Continuação do estudo das Jornadas no Deserto.
Por. Ir. Luiz Fontes
CAPÍTULO 88
18ª estação – Rissa (parte 4)
TEXTO: Nm 32:15
Estivemos compartilhando na última palavra acerca do grande perigo da vida que nós temos vivido hoje, caso não tenhamos um coração focado em Cristo. Como satanás de uma maneira sutil tem procurado nos enganar, nos envolver, nos distrair, nos seduzir. A vida tem que ser vivida com muita responsabilidade e a vida cristã muito mais ainda! Nós não temos o direito de permanecer na ignorância. Porque Deus tem nos dado o Seu Espírito, tem nos dado a Sua Palavra. Por isso nós precisamos ser ajudados pelo Espírito Santo a compreender o verdadeiro sentido, o verdadeiro significado da vida espiritual. Existe muita mistura, muito ensino de homens que não tocam verdadeiramente o caráter da essência da verdade cristã. E satanás tem se utilizado da nossa ignorância, e de uma maneira disfarçada, tem aprisionado as pessoas psicologicamente, espiritualmente, em vários aspectos. As pessoas não percebem o quanto elas estão sendo envolvidas, emaranhadas, enlaçadas pelas artimanhas de satanás.
Estivemos compartilhando baseado aqui em Tessalonicenses, acerca desta apostasia que nós precisamos estar atentos por causa de tantas mentiras, fraudes, enganos, erros. Como satanás tem se disfarçado, como ele tem procurado seduzir e enganar o povo de Deus. E nós vemos hoje a fé cristã ser diluída, tantas obras malignas, perversas, espetaculares, no meio do povo de Deus com um propósito de produzir uma distração espiritual. Não percebemos o quanto estamos mais e mais pobres espiritualmente. Essa piedade exterior sem vida interior, sem realidade interior, porque a nossa vida tem que ser vivida oculta em Cristo Jesus. Porque Cristo é a nossa Vida! Isso é piedade. E nós vemos que o espírito do anticristo, como nos disse o apóstolo João, no capítulo 2, da sua epístola, versículo 18, tem se manifestado, procurando roubar a centralidade de Cristo. Eu quero compartilhar algo ainda sobre esse assunto que nós estamos estudando aqui em Rissa, em Números capítulo 15, a partir do versículo 32, “quando vemos um homem apanhando lenha no dia de sábado”. Será que nos damos conta da seriedade, da gravidade disso? Deus havia instituído o sábado para que no sábado o homem repousasse, descansasse. E o propósito de Deus em trazer o sábado como descanso para o homem, não era para que o homem vivesse para si, mas que vivesse para Deus. Porque seis dias o homem poderia trabalhar, seis dias o homem poderia viver para si, mas não que nesse viver para si ele pudesse estar desassociado de Deus, mas, que no sábado, o homem pudesse concentrar todas as suas forças, toda a sua vida em Deus. Não era simplesmente descansar fisicamente, mas repousar em Deus.
Em êxodo capítulo 31, versículo 16, diz que:
“Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações”.
Porque Deus tinha dado o sábado como “aliança”, isto é, que o homem desfrutasse da fidelidade, dos cuidados, das provisões de Deus. Como nós carecemos ser ajudados no que diz respeito a este assunto.
Em Eclesiastes, no capítulo 4, versículo 6 até o versículo 8, diz assim:
6 – Melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento. 7 – Então, considerei outra vaidade debaixo do sol, 8 - isto é, um homem sem ninguém, não tem filho nem irmã; contudo, não cessa de trabalhar, e seus olhos não se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, se nego à minha alma os bens da vida? Também isto é vaidade e enfadonho trabalho.
Nós sabemos que os dias atuais em que vivemos são dias perigosos, dias profetizados na Palavra de Deus, dias que antecedem a volta do nosso Senhor Jesus Cristo. Nós estamos vivendo a última fase da Obra de Deus antes da manifestação da vinda do Senhor Jesus.
Em Apocalipse, no capítulo 18, nós encontramos a Babilônia comercial. Conforme a Bíblia, há três aspectos sobre a Babilônia: primeiro: a cidade; segundo: a religiosa; e terceiro: a material. Nós sabemos que Babilônia ou Babel, como antigamente era conhecida, foi fundada por Cuxe, pai de Ninrode. Temos que entender algumas lições neste estudo. Quando lemos o capítulo 18 de Apocalipse, versículo 3, temos uma referência a Babilônia material e religiosa. Diz assim este texto:
“pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria”.
Aqui nós vemos duas coisas bem explicitas: a política e o comércio. Note que no versículo 3 diz: “pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição” – os grandes estudiosos concordam que todas as religiões pagãs tiveram seu inicio na Babilônia. Foi lá que a religião e a ciência tiveram um acordo, e isto originou a astrologia. Aqui vemos claramente como a Babilônia nega sua identificação com o SENHOR JESUS, pois muitos estudiosos têm associado a Babilônia ao Catolicismo Romano. Nós temos que entender que desde a Reforma, o Catolicismo Romano em essência, no que concerne à revelação da Palavra de Deus e à Profecia, ficou para trás. Esse tipo de interpretação não é aceita pelos grandes eruditos. Entretanto, quando estudamos claramente os capítulos 17 e 18 de Apocalipse, concordaremos que o Senhor está falando aqui por meio do Seu Espírito na profecia contra este evangelicalismo decaído, degradado, que não está comprometido com o caráter da Palavra de Deus. Há muito que se pensava que essa Babilônia representava profeticamente o Catolicismo. Lamentabilismo engano! Precisamos estudar a Palavra de Deus com mais seriedade. Porque essa Babilônia aqui é uma clara referência ao cristianismo degradado. É isso que temos que olhar, atentar, ser cuidadoso, porque Deus tem um povo, o qual Ele tirou da Babilônia.
Em Esdras e Neemias, temos que estudar a sequência. Temos que estudar Esdras, Neemias, Ester, Ageu e Zacarias. Encontraremos aqui a história do povo que Deus tirou da Babilônia para reedificar Sua casa. A Babilônia é o lugar onde o povo de Deus esteve enclausurado por setenta anos. Mas chegou o tempo de eles voltarem para Jerusalém para reedificar primeiro o templo, que representa a casa de Deus, depois a cidade. Naquele tempo, segundo alguns estudiosos, havia cerca de 800 mil judeus na Babilônia. Mas somente 50 mil judeus voltaram, haja vista que a grande maioria não quisera sair, preferindo permanecer na Babilônia, viver em um mundo cheio de luxúria, segurança, prazer. Tudo isso estava lá! Tudo isso representava Babilônia para eles. Eles não quiseram vir. Somente 50 mil acompanharam Zorobabel e Josué. Nós precisamos olhar para isso com muita seriedade, porque isto é a Palavra de Deus. E aqui nos capítulos 17 e 18 de Apocalipse, nós vamos ver isso. Nós precisamos ler a Bíblia interpretando-a pela Bíblia e não pelas nossas concepções. Nós precisamos ser sérios ao estudarmos a Palavra de Deus. Que Deus nos livre de todo tipo de leviandade. Que o Senhor nos ajude, pelo Espírito Santo a considerar isso com maior seriedade. Por que senão nós vamos perder a essência daquilo que é revelação da Palavra de Deus.
Voltando a Apocalipse 18, nos versículos 7 e 8, nós vemos que essa Babilônia nega a sua identificação com o Senhor Jesus. Ela diz assim:
“7 - O quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver! 8 - Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou”.
Isso é arrogância e orgulho espiritual. Ela não tem um coração de viúva. Precisamos de uma palavra adicional aqui, precisamos saber que diante de DEUS, a Igreja apresenta três condições: de viúva, de esposa e de uma virgem. O motivo pelo qual não amamos o mundo, não é porque ele não seja agradável, ou mesmo porque a Bíblia diz para não o amarmos. Há algo que precisamos saber sobre o mundo. Nós, os filhos de Deus, não amamos o mundo, porque ele crucificou o nosso SENHOR. Veja o que o apóstolo João nos diz em sua primeira epístola no capítulo 2, versículo 15:
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”
Onde está o nosso amado SENHOR, esse lugar é amado por nós. Onde está o nosso Senhor Jesus é o lugar no qual nós devemos repousar o nosso coração. Como sabemos que Ele não está mais aqui, então o nosso coração é de viúva. Portanto o nosso coração é um coração de viúva. Porque o mundo crucificou o nosso Senhor, matou o nosso Senhor. E essa é a nossa identificação de coração com Ele, um coração de viúva. Não há nada neste mundo que possa nos atrair a não ser a pessoa do Senhor Jesus. É assim que nós temos que viver.
Outro texto que nós temos que ler, o qual está em Apocalipse capítulo 7, versículos de 1 a 4, diz assim:
“1 - Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. 2 - Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, 3 - dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus. 4 - Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”
Aqui nós vemos algo muito especial. Primeiro que este número 144 mil está relacionado com a completação da Obra de Deus. Não podemos ver aqui como sendo 144 mil pessoas, (pessoalmente não vejo assim). Esse número á a multiplicação de “12 x 1000 x 12”. Que chegaremos à soma de 144 mil. Doze na Bíblia fala de quê? Fala de completação. Então 12 x 1000 x 12, fala da completação das completações. Então, o único modo de não termos a marca da besta é sermos selados com o selo de Deus. Podemos olhar para isso com muita clareza. No capítulo 13, de Apocalipse, o que é que nós temos? A marca da Besta, o selo da Besta! Mas no capítulo 14, nós temos o quê? Mais uma vez a marca de Deus nos 144 mil. É isso que nós vamos ver no capítulo 14 de Apocalipse.
Quando retornamos ao livro de Êxodo, nós podemos ver o significado do termo “servo”. Porque, veja isto, aqui podemos ver com muita clareza esse texto de Apocalipse 7:1-4. Aqui nós temos o termo “servo”. Observe: “até selarmos na fronte os servos do nosso Deus”. Esse termo aqui é muito interessante, muito especial estudarmos ele. Em Êxodo capítulo 21, versículos 5 e 6, diz assim:
“5 - Porém, se o escravo (servo) expressamente disser: Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro (ser posto em liberdade). 6 - Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.”
Segundo a lei, o escravo, depois de trabalhar seis anos, deveria ser colocado em liberdade, isto é, no sétimo ano. Mas se esse escravo amasse o seu senhor e preferisse permanecer escravo pelo resto da sua vida, ele recebia uma marca permanente. Os servos de Deus são aqueles que possuem a marca de Deus. Será que somos verdadeiramente servos de Deus? Precisamos fazer uma abordagem sincera sobre este assunto para vermos se temos o caráter do verdadeiro servo. Ser servo de Deus nesse contexto significa um compromisso de assumir com toda obediência um estilo radical de vida que agrade a Deus. Ser servo significa não viver para si e sim viver para o Seu Senhor. Uma das grandes características do mundanismo dos nossos dias é a compulsão exacerbada pelo consumo. Por isso muitos cristãos hoje estão sendo escravos por esse tipo de compulsão. São escravos do trabalho, do dinheiro. E com isso perderam a conotação espiritual do sábado, de viver uma vida centrada em Deus, uma vida que agrade a Deus, uma vida no descanso de Deus, para a satisfação de Deus. Nós temos que viver uma vida para a satisfação de Deus. Não é viver uma vida buscando somente nossa satisfação.
Todos estes textos, tanto do capítulo 18, como do capítulo 7 de Apocalipse, vão nos mostrar isso. Como esse tipo de comércio, de compulsão por gastar, por ter, carrega em si as artimanhas, os disfarces de satanás para roubar o nosso coração de Deus, para distrair nossa vida, para nos colocar num contexto de inquietação, de angústia por tantas dívidas, por uma situação financeira de desespero. Por isso, somos exortados a descobrir, através da Palavra de Deus e pelo Espírito Santo, nos ajudando a ter uma vida em Cristo, uma vida que se vive para o prazer e glória de Cristo, uma vida vivida na dependência de Cristo, conhecendo a vontade de Deus. Para que não venhamos viver uma vida para nós mesmos e sim para Aquele que nos salvou. Este é o grande ensino que nós aprendemos aqui em Rissa. Esta é a verdade espiritual de Rissa. E é isso que o Espírito Santo deseja falar a nós.
Que Ele nos ajude, que Ele venha ganhar o nosso coração. Que Deus tenha em nós todo o louvor, toda a honra, toda glória pela Sua Palavra.
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