segunda-feira, 30 de junho de 2014

As 42 Jornadas no Deserto - Parte 05



Por: Ir Luiz Fontes
Introdução - Parte 05
Texto: Nm 33: 1-49

Vamos dar continuidade a este estudo da peregrinação do povo de Israel pelo deserto, nestas 42 estações por onde eles passaram. Vamos estudar ainda alguns detalhes, embora não entramos em nenhuma das estações, mas é importante que nós tenhamos toda esta visão do pano de fundo que compõem estes episódios que se sucederão quando nós começarmos a estudar uma por uma destas estações.
Quando estudamos o livro de Êxodo, vemos que o povo judeu estava acostumado a fazer cada um o que bem lhe parecia, alem disso depois de serem escravos no Egito, nós vemos que eles saíram e da maneira como que desordenadamente, nós vemos que Deus começou colocar as coisas em ordem. Assim como no princípio lá no livro de Gênesis no capítulo 1, encontramos uma situação de caos, de desordem e a Bíblia diz que o “Espírito Santo começou a se mover sobre a face da águas”. Começou a colocar as coisas em ordem. Ele começou a trazer luz, depois ouve a separação entre o dia e a noite, separação com aquilo que era de cima com aquilo que estava embaixo e logo começou a brotar a vida. Ali Deus começou a edificar o homem como um lugar aonde ele pudesse ter comunhão. Ele criou o homem conforme a sua imagem e semelhança. Esse foi o trabalho do Espírito Santo de Deus.
Meus irmãos e irmãs, quando Israel saiu do Egito, nós vemos aqui uma situação de caos, mas o senhor começou a mover-se sobre eles, a trazer ordem sobre eles. O Senhor começou a levantar um santuário. Nós vemos naquela obra do santuário algumas determinadas disposições divinas, nós vemos que era desejo de Deus habitar no meio deles e logo que eles saíram, nós começamos a ver o trabalhar de Deus. Aqui nós podemos ver esta questão de ordem especificamente no livro de Levítico. O Livro de Levítico se tornou necessário porque o povo começou a viver em função da casa de Deus. Ali nós vemos os arranjos conforme a santidade de Deus, nós vemos as ofertas estabelecidas por Deus e nessas ofertas nós encontramos os diferentes aspectos da Cruz de Cristo. O sacerdócio do Senhor Jesus. Disso é o que nós aprendemos no livro de Levítico.
Quando esta etapa se cumpriu nós chegamos ao livro de Números. Se compararmos a situação do livro de Êxodo, quando estava recém saído e como que o Senhor estava colocando seu povo em ordem, através de suas diferentes jornadas. Nós podemos ver que através de cada nova jornada havia uma revelação do senhor. Ai o Senhor vai trazendo luz, colocando todas as coisas no seu devido lugar. Então aqui, no livro de Números, começa-se colocar em ordem o povo. Primeiro nós vemos que eles pareciam que queriam ir com seus próprios caminhos, mas agora, o Senhor levanta o Tabernáculo. E esse Tabernáculo iria mudar a direção do povo, porque eles tinham que andar de acordo com o mover da nuvem sobre o Tabernáculo, Deus estava mostrando para eles como é que eles deveriam agir. Eles estavam sendo disciplinados por Deus. O Senhor estava ensinando para eles quando é que eles deveriam levantar e quando eles deveriam ficar parados. No princípio tudo era um caos, cada um saia por onde queria. Veja o livro de Juízes no capítulo 21, versículo25, diz: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto”. Não havia rei em Israel e Cada um fazia o que lhe bem parecia.
Agora em Deuteronômio capítulo 12, versículos 4 e 5, o Senhor diz para o povo:
4 - Assim não fareis para com o Senhor vosso Deus;
5 - Mas o lugar que o Senhor vosso Deus escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome, buscareis para sua habitação, e ali vireis.
Essa é a determinação que nós encontramos aqui em Deuteronômio, ou seja, em Cristo, no Espírito e no Corpo de Cristo. Porque isso é o que representa o Santuário de Deus onde o Senhor põe o Seu nome. Isto representa primeiramente a Cristo, representa também o nosso Espírito no lugar santíssimo, representa também a Igreja que é o Corpo de Cristo. Um só Santuário e ali lhe servireis. Não fareis como haveis feito até agora cada um como lhe bem pareça, mas o Senhor vai se movendo em meio ao Seu povo e já ensinando ao seu povo a ordem da marcha. Então por isso diz lá em Números capítulo 9, versículo 23, diz assim: “Segundo o mandado do SENHOR, se acampavam e, segundo o mandado do SENHOR, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés”. Estão vendo aqui, é um princípio. É assim que deve ser a nossa vida cristã hoje.
Irmãos e irmãs, o que temos visto à parte da Palavra de Deus na experiência cristã nos nossos dias é que cada um faz conforme acha. Cada um faz conforme uma nova revelação que diz ter, cada um faz conforme a mais lucrativa, conforme pode atrair mais o povo para poder suplantar o povo através de dízimos e ofertas. Dízimos e ofertas são princípios espirituais. Mas nós não podemos usar disso para poder sufocar o povo de Deus. Quantas coisas mesmo que seja com nomes bíblicos, nós temos inserido na vida da Igreja para poder conduzir o povo de Deus. Nós temos que ser conduzidos pelo Espírito Santo através dos ministérios constituídos e estes ministérios devem estar de acordo com a Palavra de Deus. Eles não precisam apenas ter títulos ministeriais (porque tem muita gente com título ministerial sem expressão ministerial). Mas que o Espírito Santo por meio dos quais ele chamou e por meio dos quais ele mesmo está agindo, venha trazer direção para o povo de Deus. Porque não temos o direito, mesmo debaixo do nome de Cristo Jesus fazer o que queremos, não podemos viver esta “acheologia”, nós temos que viver o Evangelho de Cristo Jesus.
Veja que em Números capítulo 4, versículo 5, temos uma explicação clara, a frase na qual nós iremos nos deter é assim: “Quando partir o arraial”, porque irmãos e irmãs, o Senhor sabia da jornada do Seu povo, sabia das várias mudanças do arraial todas dirigidas por ele, mas cada uma era uma nova etapa. E o arraial tinha que mudar quando era hora, quando o Senhor dava o sinal e a nuvem se levantava e começavam a se mover em algum lugar, em algum sentido. Então o Senhor, somente ele sabe quando nós estamos necessitando de experiência, quando é que nós precisamos passar por alguma nova experiência, por alguma nova etapa. É assim que a nossa vida cristã é vivida. Talvez não entendamos, mas a vida cristã é vivida de etapas em etapas, de circunstâncias e circunstâncias. É com a “luz da aurora”, lá de provérbios 4:18, que “vai brilhando, brilhando até ser dia perfeito”. Então tinham que levantar e seguir a nuvem. Esta era uma ordem estabelecida por Deus e esta ordem é a que está justamente aqui no capítulo 4, e o versículo 5, do livro de Números. Porque Números é o livro que trata da “ordem da disciplina das coisas de Deus”, por isso é que se chama Números. Porque é para por em ordem: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto e assim por diante. Este é o princípio espiritual. o que estiver em quinto não deve vir primeiro, o primeiro não deve vir em décimo, o primeiro e o sétimo não deve vir em quarto. O primeiro é o primeiro, o segundo é o segundo, o terceiro é o terceiro, o quarto é o quarto e assim sucessivamente. Há uma ordem na qual o Senhor está se movendo sobre o Seu povo. Seu povo está um povo desordenado para ser colocado em ordem e disciplina, então primeiro o Senhor começa a tratar. Aqui nós temos um translado do arraial. É como diz no versículo 5 e 6, de Números 4:

5 - Quando partir o arraial, Arão e seus filhos virão, e tirarão o véu de cobrir, e, com ele, cobrirão a arca do Testemunho;
6 - e, por cima, lhe porão uma coberta de peles finas, e sobre ela estenderão um pano, todo azul, e lhe meterão os varais.

Veja que o primeiro que tem que ser visto aqui é véu, isto é estupendo, é impressionante. Tudo começa pelo lugar Santíssimo. Tirar o véu para colocar ali os panos, a arca coberta com os panos azuis e seguir avançando. É uma ordem estabelecida por Deus. O primeiro que se trata aqui é em relação com Cristo, inclusive antes das mesas dos pães, antes do candelabro, antes do incensário, é o assunto da arca, do lugar Santíssimo. Começa pelo lugar Santíssimo. Isso aponta para a nossa vida cristã elevada nessa jornada. Nossa vida cristã é vivida nas alturas no propósito de Deus. Preste atenção no que diz o texto; “Arão e seus filhos virão”, ou seja, o Sacerdócio. Aqui nós temos o Ministério. Todo o povo do Senhor nós sabemos são sacerdotes, mas aqui está representando a autoridade delega do Sacerdócio de Cristo e diz “tirarão o véu de cobrir, e, com ele, cobrirão a arca do Testemunho”. Primeiro é a arca, porque a parte que corresponde com a nuvem é primeiramente a arca e todo o Tabernáculo, mas primeiramente a arca, é toda mobilha do Tabernáculo, mas primeiramente a arca.
Quando vemos em Êxodo capítulo 25, quando o Senhor lhe diz: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”. O primeiro que se descreve, a primeira mobilha é a arca, depois vêm a mesa, o candelabro, e assim nós vemos todos os materiais das mobilhas.
Veja que em Atos dos Apóstolos no capítulo 2, diz que: a igreja perseverava primeiro - na doutrina dos apóstolos. O que era a doutrina dos apóstolos? Era cerca de Jesus Cristo. Depois na comunhão uns com os outros, no partir do pão, que se relacionava com os pães da proposição, o candelabro. Depois as orações, ou seja, o altar do incenso, o incensário. Essa é a ordem que nós vemos lá em Êxodo capítulo 25. Veja o quanto isso é claro e deve ser prático na nossa vida. Essa ordem aparece aqui, são quatro coisas: a arca, a mesa, o candelabro e o altar do incenso. São as primeiras coisas que são transladadas, e estas quatro coisas correspondem-se com aquelas quatros coisas que vemos aqui no livro de Atos dos Apóstolos capítulo 2, versículo 42. Aqui está o caminho da igreja. É assim que nós devemos entender, olhe o que diz: “perseveram na doutrina dos apóstolos”.
Em Atos capítulo 5, versículo 42, nós vamos entender o que significa aqui a “doutrina dos apóstolos”, olhe o que diz este texto: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”. Esta é a doutrina dos apóstolos, vemos aqui claramente. Vemos que este é o fundamento, está relacionado com a pessoa do Senhor Jesus. Porque nenhuma coisa tem algum sentido se estiver separado de Cristo Jesus. Em Cristo as coisas tem sentido, tem valor, tem realização, tem redenção, porque esse é o centro da doutrina apostólica do Senhor Jesus. Então a primeira coisa que nós vemos aqui, nessa ordem de coisas é a “centralidade de Cristo”. Claro que quando nós lemos as cartas dos apóstolos, vemos que estas cartas falam de muitas coisas, mas em todas elas está sendo revelado Deus por Cristo Jesus, ou seja, Cristo é o tema central dos apóstolos, o Senhor Jesus sendo ensinado e pregado. A palavra grega “didaquê” que significa ensinamento didático e a palavra “kerigma” que significa proclamação. É o ensinamento didático corrente, ordenado a tudo que se relaciona a pessoa de Jesus Cristo. Sua Pessoa, Sua Obra e Sua Doutrina, o que é essencial. A igreja não pode ter como centro, a igreja não pode estar girando através de nenhuma outra coisa, a igreja tem que ter esta centralidade, não pode ser descuidada em nada que se relacione a Cristo. Ela tem que focar diretamente a Cristo. O tesouro da igreja é o Senhor Jesus. O que a igreja tem que entender é o Senhor Jesus cristo. O que a igreja deve conhecer é Jesus Cristo. O que a igreja deve viver é Jesus Cristo. O que a igreja tem que testificar é Jesus Cristo. A igreja tem que glorificar a Jesus Cristo, ou seja, a igreja tem que estar centrada em Jesus Cristo. Às vezes nós centralizamos o nosso viver como igreja em muitas outras coisas. Às vezes organizamos alguma coisa em função de algo particular onde o centro não é o Senhor Jesus. Mas aqui diz a Palavra do Senhor que os apóstolos “todos os dias no templo e nas casas”, não cessavam de fazer duas coisas: “ensinar”, aqui está o aspecto didático de forma ordenada, seqüenciada, que é o que está debaixo da palavra “didaque”, de forma didática que se traduz ensinamento. E também a palavra “kerigma” que quer dizer “proclamação”, ou seja, aquele tema cultural de aplicações do Senhor Jesus a qualquer conjuntura, a qualquer necessidade. A igreja em qualquer momento deve pregar a Jesus Cristo e apresentar a Jesus Cristo como qualquer coisa que se apresente no caminho. Não somente se prega como também, ensina. Não somente se ensina, mas também, se prega. Não podemos ficar só com o ensinamento porque constantemente temos necessidades práticas e esquecemos-nos do depósito que nos foi dado como encargo da igreja. Como conselho de Deus centrado no ministério de Cristo para estar constantemente recebendo integralmente e transmitindo constantemente. Por isso é necessário que Jesus Cristo seja ensinado e seja pregado, esse é o centro da doutrina dos apóstolos, por isso é que quando ali diz que a igreja, o povo do Senhor, em seu perseverar, em seu caminhar, estava centrado nestas quatro coisas. A primeira delas era a “doutrina dos apóstolos”, ou seja, eles eram “Cristocêntricos”, porque os apóstolos ensinavam e pregavam a Jesus Cristo.
Meus irmãos e irmãs, que Deus no seu amor infinito e graça, fale ao nosso coração, possa levar-nos a compreender a prioridade das coisas de Deus, nesta jornada espiritual que nós estamos sendo conduzidos pelo Espírito Santo. Que nós venhamos entender, que nessa jornada, há princípios que não podem ser desprezados, há um viver que nós não podemos desprezá-lo. Nós precisamos ser ajudados pelo Espírito de Deus através da sua Palavra para que nós entendamos a nossa própria situação, o nosso próprio viver. Podemos até julgar que estamos muito bem alegremente vivendo a vida cristã, mas sem a essência cristã, sem a realidade cristã. Isso pode com certeza nas nossas vidas atrasar o propósito de Deus. Muitas vezes podemos estar perdidos nas nossas próprias concepções e doutrinas humanas, enquanto a verdade de Cristo é outra coisa completamente diferente.
Que o Senhor nos ajude que nos guarde, que nos leve para a centralidade da sua Palavra, porque ali nós encontraremos Cristo, a “centralidade de Deus”. Que venhamos ser ricamente abençoados por esta Palavra.

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