12ª Estação – Monte Sinai – 5ª Subida (Mensagem 57)
Texto: Ex 20:21 a 23.33
Vamos dar continuidade ao estudo das 42 estações durante a peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Estamos na 12ª estação – Monte Sinai – estudando sobre as subidas de Moisés ao Monte. Nós sabemos que Moisés subiu ao Monte Sinai 11 vezes e, agora, estamos na 5ª subida, quando Moisés sobe sozinho e Arão fica embaixo com o povo, como o representante do povo diante de Deus.
Esta 5ª subida vai desde Ex 20:21 até Ex 23:33. Nesta subida Moisés recebe as outras leis que Deus lhe dá – as leis que o Senhor coloca diante de Moisés. Então, além do Decálogo, os Dez Mandamentos que Deus escreveu com Seu próprio punho, com Seu próprio dedo, em tábuas de pedra, além dessas Leis, Deus deu outras leis. Deus deu leis acerca da propriedade, leis acerca da imoralidade e da idolatria, do testemunho falso e da injustiça, sobre o ano de descanso e o sábado e sobre as três festas. Todas essas leis, todos esses assuntos, revelam para nós o coração do significado da sabedoria inescrutável e infinita da bondade de Deus. Nesta subida podemos ter uma ideia do reino governado por leis estabelecidas por Deus.
Quanto ao caráter das leis apresentadas aqui nesta subida, podemos aprender uma lição dupla:
1) Vemos Deus decretar leis que mostram o caráter da Sua justiça. Nessas leis não se vê parcialidades e nem mesmo a diferença entre ricos e pobres. A balança onde foram pesadas as reivindicações de cada homem foi afinada com precisão divina. É isso que nós temos que olhar aqui.
2) Quanto ao homem, é impossível ler todas essas leis sem ficar impressionado com a declaração que, indireta, mas realmente, revelam sua depravação. O fato de o Senhor promulgar leis contra certos crimes prova que o homem era capaz de cometê-los. Se não houvesse essa capacidade ou tendência no homem, não haveria necessidade de promulgar essas leis.
Nós temos que saber, amados irmãos e irmãs, que a humanidade traz em seu coração as sementes das abominações mais tenebrosas e horríveis que podemos imaginar. Desde a cabeça até à planta do pé, não existe nem mesmo um átomo de perfeição moral no homem. Então, precisamos ver aqui a grandeza do poder de Deus na salvação. Olhando para essas leis nós podemos ter uma verdadeira concepção da grandeza do poder de Deus na salvação. Quando abrimos a Bíblia no Novo Testamento, em Efésios 2:1-3, podemos medir o poder de Deus na nossa salvação, porque, ao olharmos para estas leis nesta 5ª subida e também para os Dez Mandamentos na 4ª subida, podemos ver a própria incapacidade do homem em poder cumprir os mandamentos de Deus, os desígnios de Deus.
É interessante quando abrimos a Bíblia no Evangelho de Mateus, a partir do capítulo 5, e, estudando sobre o Sermão do Monte, percebemos que o Senhor Jesus coloca ainda um sentido muito mais elevado no tocante ao homem e a Lei, quando Ele diz:
“Ouvistes o que foi dito (...). Eu, porém, vos ensino...”.
Então vemos que aquilo que o Senhor Jesus exigiu do homem quanto ao caráter da Lei estava acima da possibilidade de o homem cumprir. Ele disse que se o homem pensasse, imaginasse em seu coração, ele já estaria cometendo um delito, um pecado. Por exemplo: se ele olhasse para uma mulher, se ele tivesse um sentimento impuro em seu coração, já estaria em pecado de adultério. Então, o que significa isso? Significa a nossa incapacidade, significa que não há possibilidade de o homem em si, por si, alcançar a justiça de Deus, satisfazer a justiça de Deus. O homem é depravado por nascimento. Mas leiamos Efésios 2:1-3, que diz assim:
“1 E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3 entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”.
Amados irmãos e irmãs, aqui nós vemos a nossa real condição. O argumento de Paulo é que nós precisamos ter a verdadeira concepção do abismo, do pecado onde nós nos encontrávamos sem Deus. Aqui estamos diante da doutrina do pecado. Nessas palavras de Paulo podemos ter uma descrição da profundidade do nosso estado no passado, em Adão, da nossa completa corrupção. Jamais vamos compreender a doutrina da encarnação se não entendermos a doutrina do pecado. Como poderemos entender a morte do nosso Senhor Jesus em nosso lugar, o que Ele fez lá na cruz, se claramente não entendermos a doutrina do pecado? Paulo diz, no versículo 1º de Efésios 2, que:
“Estávamos mortos nos nossos delitos e pecados”.
Aqui podemos ver que estávamos mortos em delitos e pecados. Notem que Paulo está dizendo que ”estávamos mortos” – essa morte não é uma morte física, e sim uma morte espiritual. Vejam que no versículo 2 ele diz: “Nos quais andastes outrora”, isto é, andávamos mortos. Espiritualmente falando, o que significa a morte?
§ Morte é a antítese da vida;
§ Vida é sempre descrito na Bíblia em termos de relacionamento com Deus.
Olhem o versículo 12 nesse mesmo capítulo, quando ele diz: “Naquele tempo estáveis sem Cristo, não tendo esperança e sem Deus no mundo” – isso é morte!
Em 1 Jo 1:2 diz assim:
“E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada.”
Precisamos estudar, dissecar, este versículo:
§ O termo “vida”, no grego, é “zoe”: essa palavra descreve a vida de Deus; revela-nos a vida de Deus;
§ João diz que esta vida “se manifestou”: Aqui a palavra “manifestou”, no grego, é “phaneroo”, que significa tornar manifesto, visível; tornar conhecido aquilo que estava escondido.
§ Ele também diz “nós a temos visto”: Aqui temos a palavra grega “horao” – tornar-se conhecido pela experiência, experimentar. Esta vida é desfrutada, experimentada.
§ João diz mais: “e dela damos testemunho”: A palavra “testemunho” aqui é “martureo”, que significa ser uma testemunha; afirmar ter visto, ouvido ou experimentado algo.
§ E ele diz também que nós “anunciamos”: Essa palavra no grego é “apaggello” – proclamar; tornar abertamente conhecido; declarar esta vida. E esta vida nos foi dada na regeneração quando nós estávamos mortos nos nossos delitos e pecados.
Por estar morto espiritualmente, o homem é ignorante quanto à verdade do Evangelho de Cristo. Ele não compreende as coisas espirituais. Romanos 8:5 diz:
“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.”
Notem duas palavras interessantes nesse texto: “inclinam” e “cogitam”.
1) “inclinam”: no grego, nós temos o particípio presente da primeira pessoa do singular do presente do indicativo, que é “ser”. Esse verbo faz referência à pessoa que é carnal. O texto indica as pessoas que são carnais, que cogitam para as coisas carnais e não para as coisas espirituais.
2) “cogitam”: no grego é “phroneo”. Essa palavra vem de dois vocábulos: “phren” – faculdade de perceber ou julgar – e “phroneo” – ter entendimento; ser do mesmo pensamento; concordar; compartilhar.
Esse texto, numa linguagem mais popular, de acordo com o original como foi escrito, é assim:
“Porque há pessoas que vivem de acordo com a natureza humana, têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas os que vivem de acordo com o Espírito de Deus, têm a sua mente controlada pelo Espírito.”
É isso que Paulo está falando. As pessoas que não são cristãs, não se interessam pelas coisas cristãs. Vejam que o interesse das pessoas não cristãs é por tudo o que é sensual; é pela luxúria, pelo prazer carnal, por coisas efêmeras. Eles, por si só, jamais irão se interessar pelos assuntos espirituais, pela vida, pela eternidade, por Deus, por Cristo, pelo Espírito Santo.
Paulo, no capítulo 4 e versículo 18 de Efésios, diz algo muito sério quanto a isso, quando trata desse assunto de uma forma muito clara, com muita propriedade:
“Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.”
Vejam que na frase “alheios à vida de Deus”, a palavra “alheios”, no original, significa algo muito sério:
§ separação; estar distanciado, alienado; ser excluído da companhia, da intimidade de alguém.
É interessante que no grego essa palavra “alheios” é “apallotrioo”:
§ “apo” – uma preposição primária que fala de separação; distância; ser excluído; estar alienado;
§ e “allotrios” – que significa estrangeiro; estranho; que não é da família; inimigo.
Paulo diz que o homem é ímpio por natureza. E por causa da impiedade em que vive, por causa do seu coração ímpio, é descrito como obscurecido de entendimento e está alheio à vida de Deus. Agora ele vai mostrar-nos dois aspectos desta vida:
1) Primeiro ele diz “ignorância em que vivem”: “agnoia” – falta de conhecimento; cegueira moral e espiritual. Esse termo descreve uma pessoa que peca por ignorância, por falta de visão, de conhecimento espiritual.
2) Depois Paulo diz “dureza do seu coração”: “porosis” – o significado dessa palavra é o que se cobre com um calo; bloqueio na capacidade de discernimento mental; percepção obstruída; estado de mente insensível. A ideia aqui é de uma calosidade que cobre o coração e o entendimento de uma pessoa sem Deus, de uma pessoa que não é cristã.
Amados irmãos e irmãs, todas essas verdades que temos visto até aqui descrevem para nós esse estado de morte espiritual, de queda – aquilo que Deus disse para Adão lá em Gênesis 2:17:
“mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
Em Gn 3:4, a serpente diz para Eva:
“é certo que não morrereis”.
No primeiro texto, em Gn 2:17, Deus disse ao homem que se ele comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ele iria morrer. Mas, em Gn 3:4, satanás diz a Eva que eles não morreriam se comessem do fruto proibido.
Vejam que a mentira é o fundamento de todo o pecado; é a raiz do pecado na experiência humana. Sabemos que Adão viveu 930 anos e depois morreu (Gn 5:5). Depois que comeu do fruto proibido, ele viveu 930 anos. Humanamente ele continuou vivo, mas espiritualmente estava morto. Quando estudamos a queda, vemos que satanás, sutilmente, agindo contra o homem em algumas áreas, começa a usurpar no homem um lugar de completa preeminência. E, assim, ele vai levando o homem de um estado de decadência a decadência... a decadência...
Primeiro satanás introduz a dúvida no coração de Eva. Talvez possamos ver aqui os passos dessa decadência: a dúvida no coração de Eva quanto a Palavra de Deus. Em Gn 3:1, satanás diz assim para Eva: “é assim que Deus disse?”
Quando Deus criou o mundo, vemos que Ele o criou pelo poder da Palavra. Olhem que Gn 1:3 diz assim: “Disse Deus: Haja luz”. Essa expressão, “disse”, no hebraico é “amar”, a mesma expressão que temos nos seguintes textos:
Gn 2:16:
“E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: de toda árvore do jardim comerás livremente”.
E Gn 3:1:
“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”
Temos aqui a mesma palavra. Nas duas referências Moisés usou a palavra hebraica “amar” – “lhe deu esta ordem” (Gn 2:16), e “Deus disse” (Gn 3:1). Nesses textos, vemos que:
§ a palavra de Deus é o Seu falar;
§ a ordem de Deus é a Sua Palavra expressa.
Quando Eva deu ouvidos às mentiras perversas de satanás, ela estava permitindo que satanás anulasse dentro dela o operar da Palavra de Deus. Vejam que a consequência imediata disso é que Eva acrescentou algo a Palavra de Deus. Eva disse:
“Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais” – Gn 3:3.
Vejam a perversidade do pecado: a partir daqui o pecado vai tomando uma forma de governo para poder suplantar o homem debaixo de um jugo aterrorizante, perverso, cruel, onde há todas as manifestações pecaminosas subsequentes a essa desobediência, a essa mentira. Satanás tinha o quê? A mentira, o engano. Mas Eva tinha o quê? A Palavra de Deus. E aqui Eva permitiu que o engano, que a mentira de satanás, suplantasse nela a Palavra de Deus. E aqui vemos a origem do pecado na humanidade, vemos que o homem começa, então, a agir de acordo com Efésios 4:18.
Agora, voltamos para essa 5ª subida e vemos todas essas leis que Deus dá para o homem, acerca de assuntos práticos, acerca da sua própria vida, do relacionamento, enfim, nós vemos Deus colocando essas leis. Primeiro Deus dá as leis naquilo que estava relacionado ao homem e Ele e, depois, na 5ª subida, Deus dá as leis relacionadas com a vida humana em todos os seus aspectos. E o homem falha. O homem é incapaz de cumprir integralmente a Lei de Deus. É por isso que as coisas estão como estão. É por isso que nós estamos vendo a decadência do homem. Em todas as áreas, temos visto o homem decadente.
Olhando para Efésios 2:4, Paulo começa assim: “mas Deus”. Paulo inicia com uma conjunção que revela um contraste, que demonstra um contraste: “mas Deus”. Essa frase é a totalidade do Evangelho. Nesta frase vemos o Propósito Eterno de Deus na nossa salvação. Essa frase revela para nós que a nossa salvação é algo de Deus; é uma obra soberana de Deus; é uma obra graciosa de Deus; é por Sua misericórdia. Paulo diz:
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do Seu grande amor com que nos amou”.
É isto que agora ele passa a nos ensinar, a sentença divina quanto a nós:
§ onde abundou o pecado, superabundou a graça;
§ onde o pecado se tornou poderoso e operante, a graça de Deus foi manifestada para poder superabundar sobre o pecado!
Isso é salvação! É isso que nós temos que entender. É isso que Deus deseja nos mostrar.
Não podemos olhar para essa subida sem ter o nosso foco no Novo Testamento, sem poder compreender o caráter de Deus. Por que Ele colocou essas leis? Qual a finalidade de tudo isso? A Bíblia diz, em Romanos 10, que o fim da Lei é Cristo. O alvo de tudo isso, o propósito de tudo isso, só poderia ser conhecido em Cristo Jesus. Graças a Deus por Cristo Jesus!
Que Deus, poderosamente, fale ao seu coração e lhe abençoe através da Sua santa e poderosa Palavra.
As 42 Jornadas no Deserto
12ª Estação – Monte Sinai – 5ª Subida (Mensagem 57 – parte 2)
Texto: Ex 20:21 a 23.33
Daremos continuidade ao estudo das 42 estações durante a peregrinação do povo de Israel pelo deserto. Estamos na 12ª estação – Monte Sinai – estudando sobre as subidas de Moisés ao Monte. Esta é a 5ª subida, quando Moisés sobe sozinho e Arão fica embaixo com o povo, como o representante do povo diante de Deus. Nesta 5ª subida, que vai desde Ex 20:21 até Ex 23:33, Moisés recebe as outras leis que Deus lhe dá. Além do Decálogo, os Dez Mandamentos, Deus deu leis acerca da propriedade, leis acerca da imoralidade e da idolatria, do testemunho falso e da injustiça, sobre o ano de descanso e o sábado e sobre as três festas.
Todas essas leis, todos esses assuntos, revelam para nós o coração do significado da sabedoria inescrutável e infinita da bondade de Deus. Nesta subida podemos ter uma ideia do reino governado por leis estabelecidas por Deus.
Agora, a partir de onde paramos, continuaremos com o estudo da semana passada:
Por estar morto espiritualmente, o homem é ignorante quanto à verdade do Evangelho de Cristo. Ele não compreende as coisas espirituais. Romanos 8:5 diz:
“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.”
Notem duas palavras interessantes nesse texto: “inclinam” e “cogitam”.
3) “inclinam”: no grego, nós temos o particípio presente da primeira pessoa do singular do presente do indicativo, que é “ser”. Esse verbo faz referência à pessoa que é carnal. O texto indica as pessoas que são carnais, que cogitam para as coisas carnais e não para as coisas espirituais.
4) “cogitam”: no grego é “phroneo”. Essa palavra vem de dois vocábulos: “phren” – faculdade de perceber ou julgar – e “phroneo” – ter entendimento; ser do mesmo pensamento; concordar; compartilhar.
Esse texto, numa linguagem mais popular, de acordo com o original como foi escrito, é assim:
“Porque há pessoas que vivem de acordo com a natureza humana, têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas os que vivem de acordo com o Espírito de Deus, têm a sua mente controlada pelo Espírito.”
É isso que Paulo está falando. As pessoas que não são cristãs, não se interessam pelas coisas cristãs. Vejam que o interesse das pessoas não cristãs é por tudo o que é sensual; é pela luxúria, pelo prazer carnal, por coisas efêmeras. Eles, por si só, jamais irão se interessar pelos assuntos espirituais, pela vida, pela eternidade, por Deus, por Cristo, pelo Espírito Santo.
Paulo, no capítulo 4 e versículo 18 de Efésios, diz algo muito sério quanto a isso, quando trata desse assunto de uma forma muito clara, com muita propriedade:
“Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.”
Vejam que na frase “alheios à vida de Deus”, a palavra “alheios”, no original, significa algo muito sério:
§ separação; estar distanciado, alienado; ser excluído da companhia, da intimidade de alguém.
É interessante que no grego essa palavra “alheios” é “apallotrioo”:
§ “apo” – uma preposição primária que fala de separação; distância; ser excluído; estar alienado;
§ e “allotrios” – que significa estrangeiro; estranho; que não é da família; inimigo.
Paulo diz que o homem é ímpio por natureza. E por causa da impiedade em que vive, por causa do seu coração ímpio, é descrito como obscurecido de entendimento e está alheio à vida de Deus. Agora ele vai mostrar-nos dois aspectos desta vida:
3) Primeiro ele diz “ignorância em que vivem”: “agnoia” – falta de conhecimento; cegueira moral e espiritual. Esse termo descreve uma pessoa que peca por ignorância, por falta de visão, de conhecimento espiritual.
4) Depois Paulo diz “dureza do seu coração”: “porosis” – o significado dessa palavra é o que se cobre com um calo; bloqueio na capacidade de discernimento mental; percepção obstruída; estado de mente insensível. A ideia aqui é de uma calosidade que cobre o coração e o entendimento de uma pessoa sem Deus, de uma pessoa que não é cristã.
Amados irmãos e irmãs, todas essas verdades que temos visto até aqui descrevem para nós esse estado de morte espiritual, de queda – aquilo que Deus disse para Adão lá em Gênesis 2:17:
“mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
Em Gn 3:4, a serpente diz para Eva:
“é certo que não morrereis”.
No primeiro texto, em Gn 2:17, Deus disse ao homem que se ele comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ele iria morrer. Mas, em Gn 3:4, satanás diz a Eva que eles não morreriam se comessem do fruto proibido.
Vejam que a mentira é o fundamento de todo o pecado; é a raiz do pecado na experiência humana. Sabemos que Adão viveu 930 anos e depois morreu (Gn 5:5). Depois que comeu do fruto proibido, ele viveu 930 anos. Humanamente ele continuou vivo, mas espiritualmente estava morto. Quando estudamos a queda, vemos que satanás, sutilmente, agindo contra o homem em algumas áreas, começa a usurpar no homem um lugar de completa preeminência. E, assim, ele vai levando o homem de um estado de decadência a decadência... a decadência...
Primeiro satanás introduz a dúvida no coração de Eva. Talvez possamos ver aqui os passos dessa decadência: a dúvida no coração de Eva quanto a Palavra de Deus. Em Gn 3:1, satanás diz assim para Eva: “é assim que Deus disse?”
Quando Deus criou o mundo, vemos que Ele o criou pelo poder da Palavra. Olhem que Gn 1:3 diz assim: “Disse Deus: Haja luz”. Essa expressão, “disse”, no hebraico é “amar”, a mesma expressão que temos nos seguintes textos:
Gn 2:16:
“E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: de toda árvore do jardim comerás livremente”.
E Gn 3:1:
“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”
Temos aqui a mesma palavra. Nas duas referências Moisés usou a palavra hebraica “amar” – “lhe deu esta ordem” (Gn 2:16), e “Deus disse” (Gn 3:1). Nesses textos, vemos que:
§ a palavra de Deus é o Seu falar;
§ a ordem de Deus é a Sua Palavra expressa.
Quando Eva deu ouvidos às mentiras perversas de satanás, ela estava permitindo que satanás anulasse dentro dela o operar da Palavra de Deus. Vejam que a consequência imediata disso é que Eva acrescentou algo a Palavra de Deus. Eva disse:
“Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais” – Gn 3:3.
Vejam a perversidade do pecado: a partir daqui o pecado vai tomando uma forma de governo para poder suplantar o homem debaixo de um jugo aterrorizante, perverso, cruel, onde há todas as manifestações pecaminosas subsequentes a essa desobediência, a essa mentira. Satanás tinha o quê? A mentira, o engano. Mas Eva tinha o quê? A Palavra de Deus. E aqui Eva permitiu que o engano, que a mentira de satanás, suplantasse nela a Palavra de Deus. E aqui vemos a origem do pecado na humanidade, vemos que o homem começa, então, a agir de acordo com Efésios 4:18.
Agora, voltamos para essa 5ª subida e vemos todas essas leis que Deus dá para o homem, acerca de assuntos práticos, acerca da sua própria vida, do relacionamento, enfim, nós vemos Deus colocando essas leis. Primeiro Deus dá as leis naquilo que estava relacionado ao homem e Ele e, depois, na 5ª subida, Deus dá as leis relacionadas com a vida humana em todos os seus aspectos. E o homem falha. O homem é incapaz de cumprir integralmente a Lei de Deus. É por isso que as coisas estão como estão. É por isso que nós estamos vendo a decadência do homem. Em todas as áreas, temos visto o homem decadente.
Olhando para Efésios 2:4, Paulo começa assim: “mas Deus”. Paulo inicia com uma conjunção que revela um contraste, que demonstra um contraste: “mas Deus”. Essa frase é a totalidade do Evangelho. Nesta frase vemos o Propósito Eterno de Deus na nossa salvação. Essa frase revela para nós que a nossa salvação é algo de Deus; é uma obra soberana de Deus; é uma obra graciosa de Deus; é por Sua misericórdia. Paulo diz:
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do Seu grande amor com que nos amou”.
É isto que agora ele passa a nos ensinar, a sentença divina quanto a nós:
§ onde abundou o pecado, superabundou a graça;
§ onde o pecado se tornou poderoso e operante, a graça de Deus foi manifestada para poder superabundar sobre o pecado!
Isso é salvação! É isso que nós temos que entender. É isso que Deus deseja nos mostrar.
Não podemos olhar para essa subida sem ter o nosso foco no Novo Testamento, sem poder compreender o caráter de Deus. Por que Ele colocou essas leis? Qual a finalidade de tudo isso? A Bíblia diz, em Romanos 10, que o fim da Lei é Cristo. O alvo de tudo isso, o propósito de tudo isso, só poderia ser conhecido em Cristo Jesus. Graças a Deus por Cristo Jesus!
Que Deus, poderosamente, fale ao seu coração e lhe abençoe através da Sua santa e poderosa Palavra.
Por: Ir. Luiz Fontes
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12
sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
ALIMENTAR-SE DA PALAVRA E PRATICAR A PALAVRA
"Dentre os animais, todo o que tem unhas fendidas e as fendas das unhas se divide em duas, e rumina, deles comereis.
Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo" (Levítico 11: 3,4)
Estudando o livro de Levítico com o auxílio do comentário do irmão Mackintosh, pude perceber a importância da Palavra e do caminhar na vida do Cristão. Não é o bastante ler a Palavra, ganhar conhecimento, mas não praticá-la, não caminhar segundo a orientação da Palavra, é preciso caminhar de modo digno a vocação a que fomos chamados e deixar no mundo, através das nossas pisadas, as marcas de alguém que foi transformado por esta Palavra.
Segundo o livro de Levítico, o animal para ser considerado limpo, ele tinha de ter obrigatoriamente os dois pré requisitos, ruminar e ter unhas fendidas. Se tivesse um e não tivesse o outro era considerado imundo.
Espiritualmente isso nos fala de duas coisas; alimentar-nos da Palavra e viver segundo a Palavra, vida prática, um caminhar diário debaixo da orientação da Palavra.
Na epístola de Paulo aos Filipenses no capítulo 2 verso 15 diz: "Para que sejais irreprensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo".
Isso é o que Deus espera de nós, que sejamos irreprensíveis, que possamos refletir a Luz de Cristo em nós, que aonde nós estivermos possamos ser luz naquele lugar refletindo o próprio Cristo o sol da justiça. O próprio Senhor Jesus disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5:14).
Que essa palavra ganhe os nossos corações, para que possamos ser imitadores de Deus como filhos amados. Ele através do Seu Espírito está em nós a fim de nos ajudar a andar desta forma.
Que Deus nos abençõe.
Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo" (Levítico 11: 3,4)
Estudando o livro de Levítico com o auxílio do comentário do irmão Mackintosh, pude perceber a importância da Palavra e do caminhar na vida do Cristão. Não é o bastante ler a Palavra, ganhar conhecimento, mas não praticá-la, não caminhar segundo a orientação da Palavra, é preciso caminhar de modo digno a vocação a que fomos chamados e deixar no mundo, através das nossas pisadas, as marcas de alguém que foi transformado por esta Palavra.
Segundo o livro de Levítico, o animal para ser considerado limpo, ele tinha de ter obrigatoriamente os dois pré requisitos, ruminar e ter unhas fendidas. Se tivesse um e não tivesse o outro era considerado imundo.
Espiritualmente isso nos fala de duas coisas; alimentar-nos da Palavra e viver segundo a Palavra, vida prática, um caminhar diário debaixo da orientação da Palavra.
Na epístola de Paulo aos Filipenses no capítulo 2 verso 15 diz: "Para que sejais irreprensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo".
Isso é o que Deus espera de nós, que sejamos irreprensíveis, que possamos refletir a Luz de Cristo em nós, que aonde nós estivermos possamos ser luz naquele lugar refletindo o próprio Cristo o sol da justiça. O próprio Senhor Jesus disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5:14).
Que essa palavra ganhe os nossos corações, para que possamos ser imitadores de Deus como filhos amados. Ele através do Seu Espírito está em nós a fim de nos ajudar a andar desta forma.
Que Deus nos abençõe.
A FAMÍLIA - Parte 2
O MARIDO
"Vós, maridos, amai a vossas mulheres,
como Cristo amou a Igreja" Efésios 5.25.
Em continuação aos nossos estudos sobre a família, pedimos a Deus, que nos revele toda a graça sobre este assunto, porque temos visto que todos os filhos de Deus, como também nós, carecemos de revelação e zelo no que diz respeito a família. Mas o Senhor é o que nos ensina o que é útil, e o caminho que devemos andar (Isa 48.17). A filosofia, a ciência, a psicologia não é nada, somente a sabedoria divina pode nos tornar perfeitos, e esta sabedoria divina está expressa em sua Palavra, portanto, é para Ela que devemos atentar.
Como vimos nos números anteriores, a família é a primeira instituição criada por Deus na terra, com a finalidade principal de glorificá-Lo e servi-Lo. E para que esta família O sirva e O glorifique, ela precisa ser preparada por Ele antes que ela exista.
No capítulo anterior, vimos que o estabelecimento desta família é providência divina, portanto, é por Ele instituída, consumada e sustentada. Vimos também que ela nunca pode ser em jugo desigual, nem pela escolha humana.
Neste capítulo, queremos olhar para a Palavra de Deus, e aprender com o Espírito de Deus o papel do homem na família.
Todo o Reino de Deus é formado de hierarquia de autoridade, seja entre os homens, os anjos, animais, e até entre os demônios. Isto representa que em todos os níveis de Sua criação existem autoridades, e onde existe autoridade, existe submissão. Entre os homens não é diferente, pois, até mesmo o homem Jesus está debaixo de autoridade, bem como o homem, a mulher e os filhos: "Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo" . I Cor 11.3.
A liderança e a autoridade de uma família é do marido, e a submissão da esposa e dos filhos. O que primeiro precisamos entender, é que esta autoridade não é algo constituído pelos homens, mas por Deus em sua Palavra. Toda rebeldia contra este mandamento, não será contra o marido, mas a Deus: "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor" Ef 5.22. "Filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor" Ef 6.1.
Estamos vivendo os tempos angustiosos que a Palavra de Deus diz, pois, os filhos são desobedientes aos pais, e governam suas próprias vidas a seu bel prazer. As mulheres governam a casa e exercem autoridade sobre os maridos. Os homens tornaram-se amantes de si mesmos e amigos dos deleites, e todos sem afeição natural (II Tim 3.1). O pecado trouxe conseqüências graves aos homens e conseqüentemente à família, portanto, só há um caminho para os filhos de Deus, aceitar a Palavra de Deus como um mandamento do Senhor, que define a natureza desta liderança de uma maneira responsável.
A hierarquia estabelecida por Deus na família, significa que o marido e pai é o cabeça, responsável por tudo que é essencial à família. Podemos definir o pai, como o profeta, sacerdote e rei desta família. Não estamos com isto anulando o sacerdócio real da esposa, nem de algum filho que seja regenerado, mas a responsabilidade do pai como aquele que deve ensinar, interceder e governar sua família. Quando muita gente está procurando revelações grandiosas na Palavra de Deus sobre vários assuntos, e verdadeiramente há muitos, e não desprezamos nenhuma, estão deixando a primeira e principal responsabilidade de todo filho de Deus: cuidar da sua família. "Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo" I Tim 5.8.
Olhando para a figura de Deus como Pai, podemos constatar que Ele não possui um privilégio em governar, mas um grande encargo de responsabilidade. Da mesma maneira, é o pai de família ainda que numa escala bem menor. Governar não é um privilégio, mas um encargo. Privilégio é ser governado, e nisto consiste toda a bênção da esposa que veremos mais a frente. Todos no Reino de Deus exercem autoridade, e todos também exercem submissão, seja dos filhos para com a mãe, da esposa para com o marido, do marido para com Cristo e de Cristo para com Deus. Todos exercem autoridade sobre uns e exercem submissão para com outros. Cada qual como Deus, que está sobre todos, o determinou. Todo o que tem a responsabilidade de governar, deve governar com amor e sabedoria, e todo aquele que se submete, deve se submeter com amor e reverência.
Na família, o pai foi constituído por Deus como o profeta, o sacerdote e o rei, da mesma maneira que Jesus o é para com sua Igreja. Como profeta, é da responsabilidade do pai ensinar a sua casa, e começa pela esposa: "As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher falar na igreja" I Cor 14.34-35, e que se estende aos filhos: "E estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em sua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te" Deut 6.6-7.
A função do pai como profeta é edificar (ensinar), exortar (repreender), e consolar sua família pela Palavra de Deus. Todo ensinamento, repreensão e consolação que não for feita pela Palavra de Deus não tem validade alguma, pois, só Ela é útil para estas coisas, e é a única que tem poder para derrubar os sofismas do mundo, bem como a única que é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração, e trazer fé, e salvação e arrependimento: "Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. Toda Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra. Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne (pelos métodos humanos), pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo. Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (I Cor 14.3; II Tim 3.16; II Cor 10.3-5; Heb 4.12; Rom 10.17).
A primeira característica de um profeta é ser cheio do Espírito Santo e guiado por Ele, pois, sem esta suficiência um pai não poderá governar sua casa: "Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço" Atos 6.3. É fato que estes irmãos estavam sendo encarregados de outro serviço, mas quem não sabe cuidar da sua própria casa, como poderá cuidar da igreja de Deus? (I Tim 3.5).
A segunda característica de um profeta é ser vigia de seu povo. O pai como profeta deve vigiar sobre a sua casa, para que diante de qualquer perigo, toque o alarme, e avise seu povo: " Filho do homem, eu te dei como atalaia (sentinela, guardião, vigia) sobre a casa de Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca, avisá-lo-ás da minha parte" Eze 3.17.
A terceira característica de um profeta é ser fiel a Deus. O pai como profeta deve ser fiel a Deus em sua casa, independente se sua esposa e seus filhos são ou não regenerados. Ele sempre deve falar-lhes a Palavra de Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir, e dar o exemplo a seus filhos em tudo: "Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir" Eze 2.7.
A quarta característica de um profeta é que ele seja sincero e verdadeiro. O pai como profeta deve ser sincero para com sua família e sempre verdadeiro. Ninguém é um bom governante se não governa com a verdade, e para isto, não se pode dar a aparência dos homens: "Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens" Mat 22.16.
Nós teríamos muitas outras características que não poderíamos numerar, mas as principais características do pai como profeta é ensinar, corrigir e consolar sua família com a Palavra de Deus, e ser cheio e guiado pelo Espírito de Deus. Tornar-se uma torre de vigia, para ao primeiro sinal do inimigo, dar aviso a sua família. Como também ser fiel, sincero e verdadeiro. Que maneja bem a palavra da verdade, apto para ensinar, com todo amor e sabedoria.
Todos nós aprendemos com Deus, quer seja o marido, a esposa ou os filhos, mas Deus deu ao pai a responsabilidade de profeta para com sua família, portanto, é dele a responsabilidade de ensinar tanto a esposa como aos filhos, e cabe a Deus revelá-los.
A função do pai como sacerdote, é ministrar as coisas consagradas e ser o mediador entre Deus e sua família. É da responsabilidade do pai como sacerdote, ministrar as coisas consagradas a Deus, como as orações, as ofertas, os dízimos, as ações de graças e etc... de sua família. A outra responsabilidade do pai como sacerdote, mesmo que sua esposa e seus filhos sejam regenerados, é de se colocar como mediador, na brecha pela sua família: "Tendo ele pedido luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar? Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa. Então lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos os que estavam em sua casa" At 16.29-31.
Uma necessidade também do sacerdote é que ele seja regenerado, um sacerdote real, pois, somente uma pessoa regenerada tem as características necessárias de um sacerdote: o Urim e o Tumim, isto é, as luzes e as perfeições, e assim oferecer sacrifícios aceitáveis a Deus por Jesus Cristo: "Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão quando entrar diante do Senhor" Ex 28.30.
A função do pai como rei é governar sua família. É da responsabilidade do pai governar bem sua casa, tendo seus filhos em sujeição com todo o respeito (I Tim 3.4), e também sua esposa, considerando-a como um vaso mais frágil (I Ped 3.7). Cabe ao marido governar sua casa, ainda que não haja plena obediência, isto é, não é por causa da desobediência do povo, que um governante deixara de governar. O pai deve governar sempre, e o deve fazer com mansidão e justiça: "Acaso quem odeia o direito governará?" Jó 34.17.
Todo rei possui um reino, e o reino do marido é a sua casa. Muitos querem reinar em seus trabalhos, sua igreja, mas se ele não reinar de fato em sua casa, de nada vale. Um rei que governe bem em outros reinos e se esquece do seu, não vale nada para seu povo. Quem não sabe governar a sua casa não saberá governar mais nada: "(pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)" I Tim 3.5.
Governar não é um privilégio como já dissemos, mas uma responsabilidade, uma mordomia. O Senhor requererá da mão do pai de família esta mordomia: "Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis" Luc 12.45-46. "É impossível que não venham os tropeços, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos" Luc 17.1-2.
Deus deu ao homem a incumbência de governar sua família, e governar significa corrigi-la, dirigi-la, administrá-la, ter autoridade sobre ela, e regular o seu andamento, e tudo isto com amor, mansidão, ordem, e atenção. Todas estas coisas são frutos do Espírito, e é somente a vida de Cristo que torna um homem um bom pai. É necessário que quem governe ame a sua casa como Cristo amou a sua igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25). Seja manso para poder corrigir quando há resistência, e também não tome decisões sem refletir. A mansidão faz aquele que crê não se apressar: "Não é bom agir sem refletir, e o que apressa com seus pés erra o caminho" Pv 19.2. "Aquele que crer não se apressará" Isa 28.16. "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" Pv 25.11. Ninguém mede sua autoridade pela altura da voz que tem. A mansidão é necessária porque uma palavra dura sempre suscita a ira, e na ira do homem não opera a justiça de Deus (Pv 15.1; Tg 1.20). Um bom governante é também um bom ouvinte, pois como poderá julgar se não souber a causa. Toda atenção lhe é necessária.
Ao que muito é dado, muito também é requerido (Luc 12.48), portanto, foi dado ao pai as primícias, o governo, a autoridade, mas também muito lhe é requerido.
Toda esta prática deve começar dentro de casa, e são nas coisas do dia a dia que observamos isto. A esposa não deve ser intercessora dos filhos junto ao marido, mas mediadora do pai para com os filhos, como o pai é da família para com Deus. A esposa e os filhos devem aprender que as primícias são do pai, num simples pedaço de frango, a tudo o que possui em sua casa. Os filhos e a esposa não têm o mesmo direito do pai. Tudo o que se tem numa casa pertence ao pai, é assim que Deus diz em sua Palavra: "Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor (dono de tudo); da qual vós sois filhas, se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto" I Ped 3.6.
Nas pequenas coisas, e no dia a dia é que nós observamos que os bons costumes se tem corrompido. É fato que estes bons costumes não salvam ninguém, mas eles tornam mais fáceis a compreensão das coisas espirituais para o aprendizado de nossa família. Hoje o pai não tem mais a figura de cabeça como nos tempos antigos, nem é dele as primícias. Tudo hoje está direcionado para os filhos e isto é perverso. Nossos filhos nunca entenderão que Deus é o que governa, e só dEle são todas as coisas, e que é dEle as primícias, se eles não tem como prática observar estas coisas em sua casa. A vida na família é um exercício das coisas de Deus, e ela também é um instrumento precioso de Deus, para termos nossas faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal: "Não vos enganeis, as más conversações, corrompem os bons costumes" I Cor 15.33.
"Vós, maridos, amai a vossas mulheres,
como Cristo amou a Igreja" Efésios 5.25.
Em continuação aos nossos estudos sobre a família, pedimos a Deus, que nos revele toda a graça sobre este assunto, porque temos visto que todos os filhos de Deus, como também nós, carecemos de revelação e zelo no que diz respeito a família. Mas o Senhor é o que nos ensina o que é útil, e o caminho que devemos andar (Isa 48.17). A filosofia, a ciência, a psicologia não é nada, somente a sabedoria divina pode nos tornar perfeitos, e esta sabedoria divina está expressa em sua Palavra, portanto, é para Ela que devemos atentar.
Como vimos nos números anteriores, a família é a primeira instituição criada por Deus na terra, com a finalidade principal de glorificá-Lo e servi-Lo. E para que esta família O sirva e O glorifique, ela precisa ser preparada por Ele antes que ela exista.
No capítulo anterior, vimos que o estabelecimento desta família é providência divina, portanto, é por Ele instituída, consumada e sustentada. Vimos também que ela nunca pode ser em jugo desigual, nem pela escolha humana.
Neste capítulo, queremos olhar para a Palavra de Deus, e aprender com o Espírito de Deus o papel do homem na família.
Todo o Reino de Deus é formado de hierarquia de autoridade, seja entre os homens, os anjos, animais, e até entre os demônios. Isto representa que em todos os níveis de Sua criação existem autoridades, e onde existe autoridade, existe submissão. Entre os homens não é diferente, pois, até mesmo o homem Jesus está debaixo de autoridade, bem como o homem, a mulher e os filhos: "Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo" . I Cor 11.3.
A liderança e a autoridade de uma família é do marido, e a submissão da esposa e dos filhos. O que primeiro precisamos entender, é que esta autoridade não é algo constituído pelos homens, mas por Deus em sua Palavra. Toda rebeldia contra este mandamento, não será contra o marido, mas a Deus: "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor" Ef 5.22. "Filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor" Ef 6.1.
Estamos vivendo os tempos angustiosos que a Palavra de Deus diz, pois, os filhos são desobedientes aos pais, e governam suas próprias vidas a seu bel prazer. As mulheres governam a casa e exercem autoridade sobre os maridos. Os homens tornaram-se amantes de si mesmos e amigos dos deleites, e todos sem afeição natural (II Tim 3.1). O pecado trouxe conseqüências graves aos homens e conseqüentemente à família, portanto, só há um caminho para os filhos de Deus, aceitar a Palavra de Deus como um mandamento do Senhor, que define a natureza desta liderança de uma maneira responsável.
A hierarquia estabelecida por Deus na família, significa que o marido e pai é o cabeça, responsável por tudo que é essencial à família. Podemos definir o pai, como o profeta, sacerdote e rei desta família. Não estamos com isto anulando o sacerdócio real da esposa, nem de algum filho que seja regenerado, mas a responsabilidade do pai como aquele que deve ensinar, interceder e governar sua família. Quando muita gente está procurando revelações grandiosas na Palavra de Deus sobre vários assuntos, e verdadeiramente há muitos, e não desprezamos nenhuma, estão deixando a primeira e principal responsabilidade de todo filho de Deus: cuidar da sua família. "Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo" I Tim 5.8.
Olhando para a figura de Deus como Pai, podemos constatar que Ele não possui um privilégio em governar, mas um grande encargo de responsabilidade. Da mesma maneira, é o pai de família ainda que numa escala bem menor. Governar não é um privilégio, mas um encargo. Privilégio é ser governado, e nisto consiste toda a bênção da esposa que veremos mais a frente. Todos no Reino de Deus exercem autoridade, e todos também exercem submissão, seja dos filhos para com a mãe, da esposa para com o marido, do marido para com Cristo e de Cristo para com Deus. Todos exercem autoridade sobre uns e exercem submissão para com outros. Cada qual como Deus, que está sobre todos, o determinou. Todo o que tem a responsabilidade de governar, deve governar com amor e sabedoria, e todo aquele que se submete, deve se submeter com amor e reverência.
Na família, o pai foi constituído por Deus como o profeta, o sacerdote e o rei, da mesma maneira que Jesus o é para com sua Igreja. Como profeta, é da responsabilidade do pai ensinar a sua casa, e começa pela esposa: "As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher falar na igreja" I Cor 14.34-35, e que se estende aos filhos: "E estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em sua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te" Deut 6.6-7.
A função do pai como profeta é edificar (ensinar), exortar (repreender), e consolar sua família pela Palavra de Deus. Todo ensinamento, repreensão e consolação que não for feita pela Palavra de Deus não tem validade alguma, pois, só Ela é útil para estas coisas, e é a única que tem poder para derrubar os sofismas do mundo, bem como a única que é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração, e trazer fé, e salvação e arrependimento: "Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. Toda Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra. Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne (pelos métodos humanos), pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo. Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (I Cor 14.3; II Tim 3.16; II Cor 10.3-5; Heb 4.12; Rom 10.17).
A primeira característica de um profeta é ser cheio do Espírito Santo e guiado por Ele, pois, sem esta suficiência um pai não poderá governar sua casa: "Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço" Atos 6.3. É fato que estes irmãos estavam sendo encarregados de outro serviço, mas quem não sabe cuidar da sua própria casa, como poderá cuidar da igreja de Deus? (I Tim 3.5).
A segunda característica de um profeta é ser vigia de seu povo. O pai como profeta deve vigiar sobre a sua casa, para que diante de qualquer perigo, toque o alarme, e avise seu povo: " Filho do homem, eu te dei como atalaia (sentinela, guardião, vigia) sobre a casa de Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca, avisá-lo-ás da minha parte" Eze 3.17.
A terceira característica de um profeta é ser fiel a Deus. O pai como profeta deve ser fiel a Deus em sua casa, independente se sua esposa e seus filhos são ou não regenerados. Ele sempre deve falar-lhes a Palavra de Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir, e dar o exemplo a seus filhos em tudo: "Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir" Eze 2.7.
A quarta característica de um profeta é que ele seja sincero e verdadeiro. O pai como profeta deve ser sincero para com sua família e sempre verdadeiro. Ninguém é um bom governante se não governa com a verdade, e para isto, não se pode dar a aparência dos homens: "Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens" Mat 22.16.
Nós teríamos muitas outras características que não poderíamos numerar, mas as principais características do pai como profeta é ensinar, corrigir e consolar sua família com a Palavra de Deus, e ser cheio e guiado pelo Espírito de Deus. Tornar-se uma torre de vigia, para ao primeiro sinal do inimigo, dar aviso a sua família. Como também ser fiel, sincero e verdadeiro. Que maneja bem a palavra da verdade, apto para ensinar, com todo amor e sabedoria.
Todos nós aprendemos com Deus, quer seja o marido, a esposa ou os filhos, mas Deus deu ao pai a responsabilidade de profeta para com sua família, portanto, é dele a responsabilidade de ensinar tanto a esposa como aos filhos, e cabe a Deus revelá-los.
A função do pai como sacerdote, é ministrar as coisas consagradas e ser o mediador entre Deus e sua família. É da responsabilidade do pai como sacerdote, ministrar as coisas consagradas a Deus, como as orações, as ofertas, os dízimos, as ações de graças e etc... de sua família. A outra responsabilidade do pai como sacerdote, mesmo que sua esposa e seus filhos sejam regenerados, é de se colocar como mediador, na brecha pela sua família: "Tendo ele pedido luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar? Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa. Então lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos os que estavam em sua casa" At 16.29-31.
Uma necessidade também do sacerdote é que ele seja regenerado, um sacerdote real, pois, somente uma pessoa regenerada tem as características necessárias de um sacerdote: o Urim e o Tumim, isto é, as luzes e as perfeições, e assim oferecer sacrifícios aceitáveis a Deus por Jesus Cristo: "Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão quando entrar diante do Senhor" Ex 28.30.
A função do pai como rei é governar sua família. É da responsabilidade do pai governar bem sua casa, tendo seus filhos em sujeição com todo o respeito (I Tim 3.4), e também sua esposa, considerando-a como um vaso mais frágil (I Ped 3.7). Cabe ao marido governar sua casa, ainda que não haja plena obediência, isto é, não é por causa da desobediência do povo, que um governante deixara de governar. O pai deve governar sempre, e o deve fazer com mansidão e justiça: "Acaso quem odeia o direito governará?" Jó 34.17.
Todo rei possui um reino, e o reino do marido é a sua casa. Muitos querem reinar em seus trabalhos, sua igreja, mas se ele não reinar de fato em sua casa, de nada vale. Um rei que governe bem em outros reinos e se esquece do seu, não vale nada para seu povo. Quem não sabe governar a sua casa não saberá governar mais nada: "(pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)" I Tim 3.5.
Governar não é um privilégio como já dissemos, mas uma responsabilidade, uma mordomia. O Senhor requererá da mão do pai de família esta mordomia: "Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis" Luc 12.45-46. "É impossível que não venham os tropeços, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos" Luc 17.1-2.
Deus deu ao homem a incumbência de governar sua família, e governar significa corrigi-la, dirigi-la, administrá-la, ter autoridade sobre ela, e regular o seu andamento, e tudo isto com amor, mansidão, ordem, e atenção. Todas estas coisas são frutos do Espírito, e é somente a vida de Cristo que torna um homem um bom pai. É necessário que quem governe ame a sua casa como Cristo amou a sua igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25). Seja manso para poder corrigir quando há resistência, e também não tome decisões sem refletir. A mansidão faz aquele que crê não se apressar: "Não é bom agir sem refletir, e o que apressa com seus pés erra o caminho" Pv 19.2. "Aquele que crer não se apressará" Isa 28.16. "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" Pv 25.11. Ninguém mede sua autoridade pela altura da voz que tem. A mansidão é necessária porque uma palavra dura sempre suscita a ira, e na ira do homem não opera a justiça de Deus (Pv 15.1; Tg 1.20). Um bom governante é também um bom ouvinte, pois como poderá julgar se não souber a causa. Toda atenção lhe é necessária.
Ao que muito é dado, muito também é requerido (Luc 12.48), portanto, foi dado ao pai as primícias, o governo, a autoridade, mas também muito lhe é requerido.
Toda esta prática deve começar dentro de casa, e são nas coisas do dia a dia que observamos isto. A esposa não deve ser intercessora dos filhos junto ao marido, mas mediadora do pai para com os filhos, como o pai é da família para com Deus. A esposa e os filhos devem aprender que as primícias são do pai, num simples pedaço de frango, a tudo o que possui em sua casa. Os filhos e a esposa não têm o mesmo direito do pai. Tudo o que se tem numa casa pertence ao pai, é assim que Deus diz em sua Palavra: "Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor (dono de tudo); da qual vós sois filhas, se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto" I Ped 3.6.
Nas pequenas coisas, e no dia a dia é que nós observamos que os bons costumes se tem corrompido. É fato que estes bons costumes não salvam ninguém, mas eles tornam mais fáceis a compreensão das coisas espirituais para o aprendizado de nossa família. Hoje o pai não tem mais a figura de cabeça como nos tempos antigos, nem é dele as primícias. Tudo hoje está direcionado para os filhos e isto é perverso. Nossos filhos nunca entenderão que Deus é o que governa, e só dEle são todas as coisas, e que é dEle as primícias, se eles não tem como prática observar estas coisas em sua casa. A vida na família é um exercício das coisas de Deus, e ela também é um instrumento precioso de Deus, para termos nossas faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal: "Não vos enganeis, as más conversações, corrompem os bons costumes" I Cor 15.33.
Por: Edward Burke Júnior
A Família - Parte 1
Temos visto pelas Escrituras, que Deus criou duas instituições na terra: a família e a Igreja. Trataremos nesta oportunidade da família, pois, a igreja não poderá estar bem se não estiver bem a família. Uma coisa é segmento da outra, e também porque na terra a família foi a primeira a ser instituída por Deus (Gen 1.27-28).
Temos visto que a primeira obra de santificação que Deus tem feito em seus filhos é com respeito à família. Todas as vezes que vemos pessoas crendo, e sendo regeneradas por Deus, logo vem a mente organizar uma Igreja, mas esta não é a primeira necessidade de um filho de Deus, mas de aprender com Deus a relacionar-se com sua família, quer seja como marido, mãe, filho, nora, genro, sogra ou sogro.
Podemos pensar na Igreja como uma empresa. Ela poderá ser bem organizada, mas se os seus funcionários forem desorganizados, toda a empresa se desorganizará. Se ao contrário, a empresa for desorganizada, e seus novos funcionários forem organizados, em bem pouco tempo esta empresa será organizada. Assim é em relação à Igreja. Caso a vida de seus membros esteja desorganizada, a vida da Igreja também o será. Caso sejam organizadas, a vida da Igreja também será organizada.
Tenho plena convicção de que conforme a vida dos membros da Igreja de Deus forem sendo organizadas, a vida da Igreja também o será na mesma proporção.
Lembrando também, que a família não se estende somente à Igreja, mas também à sociedade. A Igreja primitiva caia na graça de todo o povo, porque partia o pão nas casas, e tinham alegria e singeleza de coração (Atos 2.46-47). A sociedade também é uma extensão da família, portanto, família santa, Igreja santa e sociedade sendo santificada pelo convívio com os seus santos.
Portanto, devemos viver a Palavra de Deus, tanto quanto falamos e ouvimos dela. A vivificação da Palavra de Deus em nós, é sinal da operação da vida de Cristo.
Estamos nos tempos angustiosos em que a Palavra se refere (II Tim 3.1). A visão da Igreja está totalmente destruída, agora, Satanás está acabando com o conceito da família. No mesmo capítulo 3 de II Timóteo, vemos nos versos 2 e 3, que muitas das características ali citadas estão muito ligadas a família, tais como: desobediência aos pais e mães, ingratidão, falta de afeto, falta do amor de filhos para com os pais e dos pais para com os filhos (este amor encontramos muito evidente nos animais), incontinência e etc...
Sabemos que a iniqüidade se multiplicará, e que o homem não tem coração para obedecer, mas aqueles que crêem, tem sido instruído qual a maneira que devemos andar, para que no tempo que nos resta na carne, não vivamos para a concupiscência dos homens, mas para a vontade de Deus (I Ped 4.2). Deus santifica os filhos, e marido ou esposa incrédulos pelo convívio com algum de Seus filhos (I Cor 7.14). Grande parte das promessas de Deus envolve a família. Temos como exemplos: Noé, Abraão (sendo o pai de todas as famílias da terra (Gen 12.3)), Ló, Jó e muitos outros: "Mas contigo estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos" Gen 6.18.
A família foi criada por Deus, para prefigurar a obra de Jesus e seu relacionamento com a Sua Igreja: "Por isso deixará o homem seu pai e sua a mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à Igreja" Ef 5.31-32. De acordo com a Palavra de Deus, a finalidade principal da família é glorificar e servir a Deus: " Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações" Sal 22.27 "Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor" Josué 24.15.
Hoje, o principal pensamento que se tem na vida dos próprios filhos de Deus que ainda estão solteiros, é mais com o casamento do que com a família. É fato que não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas todo aquele que é nascido de Deus, tem também promessas de Deus para que a família O glorifique. Deus é que instituiu a família, e Ele pode perfeitamente nos dar filhos e eles serem Sua herança ( Sal 127.3): "Certamente tornarei a ti no ano vindouro e Sara tua mulher terá um filho" Gen 18.10. Podemos perfeitamente constituir uma família por revelação e promessa, e não conforme aqueles que não conhecem a Deus: pela carne.
É fato que a família não é somente gerar filhos, mas envolve tudo, e queremos com a misericórdia de Deus olhar com os amados em Cristo Jesus desde a espera para a esposa ou esposo vindo de Deus, à graça de Deus para os dois como o sexo, criação de filhos, sustento e etc... Vamos caminhar e ver o que o Senhor tem para nós.
O propósito primário da família para Deus, não está no campo material, mas no espiritual: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas" Mat 6.33. A família é a garantia de Deus para a proclamação da Sua Graça durante os séculos. Temos na Palavra de Deus, testemunho de uma família bem instruída e outra mal instruída. A primeira é a de Timóteo: "Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti... e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" II Tim 1.5; 3.15. A segunda é a do profeta Eli: "Ora, os filhos de Eli eram homens ímpios; não conheciam ao Senhor. Porque já lhe fiz saber que hei de julgar a sua casa para sempre, por causa da iniqüidade de que ele bem sabia... (I Sam 2.12, 3.13).
A família, por ser uma instituição divina, começa a ser constituída por Deus antes que ela exista; por isso, a escolha do marido e da esposa é uma determinação divina e não de uma escolha pessoal e carnal: "Casa e riquezas são herdadas dos pais, mas a mulher prudente vem do Senhor" Prov 19.14. Este exemplo encontramos na primeira família constituída por Deus nesta terra, onde o esposo e a esposa foram criados e unidos pelo Senhor: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea" Gen 2.18. Primeiro encontramos a expressão onde Deus não acha bom que o homem esteja só. Isto nos mostra claramente que quem criou a família foi Deus. Em seguida, encontramos a palavra "idônea" ou "idôneo", que reside toda a qualidade do casal e conseqüentemente da família. Por isso, este é o versículo onde primeiro vamos trabalhar, pois, ele nos traz toda a base de revelação para podermos conhecer como Deus constitui uma família.
O versículo de Gênesis 2.18, nos traz em primeiro lugar, a revelação de que uma família é uma instituição que saiu do coração de Deus, portanto, ela é divina. Deus é a origem de toda bem-aventurança, e o casamento é uma bem-aventurança, é um favor do Senhor: "Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor" Prov 18.22. A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável; e ela nos mostra que estar só não é bom somente aos nossos olhos, mas principalmente aos olhos de Deus. Tudo que Deus tinha feito, Ele tinha achado muito bom, mas a única que Ele não achou bom, é que o homem estivesse só. Não é bom o homem estar só, é Deus quem diz, portanto, o casamento não é um problema, mas uma bênção; é um problema para o mundo, por causa da dureza de seus corações (Mat 19.7-8).
Continuando o versículo, vamos encontrar a palavra "idônea" que quer dizer: "alguém que seja segundo o coração de Deus, segundo a Sua vontade, alguém de quem não se possa envergonhar". Esta idoneidade ninguém possui, é Deus quem nos faz idôneos para sermos participantes da herança dos santos na luz (Col 1.12), por isso, um casamento só é verdadeiro para Deus, quando os dois são regenerados, são feito idôneos por Deus. Podemos então ver neste versículo, que o casamento é uma instituição divina, é uma necessidade para o homem (mulher), mas eles devem ser idôneos, isto é, escolhidos por Deus, segundo a sua vontade. Um casal de que Ele não possa se envergonhar, um casal regenerado, nascido de novo.
Em Gênesis 2.21-22, podemos ver que a princípio, o casal existia numa só pessoa. Do homem é que foi formada a mulher. Este também deve ser o princípio de fé de todo aquele que está esperando em Deus para constituir uma família. Podemos ver que a parte que foi tirada dele, deve ser novamente juntada, trazida por Deus: "e da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a TROUXE ao homem".
É por isso que vemos os casamentos entre os ímpios não darem certo. As partes são trocadas, nunca casam. Seria como um quebra cabeça que se tenta montar com partes trocadas. A expressão é esta: não casam. Nós não sabemos quem é a parte que foi tirada do homem, ou sendo mulher, de quem ela é parte. Só Deus sabe, e só Deus pode TRAZER e juntar as partes para que sejam novamente uma só carne. Este quebra cabeça, só Deus pode juntar, o homem é incapaz.
Estou sendo radical? Este não é meu parecer, mas o de Deus. Rebele-se contra Ele, e esta será a sua derrota. Você nunca saberá o que significa casamento e a bênção que ele traz se descuidar destes princípios divinos. O casamento deve ser constituído por Deus, do contrário será um casamento que não casa.
As pessoas que não conhecem a Deus, se casam e se dão em casamento (Mat 24.38), mas para os filhos de Deus, o casamento deve ser graça, e para isto, devem esperar inteiramente nela, esperar a revelação. Como para Deus a esposa e o esposo devem ser idôneos, nunca Ele colocará duas pessoas em jugo desigual. Nunca Deus unirá seus filhos com os incrédulos, para Deus isto é uma falta grave: "Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos" (II Cor 6.11). Este "não" de Deus é definitivo, não existem exceções. Para Deus o casamento é uma figura da união de Cristo com Sua Igreja, e para que isso seja realizado, Ele se entregou por ela, a fim de santificá-la e purificá-la, para que ela se apresente a Ele Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga; isto é, idônea (Ef 5.26-27). Por ser o casamento uma instituição divina, e a terrena uma figura desta que é celestial, Deus nunca admitirá que este casamento, mesmo que seja aqui na terra, seja em jugo desigual. Para Deus isto significa profanar a Sua santidade: "Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual Ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho" Mal 2.11.
A principal coisa que precisamos entender sobre o casamento, e isto falo a pessoas que são de Deus, e portanto, ouvem as Palavras de Deus, é que o casamento é uma instituição criada por Deus, é graça, e é Ele mesmo quem se encarrega de constitui-la e sustentá-la: "Portanto o que Deus ajuntou, o homem não separa" Mat 19.6. É por isso que Ele não admite a união de duas pessoas que não são regeneradas. Caso fosse possível, não seria um casamento, mas uma divisão. Estes não começariam um casamento, mas uma separação, e Deus não seria insensato a tal ponto. Também é uma tentação pensar que podemos nos casar com uma pessoa não regenerada e depois Deus regenerá-la. Como dizia um irmão, faça isto e você terá com toda a certeza como sogro o Diabo. Podemos sim casar com uma pessoa incrédula na ignorância, mas não na fé. Neste caso só podemos esperar na misericórdia de Deus, mas não podemos saber se os maridos ou as esposas incrédulas serão salvos: "Pois como sabes tu, ó mulher se salvarás teu marido? ou, como sabes tu, ó marido se salvarás tua mulher?" I Cor 7.16. Deus não leva em conta os tempos da ignorância, mas neste caso, não podemos evitar o dano pela ignorância.
Também não deve ser motivo de preocupação, que alguém esteja esperando na revelação de Deus quanto à sua esposa ou esposo, e o outro errar, não esperar, e casar com outra pessoa que não seja a sua parte. Neste caso, Deus é quem cuida e os guarda. Quem nEle crer não será confundido. Vejamos o testemunho de Deus para com Abraão, quando o Rei Abimeleque tomou sua esposa sem saber: "Ao que Deus lhe respondeu ( a Abimeleque) em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não lhe permiti tocá-la; agora, pois, restitui a mulher a seu marido" Gen 20.7. Deus nunca permitirá o engano de duas pessoas que esperam nEle com toda a certeza. Neste caso, o noivo deve sempre se colocar diante de Deus com orações e suplicas com ações de graças e esperar naquele que é fiel.
Os que já estão casados, veremos adiante quando tratarmos da vida prática em família. Agora, trataremos com os pais que tem filhos e um dia se casarão, e com aqueles que são solteiros, e temem e tremem da Sua Palavra (Isa 66.2), evitando assim que sofram o dano da ignorância. Casamento não é brincadeira, nem algo que devemos ignorar. Este deve ser um dos principais cuidados dos pais para com seus filhos, depois da necessidade do novo nascimento, porque Deus nos exorta quando diz: "Nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás filhas para os teus filhos; pois elas fariam teus filhos desviar de mim" Deut 7.3-4.
Talvez você diga: - "mas tal pessoa não é idólatra. Não importa, Deus diz que toda pessoa não regenerada é um templo de ídolos, portanto, nunca poderá haver consenso com o santuário de Deus (II Cor 6.16). Mas poderão ainda dizer: - "mas meus filhos ainda não são regenerados, como posso evitar que se casem com incrédulos". É agora que a Palavra de Deus se cumprirá naqueles que disciplinaram seus filhos e os ensinaram no caminho em que devem andar, e aqueles que não disciplinaram, e colherão os frutos da desonra. Pode ser que alguns permaneçam na rebeldia, mas a promessa é que ainda quando forem velhos, não se desviarão da Palavra, e que a correção trará descanso e deleite aos pais (Prov 22.6; 29.15-17). Ainda não experimentei com meus filhos, mas espero na misericórdia de Deus e na Sua promessa: "Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar" Sal 119.49. Creio que Deus cumprirá com a Sua Palavra. Tudo o que estamos plantando nos nossos filhos vamos colher.
Na Palavra de Deus encontramos promessas gloriosas para os nossos filhos, e devemos sempre nos lembrar, que o importante é que Deus os ajunte, e não que eles escolham por si mesmos, nem se deixem levar pelas paixões da mocidade. Nós podemos ver na Palavra que isto já aconteceu no passado, e trouxe grande prejuízo para toda a humanidade: "Sucedeu que quando os homens começaram e multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram" Gen 6.1-2. A Palavra de Deus foi escrita para nosso ensino (Rom 15.4), e ela nos mostra nesta passagem a escolha dos filhos de Deus pelas filhas dos homens e a conseqüência que isto trouxe a terra (Gen 6.5-7).
Apesar de nossos filhos não serem regenerados, não podemos nos esquecer que o convívio com os pais regenerados, ou mesmo com um dos pais regenerado, os santificam, isto é, os tornam co-participantes das promessas (I Cor 7.14). Como testemunho, devemos olhar para Abraão em Gênesis 24 do versículo 2 ao 7: "E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Ponha a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito; mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque. Perguntou-lhe o servo: Se porventura a mulher não quiser seguir-me a esta terra, farei então tornar teu filho à terra donde saíste? Respondeu-lhe Abraão: guarda-te de fazeres tornar para lá meu filho. O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra; Ele enviará o seu anjo adiante de ti, para que tomes de lá mulher para meu filho". Quando ele disse: "à sua parentela", ele estava cuidando para que não se tomasse mulher que não fosse de sua família, isto é, da família dos filhos de Deus. O servo ficou em dúvida como poderia saber quem era a verdadeira mulher, e Abraão que conhecia as promessas de Deus, lhe disse que o Deus do céu, é que se encarregaria de trazer uma esposa a seu filho. E para que isto acontecesse, Ele enviaria adiante dele um anjo.
É muito glorioso, saber que o Senhor que tem cuidado de nós, tem prazer no casamento, e por isso, Ele mesmo se encarrega de trazer a noiva ao seu noivo e os revelar. A atitude de todo filho de Deus é orar e esperar, como estava fazendo Isaque antes de conhecer sua esposa (Gen 24.63). Nestas passagens, vemos claramente em Abraão e em Isaque, a atitude dos pais para com seus filhos, e a dos filhos para com Deus, ainda que como Isaque, aos quarenta anos (Gen 25.20).
Quanto às viúvas, a Palavra de Deus é a mesma. Mesmo que se casem novamente, este casamento deve ser no Senhor (I Cor 7.39). Como a união de Cristo com a Sua Igreja é eterna, para Deus, o casamento também é para toda a vida. Outra coisa muito comum entre os incrédulos, e que a Palavra de Deus não sustenta, é o namoro. Eu já vi até cristãos dizerem que o namoro é necessário para que se conheça o parceiro e assim ver se é de Deus. Isto não tem base bíblica. O namoro é uma invenção dos ímpios, para promover a fornicação. Namoro é uma desculpa dos ímpios para escolherem seus parceiros, porque não crêem que Deus é quem faz isto. O que encontramos na Palavra de Deus é noivado, que significa o preparo para o casamento de duas pessoas que já receberam do Senhor a revelação, e agora preparam juntos as condições para estarem o mais breve possível juntos. Aqueles que são mais prudentes, mesmo antes de conhecer a sua noiva, já se preparam, para que no momento que o Senhor revelar o casal, não necessitem de muito tempo para estarem juntos.
As virgens cuidam das coisas do Senhor, em como há de agradar o Senhor. Os casados cuidam das coisas do mundo, em como há de agradar a sua esposa ou seu marido (I Cor 7.32-33). Tudo o que não se conforma a estas sãs palavras, são obras infrutuosas das trevas, portanto, motivo de fuga para os que são moços: "Foge das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor (II Tim 2.22). Namoro é coisa para incrédulos, que escolhem para si seus parceiros e se entregam a eles para fornicação e prostituição. A virgindade é agradável a Deus, porque também é uma figura da Igreja esperando seu noivo Jesus Cristo. A virgindade do homem como da mulher, é um voto de santidade e de obediência a Deus: "Porque estou zeloso de vós, com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura" II Cor 11.2.
O nosso corpo é o santuário de Deus, e quem o destruir, Deus o destruirá. A virgindade significa manter o corpo puro para ser instrumento de honra a Deus e de Sua Glória. Os jovens não precisam se preocupar com experiência, pois, é a partir do casamento que um começa a conhecer o outro: "Conheceu Adão a Eva, sua mulher (veja que o conhecimento se dá a partir do casamento), ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão" Gen 4.l. Deitar-se com uma mulher, ou entregar seu corpo a um homem antes do casamento é considerado por Deus um pecado muito grave, é o pecado contra o corpo, o pecado contra o Seu templo: "Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque foi dito, os dois serão uma só carne. Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" I Cor 6.16-18. Devemos atentar para a diferença que há entre uma meretriz e uma prostituta. A prostituta entrega o seu corpo por dinheiro, mas a meretriz entrega o seu corpo por prazer. Qualquer pessoa que vive na prática do sexo antes do casamento vive num pecado grave, e isto trataremos quando estivermos olhando para o que Deus diz a respeito do sexo.
Creio que já temos uma base bíblica para o noivado, para que não incorrermos no erro dos incrédulos, ou padecermos por falta de conhecimento. Como pudemos ver, o casamento é uma coisa muito séria. Qualquer um pode entrar para ele com muita facilidade, mas não poderá sair dele, do contrário as conseqüências serão irreparáveis. Casamento não é uma brincadeira de bonecas, onde jovens sem compreensão, se entregam aos sentimentos carnais, mas uma instituição divina, portanto, é por Ele determinado, realizado e sustentado. Como mais um exemplo bíblico, podemos ver a diferença de Isaque que esperou em Deus por sua esposa, tendo seu pai como um intercessor diante de Deus, e Jacó, que trabalhou 14 anos como escravo de seu sogro idólatra, para conseguir casar com uma mulher que ele escolheu e que também era idólatra, que só lhe trouxe problemas (Gen 29 e 30).
Todo aquele que nEle crer não será confundido. A escolha do casal para o casamento é divina, é determinação de um Deus gracioso e Soberano. Se rebelar contra isto, é sofrer todo o prejuízo, e muitos que não tiveram conhecimento disto poderão dar seus testemunhos. Que Deus nos livre e livre os nossos filhos para a Sua própria Glória. Amém.
Temos visto que a primeira obra de santificação que Deus tem feito em seus filhos é com respeito à família. Todas as vezes que vemos pessoas crendo, e sendo regeneradas por Deus, logo vem a mente organizar uma Igreja, mas esta não é a primeira necessidade de um filho de Deus, mas de aprender com Deus a relacionar-se com sua família, quer seja como marido, mãe, filho, nora, genro, sogra ou sogro.
Podemos pensar na Igreja como uma empresa. Ela poderá ser bem organizada, mas se os seus funcionários forem desorganizados, toda a empresa se desorganizará. Se ao contrário, a empresa for desorganizada, e seus novos funcionários forem organizados, em bem pouco tempo esta empresa será organizada. Assim é em relação à Igreja. Caso a vida de seus membros esteja desorganizada, a vida da Igreja também o será. Caso sejam organizadas, a vida da Igreja também será organizada.
Tenho plena convicção de que conforme a vida dos membros da Igreja de Deus forem sendo organizadas, a vida da Igreja também o será na mesma proporção.
Lembrando também, que a família não se estende somente à Igreja, mas também à sociedade. A Igreja primitiva caia na graça de todo o povo, porque partia o pão nas casas, e tinham alegria e singeleza de coração (Atos 2.46-47). A sociedade também é uma extensão da família, portanto, família santa, Igreja santa e sociedade sendo santificada pelo convívio com os seus santos.
Portanto, devemos viver a Palavra de Deus, tanto quanto falamos e ouvimos dela. A vivificação da Palavra de Deus em nós, é sinal da operação da vida de Cristo.
Estamos nos tempos angustiosos em que a Palavra se refere (II Tim 3.1). A visão da Igreja está totalmente destruída, agora, Satanás está acabando com o conceito da família. No mesmo capítulo 3 de II Timóteo, vemos nos versos 2 e 3, que muitas das características ali citadas estão muito ligadas a família, tais como: desobediência aos pais e mães, ingratidão, falta de afeto, falta do amor de filhos para com os pais e dos pais para com os filhos (este amor encontramos muito evidente nos animais), incontinência e etc...
Sabemos que a iniqüidade se multiplicará, e que o homem não tem coração para obedecer, mas aqueles que crêem, tem sido instruído qual a maneira que devemos andar, para que no tempo que nos resta na carne, não vivamos para a concupiscência dos homens, mas para a vontade de Deus (I Ped 4.2). Deus santifica os filhos, e marido ou esposa incrédulos pelo convívio com algum de Seus filhos (I Cor 7.14). Grande parte das promessas de Deus envolve a família. Temos como exemplos: Noé, Abraão (sendo o pai de todas as famílias da terra (Gen 12.3)), Ló, Jó e muitos outros: "Mas contigo estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos" Gen 6.18.
A família foi criada por Deus, para prefigurar a obra de Jesus e seu relacionamento com a Sua Igreja: "Por isso deixará o homem seu pai e sua a mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à Igreja" Ef 5.31-32. De acordo com a Palavra de Deus, a finalidade principal da família é glorificar e servir a Deus: " Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações" Sal 22.27 "Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor" Josué 24.15.
Hoje, o principal pensamento que se tem na vida dos próprios filhos de Deus que ainda estão solteiros, é mais com o casamento do que com a família. É fato que não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas todo aquele que é nascido de Deus, tem também promessas de Deus para que a família O glorifique. Deus é que instituiu a família, e Ele pode perfeitamente nos dar filhos e eles serem Sua herança ( Sal 127.3): "Certamente tornarei a ti no ano vindouro e Sara tua mulher terá um filho" Gen 18.10. Podemos perfeitamente constituir uma família por revelação e promessa, e não conforme aqueles que não conhecem a Deus: pela carne.
É fato que a família não é somente gerar filhos, mas envolve tudo, e queremos com a misericórdia de Deus olhar com os amados em Cristo Jesus desde a espera para a esposa ou esposo vindo de Deus, à graça de Deus para os dois como o sexo, criação de filhos, sustento e etc... Vamos caminhar e ver o que o Senhor tem para nós.
O propósito primário da família para Deus, não está no campo material, mas no espiritual: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas" Mat 6.33. A família é a garantia de Deus para a proclamação da Sua Graça durante os séculos. Temos na Palavra de Deus, testemunho de uma família bem instruída e outra mal instruída. A primeira é a de Timóteo: "Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti... e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" II Tim 1.5; 3.15. A segunda é a do profeta Eli: "Ora, os filhos de Eli eram homens ímpios; não conheciam ao Senhor. Porque já lhe fiz saber que hei de julgar a sua casa para sempre, por causa da iniqüidade de que ele bem sabia... (I Sam 2.12, 3.13).
A família, por ser uma instituição divina, começa a ser constituída por Deus antes que ela exista; por isso, a escolha do marido e da esposa é uma determinação divina e não de uma escolha pessoal e carnal: "Casa e riquezas são herdadas dos pais, mas a mulher prudente vem do Senhor" Prov 19.14. Este exemplo encontramos na primeira família constituída por Deus nesta terra, onde o esposo e a esposa foram criados e unidos pelo Senhor: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea" Gen 2.18. Primeiro encontramos a expressão onde Deus não acha bom que o homem esteja só. Isto nos mostra claramente que quem criou a família foi Deus. Em seguida, encontramos a palavra "idônea" ou "idôneo", que reside toda a qualidade do casal e conseqüentemente da família. Por isso, este é o versículo onde primeiro vamos trabalhar, pois, ele nos traz toda a base de revelação para podermos conhecer como Deus constitui uma família.
O versículo de Gênesis 2.18, nos traz em primeiro lugar, a revelação de que uma família é uma instituição que saiu do coração de Deus, portanto, ela é divina. Deus é a origem de toda bem-aventurança, e o casamento é uma bem-aventurança, é um favor do Senhor: "Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor" Prov 18.22. A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável; e ela nos mostra que estar só não é bom somente aos nossos olhos, mas principalmente aos olhos de Deus. Tudo que Deus tinha feito, Ele tinha achado muito bom, mas a única que Ele não achou bom, é que o homem estivesse só. Não é bom o homem estar só, é Deus quem diz, portanto, o casamento não é um problema, mas uma bênção; é um problema para o mundo, por causa da dureza de seus corações (Mat 19.7-8).
Continuando o versículo, vamos encontrar a palavra "idônea" que quer dizer: "alguém que seja segundo o coração de Deus, segundo a Sua vontade, alguém de quem não se possa envergonhar". Esta idoneidade ninguém possui, é Deus quem nos faz idôneos para sermos participantes da herança dos santos na luz (Col 1.12), por isso, um casamento só é verdadeiro para Deus, quando os dois são regenerados, são feito idôneos por Deus. Podemos então ver neste versículo, que o casamento é uma instituição divina, é uma necessidade para o homem (mulher), mas eles devem ser idôneos, isto é, escolhidos por Deus, segundo a sua vontade. Um casal de que Ele não possa se envergonhar, um casal regenerado, nascido de novo.
Em Gênesis 2.21-22, podemos ver que a princípio, o casal existia numa só pessoa. Do homem é que foi formada a mulher. Este também deve ser o princípio de fé de todo aquele que está esperando em Deus para constituir uma família. Podemos ver que a parte que foi tirada dele, deve ser novamente juntada, trazida por Deus: "e da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a TROUXE ao homem".
É por isso que vemos os casamentos entre os ímpios não darem certo. As partes são trocadas, nunca casam. Seria como um quebra cabeça que se tenta montar com partes trocadas. A expressão é esta: não casam. Nós não sabemos quem é a parte que foi tirada do homem, ou sendo mulher, de quem ela é parte. Só Deus sabe, e só Deus pode TRAZER e juntar as partes para que sejam novamente uma só carne. Este quebra cabeça, só Deus pode juntar, o homem é incapaz.
Estou sendo radical? Este não é meu parecer, mas o de Deus. Rebele-se contra Ele, e esta será a sua derrota. Você nunca saberá o que significa casamento e a bênção que ele traz se descuidar destes princípios divinos. O casamento deve ser constituído por Deus, do contrário será um casamento que não casa.
As pessoas que não conhecem a Deus, se casam e se dão em casamento (Mat 24.38), mas para os filhos de Deus, o casamento deve ser graça, e para isto, devem esperar inteiramente nela, esperar a revelação. Como para Deus a esposa e o esposo devem ser idôneos, nunca Ele colocará duas pessoas em jugo desigual. Nunca Deus unirá seus filhos com os incrédulos, para Deus isto é uma falta grave: "Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos" (II Cor 6.11). Este "não" de Deus é definitivo, não existem exceções. Para Deus o casamento é uma figura da união de Cristo com Sua Igreja, e para que isso seja realizado, Ele se entregou por ela, a fim de santificá-la e purificá-la, para que ela se apresente a Ele Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga; isto é, idônea (Ef 5.26-27). Por ser o casamento uma instituição divina, e a terrena uma figura desta que é celestial, Deus nunca admitirá que este casamento, mesmo que seja aqui na terra, seja em jugo desigual. Para Deus isto significa profanar a Sua santidade: "Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual Ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho" Mal 2.11.
A principal coisa que precisamos entender sobre o casamento, e isto falo a pessoas que são de Deus, e portanto, ouvem as Palavras de Deus, é que o casamento é uma instituição criada por Deus, é graça, e é Ele mesmo quem se encarrega de constitui-la e sustentá-la: "Portanto o que Deus ajuntou, o homem não separa" Mat 19.6. É por isso que Ele não admite a união de duas pessoas que não são regeneradas. Caso fosse possível, não seria um casamento, mas uma divisão. Estes não começariam um casamento, mas uma separação, e Deus não seria insensato a tal ponto. Também é uma tentação pensar que podemos nos casar com uma pessoa não regenerada e depois Deus regenerá-la. Como dizia um irmão, faça isto e você terá com toda a certeza como sogro o Diabo. Podemos sim casar com uma pessoa incrédula na ignorância, mas não na fé. Neste caso só podemos esperar na misericórdia de Deus, mas não podemos saber se os maridos ou as esposas incrédulas serão salvos: "Pois como sabes tu, ó mulher se salvarás teu marido? ou, como sabes tu, ó marido se salvarás tua mulher?" I Cor 7.16. Deus não leva em conta os tempos da ignorância, mas neste caso, não podemos evitar o dano pela ignorância.
Também não deve ser motivo de preocupação, que alguém esteja esperando na revelação de Deus quanto à sua esposa ou esposo, e o outro errar, não esperar, e casar com outra pessoa que não seja a sua parte. Neste caso, Deus é quem cuida e os guarda. Quem nEle crer não será confundido. Vejamos o testemunho de Deus para com Abraão, quando o Rei Abimeleque tomou sua esposa sem saber: "Ao que Deus lhe respondeu ( a Abimeleque) em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não lhe permiti tocá-la; agora, pois, restitui a mulher a seu marido" Gen 20.7. Deus nunca permitirá o engano de duas pessoas que esperam nEle com toda a certeza. Neste caso, o noivo deve sempre se colocar diante de Deus com orações e suplicas com ações de graças e esperar naquele que é fiel.
Os que já estão casados, veremos adiante quando tratarmos da vida prática em família. Agora, trataremos com os pais que tem filhos e um dia se casarão, e com aqueles que são solteiros, e temem e tremem da Sua Palavra (Isa 66.2), evitando assim que sofram o dano da ignorância. Casamento não é brincadeira, nem algo que devemos ignorar. Este deve ser um dos principais cuidados dos pais para com seus filhos, depois da necessidade do novo nascimento, porque Deus nos exorta quando diz: "Nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás filhas para os teus filhos; pois elas fariam teus filhos desviar de mim" Deut 7.3-4.
Talvez você diga: - "mas tal pessoa não é idólatra. Não importa, Deus diz que toda pessoa não regenerada é um templo de ídolos, portanto, nunca poderá haver consenso com o santuário de Deus (II Cor 6.16). Mas poderão ainda dizer: - "mas meus filhos ainda não são regenerados, como posso evitar que se casem com incrédulos". É agora que a Palavra de Deus se cumprirá naqueles que disciplinaram seus filhos e os ensinaram no caminho em que devem andar, e aqueles que não disciplinaram, e colherão os frutos da desonra. Pode ser que alguns permaneçam na rebeldia, mas a promessa é que ainda quando forem velhos, não se desviarão da Palavra, e que a correção trará descanso e deleite aos pais (Prov 22.6; 29.15-17). Ainda não experimentei com meus filhos, mas espero na misericórdia de Deus e na Sua promessa: "Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar" Sal 119.49. Creio que Deus cumprirá com a Sua Palavra. Tudo o que estamos plantando nos nossos filhos vamos colher.
Na Palavra de Deus encontramos promessas gloriosas para os nossos filhos, e devemos sempre nos lembrar, que o importante é que Deus os ajunte, e não que eles escolham por si mesmos, nem se deixem levar pelas paixões da mocidade. Nós podemos ver na Palavra que isto já aconteceu no passado, e trouxe grande prejuízo para toda a humanidade: "Sucedeu que quando os homens começaram e multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram" Gen 6.1-2. A Palavra de Deus foi escrita para nosso ensino (Rom 15.4), e ela nos mostra nesta passagem a escolha dos filhos de Deus pelas filhas dos homens e a conseqüência que isto trouxe a terra (Gen 6.5-7).
Apesar de nossos filhos não serem regenerados, não podemos nos esquecer que o convívio com os pais regenerados, ou mesmo com um dos pais regenerado, os santificam, isto é, os tornam co-participantes das promessas (I Cor 7.14). Como testemunho, devemos olhar para Abraão em Gênesis 24 do versículo 2 ao 7: "E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Ponha a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito; mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque. Perguntou-lhe o servo: Se porventura a mulher não quiser seguir-me a esta terra, farei então tornar teu filho à terra donde saíste? Respondeu-lhe Abraão: guarda-te de fazeres tornar para lá meu filho. O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra; Ele enviará o seu anjo adiante de ti, para que tomes de lá mulher para meu filho". Quando ele disse: "à sua parentela", ele estava cuidando para que não se tomasse mulher que não fosse de sua família, isto é, da família dos filhos de Deus. O servo ficou em dúvida como poderia saber quem era a verdadeira mulher, e Abraão que conhecia as promessas de Deus, lhe disse que o Deus do céu, é que se encarregaria de trazer uma esposa a seu filho. E para que isto acontecesse, Ele enviaria adiante dele um anjo.
É muito glorioso, saber que o Senhor que tem cuidado de nós, tem prazer no casamento, e por isso, Ele mesmo se encarrega de trazer a noiva ao seu noivo e os revelar. A atitude de todo filho de Deus é orar e esperar, como estava fazendo Isaque antes de conhecer sua esposa (Gen 24.63). Nestas passagens, vemos claramente em Abraão e em Isaque, a atitude dos pais para com seus filhos, e a dos filhos para com Deus, ainda que como Isaque, aos quarenta anos (Gen 25.20).
Quanto às viúvas, a Palavra de Deus é a mesma. Mesmo que se casem novamente, este casamento deve ser no Senhor (I Cor 7.39). Como a união de Cristo com a Sua Igreja é eterna, para Deus, o casamento também é para toda a vida. Outra coisa muito comum entre os incrédulos, e que a Palavra de Deus não sustenta, é o namoro. Eu já vi até cristãos dizerem que o namoro é necessário para que se conheça o parceiro e assim ver se é de Deus. Isto não tem base bíblica. O namoro é uma invenção dos ímpios, para promover a fornicação. Namoro é uma desculpa dos ímpios para escolherem seus parceiros, porque não crêem que Deus é quem faz isto. O que encontramos na Palavra de Deus é noivado, que significa o preparo para o casamento de duas pessoas que já receberam do Senhor a revelação, e agora preparam juntos as condições para estarem o mais breve possível juntos. Aqueles que são mais prudentes, mesmo antes de conhecer a sua noiva, já se preparam, para que no momento que o Senhor revelar o casal, não necessitem de muito tempo para estarem juntos.
As virgens cuidam das coisas do Senhor, em como há de agradar o Senhor. Os casados cuidam das coisas do mundo, em como há de agradar a sua esposa ou seu marido (I Cor 7.32-33). Tudo o que não se conforma a estas sãs palavras, são obras infrutuosas das trevas, portanto, motivo de fuga para os que são moços: "Foge das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor (II Tim 2.22). Namoro é coisa para incrédulos, que escolhem para si seus parceiros e se entregam a eles para fornicação e prostituição. A virgindade é agradável a Deus, porque também é uma figura da Igreja esperando seu noivo Jesus Cristo. A virgindade do homem como da mulher, é um voto de santidade e de obediência a Deus: "Porque estou zeloso de vós, com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura" II Cor 11.2.
O nosso corpo é o santuário de Deus, e quem o destruir, Deus o destruirá. A virgindade significa manter o corpo puro para ser instrumento de honra a Deus e de Sua Glória. Os jovens não precisam se preocupar com experiência, pois, é a partir do casamento que um começa a conhecer o outro: "Conheceu Adão a Eva, sua mulher (veja que o conhecimento se dá a partir do casamento), ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão" Gen 4.l. Deitar-se com uma mulher, ou entregar seu corpo a um homem antes do casamento é considerado por Deus um pecado muito grave, é o pecado contra o corpo, o pecado contra o Seu templo: "Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque foi dito, os dois serão uma só carne. Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" I Cor 6.16-18. Devemos atentar para a diferença que há entre uma meretriz e uma prostituta. A prostituta entrega o seu corpo por dinheiro, mas a meretriz entrega o seu corpo por prazer. Qualquer pessoa que vive na prática do sexo antes do casamento vive num pecado grave, e isto trataremos quando estivermos olhando para o que Deus diz a respeito do sexo.
Creio que já temos uma base bíblica para o noivado, para que não incorrermos no erro dos incrédulos, ou padecermos por falta de conhecimento. Como pudemos ver, o casamento é uma coisa muito séria. Qualquer um pode entrar para ele com muita facilidade, mas não poderá sair dele, do contrário as conseqüências serão irreparáveis. Casamento não é uma brincadeira de bonecas, onde jovens sem compreensão, se entregam aos sentimentos carnais, mas uma instituição divina, portanto, é por Ele determinado, realizado e sustentado. Como mais um exemplo bíblico, podemos ver a diferença de Isaque que esperou em Deus por sua esposa, tendo seu pai como um intercessor diante de Deus, e Jacó, que trabalhou 14 anos como escravo de seu sogro idólatra, para conseguir casar com uma mulher que ele escolheu e que também era idólatra, que só lhe trouxe problemas (Gen 29 e 30).
Todo aquele que nEle crer não será confundido. A escolha do casal para o casamento é divina, é determinação de um Deus gracioso e Soberano. Se rebelar contra isto, é sofrer todo o prejuízo, e muitos que não tiveram conhecimento disto poderão dar seus testemunhos. Que Deus nos livre e livre os nossos filhos para a Sua própria Glória. Amém.
Por: Edward Burke Júnior
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