terça-feira, 12 de maio de 2015

CAPÍTULO 9: O Abandono e a Vida Santa



Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo
Através da Oração

Madame Guyon


CAPÍTULO 9: O Abandono e a Vida Santa

Qual é o resultado de andar continuamente diante de Deus, em um estado de abandono? O resultado final é piedade. Uma vez que você tiver feito que esta revela­ção com Deus seja parte integrante de sua vida, a vida piedosa estará facilmente ao seu alcance.
Que queremos dizer com "piedade"? Piedade é algo que vem de Deus. Se você é fiel para aprender este modo simples de ter experiência com seu Senhor, você tomará "posse" de Deus. E à medida que O possui, herdará todos os Seus traços. Isto é pieda­de: quanto mais possui a Deus, mais é feito à Sua semelhança[1].
Mas deve ser uma piedade que brota do seu interior. Se não é do profundo do seu interior, é apenas uma máscara. A mera aparência exterior de piedade é tão-somente mutável como uma veste. Mas quando a piedade é produzida em você pela vida que está profundamente dentro de você, então essa piedade é real, duradoura e genuína essência do Senhor. "Toda formosura é a filha do Rei no interior do palácio" (Sl 45:13).
Como, então, se obtém a piedade? O cristão que aprendeu a abandonar-se a Jesus Cristo e anda numa vida de abandono a Ele pratica a piedade em um alto grau. Mas você nunca ouvira tal pessoa declarar que possui qualquer espiritualidade especial. Por quê? Porque esse cristão tornou-se completamente unido com Deus. É o Senhor mesmo que está liderando esse crente, nesta que é realmente integral prática da piedade.
O Senhor tem muito "ciúme" de qualquer que se aban­dona completamente a Ele. Não permite que tal crente tenha quaisquer prazeres fora Dele. É o abandono a única coisa ne­cessária para conduzir-nos à piedade? Não. Mas se você se torna fiel em seguir o que foi dito até aqui, a piedade virá. Mas não se esqueça de que sofrimento está incluído na experiência do abandono. É o fogo do sofrimento que produzirá o ouro da piedade.
Não seja temeroso de que você não desejará andar por este caminho. No nível de experiência da qual agora falo, há fome de sofrimento. Tais cristãos queimam de amor pelo Senhor. De fato, se lhes fosse permitido seguir seus próprios desejos, colocar-se-iam sob um enorme peso de disciplina, e até mesmo de excessiva autonegação.
Quando tal amor queima dentro do coração de um crente, ele não pensa em mais nada senão em como agradar seu amado Senhor. Começa por negar a si mesmo - não, muito mais ainda - em amor com o Senhor, esquece mesmo, completamente, de si próprio. À medida que cresce o seu amor pelo Senhor, cresce também sua aversão à vida do seu eu. Que você possa aprender este caminho.
Oh! Se este modo simples de orar, esta simples experiência de Cristo Jesus fosse adquirida por todos os filhos do Senhor, toda a Igreja de Deus seria facilmente restaurada.
Este modo de orar, esta simples relação com o Senhor, é conveniente e própria para todos; é adequada ao insensível e ignorante, tanto como ao bem instruído e refinado. Esta oração, esta experiência, que começa tão simplesmente, tem como seu acabamento um amor completamente rendido ao Senhor.
Somente uma coisa é exigida: amor.
Santo Agostinho disse: ''Ame e então faça o que quiser". É quando você nem mesmo desejará aquelas coisas que possam ofender Aquele a quem você ama.


[1] transformação

Nenhum comentário: