sábado, 20 de junho de 2009

A RESTAURAÇÃO PESSOAL

A restauração do Senhor de todas as coisas como nos diz o texto de Atos 3.21, com toda a certeza irá se cumprir por Deus, pois para isto o céu recebeu o nosso Senhor Jesus, o que foi dito pela boca dos santos profetas desde o princípio.
Ela se cumprirá, porque foi Deus quem disse, mas a restauração compreende todas as coisas, até a nossa pessoalmente. Jesus iniciou esta obra na cruz do calvário, onde se tornou o último Adão, crucificando juntamente com Ele o nosso velho homem (Rom. 6.6). Perdoou os nossos pecados pelo seu sangue e nos ressuscitou juntamente com Ele, fazendo-nos nascer de novo para uma viva esperança (Ef. 2.5-6; I Pedro 1.3).
Fazendo um paralelo, podemos notar que a nossa pessoal acompanha a restauração desde o tempo da reforma que iniciou por Martin Lutero até os dias de hoje. Esta obra de restauração, consumada por Cristo naquela cruz começa em nós pela justificação pela fé (Rom. 5.1-2).
Após Lutero vemos João Calvino, o qual fez à Igreja de nosso Senhor retornar novamente a visão teocêntrica e cristocêntrica. É necessário que a nossa visão seja mudada do homem para Deus; que tudo provém de Deus, do nosso Pai (João 6.44-45).
Depois de João Calvino, em meados do século XIX vemos o clamor da Igreja buscando um avivamento pessoal para uma vida santa. E a igreja foi despertada para a santificação pela fé. A justificação pela fé leva-nos a regeneração e a santificação pela fé a uma transformação, uma renovação pelo Espírito Santo (Rom. 6.11-14).
No final do século XIX e início do século XX, sem citar nomes, vemos o Espírito do nosso Deus –porque assim é em todos os tempos– restaurando o testemunho à Igreja da glorificação pela fé. Revelando que a obra do nosso Senhor além de uma glória pessoal, traz também uma glória coletiva. Fomos justificados, santificados e glorificados em nosso Senhor Jesus Cristo naquela cruz, e agora, de fé em fé, tem nos sido revelada a justiça de Deus através do evangelho.
A justificação pela fé nos traz regeneração, a santificação transformação e a glorificação pela fé a transfiguração (II Cor. 3.18). Esta é a salvação completa a qual o Senhor realizou naquela cruz, que compreende o nosso espírito, alma e corpo.
A glorificação pela fé culmina a nossa glorificação pessoal com a glorificação coletiva. Cristo em nós é a esperança da glória, mas a glória que nos foi dada é para que sejamos um (João 17.22).
Se a restauração do testemunho do Senhor através da Igreja não tem sido uma realidade em nós é necessário revê-la pessoalmente. Temos que retornar à justificação pela fé, e a partir daí, a nossa visão seja santificada e passe a ser teocêntrica e cristocêntrica. Que avancemos em nossa caminhada e alcancemos pela fé a renovação pelo Espírito Santo, para uma vida verdadeiramente liberta do pecado; servindo-o sem temor, em santidade e justiça todos os dias da nossa vida (Lc. 1.74-75).
A glorificação pela fé, o viver pela fé e em amor para crescermos como Igreja, só será possível se a nossa pessoal for uma realidade no que diz respeito à justificação e santificação pela fé.

Fonte:www.aguasvivas.ws

segunda-feira, 15 de junho de 2009

AS 42 JORNADAS NO DESERTO - ÊXODO CAP. 16

Mais em uma dessas estações, isto é, na oitava estação que ocorreu no deserto de Sim, em Êxodo capítulo 16, DEUS concede a eles duas coisas muito especiais: O maná e o sábado.
Vamos ler o capítulo 16 de Êxodo e compreender todo cenário que compõe essa história, porque aqui, vamos conhecer melhor o nosso coração em face a graça de DEUS.
Aqui iremos entender porque o coração humano não se interessa pela intimidade de uma vida com DEUS:
v.1: “Partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram da terra do Egito”.
v.2: “Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto”.
v.3: “disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão”.

Vamos atentar para alguns princípios espirituais
Aqui nós podemos compreender um pouco nosso próprio coração.
Quero fazer sete proposições importantes com relação ao caráter de DEUS e os seus tratamentos, e qual tem sido a resposta do nosso coração; vejamos:
1º não existe sequer uma posição em toda a peregrinação dos eleitos de DEUS cujos limites não haja sido cuidadosamente traçados pela mão da sabedoria infalível de DEUS.
2º Quando DEUS visitou e tirou o Seu povo do Egito, não foi certamente com o propósito de os deixar morrer de fome e de sede no deserto.
3º Eles deviam saber disso. Eles devia ter confiado Nele e andado na confiança Daquele amor que os havia libertado gloriosamente dos horrores da escravidão do Egito.
4º Deviam ter recordado que era infinitamente melhor estar com DEUS no deserto do que nos fornos de tijolos de Faraó. É incrível, mais o coração humano acha uma coisa muito difícil, dar crédito a DEUS pelo Seu amor perfeito e puro.
5º Como as pessoas acham motivos para murmurarem contra DEUS. Parecem que depositam mais confiança em Satanás do que em DEUS.
6º Parece que as pessoas não estão cansadas de servir ao diabo, e nem tão pouco descontentes com ele. Mas, quanto a DEUS, é comum a murmuração.
7º Será que toda essa situação não revela as entranhas do nosso próprio coração?

Quando você perdeu aquele ente querido, não foi a DEUS que você culpou?
Quando seu casamento fracassou não foi a Ele que você culpou?
Quando você perdeu o emprego não foi a Ele que você creditou a culpa?
Em meios aos sofrimentos e lutas que você tem passado, você geralmente não O acusa de abandono?
Nosso coração é assim. Em nada difere do coração desse povo. Por isso, que entendo que é muito importante estudar esse capítulo de 16 de Êxodo, porque ele explica a nossa falta de intimidade com DEUS.

Vejamos aqui uma linda composição do caráter gracioso de DEUS:
Agora, preste atenção no caráter gracioso de DEUS. Veja que no versículo 4 de Êx 16, o SENHOR diz: “Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não”. Aqui vemos o povo envolvido pela nuvem fria da incredulidade. Eles disseram a Moisés: “quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar”. Em contra partida a esse coração endurecido pelo engano do pecado, DEUS diz: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não”.
No Salmo 78.25, o salmista chama o Maná de “Pão dos anjos”. Agora veja que o SENHOR diz que Ele deu o maná, para colocar Israel a prova, se eles andavam na lei do SENHOR.

Agora veja as trevas que existe no coração humano em contraposição a graça de DEUS:
Vamos ler Números capítulo 21 e o versículo 5, onde diz: “E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil”.
Vamos analisar dois vocábulos aqui nesse texto:
O termo fastio aqui no hebraico é “repugnância”, “nojo”.
E o termo “vil” é “desprezível”, “sem valor”.

Em Atos 7.38,39, Estevão diz: “É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir. A quem nossos pais não quiseram obedecer; antes, o repeliram e, no seu coração, voltaram para o Egito”. O termo “repeliram” no grego é apothomai, que significa: “expulsar”, “empurrar para fora”, “repelir”, “empurrar para fora de si mesmo”, “repudiar”, “rejeitar”, “recusar”.
Vemos que eles saíram do Egito, mais o Egito não saiu de dentro deles. Mas mesmo assim, DEUS em graça providencia o maná para Eles.
Essa experiência revela a oposição que existe em nosso coração à graça de DEUS.
Qual era a lei de DEUS dada a eles até aqui? – (v.4).
DEUS estava provando a ingratidão deles; o quanto eram hipócritas; DEUS para eles só tinha significado se fosse utilitário. Eles estavam interessados nas obras de DEUS e não nos caminhos de DEUS. Este povo não conhecia o caráter de DEUS.
Note essa frase: “se anda na minha lei ou não”. É interessante notar que eles ainda não tinham chegado ao Monte Sinai, então, qual era essa Lei? Essa lei era “descansar”. Esse era o único mandamento que DEUS havia dado a eles até aqui. Até aqui DEUS queria que Israel confiasse Nele, descansasse Nele.
DEUS havia se revelado em graça para com eles. Demonstrou Seu poder, Seu amor quando os livrou da escravidão do Egito.

O que DEUS queria revelar no maná?
Ora, o povo de Israel não entendeu o propósito do maná. Eles apanharam o maná e comiam o maná sem compreender seu propósito. Havia naquele maná mais do que os nutrientes para matar a fome deles.
Veja a descrição do maná segundo a Bíblia:
v.14: “E, quando se evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra”.
v.15: “Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento”.
v.16: “Eis o que o SENHOR vos ordenou: Colhei disso cada um segundo o que pode comer, um gômer por cabeça, segundo o número de vossas pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda”.
v.17: “Assim o fizeram os filhos de Israel; e colheram, uns, mais, outros, menos”.
v.18: “Porém, medindo-o com o gômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco, pois colheram cada um quanto podia comer”.
v.31: “Deu-lhe a casa de Israel o nome de maná; era como semente de coentro, branco e de sabor como bolos de mel”.
Imagine que delicia deveria ser o maná. Mas no aspecto espiritual, DEUS estava falando algo mais delicioso que aquele maná que eles comeram.
DEUS estava revelando Seu Filho. Naquele maná estava não apenas o suprimento de DEUS para a fome deles, como o suprimento de DEUS para o espírito deles. Aquele era um povo que insistia em não conhecer DEUS.
DEUS estava se revelando a Eles e eles não compreenderam.
Creio que aqui é interessante ler Hebreus cap 3 e os versos 7 a 17
v.7: “Assim, pois, como diz o ESPÍRITO SANTO: Hoje, se ouvirdes a sua voz”;
v.8: “não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto”;
v.9: “onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova,[gr. Dokimazo, sig.: “ver se uma coisa é genuína ou não”] e viram as minhas obras por quarenta anos”.
v.10: “Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos”.

Vamos atentar para alguns princípios importantes aqui, os quais temos que considerar:
1º.DEUS diz que a murmuração daquele povo era uma clara demonstração de incredulidade. Eles fizeram aquilo para provar a veracidade do caráter de DEUS.
2º.O versículo 10 diz: “Por isso, me indignei contra essa geração” – no grego indica “um motivo”. E qual foi o motivo pelo qual DEUS se indignou contra eles? A parte final do versículo 9 responde para nós: “viram as minhas obras por quarenta anos”. Ora, qual é o problema? Veja o final do versículo 10: “não conheceram os meus caminhos”. Precisamos saber qual é a diferença das “obras de DEUS” e dos “caminhos de DEUS”:
No Salmo 103.7 diz: “Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel”.
Note essa palavra: “caminhos”. No hebraico é derek. A primeira ocorrência dessa palavra está em Gênesis 3.24: “E, expulsou o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida”. Espiritualmente falando, quando DEUS revelou seus caminhos a Moisés, Ele na verdade estava revelando o caminho da árvore da vida. Aquele caminho que Adão recusou conhecer.
Na história do povo de DEUS encontramos duas classes de pessoas: aquelas que somente conhecem os feitos de DEUS, e aquelas, que, além disso, conhecem Seus caminhos.
O que significa os caminhos de DEUS? Vamos compreender o que significa conhecer os caminhos de DEUS:
Seus caminhos revelam Sua intimidade.
Seus caminhos são os meios que Ele utiliza para revelar Seus segredos e conduzir-nos ao Seu propósito mais elevado.
São Seus métodos para fazer aquilo que Ele decidiu fazer. Em relação a nós, fala dos Seus tratamentos para conosco por intermédio dos quais Ele realiza Seu propósito.

O que significa conhecer as obras de DEUS?
Suas obras revelam Seu poder.
Suas obras têm como objetivo nos levar a conhecer Seu poder e soberania.

Conhecer apenas Seus feitos, Suas obras significa ficar na periferia do Seu chamamento, sem conhecer o propósito para o qual fomos chamados.
O grande perigo jaz em querermos egoisticamente desfrutar de Seu poder, de Suas bênçãos, não buscando conhecer Seus caminhos e cooperar com Seu propósito.
Durante 40 anos eles só viram as obras de DEUS.

Vamos retornar a Hebreus 3:
v.11: “Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso”.
v.12: “Tende cuidado,[gr.: blepo; sig.: “discernimento”, “vigilância”] irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso [gr.: poneros; sig.: “condição má”] coração de incredulidade que vos afaste [gr.: aphistemi; sig.: “apostasia”; “abandonar”; “indiferença”] do DEUS vivo”;
v.13: “pelo contrário [gr.: temos a conjunção allá que introduz uma transição para o assunto principal], exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.
v.14: “Porque nos temos tornado participantes de CRISTO, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”.
v.15: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação [gr.: parapikrasmos; sig.: “insulto”, “afronta”, “irreverência”, “petulância”, “atrevimento”].
v.16: “Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?”
v.17: “E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?”

Vamos atentar para dois aspectos que caracterizam a apostasia nesses textos:
1º. Incredulidade:
Nenhum coração é mais perverso que um coração de incredulidade. Nada ofende tanto a DEUS quanto nossa incredulidade.
A incredulidade é a pior arma maligna em nós que impede a intimidade com DEUS.
Uma definição de incredulidade é a tendência de quem não se deixa facilmente convencer. Veja em Gênesis 32.25, quando a Bíblia diz que o Anjo do SENHOR: “Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem”.
Quantas vezes DEUS não pode conosco. Embora, esse não era o problema de Jacó. Mas pode ser o nosso. Quantas vezes DEUS não pode conosco, por causa da nossa incredulidade.
Quando DEUS vê que não pode conosco, Ele toca na articulação da nossa coxa. Esse é o trabalhar disciplinador da cruz.
A incredulidade dos filhos de Israel no deserto fez com que DEUS desistisse deles.
A incredulidade insulta e ofende a DEUS.
Todo pecado viola a lei justa de DEUS, mas alguns pecados insultam o próprio DEUS, como é o caso do pecado da incredulidade.

2º. “coração perverso”:
Quando lemos aqui em Hebreus sobre o coração “perverso” – (v.12), vemos que esse termo descreve uma condição geral.
O vocábulo “coração” é comum no Antigo e Novo Testamento, referindo-se ao homem interior. Freqüentemente está relacionado à parte emocional e intelectual do homem.
Essa frase: “Perverso coração” é encontrada no A.T. em duas passagens no livro de Jeremias:
16.12: “Vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que cada um de vós anda segundo a dureza do seu coração maligno, para não me dar ouvidos a mim”.
18.12: “Mas eles dizem: Não há esperança, porque andaremos consoante os nossos projetos, e cada um fará segundo a dureza do seu coração maligno”.
Quando o coração é endurecido vemos a ordem de desvio gradual: pecado, mente iludida, coração endurecido, incredulidade e apostasia.
Quando o escritor dessa epístola exorta os irmãos quanto ao coração perverso, ele mostra a conseqüência disso que é: “vos afaste do DEUS vivo” - (I Tm 4.1). O vocábulo “afaste” fala da "apostasia", da "indiferença", "menosprezo". E por isso, que a incredulidade é um pecado que afronta a DEUS diretamente. É duvidar de DEUS, da Sua obra e de Seus caminhos.

O sábado era uma dádiva divina:
Em Gênesis, vemos que DEUS criou o sábado para o desfrute Dele; mas, aqui Ele dá o sábado como dádiva dele para o homem. Aqui Ele está buscando o homem para Si.
Em Êxodo 16.29, diz: “Considerai que o SENHOR vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia”.
O sábado foi interrompido no Éden, e aqui, ele é novamente instituído.
Mas, de um modo irreverente o homem não ama o repouso de DEUS. Veja que no versículo 27 de Êxodo 16, diz: “Ao sétimo dia, saíram alguns do povo para o colher, porém não o acharam”.
O desejo de DEUS era que o homem gozasse de uma doce comunhão com Ele.
DEUS sempre buscou no homem intimidade, e o homem sempre buscou em DEUS utilidade.

O desejo de DEUS era que o homem tivesse acesso irrestrito diante dele
Há algo muito interessante quando estudamos acerca dos assuntos governamentais entre DEUS e o Seu povo. Quando DEUS tirou o povo de Israel do Egito, Ele os levou para a planície do Sinai, e dali, Ele tomou Moisés e o chamou para o cume do monte, isto é, a 2.244 metros de altura. No monte Sinai DEUS deu a Sua Lei a Moisés.
Por Luiz Fontes

CRISTO X RELIGIÃO DO HOMENS – POR SÍLVIO MARIA

Extraído do Blog Alimento Sólido; dos Irmãos de Rio Grande-RS .
Espero que o que vai ser compartilhado com os amados irmãos possa, mediante a graça do Senhor, ajudar a modificar a situação das Igrejas do nosso País.
Este blog tem a certeza que está ministrando a homens conscientes da necessidade de uma restauração das igreja fazendo-as retornar a pura palavra de Deus, a fim de que através da palavra de Deus encontre os princípios que regem a Igreja do Senhor Jesus nesta terra.
Não vou me deter em detalhes doutrinários ou responder as mais diversas bases teológicas, mas simplesmente dar o alerta, tocar a trombeta para aquele que tiver ouvidos que ouça o que o Espírito diz as igrejas.
Me dirijo especialmente a todos que sentem a sua responsabilidade na causa do Senhor a todos que tem algum tipo de encargo ou responsabilidade pelo rebanho do Senhor.
Tenho falado muito sobre crescimento espiritual e de como obter a maturidade espiritual e creio que este momento é o momento oportuno para compartilhar sobre a situação das Igrejas no Brasil e no mundo. Mesmo sabendo que irei ser mal interpretados mesmo assim desejo ser fiél ao nosso Deus, não querendo agradar a homens mas agradar ao nosso Deus.
E antes que você se levante para se opor ao que vai ser dito, faça o favor, leve humildemente diante do Senhor tudo o que vai ser compartilhado. Amém.
Ao iniciar este importante assunto para a vida das Igrejas do Brasil e no mundo, quero dizer que a história ao lado da palavra de Deus é a grande mestra sobre os assuntos da igreja de hoje, da igreja dos nossos dias.
O nosso Deus tem permitido que o acervo da história registre as lutas, os gemidos e as agonias que homens e mulheres de Deus travaram e experimentaram no firme desejo de servir ao Senhor.
O nosso Deus também permitiu que a pena dos historiadores fosse realmente implacável ao descrever as divisões doutrinárias, o orgulho, o autoritarismo e as divisões que marcaram profundamente a igreja dos séculos passados bem como do presente.
A verdade é que muitos fiéis homens de Deus do passado pagaram o preço para que hoje tenhamos a palavra, a fé e os ensinamentos preservados até nossos dias pelo poder do Espírito Santo do nosso Deus, capacitando homens que realmente viveram exclusivamente para o nosso Deus.
Foram homens guardadores da fé ,aguardando todas as coisas. Em At 3:21 nos diz: “Ao qual é necessário que o céu contenha Cristo até os tempos da restauração de todas as coisas de que Deus falou por boca dos seus profetas desde a antigüidade.”Portanto amados irmãos não podemos desprezar que homens do passado estiveram em alerta, tapando a brecha, pagando o preço, alguns até mesmo ignorados no processo histórico, prepararam o caminho para a restauração da igreja que hoje todos nós também anelamos, quer consciente ou inconscientemente, você sabe que algo necessita ser restaurado.
Estamos bastante cientes de que o Senhor não tem prazer em que rememoremos os fracassos de seu povo ou que fiquemos a lamentar sobre os fracassos do passado.
Mas procurando me esquivar de detalhes, quero mostrar alguns pontos importantes aos nossos amados irmãos, sobre a história passada da igreja e também que sirva de advertência para os nossos dias.
Ø Em primeiro lugar no período que foi do ano 30 a 100 d.C a igreja é um instrumento poderoso que minou o império romano trazendo Jesus como Kyrios ou seja o Senhor para o mundo. Entretanto logo após a morte do apóstolo João tudo indica que o poder começou a cair na igreja, inclusive Nero e suas perseguições foram neste período muito grandes e implacáveis.
- Por volta de 130 d.C desaparece o ministério profético e a falta da imposição de mãos. Por volta de 150 d.C começa desaparecer muitas evidências do estar cheio do Espírito Santo e dos dons espirituais e o povo já não tinha um encontro vivo com o Espirito.
- Por volta de 160 d.C desaparece a pluralidade de presbíteros e começa então os bispos monárquicos.
- Por volta de 180 d.C as igrejas perdem autonomia como igrejas locais.
- Por volta de 200 d.C as igrejas já não dão muito valor ao batismo nas águas e pouco antes por volta de 185d.C há o primeiro registro de batismo de crianças.
- Por volta de 210 d.C começa uma grande distinção entre o clero e os leigos, o clero passa a ser os sacerdotes.
- Por volta de 225 d.C foram criados os credos de fé para se receber novos membros nas igrejas.
- Por volta de 240 d.C o mundanismo entrou na igreja, a vida de santidade tornou-se irreal para muitos.
- Por volta de 313 d.C Constantino tornou-se o governador do grande império romano e escolheu o cristianismo como a melhor das religiões. O estado e a igreja se tornaram um.
- Por volta de 350 d.C o cristianismo se transforma na religião oficial do império e todos que não pertencem a igreja foram perseguidos. Neste ponto perdeu-se a ênfase de ser aceito pela igreja pela salvação ou justificação pela fé.
- Por volta de 380 d.C Teodósio fez de Roma a capital do império religioso e autoridade final sobre o assunto religioso.
- No ano de 392 d.C Teodósio declara que toda forma de adoração fora da igreja deveria ser punido com a morte.
- De 400 a 484 o rito do batismo perdeu o seu valor e o clero estava isento de impostos.
Acredito que até aqui já temos dados suficientes para vermos como o declínio da igreja foi terrível. Por isso amados irmãos teremos que pular quase 800 anos da história para começarmos a ver os ventos de restauração da igreja do Senhor, aleluia Ele é que restaura o seu povo.
Vamos mencionar alguns dos principais acontecimentos que contribuíram para a renovação da igreja do Senhor e que tem alcançado até os nosso dias.
- De 1182 a 1223d.C surge o período de Francisco de Assis. Francisco procura voltar aos princípios de Mateus 5,6,7. Começa uma vida piedosa, abandona as riquezas e passa a pregar aos pobres e desamparados e a viver uma vida simples. É o primeiro alvorecer da reforma. Junto com Francisco de Assis surgiu Pedro Valdo que deu origem aos Valdenses excomungados da igreja católica romana, organizaram-se traduzindo a bíblia na linguagem do povo e distribuíram porções bíblicas ao povo.
- Por volta de 1375d.C João Wyeliff em meio a problemas políticos religiosos entre Inglaterra e Roma prega que não deve haver distinção entre o clero e o povo e combate a transubstanciação. Havia um vento de reforma na Europa, havia um desejo por uma volta a Deus e a sua palavra. É neste momento que surgem os anabatistas e os menonitas, separando-se da igreja católica Por volta de 1492 a 1559 d.C Meno Simons, e Martinho Lutero, trazem a justificação pela fé.
- Por volta de 1731 d.C o conde Zinzendorf na Saxônia amparou os irmãos da bondade obra de Jonh Hus da Tchecoslováquia. Irmãos esses perseguidos da moravia por causa da sua fé.
- De 1731 a 1791 d.C João Wesley é levado a conhecer o Senhor pelos moravianos e daí surge a herança pentecostal.
- De 1828 a 1829 Jonh Nelson Darby na Inglaterra, conhecido como movimento dos irmãos. Esse movimento produziu grandes homens como Willian Kelly, Mckintosh e Darby.
- Por volta de 1865 surge na América um homem que após uma profunda experiência de cura divina começa a pregar e a evangelizar. Simpson organiza a aliança cristã e missionária, aqui inicia-se mais diretamente a pregar-se o enchimento com Espírito Santo e a cura divina para os enfermos.
- No início do séculoXX o movimento pentecostal era puro, era sádio sem razão denominacional, realmente uma verdadeira igreja. Aquilo que hoje se conhece esta distante dos relatos da história.
Queridos e amados irmãos, hoje temos de cuidar, temos de vigiar para não cairmos nos mesmos erros dos homens do passado.
O que deixaremos para a geração que nos sucederá, a fim de que não errem como no passado? O que devemos a fim de que não errem como no passado? O que devemos fazer para não perdermos de vista a visão da igreja sem sermos um grupo fechado, sectário, orgulhoso, mundano e sem o Espírito.
Nossos pais erraram por que lhes faltou visão mais clara uma revelação mais clara sobre o que realmente é a igreja ; que a igreja é um ato soberano do nosso Deus para cumprir a sua economia para cumprir o seu plano e seu supremo propósito.
Infelizmente ainda hoje no século XXI a quase 2000 anos de história da igreja a quase 2000 anos da morte e ressurreição do Senhor Jesus, no qual pagou alto preço pela sua igreja, apesar de todo este tempo muitos de nós crentes muitos de nós cristãos muitos de nós filhos de Deus ainda estamos confusos acerca da igreja.A pergunta que mais se houve por ai é: qual é a igreja certa? Qual e a igreja certa? Qual é a igreja certa? Existem dezenas de denominações nas cidades, e centenas de denominações no estado e existem milhares de denominações no mundo e o pior que todas presumem ser a igreja verdadeira.
Esta palavra este compartilhar é um alerta , é um apelo aos que desejam ser verdadeiros cooperadores de Deus.
Será que o Senhor Jesus queria deixar seus discípulos em uma tal confusão? Amados irmãos quando estivermos no céu, serão toleradas as seitas, será que serão toleradas as divisões? É claro, certamente que não é a resposta que se houve. Mas por ventura agora neste momento já não estamos ressuscitados e assentados com ele nos céus.
Conf. Ef 2:6: “E juntamente com Ele Cristo Jesus nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais com Cristo Jesus.”
Portanto o corpo ressurreto de Cristo Jesus é um só corpo, composto de todos crentes de cada nação. E estamos assentados nos céus.
Em Jo 17:24 nos diz que todos os que crêem são um com Cristo nos lugares celestiais.
Que Deus o nosso Deus condena a divisão, nenhum dos que se submetem a autoridade da palavra de Deus irá negar.
O apóstolo Paulo diante do primeiro sinal ou embrião das divisões, disse em ICo 1:10-13: “Rogo, porém irmãos pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós divisões... cada um de vós diz: eu sou de Paulo, e eu de Apólo e eu de Cefas, e eu de Cristo, esta porém Cristo dividido?"Tenho absoluta certeza quanto a vontade do Senhor nestes dias, quando cada um diz: eu sou de ROMA, eu sou LUTERANA, eu sou ASSEMBLEIANA, eu sou METODISTA. eu sou EXÉRCITO DA SALVAÇÃO, eu sou LUZ PARA OS POVOS, eu sou ADVENTISTA, eu sou QUADRANGULAR, eu sou da GRAÇA, eu sou da da CHAMADA MISSIONÁRIA, eu sou sou BATISTA, eu sou UNIVERSAL.
Amados irmãos Deus roga a todos os crentes, pela glória e preeminência do nome do Senhor Jesus que não haja divisões.
Deus não tolera nenhum nome ou divisão.
Permitir qualquer outro nome que não seja o nome de Cristo Jesus é rebaixar seu bendito nome. Se a vontade de Deus é que não haja divisões, como podemos pertencer a qualquer delas, ou como poderemos apoiar qualquer divisão, sem estar desobedecendo a vontade de Deus, tendo diante de você a santa palavra do nosso Deus.
E ainda para que não haja engano o Espírito de Deus fala de novo sobre o tema dizendo: “porque ainda sois carnais, pois havendo entre vós inveja contenda, divisões não sois porventura carnais.”
Se você querido irmão faz parte de um cisma., se você querido irmão faz parte de uma divisão no corpo de Cristo, lamento te dizer você ainda é carnal você não é espiritual.
Efésios 4:1-4 nos diz que há um só Corpo um só Espírito.
Todos os crentes são um nO Cristo ressuscitado, e a vontade de Cristo Jesus é que essa unidade seja manifestada ao mundo inteiro.
Em Jo 17:21-23 diz que: “Para que todos sejam um, como tu ó pai o és em mim e eu em ti que também eles sejam um em nós para que o mundo creia.”
E outra vez diz: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tem amado a eles como me tens amado a mim.”
Amados irmãos em lugar de divisões terrenas e discórdias, o bendito Senhor deseja que nós manifestemos ao mundo nossa unidade com Ele. Apesar do fracasso dos nosso dias, não estamos dispensados da fidelidade a Cristo Jesus, não podemos pertencer ou nos identificar com qualquer coisa que desonre a ele ou seja contrário a sua vontade.Até agora amados irmãos tenho demonstrado não só pela história da igreja mas também pela palavra que as divisões são inteiramente contrárias a vontade do Senhor. Portanto todo crente que deseja andar em conformidade com a palavra de Deus deverá separar-se de todas as divisões do corpo de Cristo.
O que estou apresentando aqui é um caminho que já tem sido percorrido por muitos servos de Deus, é um caminho difícil, porém quando é que foi fácil a senda da fé?
Esse foi o caminho dos profetas de Deus para edificação do seu tabernáculo, da sua casa espiritual que somos nós.
Estamos em tempos perigosos. Aquilo que é mau se chama bom.; ao que é bom se chama mau. Podemos perceber que muito do que é chamado cristandade hoje é apenas a religiosidade do homem. O que o homem precisa não é de religião, mas da pessoa viva do Filho de Deus.
Encerrando quero dizer que é um grande erro supor que por nos separarmos de toda divisão denominacional somos melhores do que outros queridos irmãos filhos de Deus que estão nas divisões. Não! Longe de nós pensar isso!!!
É simplesmente porque o filho de Deus Cristo Jesus é digno. Sim ele é digno do sacrifício (que, na verdade é uma alegria) de se deixar todo nome ou divisão e se reunir ao seu nome eternamente bendito.
Nos dias dos apóstolos Jesus era o nome exaltado sobre qualquer outro nome. Exaltar outro nome ainda que fosse Paulo ou Pedro era denunciado pelo Espírito de Deus como carnalidade e divisão no corpo de Cristo. Em Mt 6:10 nos diz: “Seja feita a tua vontade na terra assim como no céu.”
Será que podemos orar assim?
Seria mais honesto admitir: “Pai tenho estado numa divisão por tanto tempo, mas fui iluminado nesta dia e quero fazer a tua vontade sobre a terra como esta no céu.”
Querido irmão, você deseja fazer a vontade de Deus, então seu caminho é bem claro: deixe todo nome e divisão e receba a todos aqueles que ele recebeu para a glória do nome de Jesus. Amém.Contato; ccc.riogrande@gmail.com
Rio Grande - RS

terça-feira, 9 de junho de 2009

Da Desolação à Restauração

Christian Chen
Publicação: 04/06/2009
"Os caminhos e as obras de Deus".
“Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (Sl 103:7). Na história do povo de Deus encontramos duas classes de pessoas: aquelas que somente conhecem Seus feitos e aquelas que, além disso, conhecem Seus caminhos.
Seus feitos revelam Seu poder, mas Seus caminhos revelam Sua intimidade. Os feitos de Deus têm como objetivo nos levar a conhecer Seu poder e soberania, mas Seus caminhos são os meios que Ele utiliza para revelar Seus segredos e conduzir-nos ao Seu propósito mais elevado. Conhecer apenas Seus feitos, Suas obras, significa ficar na periferia do Seu chamamento, sem conhecer o propósito para o qual fomos chamados. O grande perigo jaz em querermos egoisticamente desfrutar de Seu poder, de Suas bênçãos, não buscando conhecer Seus caminhos e cooperar com Seu propósito. Palavra aos Leitores.
O DUPLO CHAMAMENTOA indignação de Deus derramou-se sobre aqueles que “...sempre erram no coração... e não conheceram os Seus caminhos” (Hb 3.10). No deserto caíram milhares daqueles que insistiram em andar em seus próprios caminhos, em vez de se submeterem à direção de Deus rumo à edificação do Seu testemunho; e tudo isso serviu de exemplo para nós, que já temos chegado ao fim dos tempos (1 Co 10).
No entanto, Seus caminhos estão claramente definidos em Sua Palavra e Seu propósito será cabalmente cumprido. O Senhor ainda chora por Sua Jerusalém celestial e nos chama de volta para Ele, de volta para Seus caminhos.
DA DESOLAÇÃO À RESTAURAÇÃOAtrás de todo o chamamento de Deus registrado na Bíblia há sempre uma vontade de Deus específica. A fim de realizar essa vontade, Deus chamou alguns ou um grupo de pessoas para participar de Sua obra.
Toda e qualquer vontade de Deus específica é apenas uma fase do plano eterno de Deus para uma pessoa específica num tempo e espaço específicos. A fim de obtermos uma visão panorâmica do conselho eterno de Deus, é necessário correlacionar todos os dados mencionados na Bíblia a respeito do chamamento de Deus, mas descobriremos que esta é uma tarefa impossível. Contudo, entre os numerosos chamamentos de Deus, há somente oito chamamentos duplos mencionados na Bíblia. Nessas passagens, Deus chama o nome de uma pessoa duas vezes, como, por exemplo, “Abraão! Abraão! ou “Saulo! Saulo!”. Esta impressionante revelação definitivamente chama nossa atenção e nos convida a estudar este assunto mais cuidadosamente. O esforço empregado nessa tarefa mostrou-se recompensador.
Por meio das revelações desses duplos chamamentos de Deus nós temos o privilégio de compartilhar com nossos leitores uma ilustração do que é a “esperança do Seu chamamento” e o maravilhoso propósito de Deus para todos os santos, tanto individual como corporativamente. Nossa oração é para que os leitores da língua portuguesa respondam ao duplo chamamento de Deus e nele caminhem à medida que Deus os capacita e, com isso, tragam um avivamento espiritual em suas localidades.
Nós agora apresentamos este livro como cinco pães e dois peixes Àquele que colocou em nossas mãos estas mensagens e o colocamos novamente naquelas mãos que por amor de nós foram feridas. Se assim for Sua vontade, que Ele mesmo abençoe esta mensagem e permita que ela alcance um público mais amplo e chegue àqueles que têm fome espiritual. Amém.“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não Me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mateus 23.37-39)
“Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.” (Lucas 19.41)
PEREGRINAÇÃO E AS FESTASBuscando na presença do Senhor o que Ele desejava que eu ministrasse nessa ocasião, tive um encargo muito forte pelo sentimento expresso nos versículos citados acima. Ambos trechos têm um impressionante pano de fundo. Nosso Senhor, na metade de Seu último meio ano na terra, andou do monte Hermom até o Gólgota; em Sua jornada, Ele disse aos discípulos ser-Lhe necessário subir para Jerusalém. Esse caminho que Ele fez para Jerusalém era quase exatamente o mesmo caminho que os filhos de Israel faziam a fim de subir para as três festas anuais: a Páscoa, o Pentecoste e a Festa dos Tabernáculos. Essa trajetória era bem complexa. Por exemplo: os israelitas que moravam na Galiléia, que fica no norte de Israel, tinham de cruzar para o lado leste do rio Jordão a fim de ir para Jerusalém. O Jordão, que liga duas massas de água: o mar da Galiléia, ao norte, e o mar Morto, ao sul, é a fronteira leste de Israel. Assim, se os galileus quisessem andar menos, iam para o sul a fim de cruzar o rio. Desse modo, porém, eles teriam de passar por Samaria. Então, por eles não se relacionarem com os samaritanos, antes de chegar a Samaria eles se desviavam, cruzando para o lado leste do rio Jordão e, então, desciam para o sul. Quase chegando à cidade de Jericó – o lugar mais baixo do mundo, que se situa a aproximadamente 430 metros abaixo do nível do mar – é que os israelitas cruzavam o Jordão.
Jericó é próxima de Jerusalém e é o local mais baixo daquela região – o mais elevado é Jerusalém. Portanto, eles caminhavam do lugar mais baixo para o mais elevado. Imagine uma caminhada de uma região a 430 metros abaixo do nível do mar até a região mais elevada! Esse era, sem dúvida, um caminho ascendente, no qual facilmente os peregrinos se cansavam. Por essa razão, eles cantavam salmos enquanto andavam. Há, no Livro de Salmos, um grupo de quinze deles que são chamados de “salmos dos degraus” ou “cânticos de romagem”, que são exatamente os cânticos que usavam para se encorajar mutuamente em sua jornada para Jerusalém. Esses quinze salmos os levavam à presença de Deus e os reunia em Sua presença.
Todos os anos, os israelitas se reuniam para comemorar as festas e para estar, juntos, diante da face de Deus. Eles caminhavam por muitos dias e durante sua peregrinação havia muitos sofrimentos, muitos perigos. A esse caminho a Bíblia chama de “caminho de Sião”: é o caminho que leva o homem à presença de Deus. Mas a Bíblia diz também que esse caminho passa por um vale, o Vale de Baca, que significa “vale das lágrimas”. Portanto, ir para Jerusalém a fim de buscar a Deus implica pagar um alto preço. Os israelitas passavam por muitas tribulações, dificuldades e perigos e, quando viam seus pés dentro das portas de Jerusalém, quando finalmente chegavam à presença de Deus, naquele momento podiam cantar juntos o salmo 133: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Por que todos haviam se disposto a buscar a presença de Deus, eles descobriam, não somente a presença de Deus, mas também a presença dos irmãos, em um único caminho. Por isso, cantavam: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Este é o auge do cântico dos degraus. O salmo seguinte era o que eles cantavam ao se despedir. Assim, podemos dizer que o objetivo da ida a Jerusalém era aquele momento em que eles podiam cantar quão bom e agradável era estarem unidos. Os peregrinos não podiam conter a alegria quando, ainda ao longe, avistavam os muros de Jerusalém. Ao ver Jerusalém, eles se esqueciam das dificuldades e dos sofrimentos do caminho; ao ver Jerusalém, podiam esquecer-se das lágrimas do vale; por isso, dos que chegavam a Jerusalém, não havia um sequer que não se rejubilasse e desejasse celebrar a festa. Assim, o preço que eles pagaram durante os dias de jornada, todas as dificuldades do caminho foram válidas, pois, por fim, chegavam à presença de Deus.
O TESTEMUNHO DE DEUSQue há de melhor do que a presença de Deus? O que há de melhor do que ver os irmãos? Primeiramente, vemos a Deus e, então, os irmãos; nosso relacionamento espiritual deve ser primeiramente com Deus, o sentido vertical, e depois com os irmãos, sentido horizontal. Não somos um agrupamento, ou um clube ou um partido que se reúne apenas por termos crenças iguais. Somos irmãos. E encontramos nossos irmãos no caminho de Sião. Eu quero andar no caminho de Sião e outro irmão também quer – é um caminho difícil, pelo qual temos de pagar um preço, pois ele passa pelo vale das lágrimas; mas, quando estamos juntos, vemos Jerusalém edificada sobre o monte, na região mais elevada, e ficamos cheios de alegria e satisfação juntamente com os irmãos que subiram conosco. Jerusalém edificada alegra a nós e a Deus, pois, na Bíblia, ela representa eternamente o testemunho de Deus.
Por que ela era o testemunho de Deus? Porque lá estava Seu templo, o qual representa a presença de Deus. Portanto, quando os filhos de Israel estavam reunidos, o conteúdo de seu ajuntamento era a presença de Deus. Com a presença Dele, tudo lhes era um paraíso! Bastava-lhes chegar à presença de Deus para perceber que todo esforço e todas as lágrimas valeram a pena. Portanto, todos os que percorreram o caminho de Sião, chegando à presença de Deus, descobriram Deus e também descobriram os irmãos.
Por isso, irmãos e irmãs, temos sempre de lembrar que a presença de Deus se manifesta, de maneira espontânea, numa expressão concreta, que era representada, no Antigo Testamento, pela cidade de Jerusalém. Portanto, Jerusalém representa o testemunho de Deus, e o testemunho de Deus é baseado em Sua presença. Por isso, pode-se abrir uma fábrica ou uma escola, mas nunca poderemos abrir, produzir ou fundar o testemunho de Deus. Basta-nos ter interiormente a presença de Deus para, de forma espontânea, termos exteriormente Seu testemunho glorioso.
A PRESENÇA DE DEUS E O TEMPLO – O CONTEÚDO E A CASCAAo ler o Antigo Testamento, devemos sempre ter em mente que, quando Jerusalém é mencionada, temos uma referência ao testemunho de Deus, pois a cidade de Deus e Seu templo são inseparáveis.
O templo é a realidade interior e a cidade é o testemunho exterior – por haver a presença de Deus, o resultado gerado exteriormente é o testemunho de Deus.
Portanto, quando a presença de Deus é verdadeira, Ele permite que exteriormente se veja um testemunho concreto. No entanto, quando a realidade interior é perdida, o testemunho exterior é perdido. Não podemos nos enganar: quando a vida divina se esvai, quando não temos a presença de Deus, o que vemos é meramente uma organização humana, o resultado do agir das mãos do homem.
Quando a realidade interior já não existe, Deus não deseja que criemos uma falsificação de Seu testemunho. Havendo Sua presença, temos o paraíso; por isso, não precisaremos fazer propaganda do testemunho de Deus, dizendo: “Nós somos a igreja e ninguém mais é” – todos os que falam assim provam que não são a igreja. Aquele que realmente tem a presença de Deus pode falar qualquer coisa, menos essas palavras. Não há meio termo: ter a presença de Deus é ter a presença de Deus; quando a vida vazou ela vazou; se a água da vida entre nós secou, não temos água da vida. Não nos enganemos.
Precisamos ter clareza de que Deus destrói o que é visível externamente quando não há mais realidade interiormente – Ele permite que não permaneça pedra sobre pedra. Quando os israelitas se rebelaram contra Deus, quando adoravam ídolos em oculto, quando não procediam mais como na época de Davi – exteriormente tudo ainda estava igual, pois o templo estava lá e o serviço a Deus ainda era realizado, aparentemente nada havia mudado, mas só Deus sabia que a realidade interior já não existia. Por isso, o livro de Ezequiel diz que a glória de Deus se retirou de Seu templo para o oeste do monte das Oliveiras e dali ascendeu aos céus. Por essa razão, no registro do Antigo Testamento, a partir desse evento, Deus passou a ser chamado apenas de Deus dos céus, em lugar de Senhor dos céus e da terra.
Em Jerusalém, antes do cativeiro babilônico, havia o nome de Deus, mas, porque Sua presença fora perdida, Sua glória se retirou para o céu; por isso, a Jerusalém da terra, o templo da terra, se tornou apenas uma casca: bela por fora, mas sem vida por dentro. Por isso, Deus permitiu que o exército babilônico invadisse a Cidade Santa e a incendiasse. E, enquanto Jerusalém queimava, o profeta Jeremias estava, provavelmente, escondido numa caverna do monte Gólgota. Ele via a cidade sendo incendiada; o fogo estava queimando fora de Jeremias, mas a Bíblia nos indica que, na realidade, o fogo ardia dentro dos ossos de Jeremias, queimando até esgotarem suas lágrimas. Por isso, ele é conhecido como o profeta que chora (cf. Lm 3.49).
O CHORO DE JEREMIASEnquanto Jeremias via Jerusalém, a Cidade Amada, o testemunho de Deus, ardendo em chamas, o fogo do céu queimava dentro dele e ele chorava pela cidade.
Nessa situação, ele escreveu o livro de Lamentações de Jeremias. Esse livro registra o choro de Jeremias por Jerusalém, pois ela deveria ser o testemunho de Deus, mas agora foi destruída, agora não há pedra sobre pedra. Ela não era a cidade do grande Rei? Ela não fora edificada pelo próprio Deus? O próprio Deus havia dito que a escolhera e que nela habitaria; Ele disse que escolheu Sião.
Ele desejava morar naquela cidade, queria ter nela Seu lugar de descanso. Mas, por causa da idolatria dos israelitas, Deus permitiu que Nabucodonosor invadisse Jerusalém e a incendiasse.
E Jeremias chorou ao ver isso. Quão diferente isso era de quando os israelitas se reuniam em Jerusalém nas festas! Ali não havia ninguém de mãos vazias, pois cada um deles levava o produto da terra de Canaã, a terra que manava leite e mel. Aqueles milhares de israelitas, como um só homem, davam um único testemunho de Deus na terra, cantando: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”. Quando havia a realidade interior, Deus permitia sua manifestação exterior.Jerusalém estava sempre no coração dos filhos de Israel, mesmo quando estavam no cativeiro babilônico. Toda vez que se lembravam de Sião, eles choravam. A única coisa que podiam fazer era pendurar as harpas nos salgueiros junto aos rios de Babilônia, pois não lhes era possível entoar as belas canções de sua terra (Sl 137.1-4).
Onde quer que eles estivessem, jamais se esqueceriam de Jerusalém, pois ela representava o testemunho de Deus. Por essa razão, não havia israelita que não rejubilasse ao chegar em Jerusalém, que não derramasse lágrimas de alegria, pois todas as dores e dificuldades já haviam passado. Aqueles que realmente conheciam o testemunho de Deus, ao ver Jerusalém, eram tomados de incontida e espontânea alegria. Mas, ao lermos a Bíblia, vemos que Alguém teve uma reação diferente ao ver Jerusalém.
O caminho que o Senhor percorreu com os discípulos no último meio ano de Seu ministério era quase o mesmo que os israelitas andavam para ir a Jerusalém, o caminho de Sião.
Nessa etapa final de Seu ministério, Ele seguia resolutamente para a Cidade Santa e disse algumas vezes aos discípulos: “Eis que subimos para Jerusalém” (Mt 16.21; 20.18; Mc 10.32, 33; Lc 9.51, 53; 13.22; 17.11; 18.31; 19.28).Jerusalém era Seu alvo. Em Mateus 16, lemos que Jesus perguntou aos Seus discípulos quem o povo dizia ser Ele. Alguns personagens foram mencionados, e havia também quem dissesse ser Ele Jeremias. Isso não é coincidência, mas é a soberania de Deus! Por que Jesus se parecia com Jeremias? Porque, em toda a Bíblia, só houve duas pessoas que choraram por Jerusalém: Jeremias e o Senhor Jesus.
O CHORO DE JESUSQuando Ele e os discípulos finalmente chegaram a Jerusalém – ao contrário dos outros israelitas que choravam no caminho por causa das dificuldades, mas alegravam- se ao ver a Cidade de Deus –, nosso Senhor chorou por ela! Assim como no Antigo Testamento houve uma pessoa que chorava por Jerusalém, assim também há Alguém no Novo Testamento.
No Antigo Testamento, temos o livro das Lamentações de Jeremias, um longo poema que expressa todo o sentimento profundo do profeta.
E, lendo atentamente as palavras do Senhor Jesus, vemos que elas também são um poema. Há vários poemas ditos pelo Senhor e registrados nos Evangelhos, não temos tempo de vê-los um a um agora, mas há um que é especial: este que se identifica com as lamentações de Jeremias.
A constituição deste poema é lamentação, a constituição deste poema é dor. Há poemas que, por meio de suas rimas e estrutura, nos dão um sentimento de alegria, mas tanto Lamentações quanto esta declaração de Jesus são cheias de lamento e dor. O poema está registrado em Mateus 23.37: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!”
Os especialistas em poesia hebraica dizem que esse trecho da palavra do Senhor Jesus tem uma estrutura de poema igual à de Lamentações de Jeremias.
Quando o Senhor chora por Jerusalém, Ele concentra Seu sentimento nestas palavras: “Jerusalém, Jerusalém (...) Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas”.
Jerusalém é uma cidade, é a capital de Israel. É uma cidade que pode ser achada no mapa, que foi edificada sobre um monte. A história não registra nenhuma cidade do mundo que tenha passado tantos sofrimentos como esta. Segundo alguns autores, desde o início dos registros históricos, Jerusalém já foi destruída e reconstruída por pelo menos vinte vezes.
Mas quando o Senhor Jesus chorava por Jerusalém, Ele não estava chorando por uma cidade material, um amontoado de edifícios e ruas. A cidade pela qual Ele chorou é uma cidade que pode escolher, pode decidir, pode optar por ser reunida pelo Senhor sob Suas asas.
O Senhor Jesus queria reunir os filhos de Jerusalém como a galinha ajunta os pintinhos debaixo das asas, mas os israelitas responderam dizendo: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Para os israelitas, Jerusalém sempre foi uma cidade santa; por isso, todos os que não eram santos não podiam morrer dentro da cidade.
Sem dúvida, o Senhor Jesus é o Santo – Ele é a encarnação da santidade de Deus –, mas os israelitas consideraram a cidade muito mais santa que o próprio Senhor. Os judeus jogavam todo o lixo fora da cidade: eles crucificaram o Senhor fora da cidade e preferiram um salteador. Eles clamaram:“Crucifica-O! Crucifica-O!”.
Veja, amado irmão e irmã: o Senhor Jesus a queria, mas Jerusalém não queria a Ele. Se Jerusalém fosse, de fato, em sua realidade interior, uma cidade santa, como poderia não receber o Santo Senhor Jesus? Portanto, o Senhor Jesus não chorou apenas pela Jerusalém do mapa, a Jerusalém da história. Aos olhos do Senhor Jesus, Jerusalém era algo muito mais elevado do que simplesmente uma cidade: ela representava o testemunho de Deus e, por isso, está relacionada ao eterno propósito de Deus. Ao chorar por Jerusalém, Jesus disse: “Jerusalém, Jerusalém (...) Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos (...) e vós não o quisestes!” E, pouco depois, acrescentou: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” Quando era apenas um menino, Jesus disse: “Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 4.29). O templo de Jerusalém era, no sentimento do Senhor, a casa do Pai. Mas ao chorar por Jerusalém, Ele disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” O templo de Deus deveria ser o lugar de descanso de Deus; se fosse, o Senhor teria dito: “Esta é a casa de Meu Pai”. Mas, a partir do momento em que a realidade interior da presença de Deus não existe mais, por estar o templo de Deus em desolação, o Senhor refere-se a ele como “a vossa casa”.
Os israelitas, no Antigo Testamento, já manifestavam essa indisposição de se arrependerem de seus pecados e se consolavam dizendo que Jerusalém não seria destruída, pois o templo de Deus estava ali: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.4), eles repetiram para se entorpecer.
Na verdade, a glória de Deus já se havia retirado dali, mas eles ainda falavam: “Este é o templo de Deus, a cidade de Jerusalém não será destruída, pois uma vez que haja o templo de Deus, ele será eternamente o templo de Deus!” É como os que dizem hoje: “Uma vez que somos a igreja de Deus, seremos eternamente a igreja de Deus.” A Igreja de Deus não é a casa do Pai? Sim, no princípio, de fato, era assim. Lembrem-se que o Senhor Jesus disse: “Não sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai?” Mas ao chorar por Jerusalém, Ele disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” Em Lucas 19.41, Ele acrescentou: “Não deixarão em ti pedra sobre pedra”. E a história comprova que essa palavra foi cabalmente cumprida.
A DESTRUIÇÃO DA CASCA VAZIAEm Mateus 24.1, 2, o Senhor disse algo com respeito à situação futura do templo de Deus. Isso foi profetizado quando Ele andava com os discípulos no templo e estes se maravilharam das pedras com que havia sido edificado. O templo foi construído com pedras muito grandes colocadas umas sobre as outras, pedras extremamente pesadas, entre as quais não foi usado nenhum tipo de cimento – elas ficavam ligadas umas às outras apenas por seu próprio peso.
A maneira como o templo foi edificado indica a maneira como a Igreja deve ser edificada. Edificação da Igreja não é criar maneiras de fazer com que os irmãos fiquem juntos, ensinando computação ou cuidando da saúde dos idosos, por exemplo. Se fizermos isso, é como ter de usar cimento para juntar as pedras. Mas, de acordo com a tipologia da construção do templo, a edificação da Igreja acontece como decorrência espontânea do peso espiritual diante do Senhor que cada pedra viva adquire por meio de muitas lições espirituais preciosas aprendidas em oculto. Assim, quando nos reunirmos com outros irmãos, teremos o peso espiritual que adquirimos na presença do Senhor. Somos edificados juntos, pois você tem peso e eu também tenho peso; nós, por nós mesmos, não temos peso espiritual algum, pois só Cristo é nosso peso. Quanto mais você experimenta Cristo, mais peso você tem. Irmãos e irmãs, a Igreja é edificada exclusivamente dessa maneira.
Por causa dessa característica do templo, os discípulos se admiraram: “Mestre! Que pedras, que construções!” Mas Jesus lhes disse: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”.
Irmãos e irmãs, essa profecia se cumpriu completamente. No ano 70 d.C., o comandante romano Tito liderou seu exército e invadiu Jerusalém. Os soldados cortaram todas as oliveiras do Monte das Oliveiras e usaram a madeira para preparar a invasão. E eles iam atacar Jerusalém exatamente na época da celebração da páscoa, quando os israelitas, de todos os lugares, vinham a Jerusalém para comemorar a festa. Era uma cena muito curiosa! A cidade estava cercada por cavalos e exércitos e, por isso, era tempo de todos se afastarem da zona de guerra – mas os israelitas vinham em grande número para Jerusalém. Por que eram tão corajosos? A razão é que eles achavam que Jerusalém nunca seria destruída. Eles entendiam que, uma vez que Jerusalém era a cidade de Deus, edificada por Deus, ela jamais seria destruída. Eles supunham serem especialmente protegidos por Deus por serem judeus, enquanto seus inimigos eram gentios, povo desprezado por eles e por Deus. Eles diziam que aquela era a cidade eterna e, por isso, os romanos não a conquistariam. Isso os tornou obcecados, a ponto de entrar na cidade, em meio ao cerco, para comemorar a festa. Os soldados romanos não podiam acreditar no que viam! “Eles deveriam correr da cidade; por que todos vão para ela?” Mas era exatamente esta a situação: os israelitas obcecados de todas as partes do país seguiam para lá. Então, Tito deu ordem para que se abrissem todas as portas da muralha, a fim de quem quisesse entrar entrasse. E, exatamente nesse momento, muitos discípulos, por lembrar da profecia de Jesus de que haveria uma grande tribulação que não deixaria ficar pedra sobre pedra, por crer que aquela palavra do Senhor não falharia, aproveitaram a ocasião em que os judeus entravam na cidade para dela fugir. Entre esses discípulos estavam João e a mãe de Jesus. Finalmente, as portas da cidade foram fechadas – e aquela foi a última Páscoa do povo de Israel –, e eles morreram todos. Os romanos incendiaram a cidade e o templo. Quando metade do templo estava queimando, eles se lembraram de que lá havia muito ouro e prata que, agora, derretidos, estavam escorrendo para as fendas das pedras. Então, foi dada uma ordem para que todo o exército tirasse o ouro e a prata do meio das pedras. E, por isso, não ficou pedra sobre pedra, sendo, desse modo, cumprida integralmente a profecia do Senhor Jesus. Daquele dia em diante, a nação de Israel desapareceu totalmente da terra, até ser restabelecida em 14 de maio de 1948. Isso foi o cumprimento da palavra do Senhor: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não Me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” No futuro, eles reconhecerão que Jesus é o Messias e dirão: “Bendito o que vem em nome do Senhor!” Mas, naquela época, o que eles disseram? “Crucifica- O! Crucifica-O! Elimina-O! Preferimos o salteador, nós não O queremos.” Quando Pilatos perguntou: “Hei de crucificar o vosso rei?”, que responderam os judeus? “Não temos rei, senão César!” Os judeus sempre deveriam dizer que além de Deus não tinham rei. Por isso, os judeus e os romanos não se misturavam; mas, para eliminar o Senhor Jesus, disseram algo que era totalmente contra sua consciência e sua lei. JUNTOS!
Depois de termos sido salvos, percebemos que não somos os únicos: há muitos outros cristãos que, como nós, têm a vida de Cristo. Vemos, então, que estamos na Casa de Deus. Fomos chamados do mundo por Deus para que estejamos juntos; portanto, ninguém pode ser um cristão isolado ou solitário. Sem Deus não podemos viver, mas sem os irmãos e as irmãs também não podemos viver nem amadurecer.
Por definição, a Igreja é, primeiramente, a reunião dos chamados. Todos nós, cristãos, fomos chamados por Deus para sair do mundo e reunir-nos. E essa reunião dos chamados é a Igreja, é a Casa de Deus, é o templo de Deus. Assim, o templo do Antigo Testamento é apenas uma prefiguração da Igreja. Temos de lembrar sempre que a Igreja não testemunha de si mesma, mas testifica de nosso Senhor. Quando desfrutamos a presença do Senhor, naturalmente nós O exaltamos e Dele testemunhamos; desse modo, Sua glória e beleza são espontaneamente manifestadas por meio de nós. Ninguém consegue expressar sozinho todas as características de Cristo; mas em um irmão vemos a mansidão de Cristo, em outro vemos Sua longanimidade, em outro, Sua humildade.
E, quando nos reunimos, vemos uma única personalidade, que é a de Cristo. A personalidade de Cristo é Sua imagem, à qual estamos sendo conformados a fim de que as pessoas possam ver Sua glória e beleza.
Recentemente, houve um terremoto muito forte em Taiwan, e muitos irmãos foram ajudar aqueles desabrigados das áreas atingidas. Ali, naquela situação, foi possível perceber que alguns conhecem de fato a Igreja, mas muitos, não.
O testemunho da Igreja exalta a Cristo. Se vestimos a roupa do evangelho e o capacete do evangelho, o que mostramos às pessoas é Cristo, nós mesmos não ficamos visíveis. Você sabe por que nosso corpo necessita ser coberto? Você sabe por que expor o corpo é vergonha? Cobrir o corpo tem por objetivo fazer com que o mundo inteiro veja apenas nossa cabeça. Do mesmo modo, o testemunho da Igreja nunca deve exaltar a ela mesma, mas unicamente a Cristo. É suficiente levarmos as pessoas a crer em Jesus, não precisamos que as pessoas nos conheçam nem valorizem o que fizemos. Quando ocorreu o terremoto em Taiwan, muitas áreas foram severamente atingidas. No entanto, por haver naquelas áreas de calamidade muitos repórteres e câmeras de televisão de todo o mundo, os cristãos que ajudavam as pessoas desabrigadas levantavam grandes bandeiras, nas quais estava escrito que eles eram de tal “igreja” e de tal denominação. Amados irmãos e irmãs, o que foi mostrado ao mundo todo pela televisão? Esse o testemunho que o Corpo de Cristo deve dar? O Corpo dá testemunho da Cabeça, não de si mesmo. Mas o problema está em que, naquela situação, alguns queriam que o mundo inteiro soubesse que eles estavam socorrendo os afligidos pelo terremoto – estavam chamando atenção sobre si mesmos. A Bíblia registra que a Igreja primitiva socorria os pobres segundo o preceito do Senhor, de que a mão esquerda não deveria saber o que a mão direita fazia (Mt 6.3), nunca com o objetivo de exaltar o homem. Quão diferente, porém, daquilo que vimos em meio à destruição em Taiwan! Mas, além da exaltação do homem, ali vimos a manifestação das divisões entre os filhos de Deus – grupos separados sob bandeiras distintas, anunciando sua própria obra. O testemunho de Deus, representado por Jerusalém, não é algo abstrato. Após termos sido salvos, tornamo-nos membros da Igreja, que é o lugar de desfrute da presença de Deus. Por isso, quando nos reunimos com outros irmãos, testemunhamos da unidade. Por conhecermos, de fato, o Senhor e Sua Igreja, não aceitamos que haja qualquer divisão entre Seu povo. Desse modo, graças ao amor de Cristo em nós, sabemos amar aqueles que não são amáveis, aqueles que são diferentes de nós, mesmo aqueles que não viram a luz de Deus sobre a Igreja. O amor nos faz humildes, o amor nunca nos faz sentir especiais. Esse é o testemunho da Igreja: um testemunho de unidade e de amor.
O MAIS IMPORTANTE É O MAIS BAIXOLembro-me da primeira vez que fui a Jerusalém. Eu fiquei muito entusiasmado, pois havia subido a Sião, ao monte do Senhor. Mas eu estava um pouco preocupado: eu não tinha certeza se aquele era o verdadeiro monte Sião! Em Jerusalém – este é um fato curioso –, você vai encontrar dois pináculos, dois lugares da última ceia, dois Gólgotas, e muitas outras coisas duplas. Então, por causa de minha dúvida, perguntei a um monge do mosteiro que ficava naquele lugar: “Este é realmente o monte Sião? ”Ele me respondeu: “Este não é o monte Sião.” Então, perguntei-lhe onde ficava o monte. Ele respondeu: “Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o SENHOR, em derredor do Seu povo” (Sl 125.2). O menor desses montes que você vir, este é Sião.” Então, eu olhei para o leste e também para o oeste, perguntando-me onde estava o monte de Deus. O monge, que estava me observando, me disse: “Você está procurando de maneira errada. Não olhe para cima nem para os lados; você tem de olhar para baixo, você tem de olhar para o vale. Ali há um pequeno monte: aquele é realmente o monte Sião do tempo de Davi. O monte Sião em que você está agora é o monte assim designado de acordo com a tradição católica, não é Sião do tempo de Davi, não é o monte Sião da Bíblia.” A Bíblia diz que os povos dos montes afluirão para Sião (Is 2.2). A palavra “afluirão” no original tem a idéia de fluir como água. Obviamente, a água nunca corre para cima, mas sempre para baixo; portanto, se todos os montes fluem para este monte, o monte Sião não apenas é o menor, mas também o mais humilde. No entanto, o mesmo versículo diz que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido sobre os mais altos montes. Como poderão as águas fluir em direção ao cume? Isso é um paradoxo! Sim, e ele encerra um princípio espiritual fundamental: se somos realmente espirituais, se, de fato, andamos com o Senhor, se somos úteis a Ele e a Sua Casa, devemos ser os mais baixos, os mais humildes, os que mais servem. Somente a vida de Cristo em nós e o operar profundo de Sua cruz podem gerar esse caráter em nós.Irmãos e irmãs, isto é o monte Sião, e assim deve ser o testemunho da Igreja. Se realmente vemos o que é a Igreja, se realmente vemos o que é o testemunho de Deus, jamais diremos que somente nós somos a igreja e ninguém mais é. No momento em que falamos assim, já não somos o mais baixo, mas nos elevamos a nós mesmos e ninguém consegue nos acompanhar. Isso não é testemunho da Igreja. Por isso, quando nos reunimos, temos de lavar os pés uns dos outros. O que significa lavar os pés? Humilhar-nos para servir aos irmãos. Quando nos reunimos, não estamos somente diante dos pés do Senhor, mas estamos também diante dos pés dos irmãos. Essa é uma vida humilde. Assim, todo o testemunho da Igreja deveria ser a representação do monte Sião.
Então, ao unirmos o monte Sião ao monte Moriá temos Jerusalém. Isso prefigura nosso testemunho. Para os judeus, há uma cidade: Jerusalém; nela há um templo, o templo de Deus. A cidade é material e o templo é material, mas Deus, por meio dos filhos de Israel, nos dá uma ilustração muito importante, pois, na verdade, Jerusalém representa algo espiritual: o eterno propósito de Deus. Isso é trabalho de Deus, não trabalho nosso. Mas se você ama a Deus, naturalmente tem parte na Sua obra. Portanto, repito: hoje nós estamos reunidos, fomos chamados para andar juntos, fomos chamados do mundo para exaltar a Cristo, glorificar a Cristo, dar testemunho por nosso Senhor. Agora por meio de nós há um testemunho visível: as pessoas não devem nos ver, mas ver apenas a Cristo.
Texto extraído do 1º capítulo do livro "O Duplo Chamamento". Editora dos Clássicos, 1ª edição

Fonte: http://www.celebrandodeus.com.br/

sábado, 6 de junho de 2009

FALSOS PROFETAS




Desde a queda no pecado existem brigas, ódio, assassinatos, homicídios, inveja, falsidade e engano. O autor do livro de Eclesiastes escreveu com razão: “...nada há que seja novo debaixo do sol” (Ec 1.9).
Já na época de Jeremias havia profetas pouco sóbrios, irrealistas e falsos, que desencaminhavam o povo com profecias enganosas. Mesmo quando as nuvens da tempestade do juízo se ajuntavam mais densas do que nunca sobre Jerusalém, eles acalmavam o povo. Suas declarações eram muito positivas e soavam edificantes, até mesmo encorajadoras aos ouvidos das pessoas. Eles prometiam muito, inclusive a vitória.
Em comparação, os ouvintes recebiam as mensagens de Jeremias como destrutivas, austeras e deprimentes, e só percebiam nelas a perspectiva do juízo. Tratava-se da justiça de Deus e da injustiça do povo, da sua falta de arrependimento e conversão. Como Jeremias deve ter se sentido diante deles?
O falso profeta Hananias apresentava uma “mensagem maravilhosa” e tinha a ousadia, e até mesmo a insolência, de proclamá-la abertamente: “No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no ano quarto, no quinto mês, Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão, me falou na Casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia. Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia” (Jr 28.1-4). A isso Jeremias respondeu: “Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do Senhor e todos os exilados. (...) O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do Senhor” (vv. 6,9). Hananias não ficou nem um pouco impressionado, mas fez o seguinte: “Então, o profeta Hananias tomou os canzis do pescoço de Jeremias, o profeta, e os quebrou; e falou na presença de todo o povo: Assim diz o Senhor: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho” (vv. 10-11). Para Jeremias a única opção era o afastamento. Mas o Senhor orientou-o para que voltasse até Hananias e lhe dissesse, entre outras coisas: “...O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o Senhor. Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano...” (vv. 15-17). Todas as profecias mentirosas de Hananias foram soterradas pela areia da fantasia, pois Jerusalém foi definitivamente conquistada e todos os utensílios foram retirados do templo.


Em uma carta, Jeremias teve de escrever o seguinte aos líderes de Israel e a todo o povo que Nabucodonosor tinha levado para a Babilônia: “Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo; porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o Senhor” (Jr 29.8-9). É interessante a proximidade significativa entre as falsas profecias e a adivinhação.
A situação hoje não é muito diferente: profecias bíblicas estão para se cumprir. A princípio as perspectivas não são boas, pois as nuvens da tribulação que se aproxima estão cada vez mais densas. Estamos cercados por más notícias. Indo de encontro a isso, prega-se em muitos lugares um evangelho puramente “positivo”, que ignora esses fatos e é recebido com atenção crescente:
– Avivamentos e curas são prometidos em larga escala. E embora, depois das reuniões, os doentes sejam tirados dos palcos ainda nas mesmas cadeiras de rodas nas quais chegaram, quase ninguém nota isso. O importante é o show!
– Faz-se do pecado algo inofensivo e fortalece-se a fé em si mesmo.
– A mensagem de exortação do Evangelho não é mencionada, e em vez disso espalha-se um evangelho do “sentir-se bem”.
Menciono alguns paralelos:
As advertências dos apóstolos são claras em relação aos últimos tempos, e não podemos negar que elas sejam cada vez mais pertinentes aos nossos dias:
“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13).
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras...” (2 Pe 2.1).
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 Jo 4.1).
“Porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos” (Rm 16.18).


Mas não devemos apontar para os outros sem olhar para nós mesmos, antes queremos aceitar essas exortações para nossa própria vida.
É claro que o Senhor pode falar de forma muito pessoal conosco por meio de uma palavra qualquer; provavelmente todo cristão pode testemunhar que isso acontece, alegrando-se com esse fato. Ainda assim não podemos aplicar os versículos bíblicos de forma aleatória e tola à nossa própria situação. Um exemplo: há algum tempo precisei ir com urgência à cidade de Hannover para conduzir um funeral. A previsão do tempo era a pior possível, havia alerta de tempestade, fortes nevascas, as ruas estavam escorregadias e os vôos estavam muito atrasados ou eram até cancelados. Alguns irmãos na fé aconselharam-me a não voar de jeito nenhum; seria muito melhor se eu viajasse com o trem noturno. Quanto mais eu prestava atenção aos amigos e ao meu próprio amedrontamento, mais inseguro ficava. Naquela noite tivemos uma reunião de oração. Alguns minutos antes do início abri minha Bíblia na esperança de, talvez, encontrar uma resposta ali. Meu olhar caiu sobre Lamentações 1.1-2: “...Tornou-se como viúva... Chora e chora de noite, e as suas lágrimas lhe correm pelas faces; não tem quem a console...” Lembrei da minha esposa – e fiquei ainda mais inseguro. Será que eu deveria viajar de avião? Conversei com ela em casa e ela disse que, em sua opinião, eu deveria voar despreocupadamente, pois voltaria são e salvo para casa. E, graças a Deus, foi o que aconteceu.
Essa insegurança pode surgir quando arrancamos as passagens de seu contexto. É preciso estar atento para que tudo aquilo que ensinamos, pregamos ou aprendemos em nossa “hora silenciosa” corresponda ao fundamento bíblico e não seja arrancado de seu contexto. A Palavra de Deus não pode ser simplesmente moldada a fim de confirmar nossa opinião pré-concebida. Infelizmente, algumas traduções, versões ou comentários da Bíblia não raro são adaptadas a certas tradições. Tenta-se manter e endurecer opiniões tradicionais próprias por meio de versículos bíblicos. Mas assim a Bíblia é rebaixada a objeto e nós mesmos nos elevamos à condição de sujeitos. Basta lembrar da questão do sábado, da observação das festas e feriados judaicos, da ingestão de alimentos, do batismo e de outros temas semelhantes. Não importa se parece positivo ou negativo: se não corresponder ao ensino geral da Escritura Sagrada, não vale nada. Mesmo o diabo tentou fazer com que Jesus caísse usando versículos da Palavra de Deus arrancados de seu contexto (Mt 4.3ss). E, como ele fazia e ainda continua fazendo isso, tudo o que ele diz é mentira, mesmo se referindo à Palavra de Deus.
As maiores heresias, opiniões equivocadas e seitas surgiram pela interpretação errada da Palavra de Deus.
Mais um exemplo de como não se deve agir: um filho de Deus querido e devotado às vezes sofre com pensamentos depressivos. Durante uma dessas fases ele teve dúvidas acerca da certeza de sua salvação. Ele conta que pensou várias vezes nos versículos de Hebreus 12.16-17, que dizem: “nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado”. Mas no caso de Esaú não se tratava de um filho de Deus que tinha pecado, mostrado contrição e, ainda assim, se perdido. Não: Esaú era antes de mais nada um ímpio, que vivia dessa forma e tinha desprezado conscientemente o seu direito à primogenitura. Esaú estava muito próximo da promessa destinada a ele, mas a rejeitou com desprezo, não a considerou e nem tomou posse dela. Mais tarde ele também quis herdar uma bênção, mas não era a bênção de Deus. As lágrimas de Esaú não foram derramadas em contrição. Ao contrário, ele tentou obter a bênção por meio de lágrimas – sem arrependimento. O caso de Judas foi parecido, pois ele sentiu remorso, mas não se arrependeu (Mt 27.3-5, veja também 2 Co 7.10).
Em outro trecho, a Bíblia diz a respeito de Esaú: “Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). Isso significa que não havia nada em Esaú que o Senhor pudesse ter amado: nenhuma sinceridade, nem um pingo de integridade ou de busca pelo favor do Senhor, bem ao contrário de Jacó, que no auge do sofrimento de sua alma orou: “...Não te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32.26). É assim que a ira de Deus se manifestou contra Esaú e permanece sobre qualquer pessoa que rejeita a fé em Jesus (cf Jo 3.36).
Portanto, a questão não é se um nascido de novo pode se perder, mas que uma pessoa que não nasceu de novo, que vive sem Deus, que está perto da redenção (como Esaú) e tem a promessa, perde a salvação porque, em última instância, rejeita a opção e não a aceita para si. Muitos judeus, a quem a Epístola aos Hebreus fora dirigida, só se importavam com as bênçãos, isto é, as vantagens do cristianismo (Hb 10.29), mas não com Jesus. Aquele que permanece indiferente a Jesus Cristo, a indizível dádiva de Deus, comete um erro que não poderá ser perdoado nem na eternidade! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br/)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, setembro de 2006.
Fonte: www.chamada.com.br

terça-feira, 2 de junho de 2009

O Mistério da Piedade

Luiz Fontes
Publicação: 07/12/2007
O que é mais glorioso para o cristão do que contemplar os mistérios de DEUS?
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de DEUS, que é a igreja do DEUS vivo, coluna e baluarte da verdade. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
1 Timóteo 3.14-16
Introdução
Estamos diante de um assunto que requer de nós uma completa aceitação da nossa incapacidade e nulidade. Humanamente falando, ninguém, por si mesmo, pode compreender o assunto da encarnação. O irmão Martin Llyoid-Jones certa vez disse: “se você tentar entender os procedimentos de DEUS com respeito ao homem e ao mundo, garanto-lhe que você se verá tão confuso que sentirá acabrunhado e infeliz”. Esse é um assunto que requer de nós reverência e temor ao estudá-lo. Necessitamos que o ESPÍRITO SANTO abra os nossos olhos e nos revele o quão santo ele é.A doutrina da encarnação do SENHOR JESUS está relacionada com o Mistério da Vontade de DEUS. Este é um tema infinito e eterno e nós somos finitos e pecadores e não podemos ver, nem entender por nós mesmos completamente. Precisamos da inteira ajuda do ESPÍRITO SANTO para estudá-lo. Haverá algo mais maravilhoso, mais encantador, mais glorioso para o cristão do que contemplar os mistérios de DEUS? Espero que ao nos aproximarmos deste grande tema, o Mistério da Piedade, você já esteja cheio de um sentimento de divina expectação, e aspire a adentrá-lo cada vez mais. Um dos aspectos mais maravilhosos da vida cristã é que nela você está sempre avançando. Você pensa que já a conhece toda a verdade cristã, e então dobra uma esquina e de repente vê algo que não conhecia, e vai adiante, sempre adiante. É por isso que Paulo escreve acerca das riquezas da graça do SENHOR JESUS. Não permita DEUS que alguma vez imaginemos que somos capazes de compreender tudo isso, no sentido de abarcá-lo totalmente. Meu interesse nesse breve estudo não é somente aumentar o nosso conhecimento intelectual de DEUS em relação à Sua misteriosa vontade, e sim desvendar aquilo que nos é possível, “o mistério” dos Seus caminhos, a fim de que possamos vê-lo e tributar a Ele o louvor à glória de Sua graça para conosco, não deixando de reconhecer e confessar a nossa ignorância, pequenez e fragilidade e Lhe agradecer porque um dia DEUS se fez Homem.
A Igreja – Coluna e baluarte da verdade - 1 Tm 3.15-16
Antes de falar sobre o “mistério da piedade”, veja que Paulo primeiro fala sobre a Igreja, que é “coluna e baluarte da verdade”. Este assunto não começa aqui. Não podemos estudar o versículo 16 sem estudar o versículo 15. Aqui temos três palavras impressionantes quanto à vocação e ao ministério da Igreja. Essas três palavras formam o alicerce para aquilo que vamos estudar no versículo 16.Estudemos essas três palavras para que compreendamos o que significa o “mistério da piedade”:“coluna” – No grego é stulos que é um “pilar” ou mesmo “coluna”. A sua finalidade não é somente manter o telhado firme, mas também elevá-lo a certa altura, de forma que o edifício possa ser visto facilmente. Espiritualmente falando, a Igreja sustenta a “verdade” nas alturas. A “verdade” na Igreja tem que ser vista por todo o mundo.
“baluarte” – No grego é hedraioma. Esta palavra ocorre somente aqui em todo N.T. Hedraioma fala de um “suporte”, “aquilo que dá estabilidade”. No sentido espiritual, a Igreja está aqui para suportar, manter firme a “verdade”, contra todo tipo de heresia e incredulidade.
Nessas duas palavras podemos ver a dupla responsabilidade da Igreja do SENHOR JESUS CRISTO: Primeiro como fundamento; a função da Igreja é sustentar com firmeza a “verdade”, para que ela não seja vencida pelas heresias. Aqui temos a confirmação do Evangelho. Em segundo lugar, a Igreja como “coluna”, tem a função de manter a “verdade” nas alturas, de modo que não fique escondida. Neste aspecto temos a proclamação do evangelho. Agora vamos estudar o sentido da palavra “verdade”. Precisamos compreender a relação que existe entre a Igreja e a “verdade”. Em Efésios 2.20, quando Paulo disse que a Igreja está edificada “... sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, JESUS CRISTO, a pedra angular”, ele se referia a este “fundamento” tendo em vista a saúde espiritual da Igreja. Mas quando ele diz que a Igreja é o fundamento da “verdade” aqui em 1 Timóteo 3.15, ele faz referência à vocação da Igreja, à sua missão.Vejamos três proposições importantes aqui:1ª. A Igreja está aqui para proclamar a “verdade” com firmeza, e assim, torná-la conhecida.2ª. A Igreja necessita da “verdade”, e a “verdade” necessita da Igreja.3ª. Da “verdade” a Igreja depende para a sua existência e da Igreja a “verdade” depende para sua defesa e proclamação.
O que é então a “verdade” a qual a Igreja deve proclamar? A “verdade” a qual a Igreja deve zelar, proclamar sem nenhuma distorção é CRISTO JESUS, de quem Paulo agora vai testificar. Ele inicia dizendo: “Evidentemente”. Aqui temos o vocábulo grego homologoumenos, que corresponde ao tempo particípio presente passivo do verbo “confessar”, “declarar”, “adorar”; isso indica que devemos “confessar”, “declarar”, “adorar” “abertamente sem controvérsia”. Veja bem, não é uma palavra tão simples assim como muitos podem imaginar. Ela exige que nós, em face à encarnação, devemos “confessar”, “adorar”, “proclamar sem controvérsias, unânimes, em uma só voz” que o Filho de DEUS se tornou carne! Aqui somos colocados diante da união hipostática (existência substancial) da Pessoa do SENHOR JESUS.Esta união hipostática ensina que Ele é verdadeiramente DEUS, porque possui todos os atributos divinos que são essenciais e que perfazem a divindade; mas também, Ele é verdadeiramente homem, porque possui todas as propriedades essenciais aos seres humanos, e, além disso, assumiu por nós, todas as conseqüências dos nossos pecados.
A formação dessa doutrina na História da Igreja
A doutrina da união das duas naturezas (doutrina hipostática) teve início nos primeiros concílios da Igreja cristã, nas controvérsias teológicas. Após os concílios de Nicéia (325 d.C.) e de Constantinopla (381 d.C.), a doutrina ortodoxa da Igreja ficou sendo a verdadeira e plena humanidade e divindade de JESUS CRISTO.Vamos atentar para alguns detalhes dessa união hipostática do nosso Redentor:1º. Essas duas naturezas não agem separadamente, como se fossem duas pessoas.2º. Elas estão unidas perfeitamente em uma só pessoa, mantendo a distinção das naturezas, mas de modo que nunca a divina é humanizada nem a humana, deificada.3º. Ambas as naturezas estavam e ainda estão em operação para o exercício da obra redentora, de forma que, conquanto distintas, nunca podem estar separadas.
Por que foi absolutamente necessário que o Filho de DEUS assumisse a natureza humana? Vamos responder fazendo algumas proposições:1ª. Proposição: Se o SENHOR JESUS viesse diretamente do céu, sem o processo da encarnação, se não tivesse sido gerado do ventre da virgem Maria, para herdar a sua natureza humana, Ele não poderia fazer parte, ser membro da nossa raça humana.2ª. Proposição: Se o SENHOR JESUS não fosse membro da nossa raça, não poderia livrar-nos da escravidão da culpa, do domínio e poder do pecado, que nós herdamos dos nossos primeiros pais.3ª. Proposição: Era necessário que o Redentor tivesse ancestrais humanos e recebesse a carga genética deles. Somente com a união das duas naturezas isso foi possível.
Definição da Unio Personalis ou União Hipostática
Quando falamos da natureza divina do nosso Redentor, referimo-nos àquilo que é essencial a DEUS; ou seja, onisciência, onipotência, onipresença, eternidade, imensidão, imutabilidade, auto-existência, transcendência, etc. A união hipostática envolve o Filho de DEUS, com ambas as naturezas: divina e humana tornando-se a hipostasis (substância) da natureza humana.
Fundamentos bíblicos para essa gloriosa doutrina
Precisamos compreender que o Logos era DEUS com DEUS. Na encarnação, o Logos (o verbo de DEUS) não se une a uma pessoa previamente existente, mas tem acrescido sobre si a natureza humana, que é composta de alma e corpo.Há vários textos nas Escrituras que nos fornecem uma base bíblica para a sustentação de uma só Pessoa, mas possuindo as duas naturezas:- Is 7.14: “Portanto, o SENHOR mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”.- Is 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, DEUS Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
Em ambos os textos, podemos ver a união das duas naturezas: por um lado Ele é “um filho”, mas por outro, Ele é “Emanuel”; por um lado podemos ver que Ele é um “menino”, mas por outro, Ele é “DEUS forte”; Ele é tanto “um filho”, como também é “Pai da Eternidade”.No Evangelho de João 1.14, diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. A Bíblia diz que Ele veio da “... da descendência de Davi” - (Rm 1.3). É interessante notar que a palavra “descendência” aqui em Romanos 1.3¸ é epermatos, que significa “semente”. Podemos ver que é a mesma palavra que foi usada em Gênesis 3.16 (R.C.).Ainda, João 8.58, diz: “Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse Eu Sou”. Aqui, Jesus com a idade de trinta e poucos anos, declara sua preexistência divina.Paulo escrevendo aos Colossenses no capítulo 2 e o versículo 9, diz: “porquanto, Nele [em Sua humanidade], habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade”.A redenção do pecador exigia que houvesse um Redentor com ambas as naturezas, a divina e a humana. Esta foi uma exigência decidida no Conselho Trinitário acerca do pacto da redenção. O Redentor tinha de ser DEUS para ter o poder de redimir e tinha de ser homem, para poder sofrer no lugar daqueles que Ele haveria de redimir. Assim, lingüisticamente, como uma palavra é a expressão de uma ação ou de um pensamento, o VERBO é a expressão de DEUS; é DEUS tornando-se expresso em palavras e atitudes. O Verbo passou a possuir alguma coisa que não lhe pertencia antes da encarnação: carne, isto é, as propriedades da natureza humana. Vejamos o que diz a Confissão de Fé de Westminster, elaborada no século 17: “O Filho de DEUS, a Segunda Pessoa da trindade, sendo verdadeiro e eterno DEUS, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre Si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais, com suas enfermidades e debilidades, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do ESPÍRTO SANTO no ventre da virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas – a divina e a humana – foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão; essa Pessoa é verdadeiramente DEUS e verdadeiramente homem, porém, um só CRISTO, o único mediador entre DEUS e os homens”.
A distinção na uni personalidade do Redentor:
Como DEUS:- Ele possuía a forma de DEUS;- Ele tinha a mente de DEUS;- Ele tinha afeições divinas; - Ele tinha vontade divina.
Como Homem:- Ele possuía a forma de homem;- Ele possuía a mente de homem;- Ele possuía afeiçoes divinas;- Ele tinha vontade humana.
Que DEUS, pelo Seu ESPÍRITO, nos ajude a compreender toda riqueza desse grandioso assunto.

Vendo Cristo na Igreja - Comentário sobre a Epístola aos Efésios

Stephen Kaung : www.preciosasemente.com.br
Publicação: 24/07/2008



EFÉSIOS 1:9,10; EFÉSIOS 3:9-11
A Bíblia é a revelação de JESUS CRISTO, e a razão de estudarmos a Bíblia é para que possamos conhecê-lO. Esta é a única razão porque a Palavra é dada a nós, e este é o único modo que podemos ter acesso à Palavra de DEUS. Portanto, desejamos ver o SENHOR JESUS em todos os livros da Bíblia. Agora gostaríamos de ver CRISTO na carta aos Efésios ou, colocando de outra maneira, ver CRISTO através da igreja.

Há uma semelhança entre o livro de Atos e a carta aos Efésios. No livro de Atos vemos o SENHOR fazendo e ensinando em Sua pessoa corpórea, que é a igreja. Na carta aos Efésios, é novamente o SENHOR JESUS como Cabeça de Sua igreja, mas há uma diferença. No livro de Atos é o fato apresentado a nós; CRISTO é visto no Seu Corpo. Mas na carta aos Efésios é o ensino; o ensino de CRISTO na igreja. É maravilhoso que DEUS sempre nos aponta um fato primeiro, e então Ele começa a nos dizer o que ele significa.

No livro de Atos nos é apresentado o fato que a igreja é realmente CRISTO, Ele mesmo, trabalhando e ensinando na terra exatamente como quando Ele estava na terra durante aqueles anos na Sua encarnação, naquele corpo que Ele tomou sobre Si mesmo. Semelhantemente no livro de Atos nós descobrimos que o SENHOR tomou sobre Si outro corpo, um corpo coletivo, e nesse corpo Ele continuou a fazer e ensinar. Este é o fato. Na carta aos Efésios encontramos a interpretação, o ensino.
Esta carta aos Efésios foi escrita por Paulo quando ele estava na prisão em Roma. Fisicamente ele estava limitado. Ele não podia ser ativo, movendo-se ao redor entre o povo de DEUS. Mas graças a DEUS ele não estava amarrado no seu espírito! Pelo contrário, encontramos seu espírito elevado ao terceiro céu, e lá ele viu o mistério de DEUS. Ele tentou compartilhar este mistério de DEUS com os crentes em Éfeso e, é claro, conosco hoje.

A carta aos Efésios revela CRISTO à nós como cabeça da igreja, Seu corpo. Este é o mistério da vontade de DEUS. Em 1 Coríntios 2 Paulo diz, "Decidi nada saber entre vós senão a JESUS CRISTO e este crucificado". Mas isso não quer dizer que a parte do ensino fundamental, à parte da origem do ensino de JESUS CRISTO e Ele crucificado, Paulo não sabe mais nada. Porque imediatamente abaixo ele diz: "Mas entre o que é perfeito..." O perfeito ali não significa sem pecado. Ninguém é sem pecado exceto um, nosso SENHOR JESUS. Ele é perfeito sem pecado. Mas o perfeito no Novo Testamento significa crescido, maduro. Paulo disse; entre o povo maduro falamos sobre sabedoria, uma sabedoria que não é conhecida pelo mundo, nem pelos poderosos do mundo. É a sabedoria de DEUS em mistério. É a sabedoria que esteve escondida pelos séculos dos séculos e é para nossa glória. Não há contradição aqui. "JESUS CRISTO e este crucificado" é o princípio, mas a sabedoria de que Paulo fala, sabedoria de DEUS em mistério, eleva-se acima deste princípio. Isto é o mesmo CRISTO.
Aqui na carta aos Efésios ele aborda em primeiro lugar isto "sabedoria de DEUS em mistério". Ele nos guia de volta à eternidade passada, através do tempo, olhando para a eternidade por vir. Em outras palavras, Paulo trata com esta questão do eterno propósito de DEUS. Queridos irmãos e irmãs, DEUS tem um propósito eterno. Porque chamamos isso um propósito eterno? Porque DEUS tencionou este propósito na eternidade passada. Antes de haver tempo, antes de haver criação, DEUS já havia tencionado um propósito em Si de acordo com o desejo de Sua vontade. Então Ele vem trabalhando através do tempo até que Ele realize esse propósito na eternidade por vir. O que Ele tencionou na eternidade passada deve ser, será e tem que ser realizado na eternidade por vir, porque DEUS não pode falhar. Mas Seu trabalho está no tempo, então Ele criou o tempo como um período ou períodos nos quais Ele pode terminar Seu eterno propósito.
Isto é o que realmente o tempo é, e ainda estamos no tempo agora. O que é o propósito que DEUS tencionou em Si na eternidade passada? Para colocar de uma maneira bem simples: "Convergir todas as coisas em CRISTO", ajuntar, encerrar as coisas em CRISTO. DEUS amou tanto Seu Unigênito Filho que Ele quis expressar Seu amor para Seu Filho. O amor se expressa no dar, e DEUS amou tanto Seu Filho que Ele quis dar tudo a Ele. Esta é a razão porque Ele criou todas as coisas. Ele criou os céus e a terra e todas as coisas neles para Seu Amado Filho. As montanhas, os oceanos, as planícies foram criadas para Seu Filho. Os pássaros, os peixes, os animais foram criados para Seu Filho. Até os anjos celestiais e a humanidade terrestre foram criados para Seu Filho. Ele criou todas as coisas no Seu Filho, por Seu Filho, e para Seu Filho, para que Seu Filho possa herdar todas essas coisas, e todas as coisas sejam resumidas nEle. Este é o eterno propósito de DEUS. E sabemos na eternidade por vir (e está vindo) que isto será verdade. Todas as coisas serão convergidas em CRISTO.
Qual o significado de convergir? Esta palavra "convergir" ou "resumir", "juntar", é usada duas vezes no Novo Testamento. Uma vez é usada aqui em "Efésios 1 e outro lugar em "Romanos 13. “Por isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor". "(Romanos 13:9,10)
Há muitos mandamentos, mas quaisquer que sejam esses, estão todos convergidos, resumidos numa palavra - amor. Amor é a totalidade de todos os mandamentos. Amor dá sentido a todos os mandamentos, e esta é a única maneira de cumprir todos os mandamentos; portanto, o amor resume todos os mandamentos. Semelhantemente, CRISTO resume tudo. Quaisquer que sejam essas coisas, incluindo você e eu, os anjos - tudo se resume em CRISTO. Ele é o grande sentido de tudo. Ele juntou tudo em harmonia e unidade, e Ele é o propósito de tudo. E sabemos que na eternidade por vir isto será uma realidade manifesta. Graças a DEUS por isto.
Não há nenhum problema na eternidade passada. Quando DEUS intentou o Seu propósito não houve nenhum argumento, nenhuma oposição, nenhuma opinião diferente. E não haverá nenhum problema na eternidade por vir porque tudo o que DEUS intentou será realizado. Não haverá mais oposição, nem mais conflito. DEUS terá o que Ele quer para Seu Filho.
Contudo, há muitos problemas no tempo. Depois que DEUS intentou Seu propósito e começou Sua criação, os problemas começaram a vir; primeiro na rebelião do querubim Lúcifer. O querubim que DEUS havia criado rebelou-se contra DEUS e fez-se um Diabo, um adversário de DEUS, e por causa disto a terra entrou no caos. No livro de Gênesis, quando DEUS recria a terra reparando-a e fazendo-a habitável, Ele criou o homem e colocou-o no controle do planeta terra. O homem caiu no pecado, e todo o mundo estava novamente precipitado em "thou" e "bohu" que significa vaidade e ruína. Mas graças a DEUS, Ele está trabalhando. Através de Seu Filho Amado, nosso SENHOR JESUS CRISTO, Ele redimiu e reconciliou todas as coisas de volta à plenitude de DEUS. Não somente Ele nos redimiu por Seu precioso sangue, mas Sua redenção realmente alcança todo o universo, e por causa do que Ele realizou na cruz do calvário, Ele reconciliou todas as coisas na Sua plenitude.
DEUS também propôs no Seu Filho que haverá um povo, a igreja, que será a noiva do Seu Filho amado para compartilhar Sua glória assim como Sua responsabilidade, compartilhar em Sua vida assim como no Seu trabalho. Isto é parte do eterno propósito de DEUS para Seu Filho, e é onde você e eu entramos. Agrada a DEUS que como Ele deu todas as coisas para Seu Filho, que Seu Filho compartilhasse todas as coisas, até Sua glória, com um povo redimido, a igreja.
Esta é a boa vontade de DEUS que depois de terminar a obra de redenção através de CRISTO na terra completar Seu eterno propósito, Ele quer um povo que execute isso em Seu Filho e para Seu Filho. Sempre me lembro dessa ilustração: Um dia um pai estava mudando uma mesa. Era uma mesa muita pesada, mas o pai era forte, e era capaz de levantar a mesa e movê-la. Mas ele tinha um filhinho, e quando o menino viu que seu pai ia carregar a mesa, ele quis ajudar. O pai concordou que seu filho ajudasse. Então o filho segurou de um lado da mesa e o pai pegou o outro lado e eles começaram a mover a mesa. Mas na verdade o filho colocou mais peso na mesa do que carregou. Então o pai não somente carregou a mesa, mas também o filho. Quando eles terminaram de carregar a mesa juntos o filho disse: "nós fizemos isso".
Queridos irmãos e irmãs, esta é a figura disto. Todo o trabalho foi feito pelo nosso SENHOR JESUS, mas agrada a Ele permitir que nós trabalhemos junto com Ele. Realmente nós damos a Ele mais peso (se você não o faz, eu faço). Mas Ele espontaneamente pega o peso extra e carrega tudo para que o propósito do Pai seja consumado. Graças a DEUS por isso. É algo maravilhoso quando DEUS decide colocar-nos no Seu eterno propósito com relação ao Seu Filho, Ele não quer que entremos nisso passivamente, mecanicamente, automaticamente, tecnicamente. Ele quer que entremos no Seu propósito de uma maneira viva, espiritual, real, experimental. Por causa disso a primeira coisa que Ele tem que fazer é tornar conhecido a nós o mistério da Sua vontade. Bem, a vontade de DEUS é um mistério. Quem conhece a mente de DEUS? Quem sabe o que se passa no coração de DEUS? Quem sabe o que DEUS determinou na eternidade passada? Quem sabe o que há por trás de todas as Suas obras no tempo? Quem sabe qual é o Seu alvo? Ninguém sabe. É um mistério. Não somente é isso desconhecido dos elefantes, mas mesmo os anjos não sabem. É um mistério oculto em DEUS. A vontade de DEUS é um mistério, oculto em DEUS. Agora pense sobre isso: Agrada a DEUS fazer-nos conhecedores da Sua vontade. Agora quem somos nós?
Irmãos e irmãs, isso toca profundamente o meu coração o fato de DEUS não revelar o mistério de Sua vontade aos anjos. De fato os anjos estão para conhecer o Seu mistério através da igreja, os redimidos do SENHOR. Nós pecamos; estávamos mortos em pecados e transgressões; nossa mente obscurecida; estávamos alienados da vida de DEUS; tornamo-nos seus inimigos; nós O odiávamos; rebelamos contra Ele e protestamos. Ainda assim, pelo Seu amor e misericórdia, pela graça de JESUS CRISTO, Ele não apenas salvou-nos, mas fez-nos conhecer o mistério de Sua vontade que é um só; Ele não nos trata como escravos, Ele nos trata como amigos. Contudo, a fim de fazer-nos conhecer o mistério da Sua vontade, Ele tem que primeiro atrair-nos para Si. Ele tem que nos trazer para um relacionamento vivo com Ele mesmo. Então nosso conhecimento da Sua vontade não é apenas superficial, mas será vivo; conhecimento experimental do mistério da Sua vontade. Não é uma questão de ensino, é uma questão de ensino baseada na experiência. Se tudo o que você conhece é ensino, isto é doutrina, mas se o ensino é baseado na experiência, isto é vida. DEUS quer que conheçamos Sua vontade em vida, em outras palavras, prática. No primeiro capítulo de Efésios, quando Paulo está tentando descrever este mistério, está além dele. A fim de nos fazer conhecer o mistério de Sua vontade, DEUS primeiro nos abençoa com todas as bençãos espirituais nas regiões celestiais em CRISTO JESUS. Eis o porque dEle nos abençoar. Quais são estas bênçãos espirituais com as quais Ele nos abençoou em CRISTO JESUS? "Assim Ele nos escolheu nEle antes da fundação do mundo". "Antes da fundação do mundo DEUS já havia nos escolhido em CRISTO JESUS. Você não O escolheu, Ele escolheu você, mesmo antes da fundação do mundo, muito antes de você ter nascido. Ele escolheu você em CRISTO JESUS, e marcou você para filiação. Ele disse: Um dia este que Eu escolhi será um filho como o Filho Unigênito. Maravilhoso!! Este alguém pode ser santo e inculpável diante de DEUS em amor. Há somente uma maneira de ser santo e inculpável diante de DEUS, e isto é em amor, porque "o amor cobre uma multidão de pecados". Então é dito, "que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado". DEUS nos agraciou no Amado. Ou, colocando de outro modo, DEUS diz: você é meu favorito. DEUS é muito parcial com você, mas Ele é imparcialmente parcial porque Ele é parcial com todos. Ele nos redimiu pelo Seu sangue. Que preço Ele pagou por isso. CRISTO derramou Seu sangue para nos redimir conforme a riqueza da Sua graça. Ele nos deu uma herança no céu. Oh, que possamos conhecer a expectativa do nosso chamado. Somos chamados para ser o Corpo de CRISTO, e a esperança deste corpo, é que quando ele estiver totalmente crescido, se tornará a noiva de CRISTO. Estamos para conhecer a glória da Sua herança nos santos. Não somente nós herdamos CRISTO, e que herança Ele é para nós; mas CRISTO está para nos herdar. Nós nos tornaremos uma rica herança para CRISTO. Nós também estamos para conhecer a suprema grandeza do Seu poder com respeito a nós que cremos. Oh, o poder que DEUS opera em nós, é nada menos o poder que ressuscitou JESUS dentre os mortos e colocou-O à destra de DEUS acima de todas as coisas. Este mesmo poder está agora operando em nós.
Irmãos e irmãs, Ele fez todas essas coisas em CRISTO para nos fazer compreender que isto é em CRISTO. É em CRISTO que somos escolhidos. É por causa de CRISTO que ganhamos a filiação. É por causa do sangue de CRISTO que somos redimidos. É por causa de CRISTO que nos tornamos co-herdeiros com CRISTO. Tudo que experimentamos da graça de DEUS é em CRISTO. DEUS está a fazer CRISTO tudo em nós, Ele é para ser tudo em nossas vidas. Isto é resumir tudo em CRISTO. No segundo capítulo de Efésios, você descobre que isso é individual. Quando estávamos mortos em pecados e transgressões, Seu amor, misericórdia e graça veio sobre nós que não somente fomos ressuscitados dentre os mortos, mas estamos assentados com CRISTO nos lugares celestiais. Corporalmente, nós estando todos espalhados, somos agora feitos um novo homem em CRISTO JESUS. Fomos reunidos juntos com CRISTO em DEUS. Tudo isso foi feito para nós, tudo isso recebemos e experimentamos, para que cheguemos a um conhecimento real do mistério da vontade de DEUS. O mistério da vontade de DEUS é revelar-se em nós primeiro. Não precisamos apenas entender com nossas mentes, mas isso é para revelar-se em nossas vidas. Verdadeiramente, a igreja pode dizer: ""Tudo se resume em CRISTO". CRISTO é tudo, Ele é o sentido de tudo. Ele dá sentido a tudo, e Ele é tudo em nós. Este é o testemunho da igreja, e isso é para nos fazer conhecedores do mistério da vontade de DEUS.

Você conhece o mistério da vontade de DEUS? Você sabe que a vontade de DEUS é que Seu Filho tenha a preeminência em tudo? Você sabe que a vontade de DEUS é encerrar tudo em CRISTO, resumir tudo em CRISTO para que CRISTO seja manifesto em tudo? Você sabe que Ele está para ser glorificado em tudo? Você sabe que esse é o mistério da vontade de DEUS? Se nós o não sabemos, quem sabe? Se você pergunta aos anjos, eles dizem: "eu não sei o mistério da vontade de DEUS. Eu já vi muitas ações poderosas de DEUS, e sei que Ele está trabalhando voltado para alguma coisa, mas que coisa é esta? Ensine-me". A igreja é não somente para ensinar o mundo, mas é também para ensinar ao mundo desconhecido o mistério da vontade de DEUS. Isto é o que quer dizer em "Efésios 3:10: "Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais."
Primeiro, DEUS torna conhecido a nós o mistério da Sua vontade num caminho vivo. Então, através de nós, a igreja, os redimidos, DEUS fez conhecida toda a Sua múltipla sabedoria aos principados e potestades nos céus. Esses principados, potestades nos céus, não se refere aos reis e senhores nobres sobre a terra. É verdade que DEUS está para fazer conhecido o mistério da sua vontade ao mundo através da igreja, de outro modo o mundo nunca conheceria o que isto é; mas o que é mais, é para ser conhecido dos principados e potestades. Muitos comentaristas concordam que os principados e potestades aqui se referem aos anjos bons, se nós pudermos dividir os anjos em bons e maus. Os anjos bons são aqueles que obedecem a DEUS e executam a Sua vontade. Os maus são aqueles que rebelaram-se contra DEUS sob o querubim.
Esses principados e potestades, que são os anjos bons de DEUS, são mais inteligentes do que nós no conhecimento, mas ainda que eles sejam mais inteligentes que nós, eles não são de todos sábios; eles não sabem tudo. Eles precisam ser ensinados, e quem vai ensiná-los a sabedoria de DEUS? A igreja! Quando eles vêem o que DEUS está operando nos redimidos, quando eles vêem os redimidos na realidade de CRISTO, então seus olhos são abertos para conhecer o eterno propósito de DEUS. Nós estamos para ensinar aos anjos a sabedoria de DEUS. A razão de muitos comentaristas crerem que esses anjos são bons, é porque os anjos maus estão para conhecer a autoridade e o poder de DEUS. Somente os anjos bons desejam conhecer a sabedoria de DEUS. A igreja não está somente para ensinar aos anjos bons a sabedoria de DEUS, mas estamos para fazer conhecidos dos anjos maus a autoridade e o poder de DEUS. Isso é "Efésios 6:10-24.
Depois que CRISTO consumou tudo na cruz do calvário, então Ele deu Sua vitória à igreja para executar isso e trazer o propósito de DEUS, através disto os anjos maus conhecem o poder de DEUS. Estamos agüentando, resistindo e agüentando. Esta é a carta aos Efésios. Se CRISTO é para ser visto através da igreja, então primeiro você tem que saber o que a igreja é! Se você não sabe o que é a igreja, então como você pode ver CRISTO através da igreja? A carta aos Efésios é uma grande carta no ensino do que é a igreja. Se você quer saber o que é a igreja, não olhe ao redor; você nunca descobrirá. Se você quer saber o que é a igreja, nem mesmo vá até a história da igreja, porque o que você vai encontrar é cristianismo oficial. Se você quer saber o que é a igreja, vá a carta aos Efésios. Lá você encontrará a revelação da igreja de DEUS.
O CORPO DE CRISTO
“A igreja, que é o Seu Corpo, a plenitude daquEle que a tudo enche em todas as coisas". "(Efésios 1:23)
A igreja é o Corpo de CRISTO que enche tudo em todas as coisas. A igreja é a plenitude de CRISTO. É como o meu corpo que é a plenitude da cabeça. Toda a sabedoria, todos os planos, todos os propósitos, toda a autoridade, todo o governo, tudo está na cabeça, mas a cabeça preenche o corpo; então o corpo torna-se a plenitude da cabeça. Isto é o que a igreja é, o Corpo de CRISTO. Toda a sabedoria, todas as insondáveis riquezas de DEUS, estão todas estocadas no Corpo de CRISTO, e CRISTO diz: Isto é a minha plenitude.

Este corpo de CRISTO não é somente para estocar todas as insondáveis riquezas de CRISTO, mas para manifestar Sua glória. O corpo está sempre coberto; a cabeça está exposta. A igreja não é para falar de si mesma. A igreja não é para deixar o mundo ver o que ela é: "Veja, nossa torre alcança os céus". Isto é a torre de Babel, não a igreja. A igreja é para revelar CRISTO. Quando o povo entra na assembléia do povo de DEUS, o que eles vêem é CRISTO. DEUS está no meio de vocês e eles inclinam-se e adoram a DEUS. "A igreja é a plenitude de CRISTO; é para estar sempre coberta e nunca exposta. O que a igreja expõe é a cabeça, CRISTO. Que CRISTO seja exaltado e visto e que nós diminuamos e Ele cresça. Isto é a igreja! A igreja é o Corpo de CRISTO. Através da igreja, CRISTO pode continuar a fazer e ensinar. Ainda há muito que é preciso ser feito, e Ele está fazendo isso na igreja e através da igreja. Ainda há muito que ser ensinado, e Ele ensina isso através da igreja. A igreja não tem nada a ensinar de si mesma. Ela opera o que Ele opera. Nós vemos CRISTO na igreja? Se nós vemos somente o corpo e não a Cabeça, isto é uma abominação. Que CRISTO seja visto na igreja. A não ser que CRISTO seja visto na igreja, nós falhamos. Isto é uma deturpação; o maior pecado, em todo o mundo, é o pecado de deturpação. Oh, que representemos a CRISTO corporativamente de uma maneira viva.
UM NOVO HOMEM
A igreja é um novo homem "(veja Efésios 2:15). Em Adão, o velho homem; em CRISTO, o novo homem. Em Adão tudo morre; em CRISTO tudo se faz vivo. Em Adão estávamos todos divididos; em CRISTO somos um. Não existe judeu nem gentio, nem circuncisão ou incircuncisão; nem Bárbaros ou Sitas, nem escravo nem livre; mas CRISTO é tudo em todos. Ele é tudo em tudo. Este é o novo homem, um novo homem. No mundo você tem os judeus, mas na igreja não há judeu. No mundo você tem os gregos ou os gentios, mas na igreja não há gentio. No mundo você tem Bárbaros (muitos deles e Sitas), que é pior porque os Sitas são mais bárbaros do que esses Bárbaros. Se você conhece a história, você sabe que os sitas foram os mais bárbaros de toda a humanidade, então realmente aos olhos de DEUS não há nação civilizada; você é tanto bárbaro quanto sita. Você só é civilizado em CRISTO. Todas essas distinções e discriminações naturais encontram-se no mundo, mas não há lugar neste novo homem para elas, porque estamos todos em CRISTO JESUS.
Irmãos e irmãs, quando você olha para um irmão ou irmã, o que você vê? Você vê um chinês ou vê a CRISTO? Se você vê um chinês, isto é infeliz, não somente para você, mas também para mim. Na igreja não existe chinês, nem americano, nem preto ou branco, ou amarelo, ou marrom, ou vermelho. Na igreja não existe PHD, nem analfabeto, na igreja não existe senhor ou servo. Sim, no mundo há, mas na igreja não há nenhum. "Quando nos reunimos em torno da Mesa do SENHOR, somos todos irmãos e irmãs em CRISTO JESUS. Somos Um. Nada pode separar-nos de CRISTO; nada pode nos separar um do outro porque o amor de CRISTO é o vínculo que nos segura unidos. A igreja é um novo homem, e quando as pessoas olham para a unidade do povo de DEUS eles percebem que isto não é naturalmente possível. Isto é sobrenatural. É CRISTO quem nos une em um. Este é o nosso testemunho.
CONCIDADÃOS DOS SANTOS
O que é a igreja? Somos todos concidadãos dos santos "(veja Efésios 2:19). A igreja é o Reino de DEUS na terra. DEUS transferiu a nós do reino das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor. Nós estamos agora no Reino de DEUS. Somos concidadãos. Nossa cidadania está nos céus. "Somos estrangeiros e peregrinos nesta terra, e ainda assim nós temos cidadania. Está nos céus.
Quando você pensa no Reino de DEUS no nosso meio, então você compreende que como povo de DEUS temos que nos submeter completamente à autoridade do nosso Rei, CRISTO. Se submetemos nossas vidas às regras de nosso CRISTO, nosso Rei, então na realidade nós expressamos Seu Reino. Se nos rebelamos contra a autoridade de CRISTO em nossa própria vida, então como podemos expressar o Reino de DEUS sobre esta terra? O mundo é cheio de rebelião, mas nós somos? A igreja é o Reino de DEUS, mas este Reino é o Reino do Filho de DEUS.
Em Mateus 17, CRISTO foi transfigurado naquela montanha, então veio uma voz: "Este é Meu Filho Amado, a Ele ouvi". Este é o Reino. Para estar no Reino de DEUS nossa atitude deveria sempre ser: "O que Tu dizes?". Isto é uma atitude de obediência, de submissão. E se nos submeter-nos ao Filho de DEUS em nossas vidas individualmente e coletivamente, o mundo verá a CRISTO. Sua autoridade será manifestada através de nós. Sua vontade será conduzida através de nós.
A FAMÍLIA DE DEUS
A igreja é a Casa de DEUS ou a Família de DEUS "(veja Efésios 2:19). Nós não somos somente um Reino, mas somos uma família. Graças a DEUS nossa família é uma grande família, e quando você pensa em família, a primeira coisa a vir à sua mente será provavelmente, semelhança familiar. Algumas vezes quando você olha para uma pessoa você pensa: "Você deve pertencer àquela família". É como o povo judeu diz, "olhe para o meu nariz; você sabe de onde eu sou. O mapa de Jerusalém está na minha cara". Isto é a semelhança familiar. Sendo da família de DEUS, espera-se que carreguemos a semelhança de nosso Pai Celestial. Espera-se que tenhamos a semelhança de nosso irmão mais velho, porque DEUS fez Seu Filho Unigênito o primeiro entre muitos irmãos. Ele deu Sua vida por nós, e com esta vida estamos para crescer um crescimento semelhante a Seu Filho. Nós estamos crescendo? Qual é nossa semelhança familiar? Acho que esta é uma pergunta importante para nos perguntar a nós mesmos.
HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO
"No qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de DEUS no Espírito". "(Efésios 2:22)
A igreja é a habitação de DEUS no Espírito. DEUS habita na igreja em Seu ESPÍRITO. Quando você pensa em habitação, então imediatamente você pensa no SENHOR dizendo: "Edificarei minha igreja sobre esta rocha e os portões do Hades não prevalecerão contra ela". CRISTO está nos edificando junto como pedras vivas sobre Si mesmo, como o fundamento, e se estamos sendo edificados juntos sobre CRISTO, então o resultado é que DEUS irá colocar Sua morada no nosso meio. "Onde estiverem dois ou três reunidos para dentro do Meu Nome, ali estarei no meio deles". Esta é a casa de DEUS. Estamos nos rasgando uns aos outros ou edificando uns aos outros? Estamos brigando ou contendendo uns contra os outros; ou estamos edificando e exortando e encorajando, confortando uns aos outros? Estamos edificando com ouro, prata e pedras preciosas que é a vida de DEUS, a redenção de CRISTO e o trabalho do ESPÍRITO SANTO? Ou estamos edificando com madeira, feno e palha, que é edificado com a natureza humana, com o esforço humano, e com todas as suas idéias? O que estamos fazendo? A igreja é a habitação de DEUS e é para ser habitada por Ele. Não é o que você gosta, mas é o que Ele gosta. Não é com o que você se sente confortável, mas com o que Ele se sente confortável. Não é se você está satisfeito, mas Ele está satisfeito? Esta é a habitação de DEUS, e quando você vai a uma casa, imediatamente você conhece os hábitos, o temperamento, os gostos e desagrados do dono dessa casa. Você olha para a disposição de todos os móveis, você olha para a condição da casa, e imediatamente você vê o dono da casa; porque tudo isto está manifesto. Isto é o que a igreja é.
O MISTÉRIO DE CRISTO
A igreja é o mistério de CRISTO "(veja Efésios 3:4). O mistério de DEUS é CRISTO, mas o mistério de CRISTO é a igreja. Se você quer conhecer a DEUS, você tem que conhecer a CRISTO, o SENHOR diz: "vocês me conhecem a tanto tempo, e ainda assim dizem, mostra-nos o Pai". Da mesma forma o mistério de CRISTO é a igreja. Se você quer conhecer a CRISTO, olhe para a igreja. É onde você deveria reconhecer CRISTO. Infelizmente, hoje, isso não é verdade. "Mas a igreja é o mistério de CRISTO. A igreja revela CRISTO porque a igreja é CRISTO. Em "primeiro aos Coríntios 12:12-13 você descobre que há um corpo e muitos membros. "Muitos membros, mas ainda um corpo, assim também é CRISTO". Este é o corpo de CRISTO com muitos membros, e ainda que tenha muitos membros, cada membro não é um corpo. Mas todos esses membros são um corpo. A Bíblia diz: "assim também é CRISTO".
Se estivermos escrevendo "1 Coríntios 12:12-13, nós diríamos, "assim também é a igreja." Mas o ESPÍRITO SANTO diz: "Assim também é CRISTO", porque a igreja não é outra coisa senão CRISTO expressado Corporalmente. Isto é CRISTO em você, CRISTO em mim, CRISTO em todos nós, juntos manifestando CRISTO. Lembre-se: a igreja não é feita de você e eu. "A igreja é feita de CRISTO em você e em mim. A igreja é feita de CRISTO em você e de CRISTO em mim, e você e eu temos que ir para a cruz. A igreja é o mistério de CRISTO.
"
A NOIVA DE CRISTO
A igreja é a noiva de CRISTO "(veja Efésios 5:23). Quando você pensa em noiva de CRISTO, primeiro você pensa que deve haver proporção. Deve haver uma semelhança, uma identidade. Sua correspondente, você não pode colocar dois que são desiguais juntos em um. DEUS disse que Ele criaria para Adão uma auxiliadora, sua correspondente. E isto é o que a igreja é, Sua semelhante, Sua correspondente. Não somente tendo Sua vida, mas sendo purificado e santificada até tornar-se uma igreja gloriosa sem mancha nem ruga, assim como Ele é. Então a igreja será unida a Ele em uma, a noiva de CRISTO.
GUERREIRO DE CRISTO
A igreja é o guerreiro de CRISTO "(veja Efésios 6). A igreja é para ser usada por DEUS para combater o bom combate da fé. Isto é, para aplicar a vitória de CRISTO sobre todas as coisas até que todas as coisas estejam sujeitas a CRISTO. Em "Romanos 8 é dito que quando os filhos de DEUS forem manifestados então toda a criação ficará livre do cativeiro da corrupção, da vaidade, e ficará livre na liberdade dos filhos de DEUS. Todas as coisas ficarão sujeitas à CRISTO.
Irmãos e irmãs, primeiro DEUS opera em nós para que nos sujeitemos a CRISTO em tudo. Então, através da igreja, todas as coisas ficarão sujeitas a CRISTO, para que CRISTO seja o resumo de tudo, para que o propósito de DEUS seja completo. Esta é a carta aos Efésios. Que vejamos a CRISTO