VIGIAR
E ORAR
1 Co 16.13; Lc 12.37,
39, 40; 1 Ts 5.2-6; 1 Pe 5.8
Ap 16.15; Lc 21.25-28; Lc
21.36
UM
EXEMPLO DE COMO FICAR ACORDADO E ALERTA
Certa ocasião, uma empresa alemã planejou abrir uma
rede de sex shops na Inglaterra
e pensava abrir a primeira loja
em Richmond. Todos nós da comunidade de crentes tínhamos conhecimento de que
esse tipo de loja estava se
tornando um problema no país todo e estávamos alertas a toda situação. Estávamos orando contra essa
possibilidade e atentos ao primeiro sinal dos acontecimentos. Não havia dúvida
em nossa mente de que os poderes das trevas usavam esse tipo de loja para
corromper, prejudicar e arruinar as pessoas. Tínhamos visto o efeito e dano que
isso havia causado em alguns dos nossos companheiros salvos que tinham feito
uso desses produtos.
Certo dia, um irmão da comunidade veio a Halford Honse
e nos disse que a loja de fato tinha sido instalada do outro lado da estação de
trem de Richmond. Decidimos, como comunidade, gastar alguns dias em
oração. Foram momentos maravilhosos de oração corporativa, e o Espírito
Santo nos deu várias promessas na Palavra de Deus. Firmamos os pés nessas
promessas, em nome do Senhor, para destruir essa sex shop.
Na última noite de oração, todos nós
sentimos que o Senhor tinha ouvido nossa oração e começamos a louvá-lO. Eu
estava totalmente extasiado com a agitação de tudo aquilo e resumi todo o nosso
tempo de oração assim: “Oh, Senhor, colocamos uma bomba debaixo dessa sex shop e a mandamos pelos
ares!”.
Na manhã seguinte, Margaret Trickey,
que cuida da Halford House, entrou rindo de tal forma que, por um longo tempo,
não conseguia nos dizer o que ela achava tão engraçado. Finalmente,
apoiando-se na verga da porta, conseguiu dizer: “A sex shop, a sex shop”. Eu disse: “Margaret,
você com certeza não foi à sex
shop, foi?”. Ela respondeu: “Não”, e por fim conseguiu dizer: “A loja de
produtos pornográficos! Ela foi pelos ares!”.
Aí foi minha vez de ficar preocupado: pensei que a
polícia estivesse chegando para conversar conosco. Já me imaginei na frente deles: “Sr. Lambert,
o senhor tem algum motivo para suspeitar que um membro da sua congregação
colocou uma bomba nessa loja?”. Eu diria: “É claro que não, nem em sonho
passaria em nossa cabeça fazer algo tão fora da lei como isso!”. Contudo,
lembrei-me de que em nossa comunidade havia alguns rapazes que tinham ficha na
policia, embora fossem crentes agora. Se a policia interrogasse um deles, a
resposta seria: “Não, não conheço ninguém da congregação que colocaria uma
bomba na sex shop, mas
quando o nosso líder orou, ontem, ele disse: ‘Senhor, nós colocamos uma bomba
nessa sex shop e a mandamos
pelos ares’”. Eu me via
tentando explicar ao juiz qual era o sentido daquelas minhas palavras.
Mas a verdade era diferente. Margaret tinha ido a uma
loja vizinha e descobriu que estavam
bastante nervosos com o que havia acontecido. Eles disseram que o sistema
de calefação a gás da sex shop
havia explodido e tinha destruído o prédio. Esse foi o fim daquela sex shop! Nós tínhamos ficado alertas sobre
o assunto e procuramos tratar com ele em oração, e o Senhor agiu em nosso
favor.
VIGIAS QUE ESTÃO
PRONTOS, ESPIRITUALMENTE ALERTAS, E ATIVOS
A necessidade de vigiar e não apenas orar tem
muito a ver com estar ciente dos acontecimentos que anteciparão a vinda do
Senhor. Por diversas vezes o próprio Senhor nos alerta que podemos ser colhidos
de surpresa pela Sua vinda. Para aqueles que não vigiam, Ele virá como um
ladrão de noite, súbita e inesperadamente. O Senhor Jesus declara, como
registrado por João, em Apocalipse 16.15:
“Eis
que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas
vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha”.
Os ladrões não têm por hábito telefonar para
suas vitimas avisando a sua chegada. Eles não mandam um cartão de visitas com a
data e hora da sua chegada; eles vêm furtiva e inesperadamente.
Muitos anos atrás, minha mãe e meu padrasto viajaram
por alguns dias, e uma tia veio cuidar de minha irmã e de mim. Por volta das
duas da manhã, minha tia entrou no meu quarto e disse: “Lance, levante rápido;
a avenida inteira está cheia de policiais, cães da policia e carros pretos da
policia. Eles estão examinando o quintal de várias casas. A Teresa e eu estamos
tentando ver qual dos vizinhos foi roubado”.
Eu rapidamente me levantei e corri para o outro quarto. Ali, minha irmã e minha tia
inclinavam-se pela janela, observando avidamente tudo o que acontecia. Minha
tia pensava que certo vizinho é que tinha sido roubado; mas minha irmã
contestou: “Esse vizinho tem um pastor alemão enorme, muito bravo”. De repente,
minha tia disse: “Ah, estou com sede; vou descer à cozinha e fazer um café”,
com isso desaparecendo escada abaixo. Um momento depois, ouvimos um grito tão
horripilante que teria sido capaz de ressuscitar os mortos no cemitério que
ficava a mais de um quilômetro de distância, no outro lado do rio. Menos de um
minuto depois, como um foguete lançado de Cabo Canaveral, ela subiu as escadas,
aterrissando lá em cima, lívida e
tremendo: ‘O ladrão, o ladrão”, ela balbuciou. “Ele está na nossa cozinha.” Minha irmã perguntou: “Ele
disse alguma coisa?”. “Sim, ele disse: ‘Boa noite, senhora’. “Bem, o que é que
ele estava fazendo?”, eu perguntei. “Ele estava comendo uma sobremesa”,
respondeu minha tia.
Constatou-se que ele era um ladrão famoso. Ele tinha
assaltado treze casas aquela noite, e a polícia ainda não tinha conseguido
pegá-lo. Demorou um ano para que conseguissem apanhá-lo. Ele saiu da nossa
cozinha da mesma forma que tinha entrado, por uma pequena janela na despensa.
Todos nós estávamos conversando
sobre quem o ladrão estava visitando e, na realidade, ele estava em nossa
própria casa! Isso ilustra como é possível crer que outros serão surpreendidos pela
vinda do Senhor como um ladrão, quando na verdade quem pode ser surpreendido
somos nós mesmos!
De fato, não teremos desculpa se formos pegos
de surpresa pela vinda do Senhor. Temos extensos trechos da Palavra de Deus
que descrevem com acurada precisão as condições e os eventos que culminarão na Sua
volta. Se cremos em um arrebatamento
daqueles que estão prontos, como eu creio, então precisamos não apenas
orar, mas também vigiar. Se prestarmos atenção ao que está acontecendo em
nossas nações, ou por todo o mundo, o Espírito de Deus nos alertará e nos
preparará para estarmos prontos. O Senhor Jesus nos alerta com estas palavras:
“Vigiai,
pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em
pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21.36).
Temos de vigiar o tempo todo, investigando
cuidadosamente, suplicando que o Senhor nos mantenha acordados e alertas. Aos
que vigiarem e estiverem espiritualmente ativos e alertas o Espírito Santo dará
uma “compreensão dos tempos”. Ele disse também:
“Haverá
sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações
em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que
desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo;
pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo
numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a
suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima
(Lc 21.25-28).
Essas palavras de nosso Senhor me parecem muito
importantes e oportunas. Estamos vendo o começo do seu cumprimento? Se for
assim, não basta orar apenas, mas precisamos vigiar e estar prontos!