domingo, 16 de agosto de 2009

MENSAGEM DAS JORNADAS DO POVO DE ISRAEL NO DESERTO - MENSAGEM 50 REFIDIM 2

AS 42 JORNADAS NO DESERTO

CAPÍTULO 50

TEXTO: ÊXODO 17:1 – 11ª Estação – REFIDIM

Prosseguindo aqui na 11ª Jornada – Refidim. No capítulo 17, versículo 1, do livro de Êxodo diz assim: “Tendo partido toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, fazendo suas paradas, (Aqui está falando de Dofca e Alus) segundo o mandamento do SENHOR, acamparam-se em Refidim; e não havia ali água para o povo beber”.

Meus irmãos e irmãs, essas jornadas são conforme o mandamento do Senhor. Essas jornadas não aconteceram porque Moisés se perdeu e foi chegando a cada uma delas, não. Eles iam aonde “a nuvem do Senhor os guiava”. Deus conduziu o povo a uma situação em que se dera conta da necessidade que eles tinham de Deus, da Graça de Deus, da intervenção de Deus, da provisão de Deus. Isto é muito importante, porque em nossa vida, às vezes, Deus nos leva a um lugar aonde nós não podemos fazer nada, em que nós somos levados a ver o fim de nós mesmos, aonde simplesmente chegamos ao fim de nossa força. É aqui que nós precisamos compreender a mão de Deus, misteriosa, nos conduzindo. Quando Deus os conduziu para essa experiência em Refidim, Deus queria ali revelar-lhes mais acerca da sua Graça, algo mais de Cristo.

Notem que Deus os conduziu aonde não havia água, onde estavam praticamente a mercê da morte. Aqui nós vemos que eles estavam numa situação de completa impossibilidade humana. Aquele povo não tinha água para beber e foi para este lugar que Deus levou este povo. Porque Deus sabia que aquele povo estava cego, não tinha entendimento acerca do caráter de Deus, acerca daquilo que Deus desejava revelar-lhes. Eles só conseguiam ver o problema, por isso que eles se levantaram contra Moisés. Olhe o que diz o versículo 2, do capítulo 17, de Êxodo: “Contendeu, pois, o povo com Moisés e disse: Dá-nos água para beber. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao SENHOR?”

Amados irmãos, aquele povo não podia ver a Deus, não conheciam os caminhos de Deus. Ainda que Deus estivesse ali, eles não podiam ter uma visão clara da presença de Deus. Embora Deus os tivesse guiando através da nuvem, eles não tinham um discernimento claro da presença de Deus. O Salmo 81, versículo 7, diz assim: “Clamaste na angústia, e te livrei; do recôndito do trovão eu te respondi e te experimentei junto às águas de Meribá”. Foram provados ali em “Meribá”, que no hebraico significa “Massá”, “prova”. Então diz ali que o povo “contendeu com Moisés”, contenda, rixa. Eles colocaram a culpa em Moisés. E Moisés disse para eles “por que contendeis comigo?”, “por que tentais o Senhor?”. Nós temos esta mesma experiência na Pessoa do Senhor Jesus, quando Ele foi conduzido ao deserto, pelo Espírito Santo, para ser tentado pelo diabo, isso está em Mt 4:1, o Senhor Jesus esteve no deserto, teve fome ,então veio o diabo e lhe disse: “se és o Filho de Deus transforme estas pedras em pães”. Nós vemos que ali o Senhor sofreu várias tentações, mas o que o Senhor lhe respondeu? “Não tentarás ao Senhor teu Deus”. Precisamos ver aonde foi que o Senhor aprendeu esta resposta. Está em Deuteronômio capítulo 6, versículo 16, que diz assim: “Não tentarás o SENHOR, teu Deus, como o tentaste em Massá”. O Senhor Jesus estava no deserto e ele não tinha o que comer, mas ele não fez nada de si e por si mesmo, ele não protestou contra o Pai. Satanás o tentou e ele lhe disse: “escrito está: não tentará o Senhor teu Deus”, isto está em Dt 6:16. E este texto está relacionado a quê? Está relacionado a tentação do deserto.

Irmãos e irmãs, o Senhor Jesus passou pela prova que Israel não passara. Israel não foi aprovado nesta prova. Mas o Senhor Jesus foi fiel e confiou em Deus, ele estava no deserto e ele disse lá no versículo 4, de Mateus 4: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Enquanto Israel questionava a presença e os cuidados de Deus, o Senhor confiou sua vida na Palavra de Deus, quando ele foi duramente tentado pelo diabo. Ele confiou sua vida ao poder da Palavra Nele, este era o seu alimento. Em Mateus capítulo 4, versículo 3, diz: “Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”.

Amados irmãos e irmãs, aqui nós vemos a guerra espiritual no deserto. Na perspectiva daquilo que o Senhor Jesus enfrentou aqui não é uma disputa de poder entre duas forças que se digladiam tentando provar quem é o mais forte, quem é o maior, antes é um conflito entre Deus, o Deus que ama gratuitamente, incondicionalmente, e o nosso inimigo, o acusador das nossas vidas, que usa todos os recursos possíveis para provar a impossibilidade deste amor. Veja algo impressionante aqui, amados irmãos e irmãs, quando Satanás se aproxima do Senhor Jesus para tentá-lo, a primeira pergunta que fez foi: “se és Filho de Deus”, a dúvida lançada não era em relação ao poder que o Senhor Jesus tinha para poder transformar pedras em pães ou saltar do alto do pináculo do templo e ordenar aos anjos que lhe socorresse. A dúvida era em relação à voz que ele acabara de ouvir lá no Jordão. No versículo 17, do capítulo 3, de Mateus, quando vem aquela voz do Pai e diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Agora aqui o que Satanás está fazendo? Ele está questionando o poder desta voz, está questionando esta relação. A tentação não era em relação ao poder que Jesus tinha de transformar pedras em Pães, mas se de fato Ele era o Filho Amado do Pai. A preocupação aqui que nós temos que atentar nas palavras de Satanás, não está no poder do Senhor Jesus, mas na sua intimidade com o Pai, no seu relacionamento com o Pai. Na tentação ele queria colocar dúvidas, ele queria arruinar a relação única do Filho com o Pai. É aqui onde muitos de nós não compreendemos por que somos tentados. A questão desta tentação, agora eu me refiro a tentação do povo de Israel lá no deserto, de Refidim, não está relacionado às provisões de Deus, mas no relacionamento de Deus com este povo, isto é, Deus tirou Israel do Egito para matá-los de sede ali em Refidim? Esse é um Deus que ama? Quantas vezes essa voz acusadora, maligna, vem no nosso coração para questionar em nós o amor de Deus, o cuidado de Deus, a provisão de Deus. Quantas vezes nós somos confrontados por este tipo de guerra espiritual dentro de nós, quando passamos por lutas, privações, tribulações, situações inesperadas de desemprego, enfermidade ou até mesmo da morte? E esta voz vem pra dentro de nós e questiona esse amor, se somos filhos de Deus, se Deus é realmente Pai.

Amados irmãos e irmãs, escute isso, a Bíblia diz que nós “somos filhos de Deus”. Não é porque estamos passando por duras provas que deixamos de ser filhos de Deus, não é por que ele nos leva, nos conduz a situações onde somos provados, que ele deixa de ser nosso Pai. Em Romanos capítulo 8, versículo 16, Paulo diz: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Nós somos filhos de Deus! Isto não pode estar em dúvida. A mesma dúvida que Satanás lança contra a Pessoa do Senhor Jesus, na provação no deserto que ele passou, é a mesma dúvida que ele lança a nós. Não nas coisas em si mesmas, quando confrontados, mas é em relação ao amor de Deus, a fidelidade de Deus, ao caráter de Deus. O que Satanás que macular é justamente isso. Ele quer macular em nós o testemunho de Deus, o caráter, nossa confiança, nossa dependência, é isso que ele quer macular. É neste ponto que precisamos ser cuidadosos, onde nós precisamos ser circunspectos, ter discernimento para que não sejamos enganados.

Agora veja meus irmãos e irmãs, o aspecto espiritual da lição que nós temos que tirar para a nossa experiência cristã hoje é que o Senhor Jesus é o contraste, é a resposta para a condição do deserto aqui em Refidim, a lição que nós aprendemos aqui. Veja que Moisés diz para este povo; “por que contendeis comigo?” “por que tentais ao Senhor?”. Note que “contender” é “tentar” Deus, é duvidar da sua presença, da sua provisão, do seu cuidado, da sua fidelidade. É isso que Moisés está falando. É como se eles desconfiassem do zelo, do cuidado, do amor e da Graça de Deus para com eles. Eles ali não estão se dando conta que de fato eles estão provocando a ira de Deus. No Salmo 81, diz: “o Senhor foi provocado”.

Em Êxodo capítulo 17, versículo 3, diz assim: “Tendo aí o povo sede de água, murmurou contra Moisés e disse: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos rebanhos?”. Como se dissessem amados irmãos e irmãs, “estávamos melhor lá no Egito”, isto é, quantos de nós muitas vezes olhamos o momento de luta, provação, tribulação, deserto, e chegamos até mesmo a dizer que a nossa vida no mundo era melhor. Isto é uma tragédia! Quantas pessoas dizem isso, que quando estavam no mundo não tinham tantos problemas assim, mas agora, que são cristãos, eles não tem sentido a benção de Deus. Agora que eles estão vivendo a vida cristã eles se sentem numa situação mais difícil, isto é uma artimanha maligna para capturar o seu coração, para perverter sua fé. Essa é uma emboscada satânica para levar você a viver uma vida cristã medíocre. Nossa vida cristã não é vivida por vista, ela é vivida por fé. E é isto que Deus quer mostrar para nós. A Bíblia diz que Moisés clamou ao Senhor, veja o versículo 4, de Êxodo capítulo 17: “Que farei a este povo? Só lhe resta apedrejar-me”. Veja o que o Senhor responde nos versículos 5 e 6, deste mesmo capítulo:

5 – “Respondeu o SENHOR a Moisés: Passa adiante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel, leva contigo em mão o bordão com que feriste o rio e vai”
6 – “Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel”

Que passagem maravilhosa! Se olharmos em 1 Coríntios capítulo 10, versículo 4, diz assim: “e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo”. Aqui mais uma vez, enquanto eles murmuravam, estava diante deles uma manifestação, uma tipologia, uma sombra de uma realidade da qual Deus um dia iria manifestar em Glória. Ali estava uma pedra e a Bíblia diz que “aquela pedra era Cristo”, assim também com o maná, que era uma sombra, uma figura, tipologia de Cristo. Nestas coisas há um conteúdo espiritual que eles não podiam imaginar, não podiam entender a profundidade, a grandeza da manifestação e expressão de Deus nestas coisas. Amados irmãos, quantas vezes nós também somos ignorantes quanto às verdades espirituais? Quantas vezes o nosso coração não consegue entender o espiritual dentro do natural? Quantas vezes nós não conseguimos ver a realidade espiritual dentro de um contexto natural? Assim também aquele povo não viu! Aquele povo olhava para aquela pedra e eles não podiam ver nada mais do que “uma rocha fluindo água”. Mas no aspecto espiritual diz que a “Rocha era Cristo”. É isso que Deus deseja mostrar para nós, é esta verdade estupenda, impressionante, que Deus deseja conduzir para dentro do nosso coração. São essas experiências impressionantes que muitos cristãos não têm, porque só vivem o natural, não conseguem dimensionar o espiritual no natural. Não conseguem compreender o que é sombra e o que realidade. Hoje muitos vivem na sombra, mas não sabem o que é realidade. É isso que Deus deseja nos mostrar, que deseja infundir dentro de nós. Precisamos ser resgatados, libertados de uma vida cristã medíocre, cheia de símbolos, de coisas naturais, mas sem verdades, realidades espirituais.

O viver do Novo Testamento é um viver mais profundo, é um viver real, não é um viver de sombras, mas é um viver de realidade, mas estas coisas como diz a Bíblia: “foram escritas para o nosso ensinamento”. Veja, é isso que diz em Romanos 15, versículo 4, “Estas coisas que dantes foi escrito,para o nosso ensino foi escrito”, isto é, para que nós pudéssemos aprender, para que pela paciência, pelas consolações das Escrituras tenhamos esperança. Essa palavra “esperança” no grego é “elpis”, que significa “realidade das coisas vindouras”. Essas coisas estavam ali para poder revelar-nos a “realidade das coisas vindouras”, Cristo é a realidade daquilo que o Pai prometeu. Essas coisas apontavam para Cristo, as verdades de Cristo estavam ali, mas eles não viram.

Irmãos e irmãs, que nós também não sejamos como este povo. Um povo religiosamente perdidos neles mesmos, perdidos em nós mesmos, equivocados com a nossa visão, equivocados na nossa espiritualidade, na nossa fé, na nossa vida cristã. Que o Senhor nos liberte, nos ajude, que o Senhor possa levar-nos a ver aquilo que é realidade espiritual, que o Senhor nos dê olhos bíblicos para que a Palavra de Deus deixe de ser apenas um livro branco com letras pretas, mas que seja uma palavra viva, eficaz, poderosa, penetrante, cortante, transformadora.Que Deus fale aos nossos corações e nos abençoe através da sua poderosa Palavra. Amém

Por: Irmão Luiz Fontes

ESTUDO DAS JORNADAS DO POVO DE ISRAEL NO DESRTO. Mensagem 49 - REFIDIM

AS 42 JORNADAS NO DESERTO

CAPÍTULO 49

TEXTO: NÚMEROS 33:14 – REFIDIM (11ª Estação)

Números, capítulo 33, versículo 14, diz: “Saíram de Aluz e acamparam em Refidim onde o povo não teve água para beber”.

Amados irmãos e irmãs, vamos prosseguir estudando esse maravilhoso assunto. Aqui nós vemos, nesse capítulo 33 e versículo 14 do livro de Números, que o Senhor coloca algo muito especial diante de nós. Agora o povo de Israel sai de Alus, a 10ª estação, e vai para Refidim. A Bíblia diz que aqui o povo não teve água para beber. Hoje, nessa jornada que corresponde a Refidim, nós temos um fato muito curioso que o Espírito Santo de Deus coloca diante de nós. Porque aqui o Senhor diz que este povo não tinha água para beber. Com certeza isso está diante de nós porque o Senhor deseja chamar a nossa atenção.

Primeiro eu quero que você saiba que a palavra Refidim é uma palavra cujo significado faz contraste total com a forma com que aquele povo vivia diante de Deus, porque a palavra Refidim, no hebraico, significa: descanso, sustento. E a Bíblia diz que nessa jornada o povo não teve água para beber. Sem dúvida essa palavra Refidim, que diz sustento, também significa suporte. É isso que significa no idioma hebraico. Então é interessante ver que foi Deus que guiou o povo de Israel para Refidim.

Nós precisamos recordar essas jornadas, porque aqui sabemos que não foi Moisés que trouxe o povo a Refidim, mas foi o Senhor que os guiou até essa estação. Porque, quando a nuvem levantava e seguia, assim também o povo teria que seguir de acordo com o mover da nuvem. Se você estuda, você descobre que de Dofca, que era a 9ª estação, até Alus, havia 19 km e, de Alus até Refidim, mais 13 Km. Portanto, a nuvem de glória se levantava e assim ela se fez: levantou-se de Alus, percorreu 13 Km pelo deserto e chegou até a parte bem ao sul da península do Sinai, que é Refidim. Aqui aparece a penha de Horebe, no monte Sinai, na parte mais meridional, ao sul da península do Sinai. É isso que você vai descobrir se estudar a geografia bíblica. E ali se encontrava Refidim – o descanso, o sustento. E é justamente aqui, em contraste a este lugar, que o povo murmurou porque não havia água. Nós vemos que ali o povo chegou ao extremo, ali não tinha água para beber. É interessante, como lemos no livro de Êxodo, que mesmo nesse lugar, chamado Refidim (também chamado de “Massá”, que significa prova, e também chamado de “Meribá”, que significa “rixa” – nomes distintos), houve rixa porque o povo foi provado. E, sem dúvida, esse povo que foi provado não pode conhecer que Deus é era o seu sustento, porque esse é o nome de Refidim. É justamente aqui, nessa situação difícil, onde o povo aparentemente não tinha água para beber, que Deus estava provando, quando depois Moisés edificou um altar a “Jeová Nissi”, isso é, Deus é a nossa bandeira.

Esta jornada, Refidim, de uma forma tipológica, é uma jornada cristológica por excelência. Deus quer nos ensinar algumas coisas acerca do Seu Filho aqui no Velho Testamento. Porque toda a Bíblia é uma revelação de Cristo. É por isso que nós precisamos estudar essas jornadas com a ajuda do Espírito Santo para podermos aprender algumas verdades acerca da vida de Cristo dispensada a nós. Aqui o povo está com sede, isto é, o povo agora está fora de si porque aquele povo era um povo que sempre murmurava, não conhecia o caráter de Deus, os caminhos de Deus. Aquele povo não tinha como sobreviver naquele deserto, a não ser que Deus, através da Rocha, pudesse prover água para eles. E nós sabemos que a Rocha foi ferida e Deus proveu água para eles. Aqui nós temos uma figura de Cristo, a Rocha ferida, aquele que veio e tornou-se, por excelência, a provisão de Deus para nós. É isso que nos revela Refidim. Sustento, suporte, em meio a uma situação tão difícil! É isso que Deus quer nos ensinar.

Aqui, em primeira instância, nós vemos a questão da nossa salvação, porque a salvação, do princípio ao fim, não é o resultado da obra ou da vontade do homem, mas nossa salvação é um ato soberano da graça de Deus. Ele é Deus na nossa salvação. Em Seu eterno decreto de predestinação, Ele planejou a salvação. Ele realmente obteve a salvação enviando o Seu Filho para morrer por nós lá na cruz e Ele aplica essa salvação ao coração de cada um de nós, dando-nos vida, a nós que somos o Seu povo, através da poderosa obra de graça que o Espírito Santo realiza. A salvação não é segundo o desejo do homem, nem mesmo segundo o pedido do homem e nem tão pouco uma resposta divina a algo que exista no homem. É muito mais do que isso! Ao ler o 1º capítulo de Efésios você vai ver que, segundo esse capítulo, a salvação é uma obra completa de Deus. Nosso querido Deus foi movido por Sua graça, misericórdia e compaixão para nos salvar. A salvação é para a glória de Deus! O que nos deixa espantados é que Deus teve o propósito de revelar essa glória em nós e através de nós na salvação. Nessa salvação fomos escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis para que nos tornássemos filhos de adoção, para que fôssemos para o louvor da glória da graça de Deus. É isso que você vai ver em Efésios, capítulo 1, são essas verdades impressionantes, estonteantes, são essas verdades que Deus deseja mostrar pra nós aqui em Refidim – que Ele é a nossa salvação! Nós estávamos perdidos, sem poder fazer nada por nós mesmos, mas Ele veio e nos salvou em Seu filho Jesus.

Portanto, amados irmãos e irmãs, o capítulo 17 e também o capítulo 18 do livro de Êxodo, esses dois capítulos, correspondem à estação de Refidim. Nessa estação nós vamos ver três principais pontos: primeiro temos o ponto que tem a ver com a Rocha de Orebe; depois nós temos o segundo ponto que tem a ver com a guerra contra Amaleque e o levantamento do altar a “Jeová Nissi”; também temos um terceiro aspecto que tem a ver com a nomeação de Juízes por parte de Moisés. Essas são as três etapas de Refidim. A primeira, a penha de Orebe; a segunda, a guerra contra Amaleque e o altar levantado a “Jeová Nissi”, revelando que o Senhor é a nossa bandeira; e a terceira parte, estabelecimentos de Juízes em Israel.

Então, amados irmãos e irmãs, vamos fazer uma sequencia lendo esses dois capítulos e fazendo alguns comentários daquilo que o Espírito Santos nos dirigir, para que venhamos aprender algumas verdades do ponto de vista da espiritualidade cristã, onde nós seremos edificados mais e mais para a glória de Deus em Cristo Jesus. Veja que em Êxodo 17, versículo 1º, diz: “Tendo partido toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, pelas suas jornadas (...)”. A palavra jornadas aqui significa estações, no hebraico. É uma referência a Dofca e a Alus. “(...) Segundo o mandamento do Senhor, acamparam em Refidim. Não havia ali água para o povo beber”. Essas jornadas são conforme o mandamento do Senhor, não foi porque Moisés se perdeu no deserto, não foi porque o povo saiu da direção de Deus, de modo algum. Deus os conduziu a uma situação na qual se deram conta de que não tinham água para beber. Deus mostrou algo para eles ali. Por que os conduziu a um lugar onde viram que não tinham água para beber? Porque Deus sempre quis se revelar, nas circunstâncias mais difíceis para esse povo, como provisão para eles. Deus queria que esse povo olhasse para Ele e não para as suas necessidades. Irmãos e irmãs, isso tem que falar profundamente ao nosso coração, porque a nossa tendência em primeira instância é sempre olhar para as nossas necessidades e depois olhar para Deus. O escritor aos hebreus, no capítulo 12, versículo 1º, diz assim: “Olhando firmemente”. Nós temos que olhar “firmemente para o autor da nossa salvação”. Isso significa que nós temos que olhar de tal modo que não possamos mais tirar os olhos dEle. E porque tiramos os olhos dEle é que afundamos, como aconteceu com Pedro, quando ele afogou, quando estava andando sobre as águas. Ele viu o Senhor Jesus andando e foi ter com o Senhor. A Bíblia diz que ele tirou os olhos do Senhor e começou a olhar para as ondas. Quantos de nós somos assim, quantos de nós estamos assim, quantos de nós temos vivido assim? Olhamos as circunstâncias, olhamos para os problemas! Eles existem, nós não podemos negá-los, eles estão aí, as circunstâncias estão aí, os problemas estão aí, as lutas estão aí... Há gigantes na terra, sim! Isso aconteceu também com Davi e Golias, mas, diferentemente, Davi não olhou para o tamanho de Golias, Davi olhou para o tamanho de Deus! Aqueles 12 espias que foram espiar a terra, quando estiveram em Jericó, ficaram espantados com o tamanho dos gigantes que havia na terra de Canaã. Quando eles foram espiar a terra, estiveram também em Jericó e depois olharam a terra, eles ficaram espantados com o tamanho das cidades, com o tamanho dos gigantes, com todas as dificuldades. Eles não olharam para a Palavra de Deus. Irmãos e irmãs, nós precisamos olhar para a Palavra de Deus, precisamos deixar que o Espírito Santo dê testemunho desta palavra no nosso coração. Há circunstâncias difíceis? Há! Há tribulações? Há! Há provas? Há! Mas de uma coisa nós não podemos ter dúvida: que é Deus que nos conduz, é Deus que nos leva a passar por certas provas, não para nos reprovar, mas ao contrário, para que, nessas provas, Ele venha se revelar. Nessas provas nós iremos conhecer a Sua abundância, iremos conhecer o Seu caráter, iremos conhecer a Sua fidelidade, iremos conhecer que tudo está em Suas mãos. A lei de Deus aqui para esse povo é a lei do descanso. Lembra lá no deserto de Sim, onde a Bíblia diz que Deus havia dado a Sua lei para este povo? Eles estavam a caminho do Sinai, nós sabemos que a Lei Mosaica foi dada no Sinai. Mas também em Refidim a Bíblia diz que Deus havia dado para eles a lei. E que lei era essa? Era a lei do descanso. Deus queria que esse povo descansasse nEle. Deus queria se revelar para que esse povo tivesse intimidade com Ele. Enquanto Deus queria intimidade com esse povo, esse povo queria de Deus utilidade. Eles queriam um Deus utilitário, queriam ter um Deus para satisfação dos seus desejos. Não queriam um Deus para comunhão, não queriam um Deus para um relacionamento íntimo e duradouro, não, queriam um Deus como muitos de nós queremos hoje, um Deus que serve como nosso amuleto religioso.

Irmãos e irmãs, Deus é indomável, Deus não se deixa domar pelas nossas circunstâncias, pelas nossas necessidades, pelo nosso coração desprovido de comunhão e de verdade. Deus não se permite a isso, Deus não se sujeita a essa situação, Ele é soberano. E você precisa conhecer Deus e as circunstâncias mais variadas e difíceis pelas quais você tem passado. Enquanto nós olhamos muito para as nossas necessidades, geralmente somos consumidos por elas. É aqui onde a nossa fé desvanece, desfalece. Precisamos ter uma vida bíblica, uma vida de acordo com a Palavra de Deus. É isso que você tem que conhecer aqui em Refidim. Era justamente isso que Deus queria do Seu povo, essa era a verdade que Deus estava trazendo para aquela nação, era essa a revelação que Deus queria que eles aprendessem. É Deus que conduz. Deus é soberano. Deus está no controle de todas as coisas. Essa é a verdade suprema que você tem que aprender em meio às provas, em meio às lutas, em meio às tribulações, em meio às circunstâncias mais difíceis pelas quais você tem passado. Entenda que com uma mão soberana é que Deus, na Sua sabedoria, está te conduzindo. E Ele será glorificado em todas as coisas. Compreenda isso. Compreenda que Ele é propósito, compreenda que Ele é verdade, que Ele é vida, compreenda que Ele é o caminho, compreenda isso. Se você se perder nessa visão de Deus, você vai viver um cristianismo cheio de obsessões, de religiosidade. Que você entenda o caminho da realidade espiritual pela qual Deus deseja se revelar. Deus não vai se enquadrar dentro de uma religião que você está construindo na sua própria mente, Deus não vai se enquadrar dentro dos parâmetros que as religiões cristãs têm tentado conduzi-lo. Deus não se doma, Deus não se deixa envolver por isso, Ele é um Deus soberano, Ele é o nosso Pai, e Ele deseja nos conduzir para uma vida de glória e de intimidade com Ele. E você tem que ver isso. Caso não veja, lamentavelmente você vai sofrer muito, você vai ficar muito tempo na prova, você vai ver que a sua vida está sendo reprovada dia após dia e você não vai saber o que é ser transformado de glória em glória.

Que Deus, de uma forma gloriosa, esteja aqui, agora, nessa primeira palavra acerca de Refidim. Que Ele esteja abrindo o seu coração para manifestar a palavra dEle dentro, para poder te ganhar. Que Ele possa ter caminho na tua vida e te abençoar mais e mais e te levar a viver uma vida cristã madura, uma vida que realmente esteja de acordo com o padrão do caráter de Deus. Que Ele te abençoe rica e poderosamente.s que trouxe o povo a refidims nadas e povo vivia .

Por: Irmão Luiz Fontes

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ESTUDO SOBRE O LÍVRO DE ÊXODO - CAPÍTULO 1 - A REDENÇÃO

Capítulo 1 do livro Estudo sobre o livro de Êxodo do irmão C.H. Mackintosh

Os Caminhos de Deus para com Israel
Pela graça de Deus, vamos agora encetar o estudo do Livro do Êxodo, cujo assunto principal é a REDENÇÃO. Os primeiros cinco versículos relembram as cenas finais do livro precedente. Os obje-tivos favorecidos do amor de Deus são postos perante nós, e depressa nos vemos conduzidos pelo autor inspirado à ação do livro.
No nosso estudo sobre o Livro do Génesis, vimos que o que levou os irmãos de José a descerem ao Egito foi o seu procedimento para com ele. Este fato deve ser considerado sob dois aspectos distintos. Em primeiro lugar podemos ver nele uma lição solene com o procedimento de Israel para com Deus; e em segundo lugar, temos nele uma lição cheia de estímulo no desenrolar dos planos de Deus a favor de Israel.
E, no tocante ao procedimento de Israel para com Deus, poderá haver coisa mais solene do que seguir até ao fim os resultados da maldade que cometeram contra aquele em quem a mente espiritual discerne um símbolo admirável do Senhor Jesus Cristo? Totalmen¬te indiferentes à angústia da sua alma, os filhos de Jacó entregaram José nas mãos dos incircuncisos, e qual foi o resultado1? Desceram ao Egito para aí passarem por aquelas profundas e dolorosas expe¬riências de coração tão gráfica e comovedoramente descritas nos capítulos finais do Génesis. E isto não foi tudo: uma época longa de provação estava reservada aos seus descendentes, no próprio país onde José encontrara um cárcere.
Porém, Deus intervinha em tudo isto, assim como o homem, e dispunha-Se a usar das Suas prerrogativas, que consiste em fazer com que do mal saia bem. Os irmãos de José puderam vendê-lo aos ismaelitas; os ismaelitas, por sua vez, venderam-no a Potif ar; e este lançou-o na prisão, mas o Senhor estava, acima de tudo, cumprindo os Seus poderosos desígnios. A cólera do homem redundará em Seu louvor (Sl 76:10). Ainda não tinha chegado a altura em que os herdeiros estariam preparados para a herança, nem a herança estava preparada para os herdeiros. Os fornos de tijolo iriam constituir uma escola severa para os descendentes de Abraão; enquanto que nos montes e vales da terra prometida (Dt 11:11) se acumulava a iniquidade dos amorreus.

Como Deus Cumpre seus Desígnios
Tudo isto é profundamente interessante e instrutivo. Há rodas que giram dentro de outras rodas no mecanismo do governo de Deus (Ez 1:16). O Senhor serve-Se duma variedade infinda de agentes para realizar os Seus propósitos inexcrutáveis. A mulher de Potifar, o copeiro do rei, os sonhos do Faraó, o cárcere, o trono, as cadeias, o sinete real, a fome—tudo está ao Seu soberano dispor, e tudo serve de instrumento no desenrolar dos Seus prodigiosos desígnios. A mente espiritual deleita-se em meditar nestas coisas ao percorrer o vasto domínio da criação e da providência e ao reconhe¬cer, em tudo, o mecanismo que o Deus Onisciente e Onipotente utiliza para executar os Seus propósitos de amorredentor.
É verdade que podemos ver muitos sinais da serpente, pegadas bem definidas do inimigo de Deus e do homem; coisas que não podemos explicar nem compreender; a inocência que sofre e a maldade que prospera podem dar certa aparência de verdade ao raciocínio dos incrédulos e cépticos; porém o verdadeiro crente descansa na certeza de que "O Juiz de toda a terra" fará justiça (Gn 18:25).
Bendito seja Deus pela consolação e encorajamento que nos dão estas reflexões! Precisamos delas a cada instante, ao atravessarmos este mundo de pecado, onde o inimigo tem feito mal aterrador, no qual os vícios e paixões dos homens produzem frutos tão amargos e onde o caminho do verdadeiro discípulo apresenta escabrosidades tais que a simples natureza jamais poderia suportar. A fé sabe, de certeza, que existe Alguém atrás dos bastidores a Quem o mundo não vê nem respeita, e, sabendo-o, pode dizer com serenidade: "tudo vai bem".
Estes pensamentos são-nos sugeridos pelas palavras no começo deste livro. "O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" (Is 46:10), diz o Senhor.
O inimigo pode opor-se; mas Deus há-de estar sempre acima dele; e tudo que precisamos é de um espírito simples e pueril de confiança e descanso nos propósitos divinos. A incredulidade pre¬fere olhar para os esforços que o inimigo faz para neutralizar os planos de Deus, sem ter em conta o poder de Deus para lhes dar cumprimento. E para este poder que a fé volve os olhos, e assim obtém vitória e goza de paz constante. E com Deus que a fé tem que ver e a Sua infalível fidelidade. Não se apoia sobre as areias move¬diças das coisas humanas e das influências terrenas, mas sim na rocha inabalável da eterna Palavra de Deus. E esta a base sólida e santa da fé. Venha o que vier, permanece nesse santuário de força.
"Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração." E depois? A morte poderia porventura prej udicar os desíg¬nios do Deus vivoi Certamente que não. Deus aguardava apenas o momento destinado, o momento oportuno, e então as influências mais hostis serviram de instrumento no desenrolar dos Seus planos.

Um Rei que não conhecia a Deus
"Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhe¬cera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra" (versículos 8-10). Vemos aqui o raciocínio de um coração que nunca aprendera a contar com Deus nos seus cálculos. O coração não-regenerado nunca o pode fazer, e por isso, quando Deus se revela, todos os seus argumentos caem por terra. Fora de Deus, ou indepen¬dentemente d'Ele, podem parecer muito prudentes, mas logo que Deus aparece em cena, vê-se que são perfeita loucura.
Mas porque havemos nós de permitir que as nossas mentes sejam, de qualquer modo, influenciadas por argumentos e cálculos que dependem, para a sua verdade aparente, da exclusão total de Deus? Fazê-lo é, em princípio, e de acordo com a sua extensão, praticamente, ateísmo. No caso de Faraó verificamos que ele podia julgar corretamente as várias eventualidades dos negócios do seu reino: a multiplicação do povo, as possibilidades de guerra e de os israelitas fazerem causa comum com o inimigo e abandonarem o país. Ele podia pesar todas estas circunstâncias na balança com invulgar sagacidade; mas nunca lhe ocorreu que Deus pudesse ter alguma coisa a ver com o assunto. Este simples pensamento, se alguma vez tivesse ocorrido a Faraó, bastaria para lançar a confusão em todos os seus planos classificando-os como loucura.
Ora é conveniente refletirmos que sucede sempre assim com o raciocínio da mente céptica do homem. Deus é inteiramente excluído; sim, a sua pretendida verdade e solidez dependem dessa exclusão. O aparecimento de Deus em cena dá o golpe mortal em todo o cepticismo e infidelidade. Até ao momento em que o Senhor aparece, podem pavonear-se no palco com maravilhosa demonstra¬ção de sabedoria e destreza; porém, assim que o olhar distingue o mais fraco vislumbre do bendito Senhor, são despojados do manto da sua ostentação e revelados em toda a sua nudez e deformidade.
Com referência ao rei do Egito, pode dizer-se, com segurança, que errou grandemente, não conhecendo a Deus nem os Seus desígnios imutáveis. Faraó ignorava que, muitos séculos antes, ainda ele estava longe de respirar o fôlego desta vida mortal, a palavra e o juramento de Deus—"duas coisas imutáveis"—haviam assegurado infalivelmente a libertação completa e gloriosa daquele mesmo povo que ele, na sua sabedoria, propunha esmagar. Tudo isto ele desconhecia; e, portanto, todos os seus pensamentos e todos os seus planos baseavam-se sobre a ignorância dessa grande verdade, fundamento de todas as verdades, que DEUS, É. Imaginava, louca¬mente, que, com a sua sabedoria e poder, poderia impedir o cresci¬mento daqueles acerca dos quais Deus havia dito: "serão como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar" (Gn 22:17).
Portanto, o seu procedimento não passava de loucura e insensatez.
O pior erro que alguém pode cometer é agir sem contar com Deus. Mais cedo ou mais tarde o pensamento de Deus impor-se-á ao seu espírito e então dá-se a destruição terrível de todos os seus planos e cálculos. Quando muito, tudo quanto é empreendido sem contar com Deus só pode durar o tempo presente. Mas não pode de modo algum alongar-se para a eternidade. Tudo quanto é apenas humano, por muito sólido, brilhante e atraente que possa ser, está destinado a cair nas garras da morte e a abolorecer no silêncio do túmulo. A leiva do vale há-de cobrir as maiores honras e as glórias mais brilhantes do homem (Jó 21:33); a mortalidade está esculpida na sua fronte, e todos os seus projetos são evanescentes.
Pelo contrário, tudo aquilo que está ligado e fundado em Deus permanecerá para sempre. "O seu nome permanecerá eternamen¬te; o seu nome se irá propagando de pais a filhos" (SI 72:17).

A Segurança proporcionada pela Fé
Quão grande é portanto a estultícia do débil mortal que se levanta contra o Deus eterno arremetendo "com os pontos grossos dos seus escudos" (Jó 15:26). Era como se o monarca do Egito tivesse procurado deter com a sua fraca mão a maré do oceano, impedir a multiplicação daqueles que eram objetos dos propósitos eternos do Senhor. Por isso, embora pusessem "sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com as suas cargas... quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam". E assim há-de ser sempre. "Aquele que habita nos céus se rirá: o Senhor zombará deles" (SI 2:4). Sobre a oposição dos homens e dos demónios cairá eterna confusão. Isto dá doce descanso ao coração, num ambiente onde tudo é, aparentemente, tão hostil a Deus e tão contrário à fé. Se não tivéssemos a certeza de que "a cólera do homem louvará" o Senhor (SI 76:10) sentir-nos-íamos abatidos frequentemente em face das circunstâncias e das influências que nos rodeiam neste mundo. Mas graças a Deus não atentamos "nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2 Co 4:18) .Com esta certeza bem
podemos dizer: "Descansa no SENHORe espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos" (SI 37:7). Como a verdade destas palavras é claramente discernida neste capítulo, tanto no caso dos oprimidos como no que se refere ao opressor! Se Israel tivesse atentado nas coisas que se viam, que eram elas £ A ira do Faraó, a severidade dos exatores, as aflições, um serviço rigoroso, a amarga escravatura, barro e tijolos. Porém, as coisas que se não viam o que eram1?- Os propósitos eternos de Deus, as Suas promessas infalíveis, o dealbar de um dia de salvação e a "toda de fogo" da redenção de Jeová. Que maravilhoso contraste! Só a fé podia compreender tudo isto, assim como nada senão a fé podia habilitar qualquer pobre israelita oprimido a lançar uma vista de olhos desde os fornos de tijolo do Egito para os campos verdejantes e os ricos vinhedos da terra de Canaã. Só a fé podia reconhecer nesses escravos oprimidos, que labutavam nos fornos de tijolo do Egito, os herdeiros da salvação e os objetos do interesse e do favor celestiais.
Assim era então e assim é agora. "Andamos por fé e não por vista" (2 Co 5:7). "Ainda não é manifesto o que havemos de ser" (1 Jo 3:2). "Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor" (2 Co 5:6). Como fato estamos no Egito, no entanto, em espírito, estamos em Canaã celestial. A fé põe o coração sobre o poder das coisas divinas e invisíveis e deste modo habilita-o a elevar-se acima de tudo o que existe aqui, onde reinam "a morte e as trevas". Ah! se tivéssemos esta fé infantil que se senta junto à fonte pura e eterna da verdade para beber da sua água, a qual reanima o espírito prestes a desfalecer e comunica energia ao novo homem em marcha para a casa do Pai!

As Parteiras Hebréias
Os versículos finais deste capítulo oferecem-nos uma lição edificante com a conduta dessas mulheres tementes a Deus, Sifrá e Puá. Arrostando com a ira do rei não executaram o seu plano cruel e porissoDeus lhes fezcasas."...aos que me honram, honrarei" (1 Sm 2:30). Recordemos sempre esta lição e atuemos de acordo com ela.

C.H. Machintosh

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

LUTAS ESPIRITUAIS

"E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro
e pela palavra do seu testemunho".
Apocalipse 12.11.

Nas Escrituras encontramos por muitas vezes que o homem é inimigo de Deus, mas não encontramos em nenhum lugar dizendo que Satanás é inimigo de Deus: "Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" Tiago 4.4.
Mas as Escrituras dizem em muitos lugares que Satanás é o nosso adversário, o inimigo das nossas almas (I Pedro 5.8). Um inimigo que com astúcias e artimanhas enganam e tentam os homens desde o princípio - como aconteceu com os nossos pais no jardim do Éden -, até o último dia, antes do grande trono branco quando será definitivamente lançado no lago de fogo, preparado para ele mesmo e para os seus anjos (Apoc 20.10; Mat. 25.41).
Esse inimigo é mais poderoso que nós, muitas vezes como gigantes, e não podemos vencê-lo por nós mesmos, e muito menos com as nossas armas carnais. Essas lutas são nos lugares celestiais (Efésios 6.12).
Mas encontramos um propósito bendito de Deus nesta luta, e até podemos dizer que o próprio Deus é quem deixou esses inimigos para nos exercitar na batalha: " Estas, pois, são as nações que o Senhor deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã. Tão-somente para que as gerações dos filhos de Israel delas soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo menos os que dantes não sabiam delas" Juízes 3.1-2.
As vezes atribuímos à Satanás aquilo que semeamos na carne. Colhemos o que plantamos. Se semeamos na carne colhemos corrupção, mas se semeamos no Espírito, ceifaremos vida eterna.
As lutas espirituais tem como propósito o crescimento espiritual. Como vimos no verso de Juízes 3, é para nos exercitar e ensinar na guerra. Elas são para fazer-nos amadurecer espiritualmente e conhecermos o nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que tem escrito no seu manto e na sua coxa: Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Aleluia!
Temos aprendido do Senhor que chegou o tempo de deixarmos de sermos meninos e nos tornarmos jovens espirituais. O menino conhece o Pai, mas o jovem é forte e vence o maligno: "Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno" I João 2.14.
Muitas vezes pensamos que apenas com orações vencemos o maligno. As orações são para expor a nossa fraqueza e a esperança em nosso Deus diante dos nossos inimigos, mas a vitória vem pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. Pelo sangue precioso que nos perdoou, nos comprou e que nos justificou e pela Palavra de Deus.
As orações são para clamarmos para o nosso Deus, o Deus dos Exércitos, que peleja por nós contra os nossos inimigos para nos salvar (Deut. 20.4), mas a fortaleza vem do Senhor, e para isto nos preparou uma armadura para resistirmos o dia mau, e também entramos na batalha (Efésios 6.10-18).
Esta luta e esta vitória não é pessoal, porque esta armadura não cabe em um membro, é para a Igreja, para todo o Corpo. O que é o pé calça as sandálias, o braço empunha o escudo, a mão a espada, os lombos a couraça, e assim por diante.
A vitória também não é pessoal, mas de todo o Corpo: "E eles o venceram". Em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou, e a alegria do despojo será eterna. Bendito seja o nosso Senhor. Amém!

Por: Edward Burke Junior

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A PORTA ORIENTAL

A RESTAURAÇÃO DE DEUS - A PORTA ORIENTAL

A porta oriental foi a nona porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Em Neemias capítulo 3, nos versos 29 e 30 diz: "...e depois dele reparou Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental. Depois dele reparou Hananias, filho de Selemias, e Hanum, filho de Zalafe, o sexto, outra porção; depois dele reparou Mesulão, filho de Berequias, defronte da sua câmara".
A porta oriental nos ensina sobre a volta de Cristo, a vinda do Senhor pela segunda vez. Pelas profecias bíblicas, quando o Senhor voltar pela segunda vez, ele colocará os seus pés sobre o Monte das Oliveiras que é defronte do templo e da porta oriental, no lugar de onde o Senhor fez o seu sermão profético antes de subir aos céus. Quando Ele voltar entrará na cidade pela porta oriental, que também é chamada de 'a porta do Rei' (I Cron. 9.18): "E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir" Marcos 13.3-4.
Semaías quer dizer 'o Senhor tem ouvido'. Hananias quer dizer 'o Senhor é clemente'. Hanum quer dizer 'favorecido', e Mesulão que também reparou a porta do peixe quer dizer 'amigo'. Estes nomes estão todos relacionados com a igreja de Filadélfia. Filel é o amor de amigo em grego, do nosso amigo Jesus que tem ouvido o clamor do seu povo. Um povo que tem pouca força, mas tem guardado a sua Palavra e não tem negado o seu Nome. O Senhor tem ouvido o clamor do seu povo e os livrará, os favorecerá no tempo que há de vir para provar os que habitam sobre a terra (Apoc. 3.7-12).
A volta do Senhor é um evento que a Igreja espera desde o seu início. Antes mesmo do Pentecostes, quando Jesus subia aos céus, os seus discípulos já queriam saber quando seria a sua volta (Atos 1.6-7). A volta do Senhor já era tão esperada naquele tempo, que vários irmãos em Tessalônica já não queriam trabalhar porque não viam necessidade, já que o Senhor iria voltar em breve (II Tess. 3.10-11). Segundo alguns estudiosos, as cartas de Paulo aos tessalonicenses foram as suas primeiras cartas, e o seu tema central foi sobre a volta do Senhor.
O Senhor Jesus também instruiu os seus discípulos sobre o reino e a sua volta em muitas vezes, e estão relatadas em todos os evangelhos. A volta do Senhor sempre foi o desejo dos seus santos, um clamor do Espírito junto com a sua noiva (Apoc. 22.17). Esta é a bem-aventurada esperança da Igreja e a glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo: "Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo" Tito 2.13.
Tanto é assim que as Escrituras começam com o Gênesis e termina com o Apocalipse. Gênesis quer dizer origens, e Apocalipse quer dizer 'revelação', 'desvelação' ou retirada do véu. Enquanto que em Gênesis são lançadas as sementes (Gên. 1.11, 3.15), em Apocalipse são feitas as vindimas, as colheitas de tudo o que foi plantado, tanto a vida eterna como a corrupção e condenação (Apoc. 14.18). Gênesis é o princípio de tudo, de fazer nascer, de lançar os alicerces e Apocalipse é a culminação de toda a criação de Deus, e que desvela sobre a grande tribulação, a segunda volta de Cristo, o estabelecimento do reino milenar, e por fim do juízo final e os novos céus e nova terra com a Igreja, a Nova Jerusalém na eternidade.
O que seria da Igreja sem o livro de Apocalipse? A obra de Deus continuaria sendo um mistério, algo encoberto com um véu. O Apocalipse faz parte da revelação do mistério de Deus, porque Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo, que Deus deu para mostrar à Igreja as coisas que brevemente irão acontecer (Apoc. 1.1). Apocalipse e a revelação de Cristo entronizado; daquele que foi morto, mas agora vive para sempre e que agora tem as chaves da morte e do inferno (Apoc. 1.12-18).
O livro de Gênesis nos fala do propósito de Deus, do eterno propósito de Deus em Cristo, ainda que por figura, mas o livro de Apocalipse nos dá a revelação completa daquele que foi exaltado muito acima de todo principado e potestade, e de todo nome que se nomeia. Daquele que todas as coisas estão sujeitas debaixo dos seus pés, e que foi constituído como cabeça do corpo da Igreja. Fala daquele por quem tudo foi criado, e que pertence toda a glória. Fala daquele que venceu, e que é o único que é digno de receber glória, honra, poder e majestade, e que por isso os céus o adoram, e de dia e de noite proclamam: Santo, Santo, Santo.
A porta oriental nos fala deste testemunho de Deus a ser restaurado, da esperança da Igreja na volta do seu Senhor. A partir da regeneração, todo o trabalho do Espírito com a Igreja é prepará-la para as bodas. Este é um dos principais ministérios que o Senhor encarregou o Espírito (Jo. 16.13). Depois que ouvimos o evangelho da graça o Espírito passa a ministrar à Igreja o evangelho do reino. A porta oriental também nos fala do evangelho do reino, assim como a porta das ovelhas nos fala do evangelho da graça. É por esta porta que entraremos com Cristo para reinar por mil anos. É por ela que entrará o Rei da Glória (Sal. 24).
A porta das ovelhas nos fala do Cordeiro de Deus que foi morto, mas que pela glória de Deus ressuscitou, mas a porta oriental nos fala do Cordeiro que foi morto, mas que agora está assentado à destra da majestade nas alturas. A porta das ovelhas mostra a obra sacrificial de Cristo e a nossa salvação, mas a porta oriental nos fala da nossa entrada no seu reino, e de reinar juntamente com Ele. No reino que o Pai deu a Ele por mil anos.
A restauração desta porta também significa amar a sua vinda; preparar a sua vinda. Como diz Pedro, temos que aguardar e apressar o dia de Deus (II Pd. 3.12). Os eventos que o Senhor foi realizando durante o tempo da história do homem foram vistos por aqueles que viviam em cada época. A nossa geração poderá até passar o tempo da grande tribulação, um tempo previsto nas Escrituras que nunca houve, nem nunca haverá desde o princípio da criação (Mt. 24.21), mas o retorno de Cristo será um evento que toda a Igreja verá e participará. Na volta do Senhor os mortos irão ressuscitar e os que estiverem vivos serão transformados, e então todos irão para o encontro com o Senhor nos ares (I Cor. 15.52, I Tess. 4.17).
Esta porta tem o nome de oriental porque ela fica do lado leste do muro que dá de frente para o templo, alinhada com a porta de entrada do templo. Como vimos anteriormente, a porta do templo ficava para o lado do sol nascente, porque Cristo é o sol da Justiça e a resplandecente estrela da manhã. O aparecimento de Cristo vai ser do oriente e vai até o ocidente (Mat. 24.27). Quando Jesus veio a primeira vez o sinal que os reis magos viram através da estrela também foi do oriente (Mat. 2.2).
Esta entrada, onde era a antiga porta oriental se encontra fechada no dia de hoje. Ela é chamada de porta dourada por ter um aspecto de cor dourada. Dizem que ela foi fechada pelos árabes no século IX porque os judeus diziam que o Messias viria e entraria por aquela porta para libertá-los. No sentido de evitar este cumprimento profético eles selaram esta porta. Mas não há nada por acaso na Palavra de Deus. O que aconteceu é que eles estavam cumprindo uma profecia bíblica que diz: "Fez-me voltar para a porta exterior do santuário, a qual olha para o oriente; e estava fechada. E me disse o Senhor: Esta porta estará fechada; não se abrirá nem entrará por ela homem, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; estará, portanto, fechada" Ezequiel 44.1-2.
Dizem que por duas vezes tentaram abrir esta porta, mas não tiveram êxito; e não terão, pois a profecia diz que somente será aberta pelo Messias. O texto de Zacarias capítulo 14, nos versos 4 e 5 diz que quando o Senhor vier, Ele fenderá com os seus pés o Monte das Oliveiras e creio que esta fenda é que deverá abrir esta porta, porque ela irá do oriente para o ocidente: "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo".
Eu sempre pensei que o lugar do templo de Israel estava tomado pelo Domo da Rocha, o templo muçulmano, mas não. Um irmão compartilhando comigo me disse que o lugar está vago. Olhando pela imagem de satélite podemos ver que a área do templo está livre, e se encontra ao lado direito do templo muçulmano, defronte da porta oriental. A referência é a porta oriental que fica do lado oposto do muro das lamentações. Por isso creio que este será o símbolo da falsa paz, onde será autorizada a reconstrução do templo de Israel e onde muçulmanos e judeus irão adorar juntos no monte Moriá.
A reconstrução do templo de Israel é um dos sinais mais evidentes da volta de Cristo depois do estabelecimento do estado judeu e da reconquista da terra. Até o ano de 1948 a igreja vivia sem um referencial para a volta de Cristo, mas a partir desta data a volta de Cristo se tornou um dos assuntos mais ensinados pelo Espírito à Igreja. Muitas das profecias bíblicas foram totalmente cumpridas quando Israel retornou para a sua terra, quando Israel voltou a ser nação novamente. Por isso Israel se tornou um referencial para a Igreja de Deus.
Até 1948 a Igreja viveu um tempo meio escuro quanto às profecias sobre a volta de Cristo. Os irmãos do passado pouco tocaram no livro de Apocalipse, e os que fizeram, o fizeram com muitas reservas. Somente no meio do século XIX o irmão Robert Govett compartilhou sobre o Apocalipse e se referiu ao reino. Mas o próprio irmão Spurgeon disse que os escrito de Govett foram de 100 anos antes do seu próprio tempo. Os escritos de Govett também influenciaram muito o irmão Watchman Nee. Os estudos sobre o Apocalipse de Watchman Nee têm como base os escritos de Govett. Tanto é assim que quando ele foi abordado sobre publicar os seus estudos sobre o Apocalipse ele disse: - Não é preciso, já foi escrito pelo irmão Govett. Leiam os escritos dele que vocês terão todo o conteúdo que foi compartilhado.
Mas após 1948 as profecias sobre os finais dos tempos foram descortinadas para a Igreja. A partir daí o Espírito tem levantado muitos irmãos a falar sobre os tempos finais. De todas as profecias relacionadas a Israel agora, a mais aguardada pela Igreja é a reconstrução do templo. Quando isto acontecer saberemos que o tempo está muito próximo. Para a Igreja este é um dos principais eventos, por isso o Espírito tem cuidado para que ela esteja ciente e totalmente preparada. A Igreja não será surpreendida na volta de Cristo, mas estará preparada e esperando.
Quando o Senhor fala que virá como um ladrão de noite não está dizendo para aqueles que o esperam, para aqueles que amam a sua vinda, mas para aqueles que estão envolvidos com as coisas desta vida, em amizade com o mundo. Este dia não vai surpreender os que andam na luz: "Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas" I Tessalonicenses 5.2-5.
Este dia não vai surpreender os filhos que andam na luz porque eles estarão desejando a sua vinda, e apressando este dia. O clamor da Igreja, preparada e ataviada junto com o Espírito, está dizendo: Vem amado Jesus (Apoc. 22.17). Todo aquele que anda na luz permanece nEle como ensina o Espírito, e quando Ele se manifestar não ficarão confundidos na sua vinda (I Jo. 2.27-28). Esses são os que verão os acontecimentos e estarão com os seus olhos voltados para cima, esperando a sua redenção (Luc. 21.28); discernindo os tempos (Mt. 16.3).
Por isso a restauração desta porta, da porta oriental é muito importante para Deus. Cada porta está colocada em seu próprio lugar e sequência. Nenhuma é por acaso, e todas como podemos ver tem o seu lugar próprio. Há uma sequência na restauração das portas e do muro de Jerusalém, e elas não são por acaso. O Senhor usa esta sequência na sua restauração. A próxima e última porta é a porta de Mifcade, a porta do juízo. Continua...

Obs: Amados irmãos, não deixem de ler os versículos acima citados entre parêntesis, porque eles são a parte mais importante desta meditação. Não é o texto escrito que tem valor, mas a Palavra de Deus. Ela é que é viva e eficaz. O texto é como Esdras fez, para dar sentido ao que estamos falando. O sentido é nosso, mas a Palavra é de Deus. Amém.

Por: Ir Burke - Vida em Cristo

domingo, 2 de agosto de 2009

A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

"Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando
as suas lâmpadas saíram ao encontro do seu noivo". Mateus 25.1

Mateus é o único dos quatro evangelhos que usa esta expressão: 'reino dos céus'. Isto porque o evangelho de Mateus foi escrito para os judeus e revela a Cristo como o filho de Davi, como o Rei dos reis (Mateus 1.6). O evangelho de Mateus é o primeiro dos quatro seres viventes que estavam ao redor do trono em Apocalipse 4, o que tinha a semelhança de um leão. Por isso ele é o primeiro dos quatro evangelhos.
O reino dos céus é um período dentro do reino de Deus, que iniciou na vinda de Jesus, com o princípio do seu ministério nesta terra, e terminará no final do reino milenar: "Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus... Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força" Mateus 4.17 e I Coríntios 15.24.
Quando Jesus proferia uma parábola, ele não tinha como intenção contar uma estória, mas uma verdade expressada por um exemplo. A parábola é um ensino da verdade em mistério, acessível apenas aos seus discípulos: "E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado" Mateus 13.10-11.
O evangelho do reino é ensino para os salvos, já o evangelho da graça são as boas novas para os não salvos, e deve ser exposto com clareza.. O ensino é só para os discípulos, por isso é que Jesus falava a eles em parábolas.
Jesus usa esta parábola quando proferia um sermão sobre a sua segunda vinda, que vai desde Mateus 24, até o final do capítulo 25. Isto nos mostra que Jesus falava por essa parábola do reino milenar e não de salvação ou perdição. Ele falava do que viria depois da sua segunda vinda.
Jesus, praticamente em todo o seu ministério neste mundo, falou do reino milenar. Quando vemos Jesus falando, se não discernirmos a diferença de salvação e reino vai nos parecer que a salvação é por obras, e que também podemos perdê-la se não continuarmos perseverando nas obras. Creio que disto provém toda a confusão entre os cristãos.
Não é isto. A salvação é totalmente pela graça e é eterna, mas o reino é alcançado como galardão, pelas boas obras em Cristo, e será temporário: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie... Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" Efésios 2.8-9 e I Coríntios 3.14-15.
Nesta parábola das dez virgens e na parábola dos talentos Jesus fala deste reino. A diferença é que na parábola das dez virgens Ele fala acerca dos que já morreram, dos que já dormiram em Cristo, e na parábola dos talentos, dos que estiverem vivos na sua vinda. Nas dez virgens ele identifica isto quando diz: "E tardando o noivo, cochilaram todas, e dormiram" (v.5). Na dos talentos diz: "Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles" (v.19).
Esta parábola fala de todos os regenerados, já que a virgindade é a característica de uma nova criatura (II Coríntios 11.2), e o dez significa o número completo, até o último e um tempo limitado (Apocalipse 2.10). Isto é, esta parábola fala de todos os santos que já dormiram em Cristo e que aguardam a ressurreição, mas cinco eram prudentes e cinco insensatas, néscias, loucas.
Não só a virgindade, mas o óleo na lâmpada mostra a regeneração delas, o novo nascimento, o nascimento no Espírito, pois o espírito do homem é a lâmpada do Senhor (Provérbios 20.27), e o óleo na lâmpada é o seu Espírito (Zacarias 4.1-6). Mas notem algo importante no verso 8 de Mateus 25: as lâmpadas das insensatas estavam se apagando. Isto nos mostra claramente que não é uma questão de salvação, mas de reino, pois o próprio Senhor disse em Isaías 42, no verso 3: "A cana trilhada não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça".
O verso 7 nos traz outra revelação graciosa, que todos os salvos irão ressuscitar juntos. À voz do noivo todas despertaram do sono, todas se levantaram como diz o texto. As Escrituras só falam de duas ressurreições, da primeira e da segunda. A primeira é para os santos, e a segunda é para todos os que restarem: "E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos" Apocalipse 20.4-6.
No que estava a diferença das cinco insensatas para as prudentes? Somente o óleo na botija. E o que significa o óleo na botija, já que na lâmpada todas tinham? A comunhão dos santos, o enchimento do Espírito pela Igreja do Senhor. Paulo nos ensina isto quando diz: "E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração" Efésios 5.18-19.
O óleo para as botijas só se adquire na comunhão dos santos, através de todos os santos (Efésios 3.18). É o óleo que desce da cabeça que é Cristo, até a orla dos vestidos que é a Igreja (Salmo 133). Somente esta comunhão pode encher as botijas, nos encher do Espírito. É o óleo da unção, da unção que permanece em nós (I João 2.27). Já as insensatas, que desprezaram esta comunhão, e que dependiam dos mercadores, na volta do Senhor ficarão de fora.
Mas quem são os mercadores que elas foram comprar óleo quando o noivo voltou (v.10)? Esses são os escolhos em nossos ágapes, os que se banqueteiam com os cristãos; pastores que se apascentam a si mesmos sem temor. Os que por amor do lucro se atiraram no erro de Balaão (Judas 1.11-12). Os que têm os olhos exercitados na ganância (II Pedro 2.14).
Esses mercadores vendem o óleo. Fazem dos cristãos negócio. Os insensatos que dependem dos mercadores conseguem manter as suas lâmpadas acesas, mas nunca terão as suas botijas cheias de óleo como os prudentes. Nisto é que está a insensatez. Eles vendem porque são mercadores e o juízo para eles será severo, mas a insensatez ou loucura está em depender e confiar as nossas vidas aos mercadores.
O Senhor nos ensina que o pavio que fumega, que está quase se apagando, não será apagado por Ele. A salvação permanece como graça eterna na vida desses cristãos. O prejuízo será no reino. Temporário, mas doloroso. Como diz o Senhor: "com choro e ranger de dentes".
Naquele dia os insensatos não poderão tomar desse óleo que somente pode ser adquirido na comunhão dos santos, e os mercadores continuarão sem poder supri-los para levá-los ao reino. Portanto, meus amados irmãos, não sejamos néscios ou insensatos, mas procuremos saber qual é a vontade do Senhor (Efésios 5.17). Amém.
Fonte: Vida em Cristo

O TRIBUNAL DE CRISTO

"Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal" II Coríntios 5.10.

As Escrituras nos ensinam claramente sobre dois tribunais. O primeiro é o tribunal de Cristo, que será estabelecido antes do reino milenar para serem julgadas as obras dos cristãos. Este é o julgamento dos vivos, daqueles que estão escritos no livro da Vida do Cordeiro; dos que foram lavados pelo seu sangue e participaram da primeira ressurreição. O tribunal de Cristo é o juízo da Casa de Deus: "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus..." I Pedro 4.17.
O segundo é o grande trono branco, o juízo final de Apocalipse, onde todos os homens que não estão escritos no livro da Vida do Cordeiro irão estar. Esse é o tribunal dos mortos: "E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos..." Apocalipse 20.11-12. Isto porque Jesus se tornou o juiz tanto de vivos, como de mortos (Atos 10.42).
Os cristãos, os filhos de Deus, não participarão do juízo final, porque foram justificados pela fé na obra redentora de Cristo na cruz, mas todos irão comparecer diante do tribunal de Cristo. Como diz Paulo no texto que iniciamos, este tribunal é para que cada cristão receba o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. Para ser galardoado, ou sofrer detrimento: "A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" I Coríntios 3.13-15.
Qual é o galardão, e qual o detrimento ou prejuízo? A participação ou perda do reinado juntamente com Cristo, no seu reino milenar. Jesus ensinou muitas vezes sobre isto aos seus discípulos, e continua nos ensinando hoje pelo seu Espírito: "Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; e os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes" Mateus 8.11-12.
Não gostaria de entrar no assunto do reino nesta meditação, mas considerarmos qual será a forma de juízo no tribunal de Cristo. Quando cada um de nós comparecermos perante a sua face, qual será a medida e a lei que será usada pelo Senhor para nos julgar.
Tanto o tribunal de Cristo como o grande trono branco serão estabelecidos para julgar as obras de cada um. No grande trono branco, o texto de Apocalipse 20 no verso 12, nos diz que o juízo será baseado na Palavra de Deus, nos livros da lei: "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras".
E no tribunal de Cristo, em que será baseado o julgamento? Será que o Senhor irá nos julgar por sua justiça? Creio que não, porque se for assim, creio que ninguém ficaria em pé naquele dia. Então o Senhor irá nos julgar pelos nossos irmãos, pelo juízo que os nossos irmãos fazem de nós? Creio que não, porque aí não haveria misericórdia.
Qual então será o meio pelo qual o Senhor irá nos julgar? O Senhor mesmo nos responde em Mateus 7, no verso 1 e 2 quando diz: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós".
A medida que o Senhor usará no seu tribunal para nos julgar será a nossa própria medida. Com a medida com que medimos os outros e os nossos irmãos nós seremos medidos. O nosso juízo será o juízo que temos feito dos outros e dos nossos próprios irmãos.
O juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia (Tiago 2.13). Quando o Senhor nos ensina para nada julgarmos antes do tempo, Ele tenta nos preservar para quando estivermos diante do seu tribunal. Bem-aventurado os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia diz o Senhor (Mateus 5.7). Esta Palavra é para os filhos de Deus, e para o tribunal de Cristo.
E qual é a lei que será usada no tribunal de Cristo, sendo que a Palavra de Deus é para o juízo final? A lei da liberdade: "Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito" Tiago 1.25.
Esta é a lei do Espírito de Vida em Cristo Jesus, que nos livra da lei do pecado e da morte (Romanos 8.3). Esta é a lei que está colocada em nossos corações e escrita no nosso entendimento (Hebreus 10.16). Não um ministério da morte escrita em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne no coração. Não de letra que mata, mas do Espírito que dá vida (II Coríntios 3.3 e 6).
A lei da liberdade será à base de julgamento para o tribunal de Cristo, porque não seremos julgados pelo que conhecemos das Escrituras, mas pelo que é e não é Vida em nós. Não ouvintes, mas praticantes; pelo que fazemos no corpo, ou bem ou mal. Conhecimento sem Vida é enganar a si mesmo: "E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos" Tiago 1.22.
Esta lei se chama "lei da liberdade" porque fomos libertos totalmente pelo Senhor para andarmos em novidade de vida. Fomos libertos por Jesus de todos os nossos inimigos, para que o servíssemos sem temor, em santidade e justiça perante Ele todos os dias da nossa vida (Lucas 1.74-75). Onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade (II Coríntios 3.17).
Ele já nos deu tudo o que diz respeito à Vida e à piedade, pelo pleno conhecimento (II Pedro 1.3). Esta lei é de Vida. Por exemplo: O Senhor disse: "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei". É um mandamento, mas este mandamento é uma lei da liberdade, isto é, Ele nos dá esse mandamento, mas o imprimiu em nossos corações. Ele derramou este amor em nossos corações pelo seu Espírito que nos foi dado (Romanos 5.5).
Ele nos deu tudo, nos tornou livres e agora diz: 'Ame os vossos irmãos, assim como eu vos amei'. Ele não só nos deu a lei, mas deu Vida para cumprir a lei, por isso ele poderá no seu tribunal nos julgar por esta lei. Ele deu 5 talentos para um, 2 para outro e 1 para outro. Ele não exigirá nem mais, nem menos de cada um; e muito menos irá cobrar algo que não tenha dado antes.
Por isso é que o Senhor insiste conosco que devemos amar, perdoar, suportar, não julgar, e principalmente sermos misericordiosos, porque no tribunal de Cristo iremos precisar de muita misericórdia, porque lá será revelado tudo: o que discernimos e o que não discernimos, o que é aparente e o que está encoberto, o que foi proclamado no eirado e o que foi dito na recamara: "Grande em conselho, e magnífico em obras; porque os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras" Jeremias 32.19.
Que o Senhor nos ajude a entender isso, e possamos andar de maneira digna do Senhor, para que naquele dia fiquemos livres da boca do leão (II Timóteo 4.17-18). Amém.

Fonte: Vida em Cristo