quarta-feira, 13 de abril de 2016

A MARAVILHA DO PENTECOSTES



CAPÍTULO 2: O NASCIMENTO DA IGREJA (PARTE 3)



No dia de Pentecostes, enquanto os 120 discípulos estavam orando juntos, preparando-se e aguardando pela promessa do Pai, de repente houve o som como de um vento impetuoso, que en­cheu toda a casa, e línguas como de fogo pousaram sobre cada um dos 120 discípulos. Eles foram cheios do Espírito Santo e come­çaram a falar em línguas a respeito das grandezas de Deus.
Sempre pensamos em Pentecostes em termos de sons e sinais. Somos mais atraídos por aquilo que é fenomenal. Somos interes­sados naquilo que é individual. Quando pensamos em Pentecos­tes, este é o modo como normalmente pensamos: pensamos no som – um vento soprando; pensamos nos sinais – línguas de fogo caindo; pensamos naquilo que é fenomenal – o falar em línguas; e pensamos naquilo que é individual – cada um foi cheio com o Espírito Santo e falava das grandezas de Deus. Essas coisas eram verdadeiras, mas o Pentecostes é muito mais do que isso. Precisamos entender a realidade, não o fenômeno. Precisamos entrar na realidade, não no que é exterior. A maravilha do Pente­costes não está no som ou nos sinais, não está nas coisas fenome­nais. A maravilha do Pentecostes é que Deus fez algo tremendo, grandioso, maravilhoso e glorioso. Qual o significado de Pente­costes? O que Deus fez naquele dia?
Eu creio que os 120 devem ter começado a se mover do cenáculo talvez para o Pórtico de Salomão, onde havia um lugar mais amplo, pois aquele era o local em que os discípulos, nos primeiros dias, usualmente se encontravam. Os rumores se espa­lharam e parecia como se toda a cidade houvesse se ajuntado; por­tanto aquele cenáculo era muito pequeno para abrigar todo o ocorrido. Evidentemente, eles devem ter-se deslocado para o Pór­tico de Salomão, e de lá Pedro se levantou com os onze e deu a primeira mensagem. Ele explicou o fenômeno que havia ocorrido porque o povo estava perplexo com tudo aquilo. Alguns até mes­mo disseram que eles estavam embriagados com vinho novo. Pedro disse: "Não! É cedo de manhã, 9 horas. Não é o que vocês estão pensando". Então, o que era aquilo? Pedro explicou o significado de Pentecostes.

O ESPÍRITO SANTO REALIZOU DUAS COISAS

“Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.”
(At 2:33)

O Senhorio de Cristo

O que aconteceu foi o resultado da exaltação de nosso Se­nhor Jesus. Quando nosso Senhor Jesus foi exaltado à mão direita do Pai, Ele recebeu de Deus Pai a promessa do Espírito Santo, e Ele O derramou do alto.

“Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.”
(At 2:36)

Quando conectamos os versos 33 e 36 (os vv. 34 e 35 são parênteses), descobrimos o significado do derramamento do Es­pírito Santo, vemos o significado do batismo do Espírito Santo. Isso significa que Deus fez de Jesus ambas coisas, Senhor e Cris­to. Este é o significado de Pentecostes: o Espírito Santo desceu para testificar de uma coisa: Jesus é Senhor. Ele é Senhor de toda a terra. Ele é Cristo, o Ungido, aquele que realizou todo o propósito para o qual Deus O enviou. Ele não é apenas o Salvador, Ele é também o Sumo Sacerdote, o Cristo. O Espírito Santo veio para exaltar Cristo. Deus fez Jesus Senhor e Cristo, e, pelo Espírito Santo, nós reconhecemos Seu senhorio. Ele é o Cabeça; Ele é o único Cabeça do Universo. Ele é nosso Cabeça; Ele é o Cabeça da Igreja. Este é um lado do Pentecostes.
O outro lado está explicado em 1 Coríntios 12:13, pois, como sabemos, as epístolas explicam a história dos quatro Evangelhos e de Atos.
Todos Batizados em Um Corpo

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.” (l Co 12:12)

O batismo com o Espírito Santo realiza duas coisas: a primei­ra é revelar a nós que Jesus é Senhor. Ele é Senhor de todos – o único Senhor, o único Rei, a única Cabeça. E também nos revela que em um Espírito todos nós fornos batizados em um só Corpo e todos nós bebemos de um só Espírito. Assim, temos, primeira­mente, o Cabeça e, então, temos o Corpo.
Os 120 discípulos no cenáculo eram a elite, a nata dos discí­pulos de nosso Senhor Jesus. Os onze apóstolos que haviam esta­do com o Senhor por mais de três anos estavam lá. Os outros irmãos que haviam seguido o Senhor desde os dias de João Batista até o momento que Jesus foi elevado ao céu estavam lá. Algumas mulheres estavam lá, incluindo a mãe de Jesus; e mesmo os ir­mãos do Senhor Jesus, segundo a carne, estavam lá. Lembramos de que, quando o Senhor estava sobre a terra, Seus irmãos carnais não criam Nele; todavia, após Sua morte e ressurreição, todos eles se converteram e creram Nele.
Cada um dos 120 discípulos tinha alguma história com o Senhor. Poderíamos dizer hoje que os 120 discípulos eram bons cristãos, a elite dos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo, e todos eram devotados ao Senhor. Eles eram capazes de se reunir em total sintonia. É muito difícil 120 pessoas se reunirem em total sintonia. Serem capazes de se reunir concordemente por um minuto pode ser possível, mas por dez dias, perseverando unânimes em oração contínua, isso é impossível. Essa congregação de 120 membros não apenas orou por cinco minutos, mas fizeram contínua oração por dez dias. Creio que qualquer pastor desejaria ter uma congregação assim; todavia, era apenas uma congregação, um ajuntamento de 120 membros. Ainda não ha­via um crescimento orgânico conjunto. Por ser uma congrega­ção, eles podiam se reunir e podiam se separar. Não eram organicamente unidos. Mas a maravilha do Pentecostes é que naquele dia, em um Espírito, aqueles 120 foram batizados em um Corpo. Não eram mais uma congregação de 120 membros, eles se tornaram um Corpo com 120 membros. Você vê a diferença? Uma coisa é um ajuntamento externo; outra é uma união interna em um só corpo.

“E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” O Espírito Santo não somente veio sobre eles e lhes deu poder para serem testemunhas, mas veio para dentro deles, e a todos foi dado beber de um só Espírito. Isso é Pentecostes.
Sempre pensamos sobre o trabalho do Espírito Santo como Aquele que nos revela, convencendo-nos do pecado, da justiça e do juízo. Pensamos no Espírito Santo como Aquele que nos ge­rou. “Aquele que é nascido do Espírito é espírito.” Mas você sabe que, quando crê no Senhor Jesus, você não somente é nascido do Espírito, mas também, ao mesmo tempo, é batizado no Espírito em um Corpo?
O significado de Pentecostes é a liderança de Cristo e o Cor­po de Cristo. Não podemos separar a Cabeça do Corpo nem o Corpo da Cabeça. Temos de ver a Cabeça primeiro, e então nos damos conta de que somos Seu Corpo. Assim, a maravilha do Pentecostes é que, naquele dia, o Cristo ressurreto tomou sobre Si um corpo coletivo e, nesse corpo coletivo, Ele continua a fazer e a ensinar. E esta é a história da vida da Igreja.

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