terça-feira, 24 de novembro de 2015

Por que nos reunimos assim?





Por: Stephen Kaung


Prefácio

As Escrituras nos dizem que não devemos deixar de congregar, como é costume de alguns (Hb 10:25). No entanto, será que sabemos como ou para que devemos nos reunir?
Com o fim de ajudar aos que de fato desejam se reunir de acordo com a vontade de Deus, publicamos esta oportuna mensagem de Stephen Kaung, ministrada por ele em Richmond, EUA, em 23 de agosto de 1981.
Stephen Kaung se converteu ao Senhor Jesus ainda na adolescência e foi ativo na Igreja Metodista da China, onde seu pai era ministro. No início dos anos de 1930, ele teve seu primeiro encontro com Watchman Nee e juntou-se a ele em ministério de tempo integral, cooperando na China até 1949, quando passou a envolver-se na obra cristã em outras partes do mundo. Ele é muito respeitado como um experiente servo do Senhor, e hoje, com quase 100 anos de idade, suas mensagens têm muito a nos encorajar a como seguir ao Senhor de forma mais adequada.
Que possamos considerar este assunto diante do Senhor para que em cada lugar a igreja seja edificada como Seu testemunho vivo, cheia de realidade espiritual.

Pelos interesses de Cristo,

Os Editores (Editora dos Clássicos).
Campinas, 2 de setembro de 2014.


CAPÍTULO 1: Por que nos reunimos assim?


Já faz algum tempo temos considerado esta questão: afinal, por que nos reunimos assim? O significado de Igreja é “a reunião dos que foram chamados para fora”. Todos recebemos a vida do nosso Senhor Jesus e partilhamos dessa vida. Deus nos chamou dentre todas as nações para constituir-nos em um povo para Si. É precisamente isso o que somos e por causa disso não podemos deixar de nos reunir.
Nos primeiros dias, quando o evangelho era pregado e pessoas eram salvas, estas se reuniam espontaneamente. Reuniam-se para adorar o Senhor; reuniam-se para servir ao Senhor como um povo, uma Igreja, um corpo. Não havia problema. Hoje, entretanto, temos problemas porque verificamos que aqueles que foram salvos pela graça, mesmo que estejam vivendo na mesma região, não estão se reunindo. Algumas pessoas se reúnem sob determinado tipo de denominação, enquanto outras o fazem em grupos independentes.
Verificamos, pois, que o povo de Deus está espalhado; o povo de Deus não se encontra junto. Mesmo que estejam se encontrando, as pessoas não o fazem como um só povo, uma Igreja e um único corpo. Devemos congregar-nos com nossos irmãos, mas aonde haveremos de ir? Com quem estaremos reunidos? Há qualquer justificativa para o fato de nos congregarmos separadamente de outros grupos de irmãos e de denominações? Podemos justificar o fato de nos reunirmos assim? Acho que esta é uma pergunta muito importante, e é vital que a respondamos. Caso não pudermos respondê-la de forma afirmativa, deveríamos nos dispersar e nem sequer nos juntarmos.
A fim de responder a essa pergunta, devemos considerar o propósito de Deus através dos séculos. Não se trata apenas de uma mera questão ocasional, mas de algo que realmente nos conduz de volta ao cerne do Seu propósito por toda a eternidade. Por que nos reunimos dessa maneira? Há uma razão: para cumprir o propósito de Deus com respeito ao Seu Filho. O nosso congregar não objetiva suprir nossas próprias necessidades. De fato, temos muitas necessidades e ao nos reunirmos muitas delas são supridas.
Graças a Deus por isso! Mas isso é apenas uma consequência. Não nos congregamos para suprir necessidades próprias, e sim para suprir unicamente a necessidade de Deus. Nosso Deus tem uma necessidade que está relacionada ao Seu Filho. Ele tem um propósito bem-definido com respeito ao Seu Filho. Ele tem uma ideia exata acerca de Seu Filho. Deus não é, em absoluto, vago a respeito disso.
Qual é o Seu propósito com respeito ao Filho, que é o centro de toda Sua atenção? Em Efésios 1:10 está escrito: “... fazer convergir nele… todas as coisas...”, e em Colossenses 1:18: “... para em todas a coisas [Ele] ter a primazia”. Deus criou todas as coisas em Cristo, por Cristo e para Cristo, para que Cristo tenha a primazia em todas as coisas e para que em Cristo convirjam todas as coisas. Para que isso se cumpra, Ele precisa realizar essas coisas primeiramente entre o Seu povo, isto é, em Sua Igreja. Deus O constituiu por cabeça sobre tudo e O deu à Igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (Ef 1:22-23).
Portanto, aqui se encontra uma razão muito definida para que nos reunamos. A razão pela qual nos congregamos é para que Cristo seja tudo para nós, para que, na Igreja, todas as coisas convirjam n’Ele, para que Ele tenha o primeiro lugar tanto em nossa vida individual quanto na corporativa. Esta é a razão pela qual nos reunimos assim.

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