As 42 Jornadas no deserto
TEXTO: Nm 33: 1-4
Muito bem irmãos e irmãs,
quando consideramos os doze primeiros capítulos do livro de Êxodo, nós nos
deparamos com a primeira estação que é Ramessés. Aqui nós vemos uma situação de
escravidão.
Lá você vê a história das
crianças hebréias, estavam todas, especialmente os meninos decretados à morte.
Se nascesse um menino, ele teria que ser jogado aos crocodilos, porque esses
eram animais adorados pelos egípcios, lá no Nilo. Ali foi quando aquelas
parteiras viram aquele menino bonito e o protegeram. E levou ao Faraó sua mãe e
ele queria matá-la. O Senhor guardou aquele menino através da sua mãe e depois
através da própria filha de Faraó. Aqui vemos como Deus começa a preparar
Moisés dentro da corte de Faraó. Com as estratégias militares com que treinavam
o seu grande exército, o seu capitão, os seus generais, lá no Sinai. Os grandes
herdeiros e os grandes príncipes egípcios eram militares, eles tinham que
treinar nesta parte do exército. De um lado do deserto do Sinai se treinava os
príncipes, os militares do Egito, mas da outra parte do Sinai eram os
Midianitas que treinavam ali. E justamente Deus manteve Moisés durante quarenta
anos de um lado do Sinai. Aqui ele pode ser treinado para o trono do Egito,
para ser “Faraó Moisés I”.
Lá no Egito, no Templo do Sol,
foi onde ele aprendeu toda a Ciência do Egito. É incrível quando você estuda e
vê que de um lado do Monte Sinai Deus preparou Moisés durante quarenta anos.
Como também os levou para as terras de Midiã e também o trinou ali para que ele
pudesse ser preparado para levar o povo para a terra de Canaã. Deus preparou
Moisés de um lado do Sinai 40 anos e do outro lado do Sinai mais 40 anos. E ele
cresceu e aprendeu toda a sabedoria do Egito, conhecia a maneira do governo de
Faraó, conhecia o estilo militar, porque os príncipes tinham que ser treinados.
E logo que ele fugiu depois de
haver matado o egípcio, o Senhor o levou para Midiã, que ficava justamente do
outro lado da península do Monte Sinai, ali onde estava Edon e Midiã. Foi ali
que ele conheceu Jetro, que depois se tornou o seu sogro, que era Sacerdote de
Midiã.
Se você estudar a Bíblia você
vai ver que os Midianitas procediam de Abraão. De maneira que Moisés herdou a
tradição dos Midianitas, como também a tradição egípcia. E ele esteve ali,
agora nas terras de Midiã pastoreando o gado, as ovelhas de seu sogro Jetro.
Ele foi treinado 40 anos, pastoreando ovelhas. Deus fez coisas tremendas na
vida de Moisés pastoreando ovelhas. Aqui nós temos a Faculdade de Deus onde ele
prepara aqueles que ele chama para a sua obra.
Então nós vemos que depois
aparece Deus e diz para Moisés que viu a opressão do seu Povo e que ele havia
vindo para livrá-los. Aí Deus envia Moisés, mas Moisés não quer ir. Ele dizia
que era pesado em
língua. Antes, naqueles 40 anos no Egito, onde ele aprendeu
toda a Ciência, nós vemos um Moisés voluntarioso, mas depois deste treinamento,
agora que ele passara nas terras de Midiã, nós vemos o Senhor motivando ele,
levando-o a compreender o seu Plano e a se submeter à sua agradável vontade. Depois
nós vemos que ele se apresentou perante Faraó, com aquelas pragas. Aquelas
pragas eram contra todos os deuses do Egito. Então o Senhor, ao enviar as
pragas, Ele estava decretando, declarando para o próprio Faraó como também para
todos os egípcios, que tudo aquilo era contra os seus deuses. Eles criam nas
rãs, então Deus enviou rãs para eles. Ele ia mostrando o verdadeiro caráter dos
seus deuses e fazendo juízo contra esses deuses. Faraó era para os egípcios
também um deus e ao mesmo tempo nós vemos que o herdeiro de Faraó era visto
também como um deus. Era normal que Faraó pusesse o filho à frente nos
procedimentos e que fosse cedendo pouco a pouco o governo, até que por fim, o
seu primogênito assumia o governo. Ele era adorado como deus, era tido como o
filho do Sol. E isso é o que significa a palavra Ramessés. Então, meus irmãos e
irmãs, o Senhor trouxe juízo através das palavras de Moisés.
Então nós vemos que o Egito é
uma condição de escravidão terrível e a nossa vida pessoal e espiritual precisa
ser libertada do mundo. É desse estado de caos, de idolatria, de pecado, de
perversidade, de sutileza maligna é que o Senhor deseja nos libertar. Sair do
Egito significa uma libertação completa.
A Palavra do Senhor, em Efésios,
capítulo 2, versículo 3 diz que “nós
éramos filhos da ira”. Uma coisa adquirida por natureza é mais grave do que
uma coisa adquirida por casualidade. Alguém pode dizer até que não é tão
pecador assim, alguém pode dizer que não se acha tão pecador assim. Irmãos e
irmãs, nós precisamos ver o quanto estas questões acerca do pecado, do mundo em
nós são coisas graves e sérias. Veja que em Mateus, capítulo 26, versículos 33
e 34, nós vemos Pedro respondendo ao Senhor Jesus assim:
33
- Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás
para mim.
34
- Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o
galo cante, tu me negarás três vezes.
Pedro não sabia o que era ser
escravo de uma condição pecaminosa. O pecado é algo muito grave. É isso que
representa a nossa vida em Ramessés, essa escravidão não somente no que
fazemos, mas também naquilo que somos. Tão logo você decide seguir o Senhor, à
medida que você for seguindo mais e mais, você vai perceber o quanto estava
enganado quanto a você mesmo. Você vai ver o quanto é profundo e foi profundo
na sua natureza a questão do pecado.
O problema do homem não é que
de vez em quando ele comete pecado, faz coisas erradas, coisas más, mas o fato
de que é mal todo o seu ser por natureza. O Senhor Jesus disse “como vós podeis fazer coisas boas sendo
maus?”. O problema é que nascemos mal, em uma condição de maldade. O mal
não está somente fora de nós, como disse João Jacó Russet “que o homem nasce
bom e sociedade corrompe”. O estranho é como se corrompeu a sociedade com gente
tão boa. Olhem, irmão e irmãs, o homem não nasce bom, o homem nasce mal. É por
isso que a nossa sociedade, a sociedade humana é má, é injusta. Às vezes a constituição
é bonita, mas cumpri-la é o que não fica bem.
Quem então está escravo em
Ramessés? O que é sair de Ramessés? Irmãos e irmãs temos que entender primeiro
o que Ramessés significa para nós. Saber que Ramessés fala desta escravidão, do
pecado, da culpa, da escravidão do mundo, temos que entender tudo isso. Nós
temos que olhar para tudo isso. Se nós não entendemos o que é estar escravo em
Ramessés não saberemos o que significa sair de Ramessés. Temos que compreender a
libertação que o Senhor operou em nós. O
Senhor não só quer perdoar o que fizemos como também o Senhor
quer livrar-nos daquilo que somos e nos fazer novas criaturas, porque
a velha criatura não pode mais reinar em nós. Não podemos continuar a viver a vida
cristã na esfera do velho Adão. O velho homem que temos em nós, na nossa
constituição carnal, tem que ser crucificado. É a carne, e a carne não pode
reinar em nós. Não
podemos viver a vida cristã na esfera da carne.
Alguns pensam que tem que
educar um pouco o seu homem natural. Irmãos e irmãs, nós não podemos fazer
isso, é mentira do diabo, nós temos que nascer de novo, nós temos que morrer
com Cristo, nós temos que ser restituídos com Ele na sua morte, na sua
crucificação, na sua ressurreição e na sua ascensão.
A Bíblia diz “que pela desobediência de um, muitos foram
feitos pecadores”. Nós fomos constituídos pecadores com Adão, somos
pecadores por constituição, mas pela obediência de Cristo Deus nos fez novas
criaturas.
O que nos faz justos é receber
pela fé a Cristo, se alimentar do cordeiro, se alimentar Dele. Ele mesmo
dissera lá em João no capítulo 6, versículo 57, “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai,
também quem de mim se alimenta por mim viverá”.
Meus irmãos e irmãs, que nós
venhamos compreender isso claramente. Precisamos compreender que essa é a obra
de Cristo em nós. Sempre teremos que continuar lutando para
que Cristo prevaleça em nós até que nós venhamos ser libertos, não só do que fizemos,
mas também do que somos. Como também do sistema do mundo e não só do sistema
visível, mas também do invisível, de todas essas coisas nós temos que ser
libertos. Devemos ser libertos da culpa do pecado, precisamos ser libertos
também do pecado.
Lá em Romanos nos fala da lei
do pecado e da carne em nossos membros. Que quer dizer que nossos membros estão
programados debaixo de uma lei, da natureza pecaminosa, para pecar e para morrer.
Veja que Romanos capítulo 7 nos diz isso com muita clareza: “porque sabemos que a lei é espiritual, mas
eu sou carnal, vendido ao pecado”. É isso que diz amar a Deus sobre todas
as coisas, é algo espiritual, mas Paulo diz: “mas eu”. Esse que é o problema: o
“eu”. A lei é muito boa. A constituição pode ser magnífica, mas “eu”. Esse é
que é o problema, é que “eu” sou pecador. Eu sou carnal, como diz Paulo,
vendido ao pecado. Veja o versículo 15, do capítulo 7 de Romanos: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio
modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto”. Paulo diz
que é o pecado que reside em nós, aqui pecado, no singular, é que nos faz
pecar.
Você entende isso! Graças a
Deus pela sinceridade de Paulo aqui, veja que Paulo sempre fala na primeira
pessoa. Mas isto está relacionado a nós.
Aqui irmãos e irmãs, é que
começa a se abrir diante de nós a pura verdade acerca de nossa libertação. Nós
fomos libertos na morte de Cristo. O versículo 5, do capítulo 6 de Romanos diz
que “Porque, se fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição”. Mas não somente fomos unidos com Ele, sabe o que aconteceu
conosco também? A Bíblia diz que nós, eu e você, fomos sepultados com Ele. Olhe
o versículo 4 de romanos 6.
Romanos capítulo 6, versículo
6, diz “que já fomos crucificados com
Ele”. Se nós fomos crucificados com Ele, mortos com Ele, sepultados com
Ele, ressuscitados com Ele, então nossa vida é numa esfera de completa oposição
a realidade da vida do mundo. É isso que se requer de nós, essa tem que ser
nossa vida, esse é o nosso viver, essa é a nossa libertação. Em Cristo nós
fomos libertos.
Por isso quando você estuda os
escritos de Paulo, pode ver que ele usa uma frase profunda, uma frese
extremamente significativa na nossa experiência. A frase é “em Cristo”. Veja que no capítulo 7 de
Romanos ele diz: “eu mesmo”. Ele
sempre falou na primeira pessoa. Agora veja que Paulo aprofunda um pouco e
revela para nós a completa libertação e essa libertação é mediante a
crucificação, a morte, o sepultamento e a ascensão do Senhor Jesus. Esta é a
nossa libertação. Aqui está o segredo da nossa vida liberta de Ramessés,
liberta do mundo, liberta do pecado, liberta da culpa, liberta dos pecados. É
nesta vida e por esta vida que nós temos que viver, devemos viver porque esta
vida não é a nossa própria vida liberta. É muito mais do que isso, é vida de Cristo
infundida dentro de nossa vida sendo nossa vida. Cristo é nossa vida, nosso
viver é Ele. Ele agora está mesclado no nosso ser. Essa é a libertação
verdadeira. É sobre isso que quero compartilhar um pouco com vocês, para que
nós venhamos compreender a profundidade do significado do pecado, do poder do
mundo, do poder da culpa.
Que Deus poderosamente fale ao
seu coração.
Por: Luiz Fontes