"Somente a cruz pode nos tornar humildes".
A essência de todo pecado é o orgulho (independência). Watchman Nee diz que o princípio ativo de todo pecado é o ego. Portanto, a natureza pecaminosa é também uma natureza orgulhosa. A essência do orgulho é a reivindicação de direitos. Quanto mais direitos uma pessoa tiver, mais valor ela terá. Quanto mais valor uma pessoa tiver, mais satisfeito estará seu orgulho.
Já o orgulho é o maior obstáculo para alcançarmos relacionamentos saudáveis. A razão disso é que não é possível resolvermos conflitos quando não admitimos, sob hipótese alguma, nos sentirmos rebaixados. Ou seja, quando os direitos que pensamos ter não são respeitados, nossa reação imediata envolverá ingredientes como: mágoas, ressentimentos, vitimizações, vinganças, esfriamentos, etc... E, nenhum conflito irá levar a um relacionamento ainda mais sólido quando estas intenções e mecanismos estiverem presentes.
Basicamente, o orgulho que está entranhado na natureza das pessoas diz: “Não posso ceder! Jamais cederei! Se eu ceder, o outro irá pisar em mim. E quem ele pensa que é para pisar em mim? Em mim ninguém pisa! Ninguém me trata desse jeito!” Note como a defesa de direitos pessoais torna a pessoa inflexível e distante. É como se ela colocasse a si mesma no alto de uma torre de marfim, onde nenhum relacionamento pode lhe alcançar. O resultado não pode ser outro que solidão (ausência de relacionamentos autênticos).
No entanto, a Palavra de Deus nos desafia com a pergunta: “Por que não sofreis antes a injustiça? Porque não sofreis antes o dano?” (1 Cor. 6:7). Ou seja: Que tal assumir o prejuízo? Que tal ser tirado vantagem? Que tal ser pisado?
Sem dúvidas, esse é um convite para a humildade. Na raiz da palavra “humildade” nós encontramos o latim humus, que significa “terra que pisamos”. O princípio aqui é não revidar diante do pisão. Temos tudo isso incluído no Salmo 22:6 “Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo”. Contraste o verme e a cobra: Qual dos dois ataca quando incomodado? Qual dos dois defende seu território, seus direitos?
Thomas à Kempis nos exorta a estarmos “... sujeitos... para que todos os homens possam passar sobre vós e pisar-vos como pisam a lama”. Para São Francisco de Assis, a alegria neste mundo estava em ser pisado pelos homens por causa da cruz de Cristo (Richard Foster).
A falta de reação diante de um golpe nos lembra a morte. De fato, somente a cruz pode nos tornar humildes. Pois, somente estando mortos, crucificados é que não mais reagiremos diante do desprezo e da ofensa. Mortos não possuem direitos.
Quem neste mundo suportar as pisadas, herdará a coroa das mãos dAquele que nos deu, com Sua vida, o exemplo. “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2:21-24).
Ser cristão é seguir os passos de Cristo. Sua vida não foi uma jornada pela conquista de direitos, vantagens e exclusividades. “Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo” (Fil. 2:6-7a).
Fonte: CelebrandoDeus.com"Um compromisso com a Excelência do Corpo de Cristo"
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