segunda-feira, 15 de junho de 2009

AS 42 JORNADAS NO DESERTO - ÊXODO CAP. 16

Mais em uma dessas estações, isto é, na oitava estação que ocorreu no deserto de Sim, em Êxodo capítulo 16, DEUS concede a eles duas coisas muito especiais: O maná e o sábado.
Vamos ler o capítulo 16 de Êxodo e compreender todo cenário que compõe essa história, porque aqui, vamos conhecer melhor o nosso coração em face a graça de DEUS.
Aqui iremos entender porque o coração humano não se interessa pela intimidade de uma vida com DEUS:
v.1: “Partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram da terra do Egito”.
v.2: “Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto”.
v.3: “disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão”.

Vamos atentar para alguns princípios espirituais
Aqui nós podemos compreender um pouco nosso próprio coração.
Quero fazer sete proposições importantes com relação ao caráter de DEUS e os seus tratamentos, e qual tem sido a resposta do nosso coração; vejamos:
1º não existe sequer uma posição em toda a peregrinação dos eleitos de DEUS cujos limites não haja sido cuidadosamente traçados pela mão da sabedoria infalível de DEUS.
2º Quando DEUS visitou e tirou o Seu povo do Egito, não foi certamente com o propósito de os deixar morrer de fome e de sede no deserto.
3º Eles deviam saber disso. Eles devia ter confiado Nele e andado na confiança Daquele amor que os havia libertado gloriosamente dos horrores da escravidão do Egito.
4º Deviam ter recordado que era infinitamente melhor estar com DEUS no deserto do que nos fornos de tijolos de Faraó. É incrível, mais o coração humano acha uma coisa muito difícil, dar crédito a DEUS pelo Seu amor perfeito e puro.
5º Como as pessoas acham motivos para murmurarem contra DEUS. Parecem que depositam mais confiança em Satanás do que em DEUS.
6º Parece que as pessoas não estão cansadas de servir ao diabo, e nem tão pouco descontentes com ele. Mas, quanto a DEUS, é comum a murmuração.
7º Será que toda essa situação não revela as entranhas do nosso próprio coração?

Quando você perdeu aquele ente querido, não foi a DEUS que você culpou?
Quando seu casamento fracassou não foi a Ele que você culpou?
Quando você perdeu o emprego não foi a Ele que você creditou a culpa?
Em meios aos sofrimentos e lutas que você tem passado, você geralmente não O acusa de abandono?
Nosso coração é assim. Em nada difere do coração desse povo. Por isso, que entendo que é muito importante estudar esse capítulo de 16 de Êxodo, porque ele explica a nossa falta de intimidade com DEUS.

Vejamos aqui uma linda composição do caráter gracioso de DEUS:
Agora, preste atenção no caráter gracioso de DEUS. Veja que no versículo 4 de Êx 16, o SENHOR diz: “Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não”. Aqui vemos o povo envolvido pela nuvem fria da incredulidade. Eles disseram a Moisés: “quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar”. Em contra partida a esse coração endurecido pelo engano do pecado, DEUS diz: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não”.
No Salmo 78.25, o salmista chama o Maná de “Pão dos anjos”. Agora veja que o SENHOR diz que Ele deu o maná, para colocar Israel a prova, se eles andavam na lei do SENHOR.

Agora veja as trevas que existe no coração humano em contraposição a graça de DEUS:
Vamos ler Números capítulo 21 e o versículo 5, onde diz: “E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil”.
Vamos analisar dois vocábulos aqui nesse texto:
O termo fastio aqui no hebraico é “repugnância”, “nojo”.
E o termo “vil” é “desprezível”, “sem valor”.

Em Atos 7.38,39, Estevão diz: “É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir. A quem nossos pais não quiseram obedecer; antes, o repeliram e, no seu coração, voltaram para o Egito”. O termo “repeliram” no grego é apothomai, que significa: “expulsar”, “empurrar para fora”, “repelir”, “empurrar para fora de si mesmo”, “repudiar”, “rejeitar”, “recusar”.
Vemos que eles saíram do Egito, mais o Egito não saiu de dentro deles. Mas mesmo assim, DEUS em graça providencia o maná para Eles.
Essa experiência revela a oposição que existe em nosso coração à graça de DEUS.
Qual era a lei de DEUS dada a eles até aqui? – (v.4).
DEUS estava provando a ingratidão deles; o quanto eram hipócritas; DEUS para eles só tinha significado se fosse utilitário. Eles estavam interessados nas obras de DEUS e não nos caminhos de DEUS. Este povo não conhecia o caráter de DEUS.
Note essa frase: “se anda na minha lei ou não”. É interessante notar que eles ainda não tinham chegado ao Monte Sinai, então, qual era essa Lei? Essa lei era “descansar”. Esse era o único mandamento que DEUS havia dado a eles até aqui. Até aqui DEUS queria que Israel confiasse Nele, descansasse Nele.
DEUS havia se revelado em graça para com eles. Demonstrou Seu poder, Seu amor quando os livrou da escravidão do Egito.

O que DEUS queria revelar no maná?
Ora, o povo de Israel não entendeu o propósito do maná. Eles apanharam o maná e comiam o maná sem compreender seu propósito. Havia naquele maná mais do que os nutrientes para matar a fome deles.
Veja a descrição do maná segundo a Bíblia:
v.14: “E, quando se evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra”.
v.15: “Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento”.
v.16: “Eis o que o SENHOR vos ordenou: Colhei disso cada um segundo o que pode comer, um gômer por cabeça, segundo o número de vossas pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda”.
v.17: “Assim o fizeram os filhos de Israel; e colheram, uns, mais, outros, menos”.
v.18: “Porém, medindo-o com o gômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco, pois colheram cada um quanto podia comer”.
v.31: “Deu-lhe a casa de Israel o nome de maná; era como semente de coentro, branco e de sabor como bolos de mel”.
Imagine que delicia deveria ser o maná. Mas no aspecto espiritual, DEUS estava falando algo mais delicioso que aquele maná que eles comeram.
DEUS estava revelando Seu Filho. Naquele maná estava não apenas o suprimento de DEUS para a fome deles, como o suprimento de DEUS para o espírito deles. Aquele era um povo que insistia em não conhecer DEUS.
DEUS estava se revelando a Eles e eles não compreenderam.
Creio que aqui é interessante ler Hebreus cap 3 e os versos 7 a 17
v.7: “Assim, pois, como diz o ESPÍRITO SANTO: Hoje, se ouvirdes a sua voz”;
v.8: “não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto”;
v.9: “onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova,[gr. Dokimazo, sig.: “ver se uma coisa é genuína ou não”] e viram as minhas obras por quarenta anos”.
v.10: “Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos”.

Vamos atentar para alguns princípios importantes aqui, os quais temos que considerar:
1º.DEUS diz que a murmuração daquele povo era uma clara demonstração de incredulidade. Eles fizeram aquilo para provar a veracidade do caráter de DEUS.
2º.O versículo 10 diz: “Por isso, me indignei contra essa geração” – no grego indica “um motivo”. E qual foi o motivo pelo qual DEUS se indignou contra eles? A parte final do versículo 9 responde para nós: “viram as minhas obras por quarenta anos”. Ora, qual é o problema? Veja o final do versículo 10: “não conheceram os meus caminhos”. Precisamos saber qual é a diferença das “obras de DEUS” e dos “caminhos de DEUS”:
No Salmo 103.7 diz: “Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel”.
Note essa palavra: “caminhos”. No hebraico é derek. A primeira ocorrência dessa palavra está em Gênesis 3.24: “E, expulsou o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida”. Espiritualmente falando, quando DEUS revelou seus caminhos a Moisés, Ele na verdade estava revelando o caminho da árvore da vida. Aquele caminho que Adão recusou conhecer.
Na história do povo de DEUS encontramos duas classes de pessoas: aquelas que somente conhecem os feitos de DEUS, e aquelas, que, além disso, conhecem Seus caminhos.
O que significa os caminhos de DEUS? Vamos compreender o que significa conhecer os caminhos de DEUS:
Seus caminhos revelam Sua intimidade.
Seus caminhos são os meios que Ele utiliza para revelar Seus segredos e conduzir-nos ao Seu propósito mais elevado.
São Seus métodos para fazer aquilo que Ele decidiu fazer. Em relação a nós, fala dos Seus tratamentos para conosco por intermédio dos quais Ele realiza Seu propósito.

O que significa conhecer as obras de DEUS?
Suas obras revelam Seu poder.
Suas obras têm como objetivo nos levar a conhecer Seu poder e soberania.

Conhecer apenas Seus feitos, Suas obras significa ficar na periferia do Seu chamamento, sem conhecer o propósito para o qual fomos chamados.
O grande perigo jaz em querermos egoisticamente desfrutar de Seu poder, de Suas bênçãos, não buscando conhecer Seus caminhos e cooperar com Seu propósito.
Durante 40 anos eles só viram as obras de DEUS.

Vamos retornar a Hebreus 3:
v.11: “Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso”.
v.12: “Tende cuidado,[gr.: blepo; sig.: “discernimento”, “vigilância”] irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso [gr.: poneros; sig.: “condição má”] coração de incredulidade que vos afaste [gr.: aphistemi; sig.: “apostasia”; “abandonar”; “indiferença”] do DEUS vivo”;
v.13: “pelo contrário [gr.: temos a conjunção allá que introduz uma transição para o assunto principal], exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.
v.14: “Porque nos temos tornado participantes de CRISTO, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”.
v.15: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação [gr.: parapikrasmos; sig.: “insulto”, “afronta”, “irreverência”, “petulância”, “atrevimento”].
v.16: “Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?”
v.17: “E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?”

Vamos atentar para dois aspectos que caracterizam a apostasia nesses textos:
1º. Incredulidade:
Nenhum coração é mais perverso que um coração de incredulidade. Nada ofende tanto a DEUS quanto nossa incredulidade.
A incredulidade é a pior arma maligna em nós que impede a intimidade com DEUS.
Uma definição de incredulidade é a tendência de quem não se deixa facilmente convencer. Veja em Gênesis 32.25, quando a Bíblia diz que o Anjo do SENHOR: “Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem”.
Quantas vezes DEUS não pode conosco. Embora, esse não era o problema de Jacó. Mas pode ser o nosso. Quantas vezes DEUS não pode conosco, por causa da nossa incredulidade.
Quando DEUS vê que não pode conosco, Ele toca na articulação da nossa coxa. Esse é o trabalhar disciplinador da cruz.
A incredulidade dos filhos de Israel no deserto fez com que DEUS desistisse deles.
A incredulidade insulta e ofende a DEUS.
Todo pecado viola a lei justa de DEUS, mas alguns pecados insultam o próprio DEUS, como é o caso do pecado da incredulidade.

2º. “coração perverso”:
Quando lemos aqui em Hebreus sobre o coração “perverso” – (v.12), vemos que esse termo descreve uma condição geral.
O vocábulo “coração” é comum no Antigo e Novo Testamento, referindo-se ao homem interior. Freqüentemente está relacionado à parte emocional e intelectual do homem.
Essa frase: “Perverso coração” é encontrada no A.T. em duas passagens no livro de Jeremias:
16.12: “Vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que cada um de vós anda segundo a dureza do seu coração maligno, para não me dar ouvidos a mim”.
18.12: “Mas eles dizem: Não há esperança, porque andaremos consoante os nossos projetos, e cada um fará segundo a dureza do seu coração maligno”.
Quando o coração é endurecido vemos a ordem de desvio gradual: pecado, mente iludida, coração endurecido, incredulidade e apostasia.
Quando o escritor dessa epístola exorta os irmãos quanto ao coração perverso, ele mostra a conseqüência disso que é: “vos afaste do DEUS vivo” - (I Tm 4.1). O vocábulo “afaste” fala da "apostasia", da "indiferença", "menosprezo". E por isso, que a incredulidade é um pecado que afronta a DEUS diretamente. É duvidar de DEUS, da Sua obra e de Seus caminhos.

O sábado era uma dádiva divina:
Em Gênesis, vemos que DEUS criou o sábado para o desfrute Dele; mas, aqui Ele dá o sábado como dádiva dele para o homem. Aqui Ele está buscando o homem para Si.
Em Êxodo 16.29, diz: “Considerai que o SENHOR vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia”.
O sábado foi interrompido no Éden, e aqui, ele é novamente instituído.
Mas, de um modo irreverente o homem não ama o repouso de DEUS. Veja que no versículo 27 de Êxodo 16, diz: “Ao sétimo dia, saíram alguns do povo para o colher, porém não o acharam”.
O desejo de DEUS era que o homem gozasse de uma doce comunhão com Ele.
DEUS sempre buscou no homem intimidade, e o homem sempre buscou em DEUS utilidade.

O desejo de DEUS era que o homem tivesse acesso irrestrito diante dele
Há algo muito interessante quando estudamos acerca dos assuntos governamentais entre DEUS e o Seu povo. Quando DEUS tirou o povo de Israel do Egito, Ele os levou para a planície do Sinai, e dali, Ele tomou Moisés e o chamou para o cume do monte, isto é, a 2.244 metros de altura. No monte Sinai DEUS deu a Sua Lei a Moisés.
Por Luiz Fontes

Um comentário:

Unknown disse...

Eu em particular nao tinha lido o livro de exodo estou tendo uma otima esperiencia