As 42 Jornadas no deserto
Introdução - Parte 7
TEXTO:
Nm 33.1
Aqui quero que vocês prestem
atenção para a forma plural, não só “as jornadas”, mas o Espírito Santo
inspirou para que fosse escrito dessa forma no plural, vejam isto, são “as jornadas”,
porque nossa caminhada não vai sempre a um mesmo tom, numa mesma tônica, pois,
às vezes temos que entender que há mudanças e muitas dessas mudanças são
abruptas. De uma etapa para a outra. Na vida cristã há várias etapas e são
diferentes umas das outras por isso nós vemos aqui jornadas, no plural. Há
várias etapas que nós temos que passar, são várias jornadas, é como se Deus nos
tivesse dito: “filhos por todas essas
experiências vocês terão que passar não tudo de uma vez, mas pouco a pouco”,
uma coisa vem primeiro, outra coisa depois. É assim que nós vemos.
A Bíblia diz que Moises
escreveu estas saídas conforme suas jornadas por mandado do Senhor. Veja esta
frase: “Por mandado do Senhor”. Aqui certamente vemos que o interesse do nosso
Deus não é só meramente histórico, não escreveu história somente pela história,
nós sabemos que Deus, Ele escreve a história. Romanos capítulo 15.4 e 5, nós vemos
isso. Porque as coisas que foram escritas esta no livro das jornadas, isso é
uma das coisas que foram escritas para o nosso ensino. Os santos do novo
testamento, os cristãos, não somente eles estavam agora olhando para aquela
história, mas eles sabiam que eles estavam vivendo era essa história. Deus não
está interessado que sejamos antiquários da história. Ele quer que tiremos
proveito da história, para hoje, para agora, tanto para nós como para aqueles
que caminham conosco, que peregrinam conosco.
Ainda em Romanos, nesse mesmo
texto, afirma “a fim de que, pela
paciência e pela consolação das escrituras, tenhamos esperança”. Essa palavra “esperança” no grego é “ELPIS” – fala de um antegozo. Irmãos e
irmãs, na medida em que estamos caminhando nessas jornadas espirituais, nós
estamos tendo um antegozo da era vindoura. Ai ele diz: “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento
uns para com os outros, segundo Cristo Jesus”.
Então vejam bem, as jornadas, a história dessas jornadas, foram escritas para
quê? Nós sabemos que foi pelo mandado do Senhor. Moisés escreveu essas jornadas
por mandado do Senhor. Isto é, O Senhor lhe mandou escrever estas coisas. É
dito para quê? Para o nosso ensino, ou seja, em cada uma dessas coisas vamos
encontrar uns nomes estranhos, mas todos esses nomes têm significado espiritual
em nossa vida. E algo aconteceu em cada uma dessas estações e há uma lição ou
mais de uma, que nós precisamos aprender em cada estação e estas estações às
vezes muitos largas.
Parece que a nossa experiência é uma via-crúcis,
mas que todos nós entendamos que foi escrita para que tenhamos paciência pela
consolação das escrituras, isto é, o antegozo de tudo o que nos aguarda na era
vindoura. Que coisa maravilhosa! Note bem, é isso o que a bíblia diz, para que
tenhamos paciência. Foram escritas nas escrituras para que tenhamos esperança,
para que a escritura nos dê, pelo seu Espírito, primeiro paciência e consolação.
Pela paciência e pela consolação tenhamos esperança, isto é, aconteceram para o
nosso ensino, foram escritas para o nosso ensino. O que aconteceu com Moisés e
todas aquelas pessoas não aconteceu somente com o sentido histórico, arcaico. Não
foi isso, meus irmãos e irmãs. Aquelas jornadas foram dirigidas por Deus. Cada
saída e cada chegada foram dirigidas pela chegada da nuvem da glória do Senhor.
O Senhor se levantava e dizia quando sair, aonde ir e para onde eles deveriam
ir, e parar e quanto tempo eles deveriam ficar em cada estação. Tudo isso foi
ensinado por Deus a Israel e foi ensinado em vista à nossa própria experiência
cristã hoje. Quando Deus estava dirigindo-se a Israel ele não estava pensando
somente em Israel. Deus
estava, através de Israel, pelo caminho e com o Espírito santo, escrevendo a
sua Palavra. Deus estava preparando as escrituras [ensino, paciência,
consolação e esperança]. É isso que vemos em Romanos capítulo 15 e os versos 4
e 5. Então o ensino nos guia à paciência e quando temos paciência temos
consolação e pela consolação temos a esperança. Todas essas jornadas foram
escritas para nós.
Há muitas passagens na Bíblia onde estas
jornadas são resumidas e nesses resumos temos também essas lições para
aprendermos, mas a intenção agora não é ler os resumos, é ler jornada após
jornada, estação após estação, cada uma destas paradas onde temos grandes e
preciosas lições para aprendermos na vida cristã. Uma coisa é chegar a uma
estação outra coisa é sair dela e esta é uma experiência que temos que aprender.
Às vezes chegamos a uma determinada estação e o Senhor quer nos levar a uma
situação completamente diferente, mas não o mesmo chegar a uma determinada
estação como em um mero avanço. E quando chegamos é um momento de sair de uma
determinada estação e não entendermos nada, nenhuma delas, em cada estação deve
haver uma experiência e cada saída deve haver também uma experiência. É isso
que Deus deseja em nós. Uma
estação pode ser boa quando é um avanço, pode ser algo mal quando é uma fixação,
isto é quando você pretende permanecer ali. Resumir sua vida cristã toda numa
só situação, numa só experiência, quando, todavia não temos experimentado algo.
Está bem, chegamos a isso, mas o Senhor quer que nós avancemos. O Senhor vê que
é conveniente que nós devemos levantar e ir para outra experiência. Nós não podemos ficar parados na vida cristã.
Nós precisamos avançar. Há situações em nossa vida em que não podemos
permanecer do mesmo jeito. E só o Senhor sabe a hora de nós sairmos. Quando o
Senhor vê que chegou à hora de sair, então vamos sair, vamos levantar do
arraial, então vamos sair. Em cada uma dessas situações nós iremos aprender
princípios espirituais.
Veja aqui em Números capítulo 33, versículo, 3
quando diz: “partiram, pois, de Ramessés
no décimo quinto dia do primeiro mês; no dia seguinte ao da Páscoa, saíram os
filhos de Israel, corajosamente, aos
olhos de todos os egípcios”. Aqui nós temos a PRIMEIRA JORNADA, quando eles
saíram de Remesses. E a bíblia diz que eles saíram de Ramessés e acamparam em Sucote. Acampar em
Sucote significa uma coisa, acampar em estação é uma coisa completamente
diferente da outra, e sair aqui é outra experiência. Aqui nós temos que ver
algo, veja bem, no versículo v4 diz assim:
4
- enquanto estes sepultavam todos os seus primogênitos, a quem o SENHOR havia
ferido entre eles; também contra
os deuses executou o SENHOR juízos.
5-
Partidos, pois, os filhos de Israel de Ramessés, acamparam-se em Sucote.
Aqui nós temos que ver duas
coisas: sair de Ramessés é uma coisa, entrar em Sucote é outra coisa. Assim
temos que ver Sucote em dois sentidos: o sentido da chegada, que é algo muito
bom, porque Deus nos tira de algo mais atrasado pior, e nos leva durante um
tempo durante a peregrinação e chegamos a algo muito bom, Sucote. Mas depois vai
chegar o momento em que é necessário sair de Sucote, o Senhor ver que há algo
em nós que foi ganho, algo que temos ganhado e aprendido. Ai sim é a hora de
sair. Durante um tempo é bom, mas chega o momento em que tem que sair. Por isso
é dito no novo testamento, veja o que diz Hebreus no capítulo 5, verso 11 e 12.
11
- “A esse respeito temos muitas coisas
que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir”.
12 - “Pois, com
efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes,
novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os
princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como
necessitados de leite e não de alimento sólido”.
Não seguimos adiante à
perfeição, mas ficamos parados, alguns cristão estão assim, por isso todas
essas jornadas continuam até que se tenha chegado à maturidade. Não podemos
ficar parados, há momentos que nós temos que permanecer, mas depois não poderemos
ficar ali. Temos que avançar na vida cristã.
È isso que aprendemos nessas jornadas.
Aqui nós vemos a palavra
RUDIMENTOS. São os princípios elementares da fé cristã. Esta bem que haja um
tempo para os rudimentos, o ABC da vida cristã. Veremos vários destes
rudimentos nas primeiras estações. Chega o momento em que depois de tanto tempo
é preciso sair deles e ir adiante, até a maturidade. Porém não se chega à
maturidade de repente, mas é de glória em glória, de estação em estação, de
triunfo em triunfo, de prova em prova, de circunstância em circunstância. É
claro que a palavra triunfo é mais importante, mas a palavra nos diz “para que fôssemos provados”. Devemos ser levados para o deserto para que assim, provados,
devemos ser levados para o deserto, por todos os lugares, para que venhamos
alcançar o triunfo da vitória de Cristo.
Então já vimos o que significam
essas jornadas, essas experiências espirituais do povo de Deus. E essas
experiências são progressivas, cada estação tem dupla face. Bem aventurada
chegada! Aonde chegamos isso é como algo novo, precioso, e acampamos ali. E
graças a Deus pelo tempo que seja necessário que se possa ficar ali caminhando,
aprendendo. O Senhor sabe que logo é hora de sair porque havia sido bom até
aqui. Havia sido muito agradável chegar ali, havia sido muito maravilhoso aquela
experiência de chegada, mas da mesma forma temos que sair, de maneira que cada
estação tem dois aspectos o da chegada e o da saída. Vamos para um texto que se
encontra em 1 Corintios v3. Neste capítulo podemos ler os resumos nos primeiros
versículos, inclusive leia até o versículo 14, você poderá entender isso melhor.
Paulo diz isso no capítulo 10, versículo 1 ao 5:
1
-“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que
nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar,
2 - tendo sido
todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. Todos eles
comeram de um só manjar espiritual
4 - e beberam da
mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E
a pedra era Cristo.
5- Entretanto,
Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no
deserto.
Você pode ler isso até o
versículo 14, você vai poder entender melhor. Veja que o Apóstolo Paulo começa a
chamar a atenção da Igreja nessas jornadas em que o povo de Israel passou pelo
deserto. “Não quero que ignoreis”
disse Paulo, isto é, que isso são coisas
que a Igreja não deve ignorar, escritas para o nosso ensino, afim de que, pela paciência,
pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Por isso foi Moises mandado
por Deus. Deus deu ordens a Moisés: “Escreve
estas jornadas em ordem”, isto é, Deus está interessado em que isso não se
apague e fique apenas como registro histórico e arcaico e arqueológico, Deus quer isto seja ensino,
seja vida para nós. Paulo diz: “não quero,
irmãos, que ignoreis”. Aqui ele faz o resumo onde nossos Pais estiveram
debaixo da mesma nuvem e todos passaram pelo mar. Observe como Paulo está
recordando todas as jornadas, ele está dizendo à Igreja: “não ignore isso”. Todos eles
beberam da mesma Pedra Espiritual, veja como Paulo vai transcrevendo aqui
aquelas experiências de Israel pelo deserto. Mas ele disse que: “Deus não se agradou de muitos deles, razão
por que ficaram prostrados no deserto”.
Haviam saído e batizados, haviam estado debaixo da nuvem, porém ficaram
travados em algumas estações. Algo aconteceu em alguma estação que fez com que
alguns, não avançassem ficassem neste nível. E o que foi que aconteceu? Ele nos
diz: “ficaram prostrados no deserto”.
Agora veja o verso seguinte; “Ora, estas
coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más,
como eles cobiçam”. Quais são
todas essas coisas mencionadas por Paulo? Aqui ele está resumindo em quatro versículos
todas aquelas jornadas do povo de Israel. Ele está chamando nossa atenção sobre
alguns pontos importantes, preponderantes daquelas jornadas. Ele diz “estas
coisas” ou todos estes acontecimentos e lições, distintas que se sucederam
naquelas jornadas serviram de exemplo para nós, para que devamos estudar estes
livros das jornadas minuciosamente. Para que venhamos aprender as lições
práticas para a nossa vida, pois são exemplos para nós. Se nós queremos viver a
vida cristã na comunhão com Deus, uma vida guardada em Cristo, uma vida escondida
em Cristo, precisamos dar atenção a essas jornadas que aqui começam. Alguns
pontos importantes da nossa vida cristã hoje, irmãos e irmãs. Vocês precisam entender
isso, estamos numa peregrinação espiritual, jornada espiritual, nós não podemos
vacilar, não podemos errar, nós precisamos ser atenciosos, cuidadosos quanto a
nossa vida cristã e Deus coloca diante de nós a sua Palavra como correção e
como disciplina para que nós não venhamos vacilar, para que nós não venhamos
errar, para que o Senhor através das jornadas venha nos disciplinar, irmãos e
irmãs, sobre o nosso caminhar, como é que estamos vivendo a nossa vida cristã.
Que Deus te abençoe através
dessa palavra. Eu prossigo ainda compartilhando sobre isso na esperança de que
o Deus de toda graça, no poder do seu Espírito Santo, através da sua Palavra fale
poderosamente ao seu coração.