conhecimento de Cristo, para que pudessem experimentar, saber que eram uma herança para Deus, e que compreendessem o grande poder que Deus exerceu em Cristo, ressuscitando-o de entre os mortos, fazendo-o assentar acima dos céus, de todo o nome, acima de todo principado e de toda potestade, e que Cristo era o cabeça da igreja, o qual Deus deu à igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude dAquele que enche todas as coisas. Olhem que conteúdo grandioso da oração de Paulo. Era nesse nível que Paulo orava pela igreja, era nesse nível que Paulo entrava diante de Deus, levando os irmãos consigo, orando por ela.

Em Filipenses 1, a partir do versículo 4, ele diz:

4 fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, 5 pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora.”

Pelo que Paulo orava? Quando diz que orava fazendo súplicas a Deus pelos irmãos é para que houvesse o que está no versículo 5: para que houvesse cooperação, cooperação no Evangelho. Que coisa linda! Paulo orava para que aqueles irmãos cooperassem no Evangelho. Isso é tão importante, tão maravilhoso! Se você puder olhar para isso com atenção, vai ver o verdadeiro significado dessas orações.

Ainda em Filipenses 1, versículo 9, ele diz:

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, 10 para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, 11 cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”

Paulo queria que esses irmãos amassem o Senhor, mas que esse amor fosse aumentando. E à medida que esse amor fosse aumentando, eles tivessem o conhecimento de Cristo. E a característica desse amor seria o conhecimento de Cristo. Além disso, que tivessem percepção para aprovar as coisas excelentes, elevadas, para que fossem sinceros, inculpáveis, para o dia de Cristo. Isso é tão importante, isso é tão importante! Como necessitamos compreender isso!

Vejam que em Filipenses 1:7 Paulo diz:

“(...) porque vos trago no coração(...).”

Que coisa linda! Era assim que o sumo sacerdote fazia. Quando entrava na presença de Deus, ele levava aquelas pessoas todas ali representadas por aquelas pedras preciosas e também por aquelas duas pedras de ônix. Quando entrava no Lugar Santíssimo, estava levando-as. Isso é tão maravilhoso, pois esse é o sacerdócio espiritual hoje. Precisamos aprender esse princípio. O Senhor está nos chamando para exercermos verdadeiramente a vocação cristã. Nós não somos profissionais do púlpito, que pregam para satisfazer consumidores religiosos. Nós temos uma posição sacerdotal diante de Deus, temos o encargo da intercessão pelo povo de Deus. O povo de Deus está sofrendo muito, não pela falta da palavra, mas pela falta de homens que se gastem e se deixem gastar pela vida deles.

Que o Senhor fale ao seu coração. Que o Senhor ministre a você a Sua palavra. Que o Senhor possa abrir os seus olhos e mostrar o verdadeiro sentido, o verdadeiro significado e a responsabilidade do encargo do serviço aos santos.

Que Deus nos abençoe pela Sua palavra.