Por: Ir Luiz Fontes
Introdução
- Parte 05
Texto:
Nm 33: 1-49
Vamos dar continuidade a este
estudo da peregrinação do povo de Israel pelo deserto, nestas 42 estações por
onde eles passaram. Vamos estudar ainda alguns detalhes, embora não entramos em
nenhuma das estações, mas é importante que nós tenhamos toda esta visão do pano
de fundo que compõem estes episódios que se sucederão quando nós começarmos a
estudar uma por uma destas estações.
Quando estudamos o livro de
Êxodo, vemos que o povo judeu estava acostumado a fazer cada um o que bem lhe
parecia, alem disso depois de serem escravos no Egito, nós vemos que eles
saíram e da maneira como que desordenadamente, nós vemos que Deus começou
colocar as coisas em
ordem. Assim como no princípio lá no livro de Gênesis no
capítulo 1, encontramos uma situação de caos, de desordem e a Bíblia diz que o “Espírito Santo começou a se mover sobre a
face da águas”. Começou a colocar as coisas em ordem. Ele começou a
trazer luz, depois ouve a separação entre o dia e a noite, separação com aquilo
que era de cima com aquilo que estava embaixo e logo começou a brotar a vida.
Ali Deus começou a edificar o homem como um lugar aonde ele pudesse ter
comunhão. Ele criou o homem conforme a sua imagem e semelhança. Esse foi o trabalho
do Espírito Santo de Deus.
Meus irmãos e irmãs, quando
Israel saiu do Egito, nós vemos aqui uma situação de caos, mas o senhor começou
a mover-se sobre eles, a trazer ordem sobre eles. O Senhor começou a levantar
um santuário. Nós vemos naquela obra do santuário algumas determinadas
disposições divinas, nós vemos que era desejo de Deus habitar no meio deles e
logo que eles saíram, nós começamos a ver o trabalhar de Deus. Aqui nós podemos
ver esta questão de ordem especificamente no livro de Levítico. O Livro de
Levítico se tornou necessário porque o povo começou a viver em função da casa
de Deus. Ali nós vemos os arranjos conforme a santidade de Deus, nós vemos as
ofertas estabelecidas por Deus e nessas ofertas nós encontramos os diferentes
aspectos da Cruz de Cristo. O sacerdócio do Senhor Jesus. Disso é o que nós
aprendemos no livro de Levítico.
Quando esta etapa se cumpriu
nós chegamos ao livro de Números. Se compararmos a situação do livro de Êxodo,
quando estava recém saído e como que o Senhor estava colocando seu povo em
ordem, através de suas diferentes jornadas. Nós podemos ver que através de cada
nova jornada havia uma revelação do senhor. Ai o Senhor vai trazendo luz,
colocando todas as coisas no seu devido lugar. Então aqui, no livro de Números,
começa-se colocar em ordem o povo. Primeiro nós vemos que eles pareciam que
queriam ir com seus próprios caminhos, mas agora, o Senhor levanta o
Tabernáculo. E esse Tabernáculo iria mudar a direção do povo, porque eles
tinham que andar de acordo com o mover da nuvem sobre o Tabernáculo, Deus
estava mostrando para eles como é que eles deveriam agir. Eles estavam sendo
disciplinados por Deus. O Senhor estava ensinando para eles quando é que eles
deveriam levantar e quando eles deveriam ficar parados. No princípio tudo era
um caos, cada um saia por onde queria. Veja o livro de Juízes no capítulo 21,
versículo25, diz: “Naqueles dias, não
havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto”. Não havia rei
em Israel e Cada um fazia o que lhe bem parecia.
Agora em Deuteronômio capítulo
12, versículos 4 e 5, o Senhor diz para o povo:
4 - Assim não
fareis para com o Senhor vosso Deus;
5 - Mas o lugar
que o Senhor vosso Deus escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu
nome, buscareis para sua habitação, e ali vireis.
Essa é a determinação que nós
encontramos aqui em Deuteronômio, ou seja, em Cristo, no Espírito e no Corpo de
Cristo. Porque isso é o que representa o Santuário de Deus onde o Senhor põe o
Seu nome. Isto representa primeiramente a Cristo, representa também o nosso
Espírito no lugar santíssimo, representa também a Igreja que é o Corpo de
Cristo. Um só Santuário e ali lhe servireis. Não fareis como haveis feito até
agora cada um como lhe bem pareça, mas o Senhor vai se movendo em meio ao Seu
povo e já ensinando ao seu povo a ordem da marcha. Então por isso diz lá em
Números capítulo 9, versículo 23, diz assim: “Segundo o mandado do SENHOR, se acampavam e, segundo o mandado do
SENHOR, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a
ordem do SENHOR por intermédio de Moisés”. Estão vendo aqui, é um
princípio. É assim que deve ser a nossa vida cristã hoje.
Irmãos e irmãs, o que temos
visto à parte da Palavra de Deus na experiência cristã nos nossos dias é que
cada um faz conforme acha. Cada um faz conforme uma nova revelação que diz ter,
cada um faz conforme a mais lucrativa, conforme pode atrair mais o povo para
poder suplantar o povo através de dízimos e ofertas. Dízimos e ofertas são
princípios espirituais. Mas nós não podemos usar disso para poder sufocar o
povo de Deus. Quantas coisas mesmo que seja com nomes bíblicos, nós temos
inserido na vida da Igreja para poder conduzir o povo de Deus. Nós temos que
ser conduzidos pelo Espírito Santo através dos ministérios constituídos e estes
ministérios devem estar de acordo com a Palavra de Deus. Eles não precisam
apenas ter títulos ministeriais (porque tem muita gente com título ministerial
sem expressão ministerial). Mas que o Espírito Santo por meio dos quais ele
chamou e por meio dos quais ele mesmo está agindo, venha trazer direção para o
povo de Deus. Porque não temos o direito, mesmo debaixo do nome de Cristo Jesus
fazer o que queremos, não podemos viver esta “acheologia”, nós temos que viver
o Evangelho de Cristo Jesus.
Veja que em Números capítulo 4,
versículo 5, temos uma explicação clara, a frase na qual nós iremos nos deter é
assim: “Quando partir o arraial”,
porque irmãos e irmãs, o Senhor sabia da jornada do Seu povo, sabia das várias
mudanças do arraial todas dirigidas por ele, mas cada uma era uma nova etapa. E
o arraial tinha que mudar quando era hora, quando o Senhor dava o sinal e a
nuvem se levantava e começavam a se mover em algum lugar, em algum sentido.
Então o Senhor, somente ele sabe quando nós estamos necessitando de
experiência, quando é que nós precisamos passar por alguma nova experiência,
por alguma nova etapa. É assim que a nossa vida cristã é vivida. Talvez não
entendamos, mas a vida cristã é vivida de etapas em etapas, de circunstâncias e
circunstâncias. É com a “luz da aurora”,
lá de provérbios 4:18, que “vai
brilhando, brilhando até ser dia perfeito”. Então tinham que levantar e
seguir a nuvem. Esta era uma ordem estabelecida por Deus e esta ordem é a que
está justamente aqui no capítulo 4, e o versículo 5, do livro de Números.
Porque Números é o livro que trata da “ordem da disciplina das coisas de Deus”,
por isso é que se chama Números. Porque é para por em ordem: primeiro, segundo,
terceiro, quarto, quinto e assim por diante. Este é o princípio espiritual. o
que estiver em quinto não deve vir primeiro, o primeiro não deve vir em décimo,
o primeiro e o sétimo não deve vir em quarto. O primeiro é o primeiro, o segundo é o
segundo, o terceiro é o terceiro, o quarto é o quarto e assim sucessivamente. Há
uma ordem na qual o Senhor está se movendo sobre o Seu povo. Seu povo está um
povo desordenado para ser colocado em ordem e disciplina, então primeiro o
Senhor começa a tratar. Aqui nós temos um translado do arraial. É como diz no
versículo 5 e 6, de Números 4:
5 - Quando partir
o arraial, Arão e seus filhos virão, e tirarão o véu de cobrir, e, com ele,
cobrirão a arca do Testemunho;
6 - e, por cima,
lhe porão uma coberta de peles finas, e sobre ela estenderão um pano, todo
azul, e lhe meterão os varais.
Veja que o primeiro que tem que
ser visto aqui é véu, isto é estupendo, é impressionante. Tudo começa pelo
lugar Santíssimo. Tirar o véu para colocar ali os panos, a arca coberta com os
panos azuis e seguir avançando. É uma ordem estabelecida por Deus. O primeiro
que se trata aqui é em relação com Cristo, inclusive antes das mesas dos pães,
antes do candelabro, antes do incensário, é o assunto da arca, do lugar
Santíssimo. Começa pelo lugar Santíssimo. Isso aponta para a nossa vida cristã
elevada nessa jornada. Nossa vida cristã é vivida nas alturas no propósito de
Deus. Preste atenção no que diz o texto; “Arão
e seus filhos virão”, ou seja, o Sacerdócio. Aqui nós temos o Ministério.
Todo o povo do Senhor nós sabemos são sacerdotes, mas aqui está representando a
autoridade delega do Sacerdócio de Cristo e diz “tirarão o véu de cobrir, e,
com ele, cobrirão a arca do Testemunho”. Primeiro é a arca, porque a parte que
corresponde com a nuvem é primeiramente a arca e todo o Tabernáculo, mas
primeiramente a arca, é toda mobilha do Tabernáculo, mas primeiramente a arca.
Quando vemos em Êxodo capítulo
25, quando o Senhor lhe diz: “E me farão
um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”. O primeiro que se
descreve, a primeira mobilha é a arca, depois vêm a mesa, o candelabro, e assim
nós vemos todos os materiais das mobilhas.
Veja que em Atos dos Apóstolos
no capítulo 2, diz que: a igreja perseverava primeiro - na doutrina dos
apóstolos. O que era a doutrina dos apóstolos? Era cerca de Jesus Cristo. Depois
na comunhão uns com os outros, no partir do pão, que se relacionava com os pães
da proposição, o candelabro. Depois as orações, ou seja, o altar do incenso, o
incensário. Essa é a ordem que nós vemos lá em Êxodo capítulo 25. Veja o quanto
isso é claro e deve ser prático na nossa vida. Essa ordem aparece aqui, são
quatro coisas: a arca, a mesa, o candelabro e o altar do incenso. São as
primeiras coisas que são transladadas, e estas quatro coisas correspondem-se
com aquelas quatros coisas que vemos aqui no livro de Atos dos Apóstolos
capítulo 2, versículo 42. Aqui está o caminho da igreja. É assim que nós
devemos entender, olhe o que diz: “perseveram
na doutrina dos apóstolos”.
Em Atos capítulo 5, versículo
42, nós vamos entender o que significa aqui a “doutrina dos apóstolos”, olhe o
que diz este texto: “E todos os dias, no
templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”.
Esta é a doutrina dos apóstolos, vemos aqui claramente. Vemos que este é o
fundamento, está relacionado com a pessoa do Senhor Jesus. Porque nenhuma coisa
tem algum sentido se estiver separado de Cristo Jesus. Em Cristo as coisas tem
sentido, tem valor, tem realização, tem redenção, porque esse é o centro da
doutrina apostólica do Senhor Jesus. Então a primeira coisa que nós vemos aqui,
nessa ordem de coisas é a “centralidade de Cristo”. Claro que quando nós lemos
as cartas dos apóstolos, vemos que estas cartas falam de muitas coisas, mas em
todas elas está sendo revelado Deus por Cristo Jesus, ou seja, Cristo é o tema
central dos apóstolos, o Senhor Jesus sendo ensinado e pregado. A palavra grega
“didaquê” que significa ensinamento didático e a palavra “kerigma” que
significa proclamação. É o ensinamento didático corrente, ordenado a tudo que
se relaciona a pessoa de Jesus Cristo. Sua Pessoa, Sua Obra e Sua Doutrina, o
que é essencial. A igreja não pode ter como centro, a igreja não pode estar
girando através de nenhuma outra coisa, a igreja tem que ter esta centralidade,
não pode ser descuidada em nada que se relacione a Cristo. Ela tem que focar
diretamente a Cristo. O tesouro da igreja é o Senhor Jesus. O que a igreja tem
que entender é o Senhor Jesus cristo. O que a igreja deve conhecer é Jesus
Cristo. O que a igreja deve viver é Jesus Cristo. O que a igreja tem que
testificar é Jesus Cristo. A igreja tem que glorificar a Jesus Cristo, ou seja,
a igreja tem que estar centrada em Jesus Cristo. Às vezes nós centralizamos o nosso
viver como igreja em muitas outras coisas. Às vezes organizamos alguma coisa em
função de algo particular onde o centro não é o Senhor Jesus. Mas aqui diz a
Palavra do Senhor que os apóstolos “todos os dias no templo e nas casas”, não
cessavam de fazer duas coisas: “ensinar”, aqui está o aspecto didático de forma
ordenada, seqüenciada, que é o que está debaixo da palavra “didaque”, de forma
didática que se traduz ensinamento. E também a palavra “kerigma” que quer dizer
“proclamação”, ou seja, aquele tema cultural de aplicações do Senhor Jesus a
qualquer conjuntura, a qualquer necessidade. A igreja em qualquer momento deve
pregar a Jesus Cristo e apresentar a Jesus Cristo como qualquer coisa que se
apresente no caminho. Não somente se prega como também, ensina. Não somente se
ensina, mas também, se prega. Não podemos ficar só com o ensinamento porque
constantemente temos necessidades práticas e esquecemos-nos do depósito que nos
foi dado como encargo da igreja. Como conselho de Deus centrado no ministério
de Cristo para estar constantemente recebendo integralmente e transmitindo
constantemente. Por isso é necessário que Jesus Cristo seja ensinado e seja
pregado, esse é o centro da doutrina dos apóstolos, por isso é que quando ali
diz que a igreja, o povo do Senhor, em seu perseverar, em seu caminhar, estava
centrado nestas quatro coisas. A primeira delas era a “doutrina dos apóstolos”,
ou seja, eles eram “Cristocêntricos”, porque os apóstolos ensinavam e pregavam
a Jesus Cristo.
Meus irmãos e irmãs, que Deus
no seu amor infinito e graça, fale ao nosso coração, possa levar-nos a
compreender a prioridade das coisas de Deus, nesta jornada espiritual que nós
estamos sendo conduzidos pelo Espírito Santo. Que nós venhamos entender, que
nessa jornada, há princípios que não podem ser desprezados, há um viver que nós
não podemos desprezá-lo. Nós precisamos ser ajudados pelo Espírito de Deus
através da sua Palavra para que nós entendamos a nossa própria situação, o
nosso próprio viver. Podemos até julgar que estamos muito bem alegremente
vivendo a vida cristã, mas sem a essência cristã, sem a realidade cristã. Isso
pode com certeza nas nossas vidas atrasar o propósito de Deus. Muitas vezes
podemos estar perdidos nas nossas próprias concepções e doutrinas humanas,
enquanto a verdade de Cristo é outra coisa completamente diferente.
Que o Senhor nos ajude que nos
guarde, que nos leve para a centralidade da sua Palavra, porque ali nós
encontraremos Cristo, a “centralidade de Deus”. Que venhamos ser ricamente
abençoados por esta Palavra.
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